MECADORIAS VII

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Com certo nível e volume de produção de mercadorias, a função do dinheiro, como meio de pagamentos, ultrapassa a esfera da circulação de mercadorias. Ele se torna a mercadoria geral dos contratos. Rendas, impostos etc. se transformam de entregas in natura em pagamentos em dinheiro. Até que ponto essa transformação é condicionada pela configuração geral do processo de produção é demonstrado, por exemplo, pelo fato de que tenha fracassado por duas vezes a tentativa do Império Romano de cobrar todos os tributos em dinheiro. E a indescritível miséria da população camponesa da França, sob o reinado de Luís XIV, que, com tanta eloqüência, foi denunciada por Pierre Boisguillebert, pelo Marechal Sébastien Le Prestre de Vauban etc. não se devia somente ao montante dos impostos, mas, também, à conversão dos impostos in natura em impostos em dinheiro. Por outro lado, se a forma natural da renda do solo, que constitui, na Ásia, ao mesmo tempo, o elemento fundamental do imposto público, se baseia lá em condições de produção, que se reproduzem com a imutabilidade de condições naturais, aquela forma de pagamento repercute sobre a forma antiga de produção, conservando-a. É um dos segredos da autoconservação do Império Turco. E se, no Japão, o comércio externo, imposto pela Europa, provoca a conversão da renda in natura em renda em dinheiro, será à custa de sua agricultura exemplar. Suas estreitas condições econômicas de existência dissolver-se-ão. [In: O Capital (em alemão: Das Kapital) – um conjunto de livros (sendo o primeiro de 1867) de Karl Marx.]

 

Enquanto o entesouramento desaparece como forma autônoma de enriquecimento, com o progresso da sociedade burguesa, ele, ao contrário, cresce na forma de fundos de reserva dos meios de pagamento. [Ibidem.]

 

Para todos os pagamentos periódicos, qualquer que seja a sua origem, o volume de meios de pagamento necessário está em proporção direta à duração dos prazos de pagamento. [Ibidem.]

 

 

 

 

Para que serve o dinheiro,
se ninguém obterá seu
com o que conseguir entesourar?

 

 

 

 

Para que serve o dinheiro,
se ninguém poderá vender
o que ninguém poderá comprar?

Para que serve o dinheiro,
se o não se poderá mercar
numa quitanda nem num bar?

Para que serve o dinheiro,
se o foi-é-será sempre o mesmo,
e Ele vibrou-vibra-vibrará sem Se cansar?

Para que serve o dinheiro,
se o foi-é-será sempre o
e Ele criou-cria-criará sem Se esgotar?

Para que serve o dinheiro,
se a é inegociável,

e, para recebê-La, cada um terá que se dignificar?

Para que serve o dinheiro,
se o salário não se tornar maior,
e cada um só fizer se afligir e chorar?

Para que serve o dinheiro,
se o egoísmo for o padrasto
e a avarícia for a madrasta a parir sem descansar?

Para que serve o dinheiro,
se fizermos da vida um pesadelo,
e não houver como sonhar?

Para que serve o dinheiro,
se permanecermos na mesma,
e na mesma permanecermos sem mudar?

Para que serve o dinheiro,
se preferirmos o movimento horário,
e o movimento anti-horário acharmos que dá azar?

Para que serve o dinheiro,
se amordaçarmos o nosso Deus Interior,
e em histórias da carochinha continuamos a acreditar?

Para que serve o dinheiro,
se continuarmos crucificados na Cruz Comum,
e na Cruz Cardinal não conseguirmos nos Transcendentalizar?

Para que serve o dinheiro,
se a inflação rapar o tacho,
e os preços subirem sem parar?

Para que serve o dinheiro,
se os oligarcas tiverem tudo,
e não se condoerem em partilhar?

Para que serve o dinheiro,
se o passado passou e já é
passado,
e, do futuro,
ninguém poderá se livrar?

Para que serve o dinheiro,
se os outros foram-são-serão nossos irmãos,
e, deles, nada deveremos desejar?

Para que serve o dinheiro,
se a fome que alguém sentir
será sempre de todos, em qualquer tempo e lugar?

Para que serve o dinheiro,
se saciarmos a nossa fome,
e os outros continuarem a esmolar?

Para que serve o dinheiro,
se everybody macacada irá mesmo morrer,
e, um dia, de novo, reencarnar?

Para que serve o dinheiro,
se pegarmos essa tal de COVID-19,
e a morte, de repente, pintar?

Para que serve o dinheiro,
se, subitamente, um evento fortuito da Natureza,
desprevenidos, nos embrulhar?

Para que serve o dinheiro,
se todos nós fomos-somos-seremos Deuses,
mas, continuarmos a insistir em olvidar?

Para que serve o dinheiro,
se o que importa é a
para cada um poder se

Para que serve o dinheiro,
se ele não abrir as algemas,
e nós não conseguirmos voar?

Para que serve o dinheiro,
se compensaremos tudinho de
tudinho,
enquanto o nosso karma perdurar?

Para que serve o dinheiro,
se ele continuar um cadáver putrefeito,
e não servir para os outros ajudar?

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

De Marré Marré
Interpretação: Os Três Patinhos

Fonte:

https://rilds.com/song/3561677601-os_tr%C3%AAs_patinhos
/-14331917492036373765-de_marr%C3%A9_marr%C3%A9/

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.move4parkinsons.com/

https://www.nicepng.com/

https://www.onlinewebfonts.com/fonts

https://br.pinterest.com/pin/444871269422217100/

 

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