AS MERCADORIAS XXXV

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Compre... Compre... Compre...
Não pare de comprar.
Assim, o seu 'status'
você vai aumentar.

Compre... Compre... Compre...
O que se anunciar.

O povo desenvolvido,
pra viver, tem que comprar.

Leve apenas um
pelo preço de três.
Temos o credi-otário,
a escolha do freguês.

Ter o carro do ano
é uma sensação.
A gasolina aumenta
e você pega a condução.

Conquiste o seu sogro;
impressione a namorada.
Empregue o seu dinheiro,
e pra casar não sobra nada.

Lá vem Papai Noel,
trazendo o Natal.
Bifou o meu sapato,
e limpou o meu quintal.

Fume o cigarro
que mais lhe satisfaz,
e pegue uma bronquite
que não cura nunca mais.
1

Só não cura, se você for
um cara mal informado.
Compre agora, compre já,
compre o Rhum Creosotado.

 

 

Se você andou de bonde, então,
como eu, conhece este reclame.

 

 

 

 

 

 

Compre... Compre... Compre...
A lei vigente é se escravizar.

C
ompre... Compre... Compre...
E morra de tanto comprar.

Compre... Compre... Compre...
Ora, se você não comprar,

como os pobres capitalistas

poderão se dar bem e enricar?

Portanto, à vista ou à credito,
nunca deixe de comprar.
Esteja na onda! Seja feliz!
O que adianta poupar?

Poupar é deixar de herança
o que poderia felicitar.
Compre. Gaste. Esbanje.
Dia e noite. Sem parar.

 

 

Não pare! Não pare!
Parar? Por quê?
Não pare! Não pare!
Poupar? Pra quê?

 

 

O trabalhador coletivo é a combinação de muitos trabalhadores parciais. Os trabalhadores são separados, classificados e agrupados segundo suas qualidades dominantes. Para o capitalista, o que importa é que o trabalhador coletivo possua todas as propriedades produtivas no mesmo grau de virtuosidade e ao mesmo tempo as utilize da maneira mais econômica, empregando todos os seus órgãos individualizados em trabalhadores ou grupos de trabalhadores determinados, exclusivamente para funções específicas. A unilateralidade e mesmo a imperfeição do trabalhador parcial se tornam sua perfeição como membro do trabalhador coletivo. O hábito de exercer uma função unilateral transforma o trabalhador individual em seu órgão natural e de atuação segura, enquanto a conexão do mecanismo global o obriga a operar com uma regularidade semelhante a um componente de uma máquina. [Como já fiz referência diversas vezes, o filme semimudo estadunidense, lançado em 1936, Tempos Modernos (em inglês: Modern Times), escrito e dirigido por Charlie Chaplin, no qual seu icônico personagem Little Tramp (O Vagabundo) tenta sobreviver no moderno mundo industrializado, mostra tudo isso perfeitamente bem.] [In: O Capital (em alemão: Das Kapital) – um conjunto de livros (sendo o primeiro de 1867) de Karl Marx.]

 

A desvalorização relativa da força de trabalho, que decorre da eliminação ou da redução dos custos de aprendizagem, implica diretamente em uma valorização maior do capital, pois, tudo o que reduz o tempo de trabalho necessário para reproduzir a força de trabalho amplia os domínios do mais-trabalho, [e, obviamente, dilata a mais-valia.] [Ibidem.]

 

 

 

 

 

 

Estava o tempo no seu lugar.
Veio o espaço disposto a casar.
O espaço – pimba! – no tempo
e o espaço-tempo a pintar.

 

 

Continuum Espaço-tempo

 

 

Estava o espaço no seu lugar.
Veio a Terra se insinuar.
A Terra no espaço,
o espaço no tempo
e o espaço-tempo a pintar.

 

Estava a Terra no seu lugar.
Veio o trabalhador encarnar.
O trabalhador na Terra,
a Terra no espaço,
o espaço no tempo
e o espaço-tempo a pintar.

 

Estava o trabalhador no seu lugar.
Veio o capitalista mais-valiar.
O capitalista no trabalhador,
o trabalhador na Terra,
a Terra no espaço,
o espaço no tempo
e o espaço-tempo a pintar.

 

Estava o capitalista no seu lugar.
Veio a Lei da Causa e do Efeito ajustar.
A Lei da Causa e Efeito no capitalista,
o capitalista no trabalhador,
o trabalhador na Terra,
a Terra no espaço,
o espaço no tempo
e o espaço-tempo a pintar.

 

Estava Lei da Causa e Efeito no seu lugar.
Veio o prâlâya adormentar.
O prâlâya na Lei da Causa e Efeito,
a Lei da Causa e do Efeito no capitalista,
o capitalista no trabalhador,
o trabalhador na Terra,
a Terra no espaço,
o espaço no tempo
e o espaço-tempo a pintar.

 

Estava o prâlâya no seu lugar.
Veio o mânvântâra reinaugurar.
O mânvântâra no prâlâya,
o prâlâya na Lei da Causa e Efeito,
a Lei da Causa e do Efeito no capitalista,
o capitalista no trabalhador,
o trabalhador na Terra,
a Terra no espaço,
o espaço no tempo
e o espaço-tempo a pintar.

 

Estava o mânvântâra no seu lugar.
Veio a ilusão ilusionar.
A ilusão no mânvântâra,
o mânvântâra no prâlâya,
o prâlâya na Lei da Causa e Efeito,
a Lei da Causa e do Efeito no capitalista,
o capitalista no trabalhador,
o trabalhador na Terra,
a Terra no espaço,
o espaço no tempo
e o espaço-tempo a pintar.

 

Estava a ilusão no seu lugar.
Veio a crucificação, outra vez, cruciar.
A crucificação na ilusão,
a ilusão no mânvântâra,
o mânvântâra no prâlâya,
o prâlâya na Lei da Causa e Efeito,
a Lei da Causa e do Efeito no capitalista,
o capitalista no trabalhador,
o trabalhador na Terra,
a Terra no espaço,
o espaço no tempo
e o espaço-tempo a pintar.

 

 

A Ilusão Cruciadora

 

 

 

 

 

 

_____

Nota:

1. A letra desta música (que não está completa) é de autoria do antigo Grupo FULIA (Foliões Unidos Liberam Intensa Alegria). Um dos integrantes desta banda, o Arthur Luiz Nogueira Teixeira, é meu amigo e meu técnico em computação. Foi ele quem me autorizou a divulgá-la neste rascunho. Obrigado.

 

 

Música de fundo:

A Velha a Fiar

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=SyzoqdvfS24

 

Páginas da Internet consultadas:

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