A MORTE: UMA GRANDE AVENTURA (2)

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

Informação Preliminar

 

 

Esta coletânea de excertos se constitui da 2ª parte de um estudo muito legal que fiz sobre a obra A Morte: Uma Grande Aventura, tema transmitido telepaticamente pelo Mestre Ascensionado Tibetano Djwhal Khul – um Iniciado da Sabedoria Eterna e auxiliador direto dos Mestres M e KH – à Alice Ann Bailey, que o publicou.

 

Mais uma vez, como tenho requestado, vou requestar novamente: se você gostar deste estudo e achá-lo útil, peço que o divulgue aos quatro ventos (bem como os outros textos de Alice Bailey), pois, isto foi uma solicitação manifestada pelo próprio Djwhal Khul. Finalmente, informo que atualizei a tradução dos excertos, quando considerei necessário, coisa que venho fazendo nestas obras publicadas por Alice Bailey. Isto se justifica por que as obras do Mestre DK telepatizadas para Alice Bailey foram divulgadas na primeira metade do século XX, e já estamos em 2016. Mas, que fique perfeitamente claro: não adulterei uma vírgula do pensamento do Mestre DK. Sou meio rodolfowsky, reconheço, mas, não tenho vocação para adulterador.

 

 

 

 

O homem morre a primeira vez quando perde o entusiasmo.

 

Honoré de Balzac

 

O homem não terá poder sobre nada enquanto tiver medo da morte. Quem não tem medo da morte possui tudo.

 

Liev Tolstói

 

Morrer não é acabar; é a suprema manhã.

 

Victor-Marie Hugo

 

Tudo em nós é mortal, menos os bens do espírito e da inteligência.

 

Ovídio

 

Não será a morte – até, talvez, fisiologicamente vista uma espécie de nascimento, o nascimento, talvez, do que era incompleto numa forma completa ou pura?

 

Fernando Pessoa

 

O pior não é morrer. É não poder espantar as moscas!

 

Millôr Viola Fernandes

 

 

Musca domestica desgraçada!

 

 

 

 

Excertos

 

 

 

Por que, freqüentemente, a morte é considerada um fim temido? Simplesmente, porque este relativo fim não é compreendido. E isto é majorado e é colorido pelo medo do desconhecido, terror ao não-familiar e apego à forma [e aos bens materiais.].

 

Pense bem se não é assim: Essencialmente, a morte é tão-só uma questão de consciência. Em um certo momento, estamos conscientes no Plano Físico; em outro, nós retraímos para um outro plano, e lá passamos a estar ativamente consciente.

 

O medo da morte será diretamente dependente da maior ou menor identificação que tivermos com o Plano Físico.

 

As pessoas costumam esquecer que morremos todos os dias. Todas as noites, durante as horas de sono, nós morremos com relação ao Plano Físico e vivemos e agimos em outro(s) lugare(s). Logo, a morte é apenas um intervalo mais extenso no que se refere à vida em ação no Plano Físico; vamos "ao exterior" por um período mais longo. Só isso. Portanto, tudo é uma questão de termos ou não consciência das coisas.1

 

 

Sono Diário    Morte Ocasional

 

 

A única diferença que há entre o sono diário e a morte é que o Fio Magnético ou a Corrente de Energia [conhecido como Cordão de Prata ou Cordão Prateado], por onde passam as forças vitais, permanece intacto, e constitui o caminho de regressar ao corpo. Com a morte, este Fio de Vida se rompe ou se corta. Quando isto aconte, a entidade consciente não pode retornar ao Corpo Físico denso, e ao faltar ao Corpo Físico este princípio de coerência, ele se desintegra.2

 

Recapitulando: O medo da morte está baseado em:

• terror do processo final de desligamento no ato da morte;

• horror do desconhecido e do indefinido;

• dúvida sobre a imortalidade;

• pesar por ter que abandonar os entes queridos ou por ser abandonado por eles;

• reações inconscientes à antigas mortes violentas no passado profundamente enraizadas no subconsciente;

• aferramento à vida na forma por primariamente estar identificado com ela na consciência; e

• antigos e errôneos ensinamentos relativos ao [inexistente] céu e ao [inexistente] inferno, e, no caso do inferno, imposição de castigos, comumente desproporcionais aos erros cometidos ao longo da vida – um verdadeiro terror imposto por um [inexistente] Deus iracundo.

 

 

 

A morte não existe!

Há, sim, sempre, continuidade da consciência.

 

 

Muitas vezes, para o cidadão comum e bom, costuma acontecer que ele não se dá conta sequer de que passou pela morte ou transição. Mas, por outro lado, para os perversos, egoístas, cruéis, criminosos e para aqueles poucos que vivem apenas para o aspecto material, ocorre uma situação chamada de "atado [ligado] à Terra" – que os obriga a permanecer próximo da Terra e do seu último meio ambiente terreno. Em alguns casos, um grande amor pessoal por parentes que foram deixados na Terra ou o incumprimento de um dever reconhecido e urgente mantêm aqueles que possuem bondade e beleza em seus Corações, também, em situação semelhante.

 

Para os Aspirantes e os Discípulos, a morte é a entrada imediata em uma esfera de serviço e de expressão a que estão acostumados. [Grifo meu.] Falando em termos de tempo do Plano Físico, os Aspirantes e os Discípulos funcionam nesta esfera de serviço durante vinte e quatro horas.

 

Definitivamente não há um Deus iracundo, não há inferno e não há expiação vicária.3

 

O instinto de autopreservação tem suas raízes em um medo inato da morte; porém, a morte não é um momento de crise catastrófica.

 

Se compreendermos que há uma Lei em ação, um Propósito Superior e Beleza na Intenção por trás do que tem sido até agora o maior terror do gênero humano – a morte então, pela compreensão, este terror desaparecerá. Cosmicamente, a morte a Grande Aventura nada mais é do que um ato de restituição.

 

Transição significa realização!

 

Para um Discípulo, a morte não interrompe o Serviço, pois, a continuidade de sua consciência permanece. Todo Discípulo luta e se esforça para manter ativo o Ashram e para preservar o Conhecimento.

 

À medida que vamos envelhecendo, não é uma tarefa fácil manter conscientemente a integridade; isto exige compreensão e esforço deliberado. O que não devemos é desistir.

 

 

Eu estou caminhando para isso;
entretanto, não desistirei jamais!

 

 

A morte nada mais é do que uma libertação, em diversos níveis, da consciência aprisionada.

 

A Morte, através do processo destrutivo das guerras, está sob a direção-intenção cíclica do Logos Planetário, que atua por intermédio da Câmara do Conselho de Shamballa. Os Seres que dirigem os processos mundiais sabem exatamente o momento em que a relação entre o mal planetário e as Forças da LLuz ou do Bem alcança um ponto de "Antagonismo Explosivo", como é chamado. Portanto, deve ser dada rédea livre, se é desejável que o Propósito Divino opere sem restrições. E assim, a "explosão" é permitida. Todavia, durante todo o tempo, está presente um fator de controle, embora o homem não o perceba. Estes Seres (que cumprem a Vontade de Deus) não se identificam, sob nenhum aspecto, com as vidas na forma, e, conseqüentemente, sabem com precisão qual é a importância relativa das vidas na forma. Para eles, a destruição das formas não é morte, no sentido que a entendemos, mas, única e exclusivamente, é considerada um processo de libertação.4

 

Tendência mundial: desaparecimento do medo da morte, devido a uma interna ou nova orientação da mente humana.

 

A morte é a destruição do ciclo da separatividade no Plano Físico. Conseqüentemente, a morte nada mais é do que um processo de unificação, ou seja: a morte libera a vida individualizada, e, com o tempo e as diversas encarnações, conduz à Vida Universal.

 

Um fato para meditarmos profundamente: Na atualidade, muitas e muitas vezes, a vida é compulsoriamente mantida na forma – tanto na infância quanto na velhice quando, muito bem, poderia ser liberada. Não serve mais a nenhum propósito útil, e causa muita dor e sofrimento para a forma. A Natureza (se a deixássemos atuar livremente) não usaria esta forma, e a extinguiria, pois, se tornou inadaptada para os propósitos da [personalidade-]alma.5

 

Queiramos ou não, a morte é a grande transição que todos nós teremos que enfrentar.

 

A Lei da Dissolução governa a vida da forma em todos os Reinos da Natureza.

 

Uma uma cura permanente e definitiva que impeça a morte é impossível.

 

A morte não é algo horrível. Na verdade, é uma amiga benevolente.

 

As pessoas precisam compreender que continuar a viver em um Corpo Físico não é a meta mais elevada. Entretanto, poderia ser, se tivéssemos que prestar um serviço muito importante, se ainda precisássemos cumprir certas obrigações ou se necessitássemos aprender certas lições.

 

Às vezes, a completa saúde só é obtida através do portal da morte, pois, há casos, como todos sabem, que a cura física ou orgânica é impossível.

 

Enfermidade e morte devem ser reconhecidas como fatores libertadores, quando ocorrem como resultado do momento exato escolhido para a transição pela [personalidade-]alma. [Momento exato escolhido para a transição = Morte consciente.]

 

Essencialmente, a enfermidade é um aspecto da morte, sendo o processo pelo qual a natureza material e a forma se preparam para se separar da [personalidade-]alma.

 

A menos que o indivíduo seja um Trabalhador de um Ashram ou um Discípulo de determinada categoria, cujo trabalho e presença ainda são necessários na Terra, para completar uma tarefa a eles atribuída – caso especialíssimo em que a partida poderá ser postergada ninguém, cujo karma indica que sua hora chegou, poderá voltar das "portas da morte".

 

O velho ditado onde há vida há esperança não é basicamente aplicável aos casos em que a hora de partir efetivamente chegou.

 

Em muitos casos, em que o Corpo Físico permanece vivo, o Verdadeiro Homem – o Homem Espiritual já não enfoca ali o seu interesse.

 

No futuro, a morte, para todas as pessoas, será um processo consciente, pois, será considerada uma liberação e um retorno.

 

No futuro, a cura do Corpo Físico [a qualquer preço] não será tão superestimada, e o prolongamento da existência terrena não será mais o fator mais importante da vida.

 

Haveremos de compreender e haveremos de admitir que o ato de morrer é o triunfo final da vida.

 

Na verdade, chegará o dia que o ato de morrer será considerado mais feliz do que os nascimentos e os casamentos. Acabaremos por controlar inteiramente a nossa Grande Aventura para o mais além e a compreender a arte desta inevitável transição.

 

Todos nós, estejamos doentes ou sejamos sãos, devemos nos preparar para a morte ou transição – a Grande Aventura mediante o reto pensar e a sensata antecipação.

 

Quando Cristo disse aos Seus Discípulos que iria para o Pai, por ser um Iniciado de Alto Grau, quis dizer, esotericamente falando, que faria "a restituição para Mônada". As pessoas comuns e aqueles que não tenham alcançado o Terceiro Grau de Iniciados fazem a "restituição para a [personalidade-]alma".

 

Quatro regras Fundamentais:

1ª) Através da visualização, da meditação e da prática constante de concentração, aprender a manter o foco na cabeça, e desenvolver a capacidade de viver progressivamente como um rei sentado em um trono entre as sobrancelhas.

2ª) Aprender a sempre prestar serviço cordial, e não insistir em, emocionalmente, tentar dirigir os assuntos dos outros [não futricar e não se meter na vida alheia]. Isto significa, antes de qualquer atividade, responder a duas perguntas: 1ª) estou prestando serviço a um indivíduo como indivíduo ou como membro de um um grupo para outro?; e 2ª) minha motivação é um impulso egóico ou estou impulsionado pela emoção, pela ambição de sobressair e pelo desejo de ser amado e admirado? Estas duas atividades farão com que o enfoque das energias vitais se dêem acima do diafragma, e, neste sentido, progressivamente, será anulado o poder de atração exercido pelo Plexo Solar [simbolicamente, o lugar onde se localiza o nosso inferno pessoal], tornando-o progressivamente menos ativo.

3ª) Aprender a, antes de adormecer, retirar a consciência para (o centro d)a cabeça (trabalho de abstração). Definidamente, este exercício deve ser diariamente praticado antes de entrar no sono.

4ª Monitorar todos os fenômenos relacionados com o processo de retiro, seja durante a meditação, seja ao dormir.

 

A pessoa que aprendeu a manejar seu corpo quando está prestes a cair no sono tem uma enorme vantagem sobre alguém que nunca prestou atenção ao processo. Então, repetirei: Devemos aprender a, antes de adormecer, retirar a consciência para o centro da cabeça (trabalho de abstração).

 

Devemos manter silêncio no local em que uma pessoa está para partir rumo à sua Grande Aventura pessoal da morte. Só deveria ser permitida luz laranja no local em que uma pessoa está para morrer (fazer a transição). [Negrito e sublinhado meus.] Quanto às cores, resumidamente, a cor laranja ajuda a concentração na cabeça, a cor vermelha estimula o Plexo Solar e a cor verde tem um efeito definido sobre o coração e as correntes da vida [melhora a saúde].

 

 

 

Continua...

 

 

 

______

Notas:

1. É por isto que tanto tenho insistido sobre o óbvio dos óbvios: nossa Libertação (relativa) é diretamente dependente e inteiramente proporcional à Compreensão (relativa) que tenhamos das coisas (das Leis Universais).

 

 

 

 

2. Sobre este assunto, Shirley MacLaine protagonizou o filme autobiográfico Out on a Limb (Minhas Vidas). Vale a pena dar uma conferida.

3. Ora, ninguém pode deletar ou perdoar os erros que tenhamos cometido, e, muito menos, nos substituir em nossa necessária obrigação de compensá-los. Quem inventou essas duas maluquices estava mais por fora do que umbigo de vedete! No fundo, essas invencionices enganosas e ardilosas têm um outro propósito: dominar as mentes infantis das pessoas, e, sádica, autoritária e cruelmente, exigir, impingir, ameaçar, meter medo, mandar, baculinar e sei lá mais o quê! É difícil de acreditar, mas, o Papa João Paulo II, em certa ocasião, afirmou: — A batalha contra o demônio, que é a principal tarefa de São Miguel Arcanjo, ainda acontece nos dias de hoje. O demônio continua vivo e ativo no mundo... A ação de Satanás consiste, sobretudo, em tentar os homens para o mal, influindo sobre sua imaginação e sobre as faculdades superiores, para poder situá-los em direção contrária à Lei de Deus... Uma das maiores necessidades da Igreja é a defesa daquele mal, a que chamamos demônio... É por essas e outras que as pessoas se cagam de medo da morte! Já pensou morrer e dar de cara logo com um demônio? Por outro lado, o padre jesuíta Óscar González-Quevedo (Madri, 15 de dezembro de 1930), especialista em Parapsicologia, é mais radical: — Exorcismo não existe. Nunca vi um caso [de possessão] que não pudesse ser explicado pela Psicologia e pela Parapsicologia. Todavia, há por aí uma montanha de padres que crêem em possessões, e que, segundo eles, têm habilidade em identificar o capeta e libertar os fiéis. Mas – caramba! – libertar de quê? Só se for deles mesmos! Uma coisa que precisamos aprender: somos nós que construímos o nosso inferno (e, portanto, o inferno é pessoal) e que alimentamos os nossos demônios (que, por isto, também são pessoais). Não há demônios voando por aí espetando o tridente na bunda das pessoas! Você não errará, se associar o seu inferno pessoal com seu Plexo Solar. Seja como for, como ensina o Mestre DK, o medo da morte precisa ser substituído pelo conceito de continuidade, que nega qualquer interrupção, e que acentua a idéia de que há uma vida – uma entidade consciente que adquire experiência em muitos corpos [ao longo de muitas vidas.]

 

 

Umbigo de Vedete

 

 

4. Logo, compreendamos definitiva e maduramente: por mais que nos estarreça e nos abichorne, a Guerra Mundial de 1914 a 1945 foi retributivamente necessária, foi superiormente autorizada e foi inquestionavelmente útil e transformadora. Na verdade, fomos nós que, ao longo de séculos, a engendramos, com os nossos desejos, com as nossas cobiças, com as nossas paixões, com as nossas inscícias, com os nossos os ódios, com as nossas crueldades, com as nossas separatividades e com o nosso individualismo fundamental. Mas, ai de aqueles malditos se aproveitaram da nossa ignorância e a fabricaram!

 

 

 

 

5. Há pessoas que são mantidas vivas, há anos, em estado vegetativo, comatoso, no qual o karma está, por assim dizer, neutralizado ou inoperante. Não há aprendizado nem compensação possíveis. Isto serve para quê? Todavia, isto não deve ser considerado uma justificativa ou um alicerce para o suicídio.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://giphy.com/gifs/fire-dark-burning-oZYBdbW7TnhEQ

http://photobucket.com/gifs/old%20man%20cane#/gifs/old%20
man%20cane?&_suid=146420823278105607264547148579

http://encontrocomcristo.com.br/a-batalha-contra-o-demonio/

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI
154530-15228,00-INIMIGOS+ETERNOS.html

http://www.gettyimages.pt/detail/ilustra%C3%A7%C3%A3o/fat
-woman-ilustra%C3%A7%C3%A3o-royalty-free/91162576

http://www.dreamstime.com/royalty-free-stock-photography-fly-isolat
ed-objects-white-background-vector-illustration-eps-image36260167

http://www.consciouslivingfoundation.org/ebooks/Span14/Bailey%
20Alice%20-%20La%20muerte%20una%20gran%20aventura.pdf

 

Música de fundo:

The Sound of Silence
Compositores: Paul Simon & Art Garfunkel
Interpretação: Richard Clayderman

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.