AS MERCADORIAS XXIV

 

 

 

 

 

 

O Filhote do Capitalista Cruel

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

O capital não inventou o mais-trabalho. Onde quer que parte da sociedade possua o monopólio dos meios de produção, o trabalhador, livre ou não, tem de adicionar ao tempo de trabalho necessário à sua autoconservação um tempo de trabalho excedente destinado a produzir os meios de subsistência para o proprietário dos meios de produção, seja esse proprietário aristocrata ateniense, teocrata etrusco, cidadão romano, barão normando, escravocrata americano, boiardo da Valáquia [senhor feudal, grande proprietário de terras nos países eslavos] ou senhor de terras, moderno ou capitalista. É claro, entretanto, que se numa formação socioeconômica predomina não o valor de troca, mas, o valor de uso do produto, o mais-trabalho é limitado por um círculo mais estreito ou mais amplo de necessidades, ao passo que não se origina nenhuma necessidade ilimitada por mais-trabalho do próprio caráter da produção. O sobretrabalho se mostra tenebrosamente na Antigüidade, por conseguinte, onde se trata de ganhar o valor de troca em sua figura autônoma de dinheiro, na produção de ouro e prata. Trabalho forçado até a morte é aqui a forma oficial de sobretrabalho. Basta ler Diodorus Siculus, que relata: Não se pode ver esses infelizes (nas minas de ouro entre o Egito, Etiópia e Arábia) que nem podem manter limpos os próprios corpos nem cobrir sua nudez sem lamentar seu miserável destino, pois, lá não se encontra remissão nem indulgência para os doentes, para os débeis, para os velhos, nem para a fragilidade feminina. Todos têm de continuar trabalhando, forçados por pancadas, até que a morte ponha fim aos seus sofrimentos e à sua desgraça. Entretanto, estas constituem exceções no mundo antigo. Tão logo, porém, os povos, cuja produção se move ainda nas formas inferiores do trabalho escravo, corvéia [na França feudal, serviço gratuito que se prestava ao soberano ou ao senhor] etc. são arrastados a um mercado mundial, dominado pelo modo de produção capitalista, o qual desenvolve a venda de seus produtos no exterior como interesse preponderante, os horrores bárbaros da escravatura, da servidão etc. são coroados com o horror civilizado do sobretrabalho. Por isso, o trabalho dos negros nos Estados sulistas da União Americana preservou um caráter moderadamente patriarcal, enquanto a produção se destinava, sobretudo, ao autoconsumo direto. Todavia, na medida em que a exportação de algodão se tornou interesse vital daqueles Estados, o sobretrabalho dos negros, aqui e ali o consumo de suas vidas em 7 anos de trabalho, se tornou fator de um sistema calculado e calculista. Já não se tratava de obter deles certa quantidade de produtos úteis. Tratava-se, agora, da produção da própria mais-valia. Algo semelhante sucedeu com a corvéia nos principados do Danúbio. [In: O Capital (em alemão: Das Kapital) – um conjunto de livros (sendo o primeiro de 1867) de autoria de Karl Marx.]

 

 

 

A Escravidão Ergueu Wall Street,
o Distrito Financeiro de Nova York

 

 

 

Enquanto houver escravização,
predominará a opressão.
Enquanto houver opressão,
predominará a dominação.
Enquanto houver dominação,
predominará a coação.
Enquanto houver coação,
predominará a subordinação.
Enquanto houver subordinação,
predominará a exploração.
Enquanto houver exploração,
predominará a aproveitação.
Enquanto houver aproveitação,
predominará a mais-valia.
Enquanto houver mais-valia,
predominará a mais-laboração.
Enquanto houver mais-laboração,
predominará a deseqüidade.
Enquanto houver deseqüidade,
predominará a disparidade social.
Mas, havendo uma delas,
patentemente, haverá todas as outras,
pois, todas são irmãs gêmeas univitelinas,
e têm a mesma significância maldita
e a mesma finalidade objetiva:
lucro espoliativo e desumano.

Lucro espoliativo e desumano = Mais-valia.
Mais-valia = Mais-trabalho.
Mais-trabalho = Mais-indignidade.
Mais-indignidade = Mais-separatividade.
Mais-separatividade = Mais-demonização.
Mais-demonização = Mais-morte.
Mais-morte = Mais-desarmonia.
Mais-desarmonia = Menos-Vida Verdadeira.
Menos-Vida Verdadeira = Mais-compensação.
Mais-compensação = Mais-Lei da Causa e do Efeito.
Mais-Lei da Causa e do Efeito = Mais-dor-aflição-desespero.
Mais-dor-aflição-desespero = Menos-Avanço e Menos-Ascensão.
Menos-Avanço e Menos-Ascensão = Menos-Compreensão.
Menos-Compreensão = Mais-ligado à Terra.

 

 

 


Mais-ligado à Terra = Mais-renascimentos compulsórios.
Mais-renascimentos compulsórios = Menos-Libertação.
Menos-Libertação = Mais-samsara.
Mais-samsara = Menos-Illuminação.
Menos-Illuminação = Mais-caverna + Mais-deserto.
Mais-caverna + Mais-deserto = Menos-Divinização.
Menos-Divinização = Mais-aprisionamento ao tempo-não-Tempo.

 

 

 

O que tudo isso significa?
Tudo isso significa uma coisa só:

E o que é ignorância?
Porta dos fundos.
Permanecer escravo.
Permanecer desventurado.
Permanecer demônio.
Medo da Porta da Frente.
Medo de ser Livre.
Medo de ser Feliz.
Medo de ser um Deus Consciente.

Mas, é possível vencer a ignorância?
Sim. Pelo Bom Combate.
Bom Combate

 

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

Himno de Los Trabajadores

Fonte:

https://audiohimnos.com/himno-de-los-trabajadores#descarga-mp3

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.pensador.com/capitalismo/

https://blogdobrito.com.br/

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-49558733

https://www.pensador.com/escravidao/

https://www.compartirpalabramaestra.org/

https://gifer.com/en/gifs/spaceballs

https://www.pngall.com/skull-png

https://discovertemplate.com/tags/capital/

https://www.vecteezy.com/

https://giphy.com/explore/slave

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