Um
ilustre senador está passeando tranqüilamente próximo
ao Grande Lado da Ilha da Fantasia, quando é atropelado e morre.
A alma dele chega ao Paraíso e, logo na na entrada, dá de
cara com São Pedro.
—
Bem-vindo ao Paraíso, meu caro senador! — diz amigavelmente
São Pedro.
—
Mas antes que você entre — continua o Apóstolo
— há um probleminha administrativo. Raramente vemos parlamentares
por aqui. Então não sabemos lá muito bem o que fazer
com você.
—
Não vejo problema algum. É só me deixar entrar
— diz, muito seguro de si, o velho senador (que foi um tremendo safadão
quando estava vivo).
—
Eu bem que gostaria — replica São Pedro. Mas tenho
ordens superiores. Vamos fazer o seguinte: você passa um
dia no Inferno e um dia no Paraíso. Aí, pode escolher onde
quer passar a eternidade.
—
Não precisa, já resolvi. Quero ficar no Paraíso
— refuta o senador.
—
Desculpe senador, mas temos nossas regras por aqui —
argumenta pacientemente São Pedro.
O senador
muxoxou, mas, sem alternativa, concordou com a proposta. Imediatamente,
São Pedro o acompanhou até o elevador, e ele desceu... desceu...
desceu até o Inferno. A porta do Inferno se abriu magicamente, e
ele se vê imediatamente no meio de um lindo campo de golfe muito bem
tratado. Todo verdinho!
Um pouco
ao fundo,
há um maravilhoso clube onde estão todos os seus amigos e
outros políticos com os quais havia trabalhado. Todos estão
muito felizes. Em traje social, ao lado de mulheres lindíssimas,
bebericam uns cocktails e conversam animadamente sobre um monte
de futilidades pouco recomendáveis.
O senador
se aproxima, é cumprimentado e festejado, e eles começam a
rir e a falar sobre os bons tempos em que ficaram podres de ricos
às custas das mentiras que pregaram no povão. Descontraidamente,
jogam uma partida de golfe e depois se deliciam com lagostas ao thermidor
e caviar, tudo regado por um excelente vinho contrabandeado de uma sucursal
do Inferno próxima.
Quem
também está presente é o diabo, um cara muito amigável
que passa o tempo todo dançando, contando piadas e animando os convivas.
Eles
se divertem tanto que, antes que o senador perceba, já é hora
de ir embora. Há muito tempo ele não passava um dia tão
agradável.
Todos
se despedem dele com abraços, tapinhas carinhosos e acenam efusivamente
enquanto o elevador sobe... sobe... sobe até o Paraíso, onde
São Pedro está esperando por ele.
Agora
é a vez de visitar o Paraíso. Ele passa 24 horas junto a um
grupo de almas benditas que andam de nuvem em nuvem, tocando harpas e cantando
músicas sacras. Tudo vai indo muito bem, mas antes que ele perceba
o dia se acaba e São Pedro retorna.
—
E aí meu bom senador? Você passou um dia no Inferno e um
dia no Paraíso. Agora você apto para escolher a sua
morada eterna. Não se esqueça, entretanto, que a escolha é
irreversível. Onde você quer ficar?
O velho
senador pensa um minuto, e responde:
—
Olha Pedrão, eu nunca pensei que... O Paraíso é
muito bom, mas eu acho que vou ficar mais confrotável no Inferno.
Meus amigos estão lá... Você compreende, não
é?
São
Pedro não diz uma palavra. Faz a vontade do senador e o conduz de
volta ao elevador. Ele desce... desce... desce até o Inferno.
Ao
chegar ao Inferno, a porta se abre novamente como que por encanto e ele
se vê no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo. Tudo é
um fedor só. A alma do velho senador vê todos os seus amigos
esqueléticos, macilentos e fedendo a enxofre, vestidos com andrajos
rasgados e sujos, catando o entulho do lixo e colocando a sujeirada em enormes
sacos pretos. Depois que os sacos são enchidos o diabo traz mais
sacos porque o lixo não acaba. Até parece que quanto mais
lixo eles recolhem mais lixo aparece!
O diabo
vai ao seu encontro, passa o braço pelo seu ombro e fala: —
Bem-vindo, senador. Estávamos todos à sua espera.
—
Não estou entendendo — gagueja o senador. Ontem
mesmo eu estive aqui e havia um campo de golfe, um clube, lagosta, caviar,
vinho e nós dançamos e nos divertimos o tempo todo. Eu que
nunca havia jogado golfe até joguei uma partida. Agora só
vejo esse fim de mundo fedorento cheio de lixo e meus amigos arrasados!
Até as mulheres lindíssimas com quem dançamos sumiram!
O diabo
olha para o senador, sorri ironicamente e diz:
—
Pois é, senador. Ontem estávamos em campanha. Agora, já
conseguimos o seu voto.
_________
Eu
minto...
Tu
mentes...
O
diabo mente.
Eu
não dou a mínima...
Tu
não dás a mínima...
Mas
o povão sofre e sente tudo!
Campo
de golfe?
Um
clube?
Lagosta?
Caviar?
Vinho?
Com
que dinheiro?
Das
maracutaias?
Das
negociatas?
Da
corrupção?
Do
mensalão?
Das
ambulâncias?
Do
povão?
Do
lado de cá,
caleidoscópio,
ilusão
e sacanagem.
Do
lado de lá,
preto
no branco,
branco
no preto
e
friagem.
Quentura?
Pode ser.
Ar
condicionado?
Nem
pensar!
Do
lado de lá,
fudelhufas
de cagahouse
só
é parecido com
fudehouse
de cagalhufas.
Só
é um pouquinho parecido,
mas
não é a mesma coisa.
Também
não é igual a
fudelhorowisk
de cagalhorowisk,
e
nem de longe é igual a
cagalhorowisk
de fudelhorowisk.
E
muito menos poderá ser
mutretorowisk
com impunidorowisk.
Senador:
tá
na hora de se‹—›mancorowisk!
Mais
tarde,
do
lado de lá,
não
haverá
imunidaderowisk
parlamentarowisk
e
nem salvo-condutorowisk!
A
estória do senador não é de minha autoria; eu a recebi
em um e-mail, mas fiz umas ediçõeszinhasrowisk
aqui e ali. Como achei a bolação excelente,
escrevi este alertinha aos desavisados meio que sem pé nem cabeça,
que nem eu mesmo entendi lá muito bem o que digitei. Owisk!!!
Ou orowisk!!!
Dá na mesma. De qualquer forma, esta estorinha
serve de alerta apenas para alguns senadores, pois há políticos
e políticos. Eu acredito sinceramente que há senadores (e
deputados federais) seríssimos e exemplos de dignidade e de probidade.
A esses dignos representantes do povo só posso dizer: obrigadíssimo.
Não desistam. Se vocês desistirem, os velhacos tomam conta.
Fundo
musical:
True
Lies Theme
Fonte:
http://www.allaboutsymbian.com/wap/download/
Polyphonic_Ringtones/Movies_S-Z/ngage.php
Website
consultado:
http://www.goldensun-syndicate.net/sprites/psynergy/