No passado, por exemplo, na Escócia, os fabricantes procuravam excluir e não contratar, na medida do possível, crianças obrigadas a freqüentar a escola, pois, eram completamente avessos e demonstravam grande hostilidade contra as cláusulas educacionais. [In: O Capital (em alemão: Das Kapital) – um conjunto de livros (sendo o primeiro de 1867) de autoria de Karl Marx.]
— Amassa... Amassa... Amassa...
Mete já a tua mão na massa.
O teu patrão quer ficar rico,
e tu tens que pagar o mico.— Pedala... Pedala... Pedala...
Dia e noite... Manda bala.
Sempre, sempre agradece.
Ou vais dar uma de breguece?— E se a Dona Lua conspirasse?
E se o Astro Rei se apagasse?
E se a Mãe Terra adoecesse?
E se Deus, de ti, se esquecesse?— Tu não passas dum escravo;
vales menos que um oitavo.
Pensa bem: o que seria de ti,
se mandarina virasse jabuti?
A Mandarina engarrafada que virou um simpático jabuti
— Presta atenção, garoto,
a escolha é somente tua:
se tu quiseres estudar,
não trabalharás aqui.
Para trabalhares aqui,
tu não poderás estudar.— Teus avós não estudaram.
Teu pai não estudou.
Tua mãe não estudou.
Teus irmãos não estudam.
Teu cavalo não estuda.
Tu queres estudar por quê?
Como os cavalos não estudam? Estudam, sim!
Há cavalos que sabem mais coisas do que nós.
— Freqüentar a escola
não enche a barriga de ninguém,
e, se tu cismares de estudar,
só diminuirá o meu lucro.
Ou tu estudas ou tu trabalhas;
ou tu trabalhas ou tu estudas.— Eu sou o dono e o senhor
desta estamparia de chita,
e, aqui, quem manda sou eu.
Eu digo o que pode e o que não pode.
Se quiseres trabalhar, tu podes,
mas, não poderás estudar.
— Aqui, quem manda sou eu.
— É muito simples. Eu explico:
para eu poder chupar o teu sangue,
para eu poder te escravizar,
para aumentar minha mais-valia
e para eu te impor mais-trabalho,
tu tens que estar aqui, não na escola.
— Ora, Deus é a favor da riqueza,
e consente e incentiva a prosperidade.
Por isso, criou dois tipos de pessoas:
os senhores e os escravos.
Eu nasci para ser senhor;
tu nasceste para ser escravo.
Escravização de Crianças
— Entende: isso sempre foi assim,
desde o começo dos tempos.
Isso é assim hoje, e será assim
amanhã e até o final dos tempos.
Estudar não mudará nada disso.
A escravidão é um perpetuum mobile.1
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Nota:
1. Um moto-contínuo (moto-perpétuo, máquina de movimento perpétuo ou, em latim, perpetuum mobile) é uma classe de máquina hipotética que reutilizaria indefinidamente a energia gerada por seu próprio movimento. É consenso científico que moto-contínuos são impossíveis de ser construídos, pois, violariam a Primeira Lei da Termodinâmica (moto-perpétuo de primeira espécie, no qual o mecanismo geraria sua própria energia) ou a Segunda Lei da Termodinâmica (moto-perpétuo de segunda espécie, no qual o mecanismo converteria todo o calor recebido em trabalho). Os Princípios da Termodinâmica são tão bem estabelecidos, tanto teórica quanto experimentalmente, que propostas de moto-contínuos são universalmente vistas com descrença pelos físicos. Um moto-contínuo (mecânico) além de violar as Leis da Termodinâmica violaria também a chamada Lei Áurea da Mecânica, segundo a qual o trabalho aplicado é igual ou maior do que o trabalho realizado. Apesar do fato de os moto-contínuos serem fisicamente impossíveis de existir, em termos do atual entendimento das Leis da Física, a busca por tais dispositivos permanece popular, como, por exemplo, a escravidão-perpétua, no caso de capitalistas inescrupulosos, subjugadores e sacanocratas, que não precisa de dispositivo algum: basta escravizar que, como mágica, a mais-valia aparece. O grande Aristóteles (Estagira, 384 a.C. – Atenas, 322 a.C.), filósofo grego durante o período clássico da Grécia Antiga, não negava a condição de escravo. Para ele, a escravidão fazia parte da própria Natureza, de modo que o escravo nascido para ser escravo tinha uma função útil de e como escravo, sendo esta a função corporativa para a qual havia nascido e existia. Com relação às mulheres, Aristóteles as considerava inertes e passivas. Acreditava que as mulheres eram totalmente incapazes de ser amigas, e ele, com certeza, não esperava que a esposa se relacionasse com o marido em nível de igualdade. Por essas coisas nec caput nec pedes e por outras igualmente estrambólicas, eu sempre tive muita dificuldade em admitir que Aristóteles tivesse sido, de fato, um Filósofo. Filósofos não pensam assim. Já o Verdadeiramente Grande Papa Francisco, que é um Filósofo, na quarta-feira, 13 de julho de 2022, nomeou 14 novos membros do Dicastério para os Bispos – uma subdivisão da Cúria Romana. Entre esses novos auxiliares, se destacam as primeiras três mulheres que integrarão esse organismo da Cúria Romana: Irmã Raffaella Petrini, atual Secretária-geral do Governorato do Estado da Cidade do Vaticano, Irmã Yvonne Reungoat, ex-superiora geral das Filhas de Maria Auxiliadora (Salesianas) e a leiga Maria Lia Zervino, Presidente da União Mundial das Organizações de Mulheres Católicas. Em 2.000 anos de Cristianismo/Catolicismo, é a primeira vez que acontece um inusitado fato destes – digno de aplauso. Mas, lamentavelmente, como todas as religiões, a Igreja Católica ainda acalenta um balaio gigantesco de inconsistências retrogressivas e de dogmas milenares acachapantes, que o atual Papa, por mais que se esforce, não será capaz de modificar até o final do seu papado. Nem sei se, um dia, essas inconsistências e esses dogmas serão alterados. Sou propenso a acreditar que não. É por isso que...
Raffaella Petrini, Yvonne Reungoat e Maria Lia Zervino
Frasco paradoxal de Robert Boyle com autofluxo impossível
Música de fundo:
The Elements
Compositor e intérprete: Tom LehrerFonte:
https://archive.org/details/TheElements
Observação:
The Elements é uma música do compositor, comediante e matemático norte-americano Thomas Andrew Lehrer (9 de abril de 1928), escrita em 1959, que recita os nomes de todos os elementos químicos conhecidos no momento em que foi escrita, até o número 102, Nobélio, e cantada no ritmo da música Major-General's Song (Música do Major-General), da ópera cômica The Pirates of Penzance, de William Schwenck Gilbert e Arthur Seymour Sullivan. Escrevi esta observação só para dizer o seguinte: nem eu, que sou químico, conseguiria decorar esses 102 elementos e cantar essa musiquinha. Muito pior seria hoje, com 118 elementos! O elemento mais pesado até hoje descoberto, tendo número atômico igual a 118, é o . Mas, o que adianta saber isso, se nós permitimos que o Senhor destrua a Ucrânia e genocide os ucranianos? O que adianta saber isso, se nós permitimos que o nosso querido Brasil – país que escolhemos encarnar – politicamente, esteja de pernas para o ar? Eu sei que a crise que, no momento, o Brasil e o povo brasileiro atravessam é passageira, mas, precisamos nos esforçar para sair dela o mais rapidamente possível. Enfim, o que adianta saber isso, se há tantas, tantas e tantas outras coisas medonhíssimas e escabrosas, que comprometem a nossa existência, atual e futura, como seres-humanos-aqui-neste-mundo, que nem tenho coragem de mencionar? Ou nós mudamos já ou seremos mudados de repente e à força, com dor, desespero e desapoio. E isto será mesmo lamentável!
Páginas da Internet consultadas:
http://www.clipartbest.com/tortoise-gif
https://br.pinterest.com/pin/341077371771422761/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tom_Lehrer
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles
https://pt.wikipedia.org/wiki/Moto-cont%C3%ADnuo
https://br.pinterest.com/pin/611082243169046091/
https://br.pinterest.com/pin/516928863465415120/
https://br.pinterest.com/pin/465841155206060748/
https://vikaspedia.in/social-welfare/
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