Acho
que o personalismo em política é um erro; nós devemos
é lutar para que surjam quadros novos.
Nunca
me preocupei com rótulos. Os rótulos de radical ou de conciliador
não têm nenhum sentido para mim, como não tinha sentido
me chamarem de comunista no passado. O que importa é a prática
política; o que importa são os posicionamentos que se tomam
ao lado de determinadas camadas sociais em defesa de teses que interessam
à nação como um todo.
Minha
vida todo mundo pode saber, pois nunca gostei de dinheiro pra ter muito
dinheiro. Gosto de dinheiro pra gastar. Pra gastar, todo mundo gosta. Mas,
pra ter dinheiro... Dinheiro é uma coisa perigosa. Na mão
de um homem público é um desastre.
Sobre
a Operação Condor, que funcionou ativamente na segunda metade
da década de 1970: Havia uma decisão da linha dura
de assassinar todos aqueles que tinham certa influência em seus países
porque eles estariam prevendo um recuo do processo de militarização.
Mas, para recuar, precisariam aniquilar esses homens, que tinham influência,
para poder ter controle sobre o processo mais aberto.
Não
defendemos nem um Estado mínimo nem um Estado máximo. Defendemos
e lutamos, isso sim, por um Estado que, a partir de suas peculiaridades,
cumpra suas finalidades públicas.
O
Socialismo não precisa ser redefinido. O Socialismo é fruto
das contradições da sociedade.
Eu
acho que a Humanidade tem de encontrar um sistema que busque uma solução
satisfatória para todos e que pregue a pacificação
das relações humanas. O Socialismo seria essa busca da solução
satisfatória para todos. O que se viu no Leste Europeu não
era Socialismo. Eram regimes de grandes partidos, bastante assistencialistas.
A juventude não foi incorporada, não se identificou com o
processo.
Sobre
Orestes Quércia:
Quércia é um caipira descendente de italianos. Foi eleito
como contraposto das elites e acabou fazendo um governo para as elites.
Nas
vésperas de 31 de março: Haverá
golpe.
Eu
estava em Pernambuco. Era Governador e fui preso no Palácio do Governo,
que estava cercado. Prenderam-me no exercício do cargo de Governador
e não pude fazer nada. Não restava outra coisa a fazer, as
resistências já haviam caído no País todo. Fui
preso na tarde de 1° de abril, esperando que houvesse alguma manifestação
de reação, que não aconteceu.
Eu
sabia que o golpe iria acontecer porque estive no comício de 13 de
março de 64, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro. De lá
fui para Juiz de Fora participar de uma concentração, e quase
não consegui discursar porque existiam 200 homens civis armados nas
ruas. Eles eram comandados por um cidadão chamado Adão Rafael,
que, acho, era deputado, sustentado pelo general Olympio Mourão.
Depois fui para Belo Horizonte, conversei com Magalhães Pinto, que
era Governador de Minas, e segui para Brasília. No dia 17 ou 18 de
março conversei com Jango e disse a ele que o golpe estava na rua.
Então, não fiquei surpreso.
Retornei
a Pernambuco disposto a me organizar para a reação contra
o golpe. Isto se fosse possível, se fosse o caso. Não consegui
dar inicio porque não havia mais ninguém resistindo. Ninguém
resistiu, e seria um suicídio e um banho de sangue em Pernambuco.
Seria uma decisão isolada, solitária. Fiquei esperando a reação
até a madrugada do dia 1° de abril. Amanheci cercado pelo Exército
e tive que tomar posições para evitar que alguns loucos partissem
para uma reação contra o golpe, que eles pudessem agir isoladamente,
emocionalmente, o que não era aconselhável. E aguardei passivo
para ser preso, para o que o destino me reservaria naquela situação.
O golpe sempre existiu e foi mais
ou menos permanente desde que Getulio Vargas reassumiu o poder. É
preciso recordar que, quando ele se elegeu, em 50, em uma grande campanha
– e aqui quero ressaltar que não sou getulista, nunca fui do
PTB e sou uma pessoa que sempre teve uma certa independência no campo
político –
essa história
começou. A conspiração data da hora em que Getúlio
se elegeu, do momento em que ele tomou posse. E isto ocorreu porque as forças
nacionalistas de esquerda dentro do Exército foram vitoriosas. Quando
o general Newton Estilac (Ministro da Guerra de Getúlio) se elegeu
presidente do Clube Militar, ficou claro que a maioria da oficialidade defendia
a posse de Getúlio.
Quem
luta politicamente não tem direito de ter mágoas nem alegrias;
só pode pensar naquilo que deve fazer. Tenho revolta pelos excessos
cometidos pela repressão do regime militar sobre outros companheiros,
alguns que morreram, outros que sofreram torturas, prisão, discriminação,
perseguição. Enfim, acho que nós devemos sempre comentar
para que isso também não volte a se repetir no Brasil.
Quero
registrar que não tenho queixas a fazer e que não sou uma
pessoa que tenha feito algo de extraordinário. Fiz menos do que muitas
pessoas fizeram por este País. Fiz o que me competia e o que tinha
que fazer.
Veja,
sou do Nordeste; sempre fiz política no Nordeste. Fui deputado estadual
duas vezes, prefeito do Recife e, depois, Governador. Tinha muito poucos
contatos políticos. Conhecia o Jango, conhecia outras pessoas aqui
do Sul, mas não tinha uma relação pessoal, de convivência
com as pessoas daqui. Mas me dei muito bem com Jango. Acho que ele era muito
injustiçado. Ele era um homem que era o que era. Ele nunca disse
que era estadista, nunca disse que iria fazer e acontecer neste País.
Ele ficava naquilo que podia fazer. Era um homem paciente. Sabia ouvir.
Dentro disso, acho que cumpriu um papel importante para o Brasil. Naquela
oportunidade, Jango, politicamente, tinha muito boas relações
públicas. Isso se via perfeitamente.
Todo
mundo sabe que os americanos estavam presentes no Brasil. Eu era Governador
e havia em Pernambuco um cônsul americano e quinze vice-cônsules,
coisa que nunca aconteceu neste País. Além de assessores por
todos os lados. Chegou ao ponto que mandaram para lá, no Governo
de John Kennedy, um embaixador extraordinário para ver a situação
do Estado. Aqui eles estavam presentes mais do que em outros lugares da
América do Sul. Todo mundo sabe que os americanos tinham despachado
uma força-tarefa para cá. Mas acho que o golpe não
tinha inteiramente razões para existir, porque o próprio Jango
preparou a sucessão dele com muita antecedência. Foram lançados
dois candidatos para a Presidência da República, que eram Juscelino
Kubitschek e Carlos Lacerda. Políticos confiáveis, digamos
assim. Representantes da esquerda e de outros setores da sociedade queriam
outras saídas do ponto de vista político, mas agiram sozinhos,
isoladamente, porque também queriam mudar o País.
Pernambuco não tinha nada
de mais. Havia uma mobilização popular muito forte, o que
é natural, e estávamos promovendo o Acordo do Campo, que nós
fizemos. Queríamos romper, pelo menos, com aquilo que era socialmente
insuportável. Os trabalhadores da cana ganhavam um terço do
salário-mínimo. Não dava para concordar com uma coisa
daquelas. Tinham que ganhar pelo menos um salário-mínimo,
que era o que eles mereciam. Isto não tem nada de Comunismo, de Socialismo.
Tratava-se de justiça concreta.
Internamente, não havia nenhuma
motivação para o golpe de 64. Acho que há certas interpretações
sobre o golpe militar no Brasil: uma delas é de que havia um movimento
de massa muito forte no mundo inteiro. Este movimento de massa, reivindicatório,
era muito avançado no Vietnã, onde já tinham as forças
de Ho Chi Min se instalando. As forças americanas pretendiam desalojá-los
de lá. Este movimento geral de massa fez com que isso, aqui, tenha
parecido um golpe preventivo, para não se abrir uma outra frente
em outro continente, e em um País com a dimensão do nosso.
Então, esse golpe preventivo foi dado poucos meses antes do avanço
americano dentro do Vietnã. Eles só se lançaram efetivamente
lá quando o golpe se consolidou aqui. Posso afirmar que uma coisa
está ligada à outra. Há quem interprete dessa forma.
Vê-se
que a partir do golpe, no Brasil, houve o da Indonésia, em 65, onde
morreram 500 mil pessoas fuziladas. Sucederam-se depois os golpes no Extremo
Oriente e na América Latina, a ponto de, à certa altura, a
América Latina estar coberta por regimes militares, um dos quais
o de Pinochet, no Chile. Outro na Argentina. Este, um golpe extremamente
violento. A militarização do mundo se deu, então, naquela
hora. Este panorama só começou a se alterar perto dos anos
70, quando o Vietnã e os vietnamitas começaram a avançar
na sua luta, a levar vantagens contra a brutal máquina de guerra
que invadiu o território deles. As outras reações que
apareciam isoladamente em várias partes aconteceram porque havia
uma insatisfação generalizada. Houve, então, a decisão
de desmilitarizar. Esta desmilitarização foi apontada em um
relatório feito por Nelson Rockfeller (Prefeito de Nova Iorque),
que andou por aqui a certa altura com duzentos assessores... dois aviões.
Este relatório não foi muito difundido aqui. A imprensa noticiou
apenas os fatos que podia publicar.
Guerra
do Vietnã (1959 a 1975)
O
mal trazido ao Brasil pela ditadura foi a falta de informação
da população, a manipulação do ensino e aquilo
que foi jogado na cabeça das pessoas. Além disso, o silêncio
sobre as lutas do povo, que não eram ensinadas aos jovens. A geração
que nasceu por volta do ano de 64 não entende a formação
de quem se formou antes, daqueles que, desde muito cedo, foram ensinados
conhecendo os problemas brasileiros, os problemas da nossa população.
Acho que este é o prejuízo principal, e acho que a arma principal
que está sendo utilizada – já disse isto há muito
tempo – para substituir as metralhadoras dos militares é a
câmera da televisão.
As
Ligas Camponesas eram um movimento paralelo à sindicalização
e à união que havia entre os trabalhadores rurais. Eles tinham
começado esse movimento entre pequenos proprietários, foreiros,
arrendatários de terra. Agora, esse movimento comandado por Francisco
Julião era mais visível do ponto de vista geral, inclusive
porque ele era uma pessoa que tinha uma certa capacidade de transitar em
muitos lugares, e fazer dessa bandeira – que é uma bandeira
que todos nós concordamos – conhecida nacionalmente. Mas, do
ponto de vista do volume de gente engajada nas Ligas, não era muito
expressivo. Não era não. Pegue a votação de
Julião (eleito deputado federal). Ele não teve muita votação.
Era uma pessoa considerada por todos nós. Fui seu colega na Assembléia
Legislativa e atuei ao seu lado, depois, nas questões rurais. Também
dávamos apoio ao trabalho dele. Não o deixamos para trás.
O
Acordo do Campo, o primeiro feito no País, entre donos de terra e
trabalhadores, deu bastante trabalho, mas os próprios proprietários
constataram que esta era a saída que tinha que haver, porque eu disse
que os trabalhadores haviam conquistado o direito de sindicalização
naquela época. Os sindicatos rurais estavam organizados, quando assumi
o governo de Pernambuco. Foi aí que começaram essas negociações.
O pessoal da cana-de-açúcar se organizou unificadamente, havia
uma unidade muito grande entre eles; portanto, era uma força poderosa,
disposta a negociar. Então, era apenas uma questão de ajuste
porque estavam vendo que, se não negociassem, seria um desastre,
porque ninguém ia botar a polícia para segurar cem mil trabalhadores.
Foi diante disso que eles (usineiros, produtores e revendedores de cana)
negociaram. Fui mediador de tudo isso, e este acordo nem a ditadura conseguiu
destruir. Ele ficou. Como era uma coisa autêntica, que vinha de uma
realidade dura, concreta, eles não puderam mexer. Eles foram procurando
cortar as beiradas do acordo, reduzir as vantagens, mas ele é referência
até hoje na questão da cana-de-açúcar.
O
povo nordestino ainda carece de coisas mínimas, e nós estamos
nos atrasando, nos distanciando muito do resto do País pela ausência
de infra-estrutura e de condições de crescimento. Em 1963,
eu estava no Governo de Pernambuco e Celso Furtado era presidente da Superintendência
de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), e lhe falei sobre a necessidade
de aumentar a oferta de eletricidade no Estado com a chegada da rede da
Companhia Hidroelétrica do Vale do Rio São Francisco (CHESF),
que estava sendo inaugurada com atraso de meio século em relação
ao futuro. Queria que a CHESF levasse energia aos povoados, às populações
rurais. Foi enviado um projeto para o Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID). Foi o Celso que o viabilizou. E veio o golpe, e esse projeto foi
aprovado e executado pelo Governo militar de forma totalmente diferente
daquela que havia sido prevista. O que se pretendia era democratizar a energia.
O que eles fizeram? Colocaram energia nas grandes propriedades, e a rede
elétrica passava por cima dos pequenos. Então, eram vinte
nove mil propriedades grandes – a menor tinha duzentos hectares. Minifúndios
e pequenas propriedades não foram atendidos. Quando volto ao Governo,
retomo aquele projeto de 1963. Ora, de 63 para 86 já fazia um bocado
de tempo. Então, havia uma preferência dos Governos militares
pelos grandes proprietários e não pela população.
Devia haver preocupação com todo mundo, com os grandes, com
os pequenos e com os médios. E nesses dois Governos que fiz, depois
de voltar, eletrifiquei cerca de 80% das propriedades. Em qualquer lugar
havia energia. Coisas deste tipo são elementares. A população,
quando vota, não está querendo saber se o candidato é
do PFL ou de um partido de esquerda. Quer é infra-estrutura para
viver com dignidade. Sempre procurei demonstrar que se faz muito pouco,
muito pouco mesmo, em coisas que o povo já deveria ter, desde o começo
do século passado. Só sobrevivi politicamente no nordeste
por ser defensor destas causas.
Nordestino Brasileiro
Ao
flagrar três flagelados presos simplesmente por tentarem fugir da
seca para Fortaleza, afirmou: É
uma lembrança que guardo para sempre. Era um horror difícil
de compreender e que marcou meu jeito de ver as coisas.
Sobre
Luiz Inácio Lula da Silva: Irão
dizer que Lula é incompetente, como se competência viesse dos
livros dos eruditos. Lula é competente porque viveu com o povo e
com os trabalhadores. É aquele que pode trazer tranqüilidade
para o País porque aprendeu a negociar nos sindicatos os direitos
dos trabalhadores sem vacilar... O
Lula sofreu uma derrota política nas eleições presidenciais,
mas continua com o mesmo discurso de derrotado. Não será jamais
ouvido. Quando você é derrotado, tem de examinar sua derrota,
tem de se compor.
Sobre
Itamar
Franco:
Itamar,
quando senador, tinha um discurso nacionalista e sempre adotou essa postura.
Mas, como vice-presidente de Fernando Collor, não barrou o processo
de privatização. Estava amarrado a ele.
Com
o golpe militar de 1964, tropas do IV Exército cercaram o Palácio
das Princesas (sede do Governo Estadual). Foi-lhe proposto que renunciasse
ao cargo para evitar a prisão. Arraes prontamente recusou, dizendo:
Não traio a vontade dos que me elegeram.
Prendiam-me
e soltavam-me com freqüência. Eu nem incomodava mais o meu advogado,
quando me chamavam para depor. Em determinada altura, não agüentei
mais e decidi entrar na clandestinidade por um mês, mais ou menos,
enquanto tentava conseguir alguma embaixada que me desse exílio.
Foi aí que consegui que a Argélia me aceitasse. E lá
passei catorze anos de minha vida.
Sobre
Fernando Henrique Cardoso:
Ele
não parece em nada com o Juscelino, mas com o Dutra, assessorado
pelos americanos. Juscelino se levantou contra o FMI e Prestes foi ao Palácio
se solidarizar com ele. Quando a gente vai se solidarizar com FHC por se
opor ao FMI?
A
seca é um problema que agrava as necessidades nordestinas.
Mas não queremos ser tidos como coisa à parte, como gente
que se atrasou, um apêndice da nação. Nós somos
parte da nação.
Durante
sua posse como Governador de Pernambuco em 1963, Arraes citou o poeta Carlos
Drummond de Andrade: Tenho duas mãos e o sentimento do
mundo.
Privatizar
por privatizar significa não apenas alienar o patrimônio público
por preços irrisórios, mas abandonar qualquer plano coerente
de crescimento.
A
estabilidade que nós queremos é a que permite reformular,
de modo construtivo, os rumos do País, abrindo caminho para a consolidação
de uma nação na qual brasileiros não sejam tratados
como estrangeiros, separados pelo fosso de vergonha entre os que comem três
vezes ao dia e os que nada comem.
Estabilidade
total só existe na morte e nós não queremos morrer,
queremos sobreviver.
Ao
encerrar seu segundo mandato como Governador de Pernambuco, em 15 de março
de 1987, Arraes citou um trecho do um poema de Joaquim Cardozo:
Sou um homem marcado, mas esta marca temerária entre as cinzas das
estrelas há de um dia se apagar.
Não
sou privatista e continuo socialista. A privatização da CELPE
[Companhia Energética
de Pernambuco] é uma oportunidade para conseguir recursos
EM um momento em que os Estados enfrentam dificuldades financeiras.
Há
eleição que a gente ganha eleitoralmente e perde politicamente.
Eu
não posso dizer que Juscelino não morreu em um acidente, que
a morte de Goulart não foi natural, ou mesmo a de Carlos Lacerda.
O que eu posso dizer é que eles estavam condenados à morte.
A condenação estava feita e foi comunicada. O que eu não
posso entender é como três homens importantes no Brasil, cada
um à sua maneira, morreram em uma sucessão de meses.
Comentar
as barbaridades é importante para que não se volte a repetir
no Brasil uma realidade em que a tortura e o assassinato se transformaram
em política de Estado.
Páginas
da Internet consultadas:
http://institutomiguelarraes.com.br/
http://www.diariodepernambuco.com.br/
politica/arquivos/cartas.pdf
http://www.sokarinhos.com.br/
HISTORIA/histbr_53.htm
http://www.infoescola.com/
biografias/miguel-arraes/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Arraes
http://www.institutomiguelarraes.com.br/
http://acertodecontas.blog.br/artigos/
o-golpe-de-1964-e-a-operao-condor/
http://www.ponteiro.com.br/vf.php?p4=8795
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/
2005/08/13/morre-miguel-arraes-166895.asp
http://www1.folha.uol.com.br/
folha/brasil/ult96u70952.shtml
Jingle
de fundo:
1998
Miguel Arraes (um dos melhores de todos os tempos)
Criação de: Duda Mendonça
Fonte:
http://www.krafta.info/br/search/Miguel-Arraes/1/mp3