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Notas:
1. O Destacamento de
Operações de Informações – Centro de Operações
de Defesa Interna (DOI-CODI) foi um órgão subordinado ao Exército,
de inteligência e repressão do Governo Brasileiro durante o
regime inaugurado com o golpe militar de 31 de março de 1964. O DOI-CODI
era destinado a combater os inimigos internos que supostamente ameaçariam
a segurança nacional. Como a de outros órgãos de repressão
brasileiros no período, a sua filosofia de atuação
era pautada na Doutrina de Segurança Nacional, formulada no contexto
da Guerra Fria nos bancos do National War College, e aprofundada,
no Brasil, pela Escola Superior de Guerra (ESG). O DOI-CODI surgiu a partir
da Operação Bandeirante (OBAN), criada em 2 de julho de 1969,
em São Paulo, com o objetivo de coordenar e integrar as ações
dos órgãos de repressão a indivíduos ou organizações
(mais especificamente os grupos da esquerda armada) que representassem ameaça
à manutenção da segurança interna. Em setembro
de 1970, foram criados dois órgãos diretamente ligados ao
Exército: o Destacamento de Operações e de Informações
(DOI), responsável pelas ações práticas de busca,
apreensão e interrogatório de suspeitos, e o Centro de Operações
de Defesa Interna (CODI), cujas funções abrangiam a análise
de informações, a coordenação dos diversos órgãos
militares e o planejamento estratégico do combate aos grupos de esquerda.
Embora fossem dois órgãos distintos, eram freqüentemente
associados na sigla DOI-CODI, o que refletia o caráter complementar
dos dois órgãos. A criação do DOI-CODI representou
a institucionalização da OBAN, embora não tivesse sido
baseada em uma lei ou em um decreto, mas, em diretrizes secretas, formuladas
pelo Conselho de Segurança Nacional e aprovadas pelo Presidente da
República, o general Emílio Garrastazu Médici. Apesar
disto, o DOI-CODI possuía mais prestígio e poder que os outros
órgãos de segurança, sendo que foram criados DOI-CODIs
nas principais capitais de estados brasileiros. Observe-se que, hierarquicamente,
os DOIs eram subordinados aos CODIs. Portanto, a conexão mais apropriada
seria CODI-DOI. Os DOI eram comandados por majores de infantaria do Exército
e, além de militares das três Forças Armadas, reuniam
integrantes das polícias militares estaduais e das polícias
civis. Um de seus principais comandantes, entre setembro de 1970 e janeiro
de 1974, foi o Coronel-de-Infantaria Inativo Carlos Alberto Brilhante Ustra,
na época major, reconhecido pela atriz Bete Mendes como um de seus
torturadores no período em que esteve presa. Foi nas dependências
do DOI-CODI, no II Exército de S. Paulo, que ocorreu a morte, em
1975, do jornalista Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da TV Cultura.
Na época, apesar de a tese ter pouca credibilidade perante a sociedade,
as autoridades militares procuraram, com o auxílio de uma fotografia
mal montada e de um laudo assinado pelo médico-legista Harry Shibata,
classificar o episódio como suicídio.
Na véspera, Vladimir Herzog, atendendo a uma convocação
do II Exército para prestar esclarecimentos, dirigiu-se por seus
próprios meios ao local onde viria a ser posteriormente torturado
e assassinado. Menos de um ano depois, em circunstâncias semelhantes,
morre também por suicídio,
atestado pelo mesmo cara-de-pau Harry Shibata, nas dependências do
DOI-CODI paulista, o operário Manoel Fiel Filho. Em função
destes e de outros episódios, devidamente documentados pelo Projeto
Brasil: Nunca Mais, a tese de que apenas militantes armados eram considerados
alvos dos DOI-CODIs não pôde mais se sustentar. Os DOI-CODIs
ficaram efetivamente conhecidos como centros de torturas daqueles que se
opuseram ao regime ditatorial vigente.
2. Ernesto Guevara de
la Serna, conhecido como Che Guevara (Rosário, 14 de junho de 1928
– La Higuera, 9 de outubro de 1967) foi um político, jornalista,
escritor e médico argentino-cubano. Che Guevara foi um dos ideólogos
e comandantes que lideraram a Revolução Cubana (1953 –
1959), que levou a um novo regime político em Cuba. Ele participou,
desde então, até 1965, da reorganização do Estado
Cubano, desempenhando vários altos cargos da sua Administração
e de seu Governo, principalmente na área econômica, como Presidente
do Banco Nacional e como Ministro da Indústria, e também na
área diplomática, encarregado de várias missões
internacionais. Convencido da necessidade de estender a luta armada revolucionária
a todo o Terceiro Mundo, Che Guevara impulsionou a instalação
de grupos guerrilheiros em vários países da América
Latina. Entre 1965 e 1967, lutou no Congo e na Bolívia, onde foi
capturado e assassinado de maneira clandestina e sumária pelo exército
boliviano, em colaboração com a CIA, em 9 de outubro de 1967.
3 e 3a. Malhãesdor
(mistureba
de Malhães com torturador) e malhãeszado
(mistureba
de Malhães com torturado) são
dois neologismos derivados do nome do senhor coronel Paulo Malhães
(Dr. Diablo) – ex-diretor do Centro de Informações do
Exército e um prolificentíssimo torturador brasileiro, que
morreu no dia 25 de abril de 2014, em sua casa, em um sítio do bairro
Marapicu, zona rural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, um mês
depois de oferecer o seu depoimento à Comissão Nacional da
Verdade, que investiga os crimes da ditadura militar brasileira (1º
de abril de 1964 – 15 de março de 1985). O Dr. Diablo foi o
organizador da casa de conveniência (casa da morte) de Petrópolis,
no bairro de Caxambu, no Rio de Janeiro, situada na Rua Arthur Barbosa,
668, montada por ordem do então Ministro do Exército Orlando
Beckmann Geisel (Bento Gonçalves, 5 de setembro de 1905 – Brasília,
1979), e que, basicamente, servia para transformar guerrilheiros em infiltrados
em suas próprias organizações. O Dr. Diablo admitiu
que torturou, matou e ocultou os cadáveres de uma quantidade
razoável de presos políticos que passaram pela
casa da morte da serra fluminense, nos chamados anos de chumbo: homens e
mulheres que eram membros da Vanguarda Popular Revolucionária, da
Ação Libertadora Nacional, da Vanguarda Armada Revolucionária
Palmares, do Movimento Revolucionário 8 de Outubro – grupos
de esquerda armada compostos majoritariamente por estudantes – e ainda
do Partido Comunista Brasileiro.
Quantas
pessoas o senhor matou? — perguntou o jurista José
Carlos Dias, durante a sessão da Comissão Nacional da Verdade.
— Tantas quanto
foram necessárias — respondeu o Dr. Diablo.
— E quantas
torturou?
—
É difícil
de dizer, mas, foram muitas.
Está arrependido?
—
quis
saber José Carlos Dias.
— Cumpri o
meu dever. Não me arrependo — garantiu o torturador.
Se precisasse, faria
tudo novamente — frisou.
Agora que o Dr. Diablo
está morto, eu nem consigo imaginar o sofrimento moral que a sua
personalidade-alma (Eu) está passando, sejá lá onde
ela estiver. Mas, não desejo o pior para ele; a ignorância
é madrasta de todos os nossos padecimentos. Portanto, desejo, sim,
que o Dr. Diablo compreenda o que puder compreender e que se arrependa,
porque enquanto isto não acontecer será pesadelo de repetição
em cima de pesadelo de repetição. E isto poderá durar
milênios!
Enfim, segundo o major
do Exército Rubens Paim Sampaio, codinome Dr. Teixeira, ninguém
saía vivo da casa de Petrópolis. A casa foi finalmente
desapropriada em 7 de dezembro de 2012 pelo Prefeito de Petrópolis,
Paulo Mustrangi, e o Ministério Público da Cidade enviou cópia
à Comissão Nacional da Verdade, com o Decreto de Desapropriação
para fins de Utilidade Pública, recomendando que a Comissão
adote providências
junto ao Executivo Federal para encontrar recursos que tornem
possível a criação do Memorial Liberdade, Verdade e
Justiça naquele local.
Coronel
Paulo Malhães prestando depoimento
à Comissão da Verdade – no Rio de Janeiro.
Música
de fundo:
Cálice
Composição: Chico Buarque
Interpretação: Chico Buarque & Milton Nascimento
Fonte:
http://www.mp3olimp.net/chico-buarque-calice/
Páginas
da Internet consultadas:
http://scary-pictures.picphotos.net/scary-gifs-8-gif/7/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Che_Guevara
http://www.wtv-zone.com/growlady/
SigIndex/BlueLadywDove.html
http://con-forma.blogspot.com.br/2011/06/
emilio-gomarizs-animated-gifs-emilio.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/DOI-CODI
http://artie.com/credits.htm
http://www.citador.pt/frases/citacoes/t/tortura
http://pensador.uol.com.br/tortura/
http://www1.folha.uol.com.br/
http://www.publico.pt/mundo/noticia/paulo-malhaes-
ascensao-e-morte-de-um-torturador-brasileiro-1634595
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/
coronel-paulo-malhaes-e-encontrado-morto-na-baixada/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_da_Morte
http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/historia/
31-de-marco-de-1964-contra-as-visoes-maniqueistas/
http://www.culturabrasil.org/ditadura.htm
http://www.pmdb-se.com/
50-anosdo-golpe-militar-no-brasil/
http://luizap.blogspot.com.br/2012/08/
golpe-que-gerou-ditadura-militar-teve.html
http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/
05/1964-o-golpe-de-estado-e-ditadura.html
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