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Notas:
1. O
Realismo é uma doutrina medieval que afirma a realidade dos universais
– as idéias ou conceitos gerais – considerando que possuem
uma natureza autônoma, desligada dos objetos particulares e concretos,
sendo preexistente à consciência humana.
2. Em
Metafísica, como explica John C. Bigelow, da Universidade de Monash,
o termo universais aplica-se a dois tipos de coisas: propriedades
(como a vermelhidão ou a redondez) e relações (como
as relações de parentesco ou relações espaciais
e temporais). Os universais devem ser entendidos em contraste com
os particulares. Poucos universais (ou nenhum) são verdadeiramente
universais no sentido de serem partilhados por todos os indivíduos.
Um universal é caracteristicamente algo que alguns indivíduos
podem ter em comum e outros não, como, por exemplo, a magnanimidade
em alguns e a perversidade em outros.
3. O
Nominalismo é uma doutrina medieval que afirma a irrealidade e o
caráter meramente abstrato dos universais (conceitos, idéias
gerais, termos abrangentes), que são caracterizados como nomes, entidades
lingüísticas sem existência autônoma, ou simples
meios convencionais para a compreensão dos objetos singulares.
4. O
Conceptualismo é uma doutrina medieval formulada por Abelardo (1079
– 1142), que atribui aos conceitos ou idéias gerais –
os universais – uma concretude específica que os distingue
das meras abstrações ou sinais lingüísticos, apresentando
uma forma real e existente, mas somente no interior da mente humana.
5. Segundo
a solução do Realismo Transcendente, o universal
– a idéia de uma realidade em si – não existe
apenas fora da mente, mas também fora do objeto (universal
ante rem).
Esta é a solução platônica, geralmente adotada
pela Escolástica incipiente.
6. Segundo
a solução do Realismo Moderado, o universal tem em
si uma realidade objetiva, fora da mente, mas é imanente nos objetos
singulares de que é essência, forma e princípio ativo
(universal
in re). Corresponde à posição aristotélica,
com a doutrina da forma que determina a matéria. A solução
conceptualista-nominalista sustenta que o universal não
tem nenhuma existência objetiva, mas apenas mental (universal
post rem)
ou até puramente nominal (Nominalismo). No mundo clássico,
esta posição é defendida pelos sofistas, estóicos,
epicuristas e céticos, isto é, pelas gnosiologias empirista
e sensitista.
7. O
mundo inteligível (noeta)
– conforme explica Maria Helena da Rocha Pereira na Introdução
à República, de Platão – tem dois setores:
o inferior e o superior. O mundo inteligível inferior é apreendido
através da dianoia
(entendimento ou razão discursiva – Ciência); o mundo
inteligível superior só pode ser assimilado pela noesis
(inteligência ou razão intuitiva – Filosofia).
8. Não
esqueçamos que foi a razão de Estado (motivo de ordem superior
invocado por um Estado para colocar seu interesse particular acima dos interesses
coletivos) que, por exemplo, maquinou e pariu a Primeira e a Segunda Guerras
Mundias, Hiroshima (Little Boy) e Nagazaki (Fat Man).
Foi também a mesma razão de Estado que impediu os Estados
Unidos de ratificarem o Protocolo de Kyoto (sob a alegação
de que os compromissos acarretados por tal Protocolo interfeririam negativamente
na Economia); e é esta mesma razão de Estado que ameaça,
hoje, que a Conferência de Copenhague (COP-15) – a mais importante
da história recente dos acordos multilaterais ambientais –
dê em água de barrela.
9.
Tenho dito e vou insistir: razão e fé são equivalentes.
Só a transrazão cordial ilustra efetivamente e liberta.
Bibliografia:
PLATÃO.
A república. Introdução, tradução
e notas de Maria Helena da Rocha Pereira. 5ª edição.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987.
Páginas
da Internet consultadas:
http://www.lanl.gov/history/atomicbomb/
littleboyandfatman.shtml
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fat_Man
http://pt.wikipedia.org/wiki/Protocolo_de_Quioto#
Estados_Unidos_e_o_Protocolo_de_Quioto
http://www.mundodosfilosofos.com.br/
escolastica.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nominalismo
http://criticanarede.com/met_universais.html
Música
de fundo:
Até
Quarta-Feira (Paulo Sette e Humberto Silva)
Fonte:
http://www.umnovoencontromusical.com/carnaval.htm