AS MERCADORIAS LVII

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

O desenvolvimento da produção capitalista faz do contínuo aumento do capital investido numa empresa industrial uma necessidade, e a concorrência impõe a todo capitalista individual as leis imanentes do modo de produção capitalista como leis coercitivas externas. Obriga-o a ampliar seu capital continuamente para conservá-lo, mas, ele só pode ampliá-lo mediante acumulação progressiva. [In: O Capital (em alemão: Das Kapital) – um conjunto de livros (sendo o primeiro de 1867) de Karl Marx.]

 

 

 

 

Oh! Duas almas diabólicas
moram em meu peito argentário!
Uma só se compraz em entesourar;
outra só se compraz em prazerar.
Uma só se compraz em avarezar;
outra só se compraz em dilapidar.
Uma só se compraz em acumular;
outra só se compraz em ostentar.

Oh! Duas almas diabólicas
moram em meu peito argentário!
Como eu poderei apaziguá-las,
sem deixar de desfrutar?
Como eu poderei contentá-las,
sem deixar de lucrar?
Como eu poderei agradá-las,
sem deixar de enricar?

Oh! Duas almas diabólicas
moram em meu peito argentário!
Só martírio e tentação!
Só sortilégio e sedução!
Só maravilha e encantação!
Só pecado e fascinação!

Oh! Duas almas diabólicas
moram em meu peito argentário!
Pensei, e resolvi o dilema,
com audácia, vigor e curema.
Continuarei escravizando,
até o hoje se tornar quando.
Insistirei e me locupletarei,
até o fim dos tempos pintar.

Oh! Duas almas diabólicas
moram em meu peito argentário!
Não posso deixar de ser
um capitalista explorador.
Faço isso com grande agudeza,
pois, esta é a minha natureza.
Eu nasci para ser senhor,
e todo senhor é um feitor.

Oh! Duas almas diabólicas
moram em meu peito argentário!
Em mim e para mim, não há
bona fide;
eu penduro tudo no cabide.
Também não há indulgência;
eu sempre sou a preferência.
E tampouco há comiseração;
o meu advérbio favorito é não.

 

 

 

 

Oh! Duas almas diabólicas
moram em meu peito argentário!
Como em Manchester, em 1795,
me empenharei com afinco:
laborarei por meu sustento,

explorarei todo o trabalho,
construirei um castelo de pedra
e ampliarei meu negócio ao máximo.

Oh! Duas almas diabólicas
moram em meu peito argentário!
Como eu poderei viver sem
mudar mais-valia em capital?
Como eu poderei viver sem
alterar mais-produto em capital?
Como eu poderei viver sem
tomar um bom vinho estrangeiro?

Oh! Duas almas diabólicas
moram em meu peito argentário!
Alguns haverão de dizer
que tudo isso é miragem.
Outros haverão de dizer
que tudo isso é ilusão.
Eu até concordo com isso,
mas, quem subjuga seu dragão
?

Oh! Duas almas diabólicas
moram em meu peito argentário!
Para mim,
o proletariado só
serve para gerar mais-valia
.

Já eu sou
uma máquina que
converte mais-valia em capital.
E assim, gira o mundo no tempo
:
uns podem ser; outros jamais serão.

Oh! Duas almas diabólicas
moram em meu peito argentário!
Este é o legado que deixarei

e a herança que transmitirei.
Doutrina atualizada e
up-to-date
que reconforta o meu inferno.
Testamento de um capitalista
que sempre foi um demonista.

 

 

 

O clérigo anglicano, economista, matemático e iluminista britânico Thomas Robert Malthus (Rookery, perto de Guildford, condado de Surrey, 13 ou 14 de fevereiro de 1766 Bath, 23 de dezembro de 1834) defendia uma divisão do trabalho, que atribuía ao capitalista realmente engajado na produção o negócio de acumulação, aos outros participantes da mais-valia, a aristocracia rural, os prebendados do Estado [aquele que foi aquinhoado com prebenda (ocupação rendosa e de pouco trabalho; sinecura)], da Igreja etc., o negócio do esbanjamento. É da maior importância, disse Malthus, se manter separadas a paixão pelo gasto e a paixão pela acumulação (the passion for expenditure and the passion for accumulation). [Ibidem.]

 

 

 

 

A apropriação de trabalho-não-pago é o segredo da extração de mais-valia. [Ibidem.]

 

'Glut' (saturação do mercado, superprodução) é sinônimo de lucros altos. [Ibidem.]

 

 

 

 

O lucro do capital (inclusive juros) é produto da última décima segunda hora de trabalho-não-pago. [Ibidem.]

 

Considerando que a mais-valia se divide em capital e renda, a grandeza do capital acumulado se regerá, evidentemente, pela grandeza absoluta da mais-valia. [Ibidem.]

 

Apesar de considerar desnecessário,
hoje, 1/8/2022, decidi justificar porque
estou publicando As Mercadorias.
Bem, eu não sou negacionista
nem acredito no negacionismo.
Eu não sou racionalista
nem acredito no racionalismo.
Eu não sou fideísta
nem acredito no fideísmo.
Eu não sou teísta
nem acredito no teísmo.
Eu não sou comunista
nem acredito no Comunismo.
Também não sou capitalista
nem aprovo o Capitalismo.
Mas, independentemente
de quaisquer tipos de negacionismos,
de racionalismos, de fideísmos, de teísmos,
de Comunismos, de Capitalismos
e de conjecturados e idolátricos outros ismos,
sem contradição, uma coisa sei que é incontestável:
enquanto, em nossos Corações, prevalecerem,
entre outras coisas repulsivas e medonhas,
o egoísmo, o preconceito e a crueldade
– ou seja, a terrível
Grande Heresia da Separatividade

 

 

 


não nos alforriaremos da
Roda,
cada malfeito gerará uma poda,
não poderemos conhecer a
Abóboda,
a
Illuminação permanecerá antípoda,
e a dor sempre estará na moda.
Nem filme de horror do Béla Lugosi
poderá ser mais hediondo do que isso!
Seja como for, Karl Marx acertou na alegação,
entretanto, se equivocou na solução.
O problema, per se, não é só o capital ou do capital,
do lucro, da sobrevalia e do sobretrabalho,
mas, de como toda a Humanidade
encontrará, enfim, o
Caminho,
que, da
Noite, a conduzirá para a LLuz.
O Capitalismo, portanto – como, por exemplo,
a PanCOVIDmia-19, a putinicida Guerra na Ucrânia,

 

 

A Putinicida Guerra na Ucrânia
(Por quê? Por quê? Por quê?)

 


o desrespeito criminoso às Hierarquias Inferiores
e a polarização política e o revertério no Brasil –
é apenas, não mais que e tão-somente
avos de um sesquipedal/abominável x + y + z.
Convenhamos: tromba de
Elephas maximus
não floresce em
Dolichoderus gibbosus,
e barbatana de Carcharodon carcharias
não enflora em
Tunga penetrans.
O que chamamos de sorte e de azar
nada mais são do que as duas faces
da Moeda-Lei da Causa e do Efeito.
Enquanto a rosa brigar com o cravo,
nenhum dos dois sairá da caverna!

 

 

 

Sesquipedal/abominável x + y + z

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

O Cravo Brigou com a Rosa
Interpretação: Bia & Nino

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=x29OiH-6VBI

 

Páginas da Internet consultadas:

https://tenor.com/

https://br.pinterest.com/pin/397231629618669235/

https://www.deviantart.com/

https://pt.picmix.com/

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