MEDOS E HORRORES

 

 

 

Medo

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Eu não tenho medo do passado,

mas, tenho horror de constranger meu Quadrado,

preso a defeitos, fabricando malfeitos

e gerando causas que motivarão efeitos.

 

 

Dominó

 

 

Eu não tenho medo do futuro,

mas, tenho horror do muro,

que oprime a Humanidade

e que só engorda a Saudade.

 

Eu não tenho medo do presente,

mas, tenho horror de inconveniente,

que, em tempos de pancoronaria,

saúda, beija e abraça. Avemaria!

 

Eu não tenho medo de amaro,

mas, tenho horror de ignaro,

que, em tempos de pancoronaria,

propõe flexibilização e folia!

 

Eu não tenho medo de assombração,

mas, tenho horror de tergiversação,

que, em tempos de pancoronaria,

só leva a padecer na contramão!

 

Eu não tenho medo do ovniológico,

mas, tenho horror do antilógico,

que, em tempos de pancoronaria,

só piora a aflição e a agonia!

 

Eu não tenho medo da dor,

mas, tenho horror de estuprador,

que estupra a cuca de um leigaço,

propondo e insuflando à la vilanaço!

 

Eu não tenho medo de ameaça,

mas, tenho horror de chalaça

chocarrice de mau gosto

que costuma causar desgosto.

 

Eu não tenho medo da deflação,

mas, tenho horror da inflação

dessas padarias abertas,
(em tempos de pancoronaria),

que atraem pessoas inexpertas.

 

Eu não tenho medo do tempo,

mas, tenho horror do contratempo,

que, criado pelos insipientes,

poderá adoentar inocentes.

 

Eu não tenho medo de bad news,

mas, tenho horror das fake news,

que desnorteiam e desorientam

e que chicaneiam e desalentam.

 

Eu não tenho medo do progresso,

mas, tenho horror do excesso,

que despotiza e tiraniza,

que barbariza e ambigüiza.

 

Eu não tenho medo de bala perdida,

mas, tenho horror da ferida

causada pela sobrançaria,

que obstaculiza a Alforria.

 

Eu não tenho medo de mutreta,

mas, tenho horror da caneta,

que, com uma vil canetada,

poderá obnubilar a Estrada.

 

Eu não tenho medo da verdade,

mas, tenho horror da desliberdade,

que, com o foguete e a divisória,

poderá mudar o curso da História.

 

Eu não tenho medo da 12ª Hora,

mas, tenho horror do agora,

pois, só vejo nefelibatice,

babaquice e altanadice.

 

Eu não tenho medo do Corona,

mas, tenho horror de quem pega carona

nos delírios dos delirantes

e na insanidade dos chibantes.

 

Eu não tenho medo da COVID,

mas, tenho horror de cada quid

que busilisa a compreensão

e posterga a libertação.

 

Eu não tenho medo da pandemia,

mas, tenho horror da vasectomia,

que intercepta a res cogitans

e que desvaira os kapitans.

 

Eu não tenho medo de carola,

mas, tenho horror da ola

de cegos desinformados

com neurônios estragados.

 

Eu não tenho medo da acidência,

mas, tenho horror da inconsciência,

que estupra a possibilidade

e que constrange a eqüidade.

 

Eu não tenho medo do inferno,

mas, tenho horror do inverno,

que congela os sentimentos

e que baralha os batimentos.

 

Eu não tenho medo do dragão,

mas, tenho horror de indecisão:

não sei se vou ou se fico;

não sei se topo ou se abdico.

 

Eu não tenho medo da morte,

mas, tenho horror de desmerecer a Morte,

que Illumina o Vir-a-ser

e que faz o Discípulo Renascer.

 

Eu não tenho medo do Juízo Final,

mas, tenho horror do vendaval

fabricado pelos pretensos virtuosos,

que são tudo, menos amorosos.

 

Eu não tenho medo do fim,

que é um novo começo, enfim,

em uma dimensão mais elevada,

em um novo degrau da Escada.

 

 

 

Escada

Trajetória de Todos Nós

 

 

 

Música de fundo:

Ave Maria
Compositor: Franz Peter Schubert
Interpretação: Mirusia Louwerse & André Rieu & Johann Strauss Orchestra

Fonte:

https://www.mp3tubidy.org/descargar
-mp3/andre-rieu-1Z1LvvWra1.html

 

Páginas da Internet consultadas:

https://gifer.com/en/7iCX

https://4570book.info/

https://sp.depositphotos.com/

https://seeklogo.com/

 

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