AS MERCADORIAS LV

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

O capitalista sempre faz a força de trabalho funcionar por mais tempo do que o necessário [e, sempre que possível, de maneira alucinante] para a reprodução [multiplicação] de seu próprio valor. [In: O Capital (em alemão: Das Kapital) – um conjunto de livros (sendo o primeiro de 1867) de autoria de Karl Marx.]

 

 

Tarefa Alucinante

 

 

Trabalho-necessário = Trabalho-pago. Mais-trabalho = Trabalho-não-pago. [Ibidem.]

 

Mais-trabalho = Trabalho-não-pago = Escravização

 

O que, na verdade, o capitalista quer [e busca sem cessar] é obter o máximo possível de [mais-]trabalho[não-pago] pelo mínimo possível de dinheiro, [para quanto mais-valia render melhor]. [Ibidem.]

 

 

Síndrome de Estocolmo1

Oh! Eu preciso produzir!
Se eu não produzir muito, muito,
meu bom patrão não enricará.

Oh! Eu preciso produzir!
Se eu não produzir muito, muito,
não serei digno do meu patrão.

Oh! Eu preciso produzir!
Se eu não produzir muito, muito,
estarei falhando como empregado.

Oh! Eu preciso produzir!
Se eu não produzir muito, muito,
serei um traidor desta companhia.

Oh! Eu preciso produzir!
Se eu não produzir muito, muito,
o capital do meu patrão se depreciará.

Oh! Eu preciso produzir!
Se eu não produzir muito, muito,
o concorrente do meu patrão vencerá.

Oh! Eu preciso produzir!
Se eu não produzir muito, muito,
a companhia afundará e quebrará.

Oh! Eu preciso produzir!
Se eu não produzir muito, muito,
meu patrão, enfim, me despedirá.

 

 

 

 

'Do ut des'. Dou para que dês.
'Do ut facias'. Dou para que faças.
'Facio ut des'. Faço para que dês.
'Facio ut facias'. Faço para que faças.

Mais-trabalhas, ó escravo, para me servir.
Serves-me, ó escravo, para que eu acumule.
Acumulo, voluptuosamente, para enriquecer.
Enriqueço, pois, esta é a minha natureza.

O Capitalismo é a mola do mundo.
O mundo inexistiria sem a mola do capital.
O capital foi criado pelo Senhor Deus.
E Deus quer que tudo continue assim.

 

 

 

 

Pergunte só ao apóstolo Valdemiro.
Ele até transaciona papilionoídeas mágicas!
Ou, então, consulte o missionário RR Soares,
que comercializa H2O benzida e consagrada.

 

 

As intermináveis e escabrosas negociatas com Deus:
dá-cá um dindim, toma-lá umas papilionoídeas mágicas;
dá-cá um dindim, toma-lá uma H2O benzida e consagrada.

 

 

Portanto, essa tal de eqüidade é uma falácia.
A falácia não admite liberdade.
A liberdade se opõe ao acréscimo de bens.
O acréscimo de bens é o pai da separatividade.

Você-escravo sempre trabalhando pra mim;
eu
-capitalista enriquecendo cada vez mais.
Você-escravo se acabando de tanto trabalhar;
eu-capitalista curtindo a vida numa boa.

Esta é a síntese do meu pensamento.
Pensamento que é de todos os capitalistas.
Capitalistas que são a mola do mundo.
Mundo impossível de ser sem a mola do capital.

Parabéns pra você! 'Insostituibile Kapital!'
Felicidade! Saúde! 'Cent'anni!'
Mais-valia! Mais-trabalho! Servidão!
Meia hora é uma hora! Rá! Já! Tim! Bum!

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Síndrome de Estocolmo (Stockholmssyndromet, em sueco) é o nome normalmente dado a um estado psicológico particular, em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo amor ou amizade pelo seu agressor. De um ponto de vista psicanalítico, pessoas que possam ter desenvolvido, ao longo de experiências na infância com seus familiares ou cuidadores, algum traço de caráter sádico ou masoquista implícito em sua personalidade, podem, em certas circunstâncias de abuso, desenvolver sentimentos de afeto e de apego, dirigidos a agressores, seqüestradores ou qualquer perfil que se encaixe no quadro geral correspondente à Síndrome de Estocolmo. Há também a possibilidade, amplamente considerada, de que para algumas pessoas vítimas de assédio semelhante, possam desenvolver algum mecanismo inconsciente irracional de defesa, na tentativa de projetar sentimentos afetivos na figura do seqüestrador ou abusador que possam "amenizar" ou tentar "negociar" algum tipo de acordo entre a relação vítima/agressor, na tentativa de reduzir a tensão entre os entes envolvidos.

De uma forma geral, estes processos psíquicos inconscientes e sua relação entre vítima/agressor, podem perfeitamente ser entendidos em uma ampla gama de contextos, nos quais a situação de agressor e abusado se repete. Inclusive no caso de mulheres que sofrem agressão por parte dos cônjuges, e mesmo, muitas vezes, tendo recursos legais e apoio familiar para abandonar o agressor, ainda persistem em conviver sob a atmosfera de medo.

A Síndrome de Estocolmo é uma "doença contestada" devido à dúvida sobre a legitimidade da condição. Também descreve as reações de algumas vítimas de abuso além do contexto de seqüestros ou tomada de reféns. Ações e atitudes semelhantes às que sofrem da Síndrome de Estocolmo também foram encontradas em vítimas de abuso sexual, tráfico humano, terror e opressão política e religiosa. No âmbito deste rascunho, se pode admitir a existência sutil, sempre imperceptível, no mundo inteiro, da Síndrome de Estocolmo entre empregados explorados e escravizados e patrões exploradores e escravizadores. A razão é muito simples: o empregado explorado e escravizado não percebe que está sendo explorado e escravizado, e, de modo geral, até acha o seu submissor escravizante bonzinho.

 

Música de fundo:

Parabéns Pra Você
Interpretação: Atchim e Espirro

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=DJqNL5S9TxA

 

Páginas da Internet consultadas:

https://br.pinterest.com/pin/723038915163607703/

https://pt.dreamstime.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Estocolmo

https://giphy.com/explore/working-too-hard

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https://br.depositphotos.com/

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