Hoje,
resolvi estudar a obra Os
Mistérios Rosacruzes, de autoria de Max Heindel (Aarhus,
Dinamarca: 23 de julho de 1865 – Oceanside, Califórnia: 6 de
janeiro de 1919). E, como sempre faço, dividirei
com vocês alguns fragmentos deste estudo, editados em alguns casos,
como sempre, para que as migalhas heindelianas garimpadas se ajustem a este
tipo de divulgação. Sinceramente, acho que você vai
gostar de ler estes fragmentos, não por mim, que só juntei
retalhos, mas pela genialidade de Max Heindel, à qual, para colaborar,
adicionei ao longo do texto algumas animações para alegrar
e ilustrar. Mas, para ler o texto integral, que é primoroso, por
favor, dirija-se a:
http://www.fraternidaderosacruz.org/omrc.htm
Fragmentos
dos Mistérios
O
homem é
um Espírito, contendo, em potência, todos os poderes de Deus,
como uma semente contém a planta. Estes poderes vêm se desenvolvendo
lentamente através das existências, dentro de corpos terrestres
que se aperfeiçoam gradualmente.
Cada
sistema religioso ou filosófico que surge – por
exemplo, Confucionismo, Budismo, Pitagorismo e, mais recentemente, Islamismo
– é
apropriado às necessidades particulares do povo a que se destina.
É Lei do Universo que uma
onda de despertar espiritual seja sempre seguida por um período decrescente
de
materialismo, e cada
uma destas fases é necessária para que o Espírito receba
igual desenvolvimento, tanto no intelecto como no Coração,
sem ir demasiado longe em nenhuma das duas direções.
No
século XIV, apareceu na Europa Central um Grande Mestre Espiritual,
cujo nome simbólico era Christian Rosenkreuz ou Cristão Rosacruz,
que fundou a misteriosa Ordem da Rosacruz, a respeito da qual tantas hipóteses
se têm levantado, sem que algo relevante tenha chegado ao conhecimento
do mundo em geral, pois ela é a Escola de Mistérios do Ocidente
e se abre unicamente para aqueles que alcançaram o estágio
de desenvolvimento espiritual necessário para serem Iniciados nos
seus segredos, relativos à Ciência da Vida e do Ser.
Se
tomarmos certo número de globos do mesmo tamanho e os agruparmos
ao redor de um deles, veremos que são necessários exatamente
doze globos para ocultar o décimo terceiro globo.
Portanto, doze visíveis e um oculto são números que
revelam uma relação cósmica, e, como todas as Ordens
de Mistérios são baseadas em linhas cósmicas, todas
se compõem de doze membros reunidos em tomo de um décimo terceiro
– que é o Cabeça invisível.
Há
sete cores no espectro: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo
e violeta. Mas entre o violeta e o vermelho existem ainda outras cinco cores
invisíveis aos olhos físicos, que se revelam à visão
espiritual. Em toda Ordem de Mistérios existem igualmente sete Irmãos
que, em certas ocasiões, aparecem ao mundo a fim de realizar o trabalho
necessário para o avanço da comunidade a quem estão
servindo, mas cinco Irmãos nunca são vistos fora do Templo.
Estes trabalham em segredo e em silêncio, e ensinam aqueles que passaram
por certos estágios de desenvolvimento espiritual, sendo, portanto,
capazes de visitar o Templo, por não ser conveniente para todos visitá-lo.
Aquele que se anuncia a si mesmo
como sendo um Rosacruz ou que cobra qualquer preço pelos seus ensinamentos
demonstra, por qualquer destes atos, que é um charlatão. O
verdadeiro discípulo de qualquer Escola de Mistérios será
sempre demasiado modesto para anunciar este fato. Desdenhará todos
os títulos e honrarias dos homens e não terá interesse
em riquezas, a não ser nas riquezas de amor que lhe forem dadas por
aqueles a quem tiver o privilégio de ajudar e de ensinar.
O
processo material pode ser estimulado quando o intelecto predomina, mas
os anseios do Coração ficam sem satisfação e,
assim, o crescimento da alma ficará retardado até que o Coração
também seja satisfeito.
Em
concordância com a Lei da Periodicidade, cada impulso para a elevação
espiritual,
para que seja bem-sucedido,
deverá ser empreendido no momento apropriado.
Até
o relâmpago é lento, se comparado com a velocidade que poderemos
percorrer.
Magia
Negra = Iluminação obtida por um ocultista, que desenvolve
dentro de si faculdades espirituais latentes, apenas para satisfazer seus
propósitos pessoais e prejuízo dos seus semelhantes.
Místico
= impulsionado pelo Amor (sem O qual, declarou São Paulo, o conhecimento
de todos os mistérios é inútil), à medida que
cresce em graça, a Voz Silenciosa dentro do seu Coração
fala cada vez mais distintamente para lhe indicar o Caminho, que ele, na
medida do possível, compartilha com a Humanidade.
A
Morte não existe, e aquilo que se parece com ela não passa
da mudança de um estado de existência para outro. A Morte não
existe. Alegrai-vos! A vida continua eternamente!1
No
mundo invisível, as possibilidades de nos equivocarmos são
múltiplas. Aqui, no mundo que nos cerca, as formas são fixas,
não mudam facilmente, mas, no mundo perceptível somente à
visão espiritual, podemos dizer que não existe realmente a
forma e que tudo ali e vida. As formas são tão mutáveis
que as metamorfoses descritas nos contos de fadas ocorrem ali com uma freqüência
impressionante e, por esta razão, temos as surpreendentes revelações
de médiuns e clarividentes inexperientes que, embora honestos, são
enganados pela ilusão da forma, que é efêmera, por serem
incapazes de ver a vida, que constitui a base permanente da forma.
Aqueles
que desenvolveram a visão espiritual estão expostos a sofrer
determinadas ilusões (deformações), até que
sejam instruídos para fazer ajustamentos nas distorções,
de tal sorte a desprezar a forma, que é evanescente e instável,
e
ver a vida, que é permanente e estável,
ainda que o perigo de ver as coisas fora de foco permaneça sempre.
Teorias
da Vida: 1ª) Teoria Materialista – ensina que toda a vida
é apenas uma curta jornada do berço ao túmulo, que
não há no Cosmos inteligência superior à do homem,
que sua mente é produto de certas correlações da matéria,
e que, portanto, a existência termina com a morte e a dissolução
do corpo; 2ª) Teoria Teológica –
proclama que, justamente
antes de cada nascimento físico, é criada por Deus uma alma,
e que esta, ao entrar no mundo, viverá por um tempo que varia desde
poucos minutos até um número não muito grande de anos,
e que, no final deste curto espaço de vida, ela retornará,2
passando pelo portal da Morte ao invisível. No pós-vida, permanecerá
para sempre em um estado de felicidade ou de sofrimento, conforme as ações
que tenha praticado em seu corpo durante os poucos anos em que aqui viveu;
e 3ª) Teoria do Renascimento –
admite que cada Espírito
é uma parte integrante de Deus, que contém em si todas as
potencialidades divinas –
assim como a bolota
contém o carvalho –
e que, por meio de muitas
existências em corpos terrestres, de contextura gradualmente mais
perfeita, seus poderes latentes vão sendo desenvolvidos lentamente
e se tornam utilizáveis como energia dinâmica. Esta Teoria
admite também que ninguém pode se perder, mas, sim, que todos,
por fim, alcançarão a perfeição e a reunião
com Deus, levando cada um consigo a experiência acumulada, como fruto
de sua peregrinação através da matéria.3
Todas
as coisas estão em estado de vibração. As vibrações
dos objetos que nos rodeiam estão constantemente agindo sobre nós,
e trazem aos nossos sentidos o conhecimento do mundo exterior. De acordo
com os Ensinamentos dos Mistérios Rosacruzes, estas vibrações
são transmitidas
ao sangue, e, posteriormente, são gravadas sobre um pequeno átomo
no coração. Este registro tem início com a primeira
inalação de ar da criança recém-nascida, e termina
somente com o último estertor do homem moribundo. Todos os atos,
bons ou maus, são registrados pela ação da respiração,
que é, portanto, a base da alma.
Há
somente um pecado: a ignorância. Há somente
uma salvação: a Sabedoria [SOPhIa]
aplicada.
Há
Espíritos
que só freqüentaram a Escola da Vida poucas vezes; estes são
os atuais selvagens, mas com o tempo, far-se-ão mais sábios
e melhores do que nós somos agora. E nós mesmos progrediremos
em vidas futuras a alturas espirituais que atualmente nem podemos conceber.
Se formos aplicados na aprendizagem das lições da vida, progrediremos
muito mais depressa nesta escola da vida do que se folgarmos e desperdiçarmos
nosso tempo.
Nós
não estamos aqui pelo capricho de um Deus. Ele não colocou
uns em um jardim e outros em um deserto, nem tampouco deu a alguns corpos
saudáveis, de modo a poderem viver livres de dores e enfermidades,
enquanto outros foram colocados em pobres circunstâncias que nunca
se vêem livres da dor. Mas o que somos devemos à nossa diligência
ou à nossa
negligência,
e o que seremos no futuro dependerá do que queiramos ser, e não
do capricho de um Deus ou de um destino inexorável. Não importa
quais sejam as circunstâncias: está em nós mesmos o
poder de as dominar ou seremos dominados por elas, de acordo com a nossa
vontade.
A
respeito da Doutrina do Renascimento, Jesus disse
a Nicodemos:
A não ser que um homem nasça outra vez, não poderá
ver o Reino de Deus. (Apud
Max Heindel).4
A
Doutrina do Renascimento oferece para o problema da vida a única
solução que está em harmonia com as Leis da Natureza,
que responde aos requisitos éticos da questão e que nos permite
amar a Deus sem anular nossa razão, diante das desigualdades da vida
e das circunstâncias diversas que dão comodidade e bem-estar,
saúde e riqueza a poucos, enquanto tudo isto é negado a tantos
outros.
O
eu que volta (o eu reencarnante) traz consigo os gostos e as aversões
que o obrigam a procurar seus pais entre aqueles da classe a que ele pertence.5
Em
cada vida contraímos certas obrigações que não
podemos cumprir na ocasião.
A morte e a conseqüente mudança para outro ambiente não
liquidam nossas dívidas desta vida, assim como a mudança de
uma cidade na qual vivemos atualmente não salda as dívidas
que tenhamos contraído antes da mudança. Inquestionavelmente,
nós voltaremos à Terra para, em
uma vida futura, colher
o que semearmos agora. E assim, a Lei da Causa atua em conjunto com a Lei
do Renascimento.
As Leis da Natureza não são
cegas. São Grandes Inteligências que sempre subordinam as considerações
de menor importância aos fins superiores, e sob sua benéfica
orientação estamos progredindo constantemente, vida após
vida, nas condições exatamente adaptadas a cada indivíduo,
até que, com o tempo, alcancemos uma evolução mais
elevada e nos convertamos em Super-homens.
Oh!
minh'alma! Constrói para ti mansões mais majestosas,/
enquanto
as estações passam ligeiramente!/Abandona
o teu invólucro finalmente./Deixa
cada novo templo, mais nobre que o anterior/com
cúpula celeste, com domo bem maior,/e
que te libertes, decidida,/largando
tua concha superada nos agitados mares desta vida. (Oliver
Wendell Holmes, 29 de agosto de 1809 – 8 de outubro de 1894, Apud
Max Heindel).
A
menos que um Mundo do Pensamento forneça um reservatório de
matéria mental do qual possamos tirá-la, seria impossível
para nós pensar e inventar as coisas que vemos, mesmo sob a forma
mais primitiva de civilização.
No
mundo físico, nenhuma forma tem sentimento no verdadeiro sentido
da palavra. É a Vida que nela mora quem sente. É por isto
que o corpo, quando
está imbuído de Vida, responde
ao mais leve contato, mas não mostra sensação alguma,
mesmo que seja cortado em pedaços, depois que a Vida o abandona.
Somente onde há Vida sensível poderá haver sentimentos,
sejam de prazer ou de dor, sejam
de tristeza ou de
alegria.
Uma
pessoa possuidora de visão espiritual é capaz de penetrar
através das paredes de uma casa tão facilmente como nós
caminhamos através do ar. Também pode ler à vontade
os pensamentos mais reservados dos que lhe estão próximos.
Portanto, se uma pessoa dotada de semelhante poder não fosse levada
pelos motivos mais puros e desinteressados seria um flagelo para a Humanidade.
Por esta razão, este poder está protegido, do mesmo modo que
tiraríamos uma bomba de dinamite do alcance de um anarquista ou de
uma pessoa ignorante, mesmo que fosse bem-intencionada. Pela mesma razão,
tiraríamos os fósforos e um barril de pólvora do alcance
de uma criança. Há, enfim, um certo segredo no que se refere
aos poderes espirituais, como o cofre de banco, que mantém todos
afastados até merecerem o privilégio de possuí-lo e
tenha chegado o tempo do seu emprego.
A
visão espiritual é adquirida pelo desenvolvimento das forças
vibratórias latentes em dois pequenos órgãos situados
no cérebro: o corpo pituitário e a glândula pineal.
As
coisas vistas com a visão etérica são muito parecidas
na coloração. Têm uma coloração quase
vermelho-azulada, púrpura ou violeta; mas, quando são vistas
com a visão
espiritual, surgem uma cintilação-resplandecência em
milhares de cores sempre cambiantes, tão indescritivelmente belas
que só podem ser comparadas a um fogo vivo. Além disto, há
um fluxo constante de um certo som harmonioso. Em resumo: o Mundo Objetivo,
percebido por meio dos sentidos físicos, é essencialmente
o mundo da forma; o Mundo do Desejo é particularmente o mundo da
cor; e o Mundo do Pensamento é essencialmente o reino do som. Há,
enfim, vários graus de visão espiritual, cada um adaptado
ao reino suprafísico que se abre à nossa percepção:
visão etérica, visão da cor e visão tonal.
O
investigador ocultista verifica que o Éter é de quatro classes
ou de densidades distintas, a saber: o Éter químico, o Éter
da Vida, o Éter de Luz e o Éter Refletor. O
Éter químico é o meio de expressão das formas
que promovem a assimilação, o crescimento e a manutenção
da forma. O
Éter da Vida é o campo de manifestação das forças
que atuam na propagação, ou seja, na construção
de novas formas. O
Éter de Luz transmite o poder motor do Sol ao longo dos vários
nervos dos corpos vivos e torna possível o movimento. O
Éter Refletor recebe impressão das imagens de tudo o que existe;
vive e se move. Ele também grava todos os acontecimentos, de modo
semelhante ao filme de uma câmara cinematográfica. Neste registro,
os médiuns e psicômetras podem ler o passado, baseados no mesmo
princípio em que, sob condições adequadas, os filmes
são reproduzidos uma ou mais vezes.
O
que comumente é chamado de Leis da Natureza, na verdade, são
Grandes Inteligências que guiam seres mais elementares, de acordo
com certas regras destinadas a ampliar a evolução. Na Idade
Média, quando ainda havia muitas pessoas dotadas de uma reminiscência
de clarividência negativa, falava-se em Gnomos, Duendes e Fadas, que
vagavam pelas montanhas e pelos bosques. Estes seres são os Espíritos
da Terra. Também se falava das Ondinas ou dos Espíritos da
água que habitavam os rios e os arroios; dos Silfos, que pairavam
sobre a névoa dos vales e dos pântanos, como Espíritos
do ar. Mas pouco se falava das Salamandras, pois estas são Espíritos
do fogo, não sendo, portanto, descobertas ou acessíveis tão
facilmente à maioria das pessoas. Particularmente, as Salamandras
se encontram em toda parte, e não há fogo que possa ser aceso
sem o seu auxílio, porém, são mais ativas ocultamente,
no interior da Terra, onde são responsáveis pelas explosões
e erupções vulcânicas. Estas classes de seres mencionadas
ainda são subumanas; mas, dentro de algum tempo, alcançarão
um estágio de evolução correspondente ao humano, embora
sob circunstâncias diferentes das que agora servem para o nosso desenvolvimento.
Se
quisermos saber como foi a história de um homem, teremos necessidade
de estudar sua vida individual. Se, por outro lado, quisermos conhecer as
características dos castores, poderemos observar qualquer um de sua
espécie, e, quando tivermos estudado os seus hábitos, conheceremos
os hábitos de toda a espécie dos castores. O que chamamos
de 'instinto' é, na realidade, a direção dos 'Espíritos-Grupos'
que governam os membros separados de cada espécie animal, telepaticamente,
por assim dizer.
Há
uma linguagem universal própria das regiões elevadas do Mundo
do Desejo e dos Planos ainda mais sutis da Natureza: é inteligível
para todos, sendo um modo exato de expressão e podendo ser por todos
compreendida. Isto é semelhante a uma partitura de uma composição
musical. As notas e os símbolos sobre a página são
os símbolos de uma linguagem compreendida universalmente; é
inteligível para todos os músicos, não importa a que
nacionalidade pertençam. O mesmo ocorre com os números. O
alemão conta ein, zwei, drei; o francês diz: un, deux, trois;
o inglês usa as palavras one, two, three. Mas os algarismos 1, 2 e
3, apesar de serem pronunciados diferentemente, são inteligíveis
para todos e significam a mesma coisa para todos.6
Nunca
deveríamos nos lamentar por nenhuma das condições atuais,
porque cada uma nos ensina uma determinada lição. Se procurarmos
aprender a lição e assimilar a experiência que dela
se pode extrair, seremos muito mais sábios do que aqueles que desperdiçam
o tempo em vãs lamentações.
No
Mundo do Desejo não há tempo e não há nada opaco.
No Mundo do Desejo, onde tudo é luz, só há um longo
dia. Ali o Espírito não está preso pelo pesado Corpo Físico, de modo que não necessita dormir; sua atividade não
é interrompida. As substâncias espirituais não estão
sujeitas nem à contração nem à dilatação,
que se produzem aqui pelo frio ou pelo calor; daí não existirem
nem verão nem inverno. Neste mundo não há nada que
diferencie um momento do outro, com respeito às condições
de iluminação e de escuridão, de verão e de
inverno, que marcam o tempo para nós. Por isto, enquanto os que chamamos
de 'mortos' podem ter uma memória muito exata acerca do tempo relacionado
com a vida que passaram em seus corpos físicos, eles, geralmente,
são incapazes de dizer algo acerca da relação cronológica
dos acontecimentos que lhes ocorrem no Mundo do Desejo, sendo muito comum
verificar-se que não sabem calcular nem o número de anos que
transcorreram desde que saíram deste plano de existência. Só
os que estudam a Ciência das Estrelas é que são capazes
de calcular o tempo depois do seu falecimento.
Para
deixar conscientemente o Mundo do Desejo – que é o reino da
luz e da cor –
e ingressar no Mundo do Pensamento, é necessário passar por
uma condição que o investigador ocultista chama o Grande Silêncio,
onde não há passado nem futuro e tudo é um eterno agora.
Tudo parece se concentrar em uma só idéia: Eu-sou!
No
Mundo Físico, há duas divisões principais: a Região
Química e a Região Etérica. O Mundo do Pensamento também
tem duas grandes sub-divisões: a Região do Pensamento Concreto
e a Região do Pensamento Abstrato.
Tudo aquilo que a nossa civilização
utiliza é a concretização da invisível e intangível
matéria mental. Os pensamentos são mais permanentes do que
os objetos.
No Mundo do Pensamento Concreto,
a forma não existe. Onde deveria estar a forma, observa-se um espaço
vazio e transparente. Deste vazio vem um Som – a 'Nota-chave' que
cria e mantém a forma. Esta 'Nota-chave' é uma manifestação
direta do Eu Superior, que A usa para dirigir a personalidade que ele mesmo
criou. Todavia, infelizmente, parte da vida se infundiu no lado material
do ser, o qual, deste modo, obteve uma certa vontade própria; por
isto, com freqüência, os dois lados da nossa natureza estão
em guerra. Por fim, chega o tempo em que o Espírito fica demasiado
fatigado para poder continuar lutando contra a carne recalcitrante, quando
cessa a 'Voz do Silêncio'. Então, este Som Harmonioso, esta
Palavra, não pode repercutir mais no vazio do arquétipo celestial,
porque 'o Homem não vive unicamente de pão', mas da Palavra,
e assim, a última vibração sonora desta 'Nota-chave'
será o dobre de finados do Corpo Físico.
A
harmonia que procede de um arquétipo celestial é a 'Voz do
Silêncio', e esta 'Voz' se faz audível quando todos os sons
terrestres cessaram.
O
bem e o mal não são mais do que qualidades relativas.
Em
a Natureza, nada é feito repentinamente. Mas, com o decorrer
do tempo, tudo o que vive sobe a Escada do Ser, que vai do barro até
Deus. Não há limitações para o Espírito.
Assim, em diferentes estágios do seu desenvolvimento, o Espírito
Humano trabalha com as outras Forças da Natureza, de acordo com e
estágio de inteligência que vai alcançando. O Espírito
humano cria, modifica e transforma a Terra sobre a qual vive. Deste modo,
sob a grande Lei de Causa e Efeito, que se observa em todos os reinos da
Natureza, ele colhe sobre a Terra o que semeou. Desta forma, ele cresce
lenta, mas persistentemente, e avança continuamente.
Todas
as religiões exibem princípios primários básicos
semelhantes, mas a mais preciosa gema do saber espiritual é o que
está revelado nos cinco primeiros versículos do Evangelho
de São João.7
Maçonaria:
Deus é o 'Tekton da Arche' – Grande Arquiteto.
Na
Substância Primordial estava o pensamento, e o pensamento estava com
Deus. E Deus era o Verbo [Verbum
Dimissum et Inenarrabile].
A Palavra de Deus continua a ressoar, para sustentar os globos em marcha
e impeli-los no seu caminho circular. A Palavra Criadora continua a produzir
formas de gradual e crescente eficiência como meio de expressão
da Vida e da Consciência. A enunciação harmoniosa das
sílabas consecutivas da Divina Palavra Criadora marca estágios
sucessivos na evolução do Universo, em geral, e do homem,
em particular. Uma vez emitida a última sílaba – uma
vez soada a Palavra completa –
teremos alcançado a perfeição como seres humanos.
Então, não haverá mais tempo, e, com a última
vibração da Palavra de Deus, os mundos dissolver-se-ão
em seus elementos originais. Nossa vida estará então 'oculta
com Cristo em Deus', até que a Noite Cósmica –
o Caos8
–
tenha passado, para despertarmos então, para fazer 'coisas maiores',
em um 'novo céu e em uma nova Terra'.
Nenhum
talento é mais desejável do que habilidade de dizer sempre
a palavra justa no momento oportuno.
De acordo com a idéia geral,
o Caos e o Cosmos são antíteses superlativas um do outro,
sendo o Caos considerado como um estado passado de confusão e de
desordem que, desde tempos imemoriais, foi suplantado pela ordem cósmica
que agora prevalece. Na realidade, o Caos é a sementeira do Cosmos,
a base de todo o progresso, pois dali vêm todas as idéias que
depois se materializam em... em... em... Quanto mais estreito for o nosso
contato com o Caos, tanto melhor será o nosso Cosmos, porque neste
reino de realidades abstratas a verdade não está obscurecida
pela matéria; ela é evidente por si mesma.
A
natureza inerente da matéria é a ilusão e a desilusão,
e estamos constantemente fazendo concessões e correções,
estejamos ou não conscientes deste fato. O raio do Sol que nos chega
de uma distância de 150 milhões de quilômetros em linha
reta é refratado ou se encurva, mal toca a nossa atmosfera densa
e, conforme o ângulo de sua refração, parece que tem
uma ou outra cor. Uma vara reta parece partida quando mergulhada parcialmente
na água. Assim, as verdades que são tão evidentes nos
Mundos Superiores estão do mesmo modo obscurecidas, refratadas ou
torcidas, irreconhecíveis sob as condições ilusórias
deste mundo material.
Refração
O
estudo da Filosofia e da Ciência capacita o indivíduo para
a percepção da verdade [relativa]
e, à medida que a Ciência progride, renuncia gradualmente ao
seu materialismo anterior. Não está longe o dia em que a Ciência
far-se-á mais reverentemente religiosa do que a própria Igreja.
A
Terra é composta de três mundos que se interpenetram e Jesus
estava certo quando disse que 'o Céu está dentro de vós',
ou melhor, entre vós. Destes três mundos ou planos, dois estão
subdivididos. Cada divisão serve o grande propósito do desenvolvimento
de variadas formas de vida que habitam cada um destes mundos, e convém
notar que as Regiões inferiores do Mundo do Desejo constituem o que
a Religião Católica chama de Purgatório – um
lugar onde os equívocos de uma vida passada são transmutados
em compreensão preliminar, que será utilizada pelo Espírito,
em vidas futuras, como Consciência. As Regiões
superiores do Mundo do Desejo são o Primeiro Céu, onde todo
o bem que o homem tenha feito é assimilado pelo Espírito como
poder da Alma. A Região do Pensamento Concreto é o Segundo
céu, onde o Espírito prepara seu futuro ambiente na Terra.
E a Região do Pensamento Abstrato é o Terceiro Céu;
mas, como disse São Paulo, não seria lícito falar a
seu respeito. Talvez ocorra a alguém perguntar: — Então,
não há inferno? Devemos responder terminantemente: não!
A misericórdia de Deus tende tão marcadamente para o princípio
do Bem, como a desumanidade do homem tende
para a crueldade, a ponto de o homem entregar seus irmãos à
chama do inferno por toda a eternidade pelos erros pueris cometidos durante
uns poucos anos ou talvez por uma ligeira diferença de crença
religiosa. Há quem chegue a acreditar que quando os pecadores chegam
ao inferno são queimados até se converterem em cinzas. E aí
tudo se acaba.
Precisamos
aprender a contemplar o Cristo e esquecer os credos.
Há uma coisa que o mundo precisa
saber:/há um só bálsamo para toda a
humana dor,/há
um só caminho que conduz ao céu./Este
caminho é a solidariedade humana e o amor.
O Éter é o caminho
de ingresso da Força Vital proveniente do Sol e o campo das forças
da natureza que promovem as atividades vitais de assimilação,
crescimento e propagação. O baço é a porta de
entrada desta Força que vitaliza nosso corpo. Na contraparte etérica
deste órgão, a energia solar se transmuta em fluido vital,
de cor-de-rosa pálido. Daí, se espalha por todo o sistema
nervoso e, uma vez que tenha sido utilizado no corpo, irradia-se para fora,
em correntes, parecendo espinhos que saem da pele de um porco-espinho.
Os
raios do Sol são transmitidos diretamente ou refletidos mediante
os planetas e a Lua. Os raios que vêm diretamente do Sol proporcionam
iluminação espiritual. Os raios recebidos por intermédio
dos planetas produzem inteligência, moralidade e crescimento anímico.
Mas, os raios refletidos pela Lua produzem crescimento físico, como
se vê no caso das plantas que crescem diferentemente quando plantadas
na fase crescente da Lua ou na minguante. Há, também, diferenças
nas plantas semeadas quando a Lua passa por signos estéreis ou férteis
do Zodíaco.
O
raio solar é absorvido pelo Espírito humano, que tem seu assento
no centro da fronte. O raio estelar é absorvido pelo cérebro
e pela espinha dorsal. E o raio lunar entra em nosso sistema através
do baço.
'Pedi,
e recebereis; procurai, e achareis; batei, e abri-se-vos-á', disse
Cristo. Se nossa vida é uma oração para a Illuminação,
a procura não será vã e nossa chamada não ficará
sem resposta.
O
Corpo Vital é uma contraparte exata do corpo denso, com uma exceção:
ele é de sexo oposto, ou seja, de polaridade oposta.
O
Corpo de Desejo é um corpo construído de matéria de
desejo, do qual formamos as nossas emoções e sentimentos,
e que nos impele a buscar a satisfação dos sentidos. O Corpo de Desejo apresenta todas as cores e nuances até agora conhecidas
e um número infinito de outras cores que são indescritíveis
na linguagem humana. Estas cores variam de pessoa para pessoa, segundo suas
características e temperamentos, assim como variam a cada instante,
à proporção que a pessoa experimenta emoções,
fantasias e desejos.
A
Mente foi a última aquisição do Espírito humano
e, na maioria das pessoas que ainda não se acostumou a um raciocínio
ordenado e consecutivo, é apenas uma nuvem caótica, disposta
principalmente em torno da cabeça.
Quando
se olha de modo clarividente para uma pessoa, parece haver um espaço
vazio no centro da fronte, justamente acima e entre as sobrancelhas. Este
espaço se assemelha à parte azulada de uma chama de gás.
Isto é matéria mental, que encobre o Espírito humano
– o Eu – e nem o vidente mais favorecido pode penetrar este
véu que, no antigo Egito, era chamado de 'Véu de Isis'. Ninguém
o podia levantar e continuar vivendo, porque por trás dele está
o Santo dos Santos – o Templo do nosso corpo – onde o Espírito
está protegido contra qualquer intromissão.
Todas
as noites, quando o nosso corpo fica cansado e precisamos dormir, os veículos
superiores se retiram, permanecendo na cama unicamente o Corpo Físico
e o Corpo Vital. Começa, então, o processo de restauração,
que dura mais ou menos tempo, de acordo com as circunstâncias. Às
vezes, porém, o predomínio do Corpo de Desejo sobre os veículos
mais densos é tão forte que ele se recusa a abandoná-los.
Ficou tão interessado nos acontecimentos do dia, que continua ruminando
sobre eles depois do colapso do Corpo Físico, retirando-se só
parcialmente do veículo. Neste caso, ele pode transmitir visões
e sons do mundo do desejo ao cérebro. Mas, como nestas condições
as ligações estão naturalmente desajustadas, resultam
daí os sonhos mais confusos. Além disto, como o Corpo de Desejo
compele à ação, o Corpo Físico mostra-se disposto
a se mover e a se agitar, quando o Corpo de Desejo não se retirou
completamente, resultando daí os sonos inquietos que geralmente acompanham
os sonhos de natureza confusa.
A
Lei da Conservação da Energia9
não está limitada ao Mundo Físico, mas também
prevalece nos planos espirituais. Não há na vida coisa alguma
que não tenha um propósito definido. Fazemos mal em nos rebelar
contra as circunstâncias, não importa quão desagradáveis
sejam. Pelo contrário, deveríamos nos esforçar por
aprender as lições nelas contidas, para que possamos viver
uma vida longa e útil.
Há
lições que devem ser aprendidas aqui na Terra que não
podem ser aprendidas nos outros mundos, e temos de educar nosso corpo físico
através dos anos inábeis da infância e do período
ardente e impulsivo da juventude, até chegar à maturidade,
antes que este veículo se tome verdadeiramente útil para o
uso espiritual. Por esta razão, quanto mais tempo vivamos depois
de alcançar a maturidade, quando começamos a considerar o
lado sério da vida e começamos realmente a aprender as lições
que determinarão o crescimento da nossa alma, quanto mais experiências
consigamos juntar, mais rica e proveitosa será a nossa colheita.
Depois, em uma existência posterior, estaremos muito mais avançados
e capazes de empreender tarefas que seriam impossíveis com uma vida
mais curta e de atividades mais reduzidas.
O mal [relativo]
existe e acontece; mas, infeliz daquele pelo qual é produzido.
Desde
o momento da morte e durante três dias e meio depois de exalar o último
suspiro, o Espírito está passando o seu Gethsemani,10
e necessita de todo o auxílio que se possa prestar. O valor da vida
que acaba de passar depende grandemente das condições que
prevaleçam em torno do corpo; sim, até as condições
da sua vida futura serão afetadas pela nossa atitude durante esses
momentos, de modo que se alguma vez fomos os defensores da vida dos nossos
irmãos neste mundo, mil vezes o devemos ser na hora da sua morte.
As autópsias, o embalsamamento e a cremação realizados
no período mencionado, não só perturbam mentalmente
o Espírito que se vai como podem até mesmo causar certa quantidade
de dor, porque ainda subsiste uma ligeira conexão entre ele e o veículo
abandonado. Se as leis sanitárias julgarem necessária alguma
providência para evitar a decomposição do corpo enquanto
o conservamos durante o período que precede à cremação,
o corpo pode ser encerrado em uma urna com gelo até que passe este
período de três dias e meio. Depois deste lapso de tempo,
o Espírito já não sofrerá mais, não importa
o que ocorra ao seu corpo. (Grifo
meu).
Não
importa quanto tempo possamos evitar que um Espírito parta da Terra.
Virá finalmente o momento em que não haverá estimulante
que possa retê-lo, e o último alento será exalado. Então,
o Cordão Prateado, de que fala a Bíblia, que une os veículos
superiores aos inferiores, se rompe no coração, causando paralisação
deste órgão. Esta ruptura liberta o Corpo Vital, fazendo com
que este, junto com o Corpo de Desejo e a Mente, flutuem de um a três
dias e meio, período em que o Espírito está ocupado
em rever a sua vida passada: este momento é de extrema importância
na sua vida 'post-mortem'. Desta visão, depende toda a sua existência
desde a morte até o seu novo nascimento.
Desde
a primeira respiração que inalamos ao nascer até o
último alento ao morrer, inspiramos ar que é carregado com
as imagens do nosso ambiente, e o esmo éter que leva a imagem à
retina do nosso olho é inalado pelos nossos pulmões e, através
dele, entra em nosso sangue. Deste modo, e a seu tempo, alcança o
coração. No ventrículo esquerdo deste órgão,
próximo ao ápice, há um diminuto átomo extremamente
sensível – o Átomo-semente – que permanece no
corpo durante toda a vida. Neste aspecto, ele difere de todos os outros
átomos, que são continuamente substituídos, porque
se trata de uma propriedade particular de Deus e do Espírito que
o contém. Este átomo pode ser chamado de Livro dos Anjos do
Destino pois, à medida que o sangue passa pelo coração,
ciclo após ciclo, as imagens dos nossos atos, bons ou maus, nele
se registram em seus menores detalhes. Este registro é a memória
subconsciente. Ele constitui a base da nossa vida futura quando, imediatamente
após a morte, se reproduz como um panorama da vida. Ao se remover
este Átomo-semente, que corresponde à película sensível
da câmara fotográfica, o éter refletor do Corpo Vital
serve de foco e, como as imagens da vida se projetam lentamente para trás
desde a morte até ao nascimento, vão se imprimindo no Corpo
de Desejo, que será o nosso veículo durante a nossa jornada
no purgatório e no primeiro céu, onde o mal é expulso
e o bem é assimilado, para que em uma vida futura a experiência
anterior possa servir como consciência, para deter ao homem a repetição
de erros do passado, e o bem possa estimulá-lo à conquista
de um bem maior.
No
Reino de Deus cada ato mau é sempre transmutado em um bem maior,
embora o processo não nos seja evidente no momento.
Da
mesma forma que o nascimento de uma criança entre nós significa
a sua morte para o mundo espiritual, e retém a visão deste
mundo espiritual durante algum tempo, assim também a morte aqui é
um nascimento para o plano espiritual, e o recém-morto retém
a consciência deste mundo físico durante algum tempo depois
da passagem.
Se
fossem eliminadas da sociedade humana a pena capital, as publicações
de crimes nos jornais, a fabricação de bebidas alcoólicas
e dos produtos feitos de tabaco, as fábricas de armas deixariam de
existir. As forças policiais poderiam ser reduzidas e os cárceres
e os impostos poderiam ser diminuídos sensivelmente.
Os Ensinamentos dos Mistérios
Rosacruzes dão-nos um método cientifico pelo qual um aspirante
à Vida Superior pode se purificar a si próprio continuamente,
livrando-se assim da existência no Purgatório. Todas as noites,
depois de se deitar, o discípulo deve rever de trás para diante
sua vida durante o dia que acabou. Deverá começar visualizando,
tão claramente quanto possível, o que aconteceu antes de se
deitar. Continuando, deve se esforçar para observar seus atos imparcialmente,
julgando-os, para ver se agiu bem ou mal. Se agiu mal, deverá se
esforçar por sentir e compreender tão intensamente quanto
possível o seu erro. Por exemplo: se falou rudemente com alguém
e, após consideração posterior, verifica que não
tinha razão para isto, deverá procurar sentir exatamente o
que teria sentido aquela pessoa a quem injuriou e tratará de lhe
pedir desculpas na primeira oportunidade. Examinará, em seguida,
os fatos interiores, que talvez tenham sucedido na hora do jantar. A este
respeito, poderá se examinar verificando se comeu frugalmente para
viver ou comeu alimentos preparados sem necessidade de causar sofrimento
a outras criaturas de Deus (uma vez que a carne não pode ser obtida
sem destruir vidas). Se verifica que deu livre curso ao apetite e comeu
mais do que devia, procurará vencer este hábito porque, para
viver uma vida pura, temos necessidade de possuir um corpo puro, e ninguém
pode viver até realizar suas maiores possibilidades enquanto fizer
do seu estômago uma sepultura de animais sacrificados. Deste modo,
o aspirante deverá continuar revendo todos os fatos do dia em ordem
inversa, desde a noite até a manhã anterior, de tal sorte
a se sentir realmente arrependido por tudo o que tenha feito de errado.
Não deixará também de se alegrar quando chegar a um
fato em que tenha agido bem e, quanto mais intensamente puder sentir os
acontecimentos, tanto mais completamente limpará o registro feito
em seu coração, e alertará sua consciência, que
assim, à medida que os anos se passarem, notará menos motivos
para se censurar e aumentará enormemente o poder de sua alma. Deste
modo, crescerá como seria impossível conseguir por outro método
menos sistemático, não havendo necessidade de permanecer no
Purgatório depois da morte.
Entre
os habitantes do mundo invisível, há uma classe que vive uma
vida extremamente dolorosa, algumas vezes durante muitos anos. São
os suicidas que tentaram escapar da escola da vida. Depois da morte, o suicida
sente uma temível dor que corrói, uma sensação
de vazio que só poderia ser comparada à angustia da fome.
Neste caso, o intenso sofrimento continuará exatamente durante tantos
anos quantos o indivíduo deveria viver em seu corpo físico.
Ao expirar este tempo, o arquétipo sofre o colapso, tal como no caso
da morte natural. Então, cessa a dor do suicida e começa o
seu período de purgação, como acontece com aqueles
que morrem de morte natural. Mas a memória dos sofrimentos experimentados
em conseqüência do suicídio permanecerá com ele
em vidas futuras, e isto o refreará no caso de tentar repetir o mesmo
erro.11
Confessionis
Foram
tantas
Foram
tantas
as
experiências
que vivi...
Foram
tantos
os
pecados
que cometi...
Foram
tantos
os
remorsos
que senti...
Idas
e vindas...
Aprendizagens
repetidas,
Serão
mais quantas vidas?
______
Notas:
1.
Mutatis mutandis, morrer
é como dormir, e viver é como acordar.
2. Aqui
há uma baita incongruência teológica, como sói
acontecer com todas as Teologias, qualquer que seja a vertente. Preste atenção:
se, do nada – porque a Teoria Teológica não explica
de onde – a alma é criada por Deus justamente antes de cada
nascimento físico, depois da morte, a alma retornará para
onde? Só poderá haver retorno de alguma coisa que estava em
algum lugar e a ele retorna. O máximo que se pode admitir, nesta
Teoria sem pé nem cabeça, é que a alma vá para
algum lugar depois da morte do Corpo Físico. E é só
isto. Nada pode retornar, se não existia, para onde não estava.
3. Em
tese, isto é assim, mas, excepcionalmente, há homens e mulheres
sem alma cujo destino, se não houver arrependimento sincero, será
a entropização, ainda que Max Heindel argumente que uma
alma perdida é uma impossibilidade, pois, se fosse perdida uma só
alma, isto implicaria na perda de uma parte do próprio Deus.
Bem, eu não gosto e não costumo usar o termo salvação,
mas, fazendo uma exceção, direi que, para que haja salvação
de um caso extremo de crueldade e de desarmonia – portanto, salvação
de si próprio – primeiro, é necessário que, de
alguma forma, haja arrependimento sincero. Acredito que a única coisa
que possa impedir a entropização de um ser é o arrependimento
sincero das barbaridades cometidas, que, no caso, significa muito, muitíssimo,
mas, no que concerne à evolução/reintegração
não significa nada, pois, só a compreensão liberta.
Geralmente, o arrependimento está ligado à vergonha de quem
se sente deplorável, não à compreensão. Agora,
atenção: aqueles que não cometem barbaridades não
devem se dar por satisfeitos e transigir, por assim dizer, com certos pecadilhos
de somenos. Pecadilhos de somenos, para um incipiente, são só
pecadilhos, e, às vezes, nem pecadilhos são considerados;
mas, para um místico ou um espiritualista são pecadões
tamanho família. O que é poeira para as pessoas em geral,
para um Iniciado é pedregulho. Por outro lado, quanto mais soubermos
mais seremos responsabilizados e cobrados. E quem nos responsabilizará
e cobrará? Nós mesmos. Há um ponto nesta Via Prestigiosa
que escolhemos que, mais do que as coisas dependerem só de nós,
nós escolhemos tudo a respeito de nossas encarnações.
Portanto, a partir deste ponto (in)visível, todas as experiências
são selecionadas por nós. Poderemos, na encarnação,
até esquecer (ou não lembrar, o que, mais ou menos, dá
na mesma) que escolhemos estas experiências, mas isto não invalida
a escolha e muito menos as experiências que haveremos de passar. Em
um fragmento deste estudo está afirmado: Há
somente um pecado: a ignorância. E, talvez, a maior ignorância
seja o sentimento permanente de reclamação. O sentimento de
reclamação acaba
levando à inação e a uma impercebida retrocessão.
4. Penso
que, neste passo, Jesus não tenha se referido especificamente à
Doutrina do Renascimento. O nascer de novo ou o nascer outra vez, neste
caso, significa, mística e iniciaticamente, morrer para a vida e
Nascer para a Vida, morrer para a transitoriedade ou transitividade e Nascer
para a Eternidade, morrer para o eu exterior e Nascer para o Eu Interior,
morrer para o fiat
voluntas mea e Nascer para o Fiat
Voluntas Tua – para a Voluntas
do Deus de nossos Corações.
Fiat mihi secundum Voluntas Tua et Verbum Tuum!
5. Por
isto, costumo dizer: o útero de Maria (mãe física do
Jesus histórico) não poderia gerar e dar à luz um serial
killer, e um útero que está harmonicamente apto
a receber o eu de um serial
killer jamais poderia procriar um avatar. Isto é mais
ou menos como disse Albert Einstein (Ulm, 14 de março de 1879 –
Princeton, 18 de abril de 1955): Deus
não joga dados com o Universo.
6. Isto
é válido também para a Homeopatia – um termo
criado por Christian Friedrich Samuel Hahnemann (1755 – 1843) para
designar uma terapia alternativa que se baseia no princípio similia
similibus curentur (os semelhantes podem ser curados pelos semelhantes)
– pois os remédios homeopáticos são nominados
em latim no mundo inteiro.
7. Tudo
o que existe, existiu e existirá foi, é e será formado
da mesma Substância Primordial Homogênea – que São
João chamou arche.
No despertar manvantárico era o Verbum Dimissum [a
Palavra Sagrada], como sempre foi e sempre será; e o
Verbum Dimissum era [é
e será] um com Deus [e
com o Universo e todos os seres]. No despertar
manvantárico, o
Verbum Dimissum estava [como está e estará]
junto de Deus [e em tudo].
Tudo se tornou manifesto [como
continua e continuará a se tornar manifesto]
pelo Sagrado
Som do Verbum Dimissum,
e sem o Verbum
Dimissum nada
poderia [pode ou poderá]
se manifestar
[pois, do nada, nada vem, já que existe uma Essência-Sempre-Existente
como base de todas as formas]. No Verbum
Dimissum havia
[como continua a haver e
sempre haverá] a Santa Vida, e a Santa
Vida era
[como
é e será]
a LLuz dos homens. A LLuz resplandecia [como
resplandece hoje e resplandecerá sempre] nas trevas, e
as trevas não A compreenderam [como
ainda não A compreendem]. (Interpretação
minha do Evangelho de João, I: 1 a 5, com o auxílio
dos ensinamentos de Max Heindel).
8. Mahaprâlâya
= 311.040.000.000.000 anos.
9. Em
Física, a Lei ou Princípio da Conservação de
Energia estabelece que a quantidade total de energia em um sistema isolado
permanece constante. Uma conseqüência desta Lei é que
energia não pode ser criada nem destruída: a energia pode
apenas se transformar. Na Mecânica Clássica, a conservação
de energia é normalmente dada por E = T + V, onde T é a energia
cinética e V a energia potencial. Com o advento da Teoria da Relatividade
Especial de Albert Einstein (1879 – 1955), a energia tornou-se um
componente da energia-momento quadrivetorial. Cada um dos quatro componentes
(um de energia e três de momento linear) deste vetor representa uma
dimensão no espaço-tempo, e é conservado separadamente
em qualquer referencial inercial dado.
Nota
editada da fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Lei_da_conserva%C3%A7%C3%A3o_da_energia
10.
Gethsemani
é um jardim situado
no sopé do Monte das Oliveiras, no Vale do Cédron, em Jerusalém,
onde se acredita que Jesus e seus discípulos tenham orado na noite
anterior à crucifixão. De acordo com o Evangelho de Lucas,
a angústia de Jesus no Gethsemani
foi tão profunda que seu
suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.
11.
O suicídio, além de ser uma forma de assassinato, é
absolutamente inefetivo e, posteriormente, desmedidamente doloroso.
Páginas
da Internet consultadas:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gets%C3%AAmani
http://animagifs.110mb.com/gifs/gifs_2008.html
http://augustohernandez.blogtok.com/blog/18993//
http://7-zeal2004-2005.5u.com/custom4.html
http://it.wikipedia.org/wiki/
File:Implosion_bomb_animated.gif
http://www.hermosamedicalcenter.com/nuclear.htm
http://www.saindodamatrix.com.br/
archives/2006/02/pineal_a_morada.html
http://users.ntua.gr/gtrian/fun.dir/index.html
http://en.wikipedia.org/wiki/
File:Drum_vibration_mode21.gif
http://www.mathworks.com/matlabcentral/
fileexchange/21944-animated-gif
Música
de fundo:
Come unto me
Compositor: Clyde McLennan
Fonte:
http://beemp3.com/