Um famoso axioma do Positivismo de
Augusto Comte diz que os vivos são cada vez mais governados
pelos mortos. Já o jornalista e Barão (da famosa
Batalha?!) de Itararé achava que os vivos são sempre
e cada vez mais governados pelos mais vivos. MARACUTSIL
que o diga! Entretanto, os dois filósofos (ou o Barão
não era um filósofo?), de certa maneira e cada um a
sua maneira, estavam certos. Mas, o fato é que a Humanidade,
de uma forma ou de outra, sofre influências do passado, seja
na ciência, seja na política, seja na literatura, seja
em qualquer outro campo da atividade humana. O que não podemos
(podemos, até que podemos, mas não devemos) é
nos render como prisioneiros sem opção a essas influências
e nem delas ficar dependentes. Mesmo o que acharmos que está
correto deverá ser aprimorado. E o que estiver incorreto deverá
ser corrigido. Imaginem se ainda prevalecesse a estúpida e
malsã figura jurídica do filho adulterino, ou seja,
aquele que, segundo essa estúpida e malsã figura jurídica,
é fruto de uma relação carnal considerada ilícita
— pelos defensores boçais dessa estúpida e malsã
figura jurídica — em virtude de ter sido gerado fora
do casamento? Fora do casamento? Porventura é preciso alguém
estar casado para amar? Porventura é preciso alguém
estar casado para ter um filho? Não há filho adulterino
nem bastardo; filho é filho. O meu primeiro filho (que nunca
foi adulterino nem bastardo, e que eu soube psiquicamente que era
um menino antes de ele nascer e qual o nome que ele deveria receber)
assistiu, no meu colo, com três ou quatro meses, ao meu casamento
civil. Com a mãe dele, claro! Mas ainda bem que isso acabou,
pelo menos no Brasil. Filho bastardo? Filho adulterino? Filho de coito
danado? Filho ilegítimo? Filho natural? Filho sacrílego?
Filho incestuoso? Filho de puta? Filho é filho. E puta não
é puta; é nossa irmã — e eu adoro comoventemente
todas elas. Uma coisa que realmente me tira inteiramente do sério
é o tal do preconceito. Portanto, se alguma puta há,
ela é exatamente a nossa cabeça de merda, quando cheia
de merda está. Todos os preconceituosos são, antes e
acima de tudo, doentes 'cucais'. Terapia neles! Ponto final.
P.S.: Esse tal de adultério ainda será compreendido
de outra forma. Agora, vamos brincar e nos divertir que faz bem para
a saúde.
Então, como tenho divulgado
neste Website alguns temas controversos e de certa forma
difíceis e muito sérios, este rascunho será como
que um recreio em meio a tantas reflexões importantes. Importantes,
salvo melhor juízo, porque – e eu respeito – para
muitos, o que eu faço é uma tremenda perda de tempo!
Mas como este rascunho é um recreio, não poderá
ser longo, apesar de o arquivo ter ficado meio pesadinho por causa
das animações. Por isso, escolhi 6 + 1 + 1 (e mais uma)
sentenças (algumas de vivos de cá, outras de vivos de
lá que já podem estar novamente vivos cá) para
acompanhar 6 animações da Monalisa (que recebi em um
e-mail de uma amiga viva de cá) + 5 que eu fiz. (A
simpática caveira giratória de alguém que esteve
cá, e que abre o texto, também fui eu que preparei.
Então, para a matemática não ficar errada, eu
exageradamente, como de hábito, produzi mesmo 6 animações
para este rascunho. Professor que gosta do filho dos outros é
assim.). Dentre os vivos de cá, colaborei com a sétima
sentença, que não é propriamente uma sentença.
Eu me diverti muito fazendo este simpático trabalho; espero
que seja divertido para você também. Há, inclusive,
uns fatos históricos engraçadíssimos. Mas, não
esqueça: Filho é filho! Não
há precondições. E as sentenças
escolhidas... Bem, não há mesmo nada de engraçado
nelas. São seríssimas.
1ª Sentença
Depois
do governo ge-gê o Brasil terá um governo ga-gá.
(Barão Apparício Torelly da Batalha de Itararé
— barão da melhor qualidade (uma espécie de Dom
Quixote nacional, malandro, generoso, e gozador, como disse Jorge
Amado) da maior batalha de proporções épicas
que nunca aconteceu na revolução dos paulistas, em 1932).
Ge-gê: apelido do Presidente – que se
dizia positivista – Getulio Dornelles Vargas. (Certa vez, Getúlio,
recém-eleito ao senado, encontrou o Barão Apparício
de Itararé em uma entrevista coletiva, e, sentido, plagiou:
— Até tu, Barão? Apparício não
se deu por achado e respondeu na bucha: — Tubarão
é o senhor, senador; eu sou o Barão de Itararé.
Em 1950, quando Getúlio se entusiasmou para retornar à
presidência, agora pelo voto direto e, portanto, antipositivista,
o jornalista Carlos Lacerda, frasista no melhor sentido do vocábulo,
fulminou na Tribuna da Imprensa: — O senhor Getúlio
Vargas, senador, não deve ser candidato à Presidência.
Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar
posse. Empossado, devemos recorrer à revolução
para impedi-lo de governar.). Ga-gá:
Presidente Eurico Gaspar Dutra, que era filho de José Florêncio
Dutra e de Maria Justina Dutra, e que eu não sei se era positivista.
Acho que não era. Positivismo não casa com Catolicismo,
principalmente o franciscano. Mas sei que foi a Dona Santinha (Carmela
Telles Leite, que era santinha porque era extremamente religiosa,
e que depois do casamento com Eurico Gaspar Dutra ficou mais religiosa
e mais santinha ainda e passou a se assinar Carmela Telles Leite Dutra,
e que o Presidente Eurico quando estava de bom humor chamava de 'minha
santa', e quando estava de mau humor chamava de Carmella
com dois ll) quem induziu o marido e Presidente
Dutra — devotíssimo de Santo Antônio
– que em Portugal é chamado de António
porque nasceu em Lisboa e era franciscano depois de ter sido agostiniano,
mas que foi batizado com o nome de Fernando, sendo mais conhecido
como Santo Antônio (ou António) de Pádua –
e que se tivesse sido presidente do Brasil o Barão provavelmente
o apelidadria de to-tó) —
a decretar o fechamento dos cassinos no Brasil; e também sei
que se o Barão estivesse vivo cá diria que hoje cá
temos um governo lu-lu-lá. Com todo respeito.
(Observação: a frase anterior a Com todo respeito
ficou enorme, mas eu não perdi o fio da meada. Também,
pudera! Eu a li 20 vezes.). A Monalisa lá e cá ficou
horrorizada com toda essa estória cá, que é parte
da história da República brasileira. Cá e lá
(em Brasília) que anda uma caca! O voto que eu prazerosamente
emprestei para um certo senhor será emprestado a outrem nas
próximas eleições. Voto não se dá;
empresta-se. Traiu a confiança, perde o direito ao empréstimo.
2ª Sentença
Democracia
é quando eu mando em você; ditadura é quando você
manda em mim. (Millor
Fernandes). Rodopikratía é, resumidamente,
o ainda utópico governo da tolerância, da justiça
e da solidariedade. Kratía, neste caso, não
deriva de kratéo – forte, poderoso – e,
portanto, kratía não envolve nem força
nem poder no sentido medíocre e 'locupletativo' desses
vocábulos, quando usados para a prática de medonhas
absurdezas. (Eu acho que quem inventou a palavra absurdeza –
que está dicionarizada – misturou absurdidade com malvadeza.)
ABSURDidade
+ MalvadEZA
—› ABSURDEZA
3ª Sentença
Diferenças
históricas (desconheço o autor)
Na Rússia tudo é proibido, inclusive o que é
permitido.
Na Alemanha tudo é proibido, exceto o que é permitido.
Nos Estados Unidos tudo é permitido, exceto o que é
proibido.
No Brasil tudo é permitido, inclusive o que é proibido.
(Por exemplo: esconder hipermensalão no cuecão
e dizer que veio de doação! Outro exemplo: valerioduto,
que pode ser definido como obra de engenharia maquiavélico-política
brasileira para fins inconfessáveis. Terceiro exemplo: propinoduto,
que é sinônimo de valerioduto, mas os atores são
outros e os valores são menores, e podem, às vezes,
envolver donos de restaurantes. Arre, que chatice!).
4ª Sentença
Se
A é o sucesso, então A é igual a X, mais Y, mais
Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter
a boca fechada. (Albert Einstein). A pedra e a palavra
não podem ser recolhidas depois de lançadas. —
Desculpe, eu não devia ter dito isso! — não
adianta (quase) nada, ainda que pedir perdão ou desculpas seja
um ato de humildade. Disse, está dito. Verbalizou, está
verbalizado. O Efeito Borboleta (ou a Dependência Sensível
das Condições Iniciais) foi posto em ação.
5ª Sentença
Não
há fatos eternos, como também não há verdades
absolutas. (Nietszche). Só os tolos e os
crédulos acreditam em verdades absolutas e precisam delas para
viver.
6ª Sentença
Pensamos
demasiadamente; sentimos muito pouco. Necessitamos mais de humildade
do que de máquinas. Mais de bondade e ternura do que de inteligência.
Sem isso, a vida se tornará violenta e tudo se perderá.
(Charles Chaplin). Quando eu me encontrar com Charlot do
lado de lá, direi a ele que preferiria que ele, quando estava
do lado de cá, tivesse construído a frase com arquitetamos
ao invés de pensamos.
7ª Sentença
Não
há nada melhor para a saúde do que sorrir e brincar.
Água também é ótimo. Então, com
paciência + alegria + sorriso + água tudo poderá
ser curado. (RDP). Note que a fórmula
da água é simplificadamente escrita como H2O,
mas o correto é (H2O)n,
n dependo do estado em que se encontre a água.
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8ª Sentença
(de quebra)
O verdadeiro
grande homem é aquele que faz com que todos se sintam grandes.
(Charles Dickens). Os pequenos homens – pequenos
porque são mesmo pequenos, pequenos porque
gostam mesmo de ser pequenos e pequenos porque vão
mesmo continuar pequenos enquanto não quiserem deixar de ser
pequenos – fazem questão e gostam muito
de apequenar outros homens. Aqueles que eles dominam, apequenam mesmo,
porque há, também, uma certa vocação inconsciente
em certos indivíduos para serem pequenos e servis! A animação
abaixo mostra isso muito bem.
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Um Probleminha
A questão abaixo
caiu em uma prova do ITA do ano passado.
Uma mãe é
21 anos mais velha que o filho. Daqui há seis anos a mãe
terá uma idade 5 vezes maior que o filho.
Pergunta: Onde está o pai agora?
Tente resolver. Se
não conseguir, a solução está logo abaixo.
Solução:
A mãe tem hoje
y anos.
O menino tem hoje x anos.
Portanto, com a mãe 21 anos mais velha: y
= x + 21.
Daqui a 6 anos: (y + 6 ) e (x + 6 ).
Logo, com a mãe 5 vezes mais velha que filho: y + 6 =
5 (x + 6).
Resolvendo:
y + 6 = 5 x + 30.
y
= 5x + 24.
Substituindo o valor de y
da equação y =
5x + 24 na primeira equação
y = x +
21 oriunda da formulação do problema,
teremos:
5x
+ 24 = x + 21.
Logo:
5x – x
= –
24 + 21.
4x
= –
3.
x = –
3/4 (de um ano).
O menino tem hoje – 3/4 anos, isto é,
12.(– 3/4), ou seja, –
36/4 de um ano, que corresponde a – 9 meses
(menos nove meses!!!). Concluindo: ainda não foi gerado!!!.
A resposta para o problema torna-se, então, lógica:
Se o menino tem exatos menos 9 meses, ele ainda está sendo
projetado e nascerá daqui a nove meses. Então: O pai,
agora, deve estar se esforçando muito e, com todo carinho,
namorando a mãe, enquanto nós estamos aqui quebrando
a cabeça para resolver este mistério!!!
Websites
Consultados
http://www.rhaiza.com.br/frases01.htm
http://parenting.leehansen.com/holidays/halloween/index.shtml
http://www.illustratorsonline.com/porter/porter.html
http://www.publicum.ch/EventsDet.asp?ID=48
http://www.myheart.it/Ritratti/pagina/Charlot.htm
http://escolaintegradabemviver.com.br/
http://www.releituras.com/itarare_advogado.asp
http://www.culturabrasil.org/itarare.htm
http://regentsprep.org/Regents/math/absvalue/Labsolute.htm