VIR-A-SER NO SER

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

Todos os homens,

por natureza, desejam Saber.1

Todos os homens,

por conaturalidade,2 desejam vir-a-ser no Ser.

 

 

Por que o adiamento?

Qual o impedimento?

 

 

Como será, então?

As noites e a ignoração persistirão.

Mas, haverá solução?

Sim, ouça a Voz do seu Coração!

 

 

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Oh!, eu tento, mas não ouço!

— Insista, um dia, você ouvirá.

Oh, já não agüento o calabouço!

— Persista, eu sei, a LLuz brilhará.

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Metafísica, Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.)

2. O conceito teológico-filosófico de conaturalidade (connaturalitas) aparece na Suma Teológica (Summa Theologiæ) de Tomás de Aquino (Roccasecca, 1225 – Fossanova, 7 de março 1274), e aponta para uma sintonia inata – uma certa afinidade natural ou simpatia a priori – isto é, uma compenetração afetivo-espiritual ou conaturalidade (compassio sive connaturalitas) que imanam o ser-no-mundo ao que ele entende por Divindade e, por extensão-expansão, à sua compreensão das Coisas Divinas, a ponto de torná-las como que suas. Este entendimento se aproxima do conceito leibniziano de harmonia preestabelecida (cada mônada refletindo o próprio Universo dentro de uma harmonia preestabelecida). Entretanto, há um ingênito perigo nestas intelecções: resvalar para uma espécie de panteísmo-pan(en)teísta (não tão longe do conceito judaico tzimtzum) alucinante e alucinado, inconclusivo e estagnante. Somos, sim, todos, sem exceção, um no Um-todo-desde-sempre-Um; mas cada um é cada um, pois, se cada um não fosse cada um, de que serviriam o Bem da existência e a Beleza da própria encarnação? Logo, genuflectir e negociar com Deus são inutilidades; mas, Orare et Laborare pro maiori honestate et vitanda otiositate (Orar e Trabalhar para maior edificação e evitar a ociosidade) são utilidades. Seja como for, um dia, lá bem distante, onde o vento faz a curva, o cada um desaparecerá em uma espécie de fusão-unicidade místico-universal; mas isto é outra coisa, e é muito cedo para se pensar nisto. O meio da parábola, praticamente, está se cumprindo só agora! O negócio é ir em frente e não dormir.

 

Será que este treco é assim?
Se não é, é mais ou menos assim.

 

 

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.procasp.org.br/paragrafo_capitulo.php
?indice=9&titulo=&cParagrafo=777&cCapitulo=24

http://www.montfort.org.br/index.php?secao=
cadernos&subsecao=religiao&artigo=pco-v&lang=bra

http://www.unicap.br/Pe_Paulo/
documentos/henrique_vaz.pdf

Fundo musical:

Exodus

Fonte:

http://www.garyrog.50megs.com/themes.html