Rodolfo
Domenico Pizzinga
Hoje,
todos nós vivemos com medo do céu.
Geleiras
esquentando... Oceanos engordando...
Chuvas
precipitando... Cidades encharcando...
Qual
será o próximo inesperado que virá do céu?
Ao
ignorarmos o factível, parimos o
inexeqüível.
Tudo
se torna tarde, se se tornar tarde demais!
Hoje,
todos nós vivemos com medo do céu.
Entrementes,
insistimos em sujar e em ferver,
imundando nosso Planeta Azul a mais não poder!
E,
cagarolinhas, ficamos todos com medo do céu!
Tudo
se torna tarde, se se tornar tarde demais!
Ao
ignorarmos o factível, parimos o
inexeqüível.
Hoje,
não há quem viva sem medo do céu,
mas
muitos só buscam primeiroeu
e comodidades,
Quando
atinaremos que são um a Terra e o céu?
Ao
ignorarmos o factível, parimos o
inexeqüível.
Tudo
se torna tarde, se se tornar tarde demais!
Hoje,
sem acanhação, uns olham para o céu,
e
praguejam: que se
fodam todos os ecossistemas,
que
se foda a retroterra, que
se fodam os saquaremas.
Depois,
se lamuriam, e põem toda a culpa no céu!
Tudo
se torna tarde, se se tornar tarde demais!
Ao
ignorarmos o factível, parimos o
inexeqüível.
Hoje,
todos nós vivemos com medo do céu.
Desmatei.
Perdão Sumidouro. Perdão Petrópolis.
Ferventei.
Perdão Friburgo. Perdão Teresópolis.
A
culpa é exclusivamente minha; não é do céu.
Ao ignorarmos o factível, parimos o
inexeqüível.
Tudo
se torna tarde, se se tornar tarde demais!
Mas,
hoje, uns ainda chiam: — Inferno
de céu!
O
clima está a se tornar cada vez mais feroz,
e
pode ser que, um dia, se rache a casca da noz.
Aí,
então, não teremos mais que ofender o céu!
Tudo
se tornou muito tarde; tardíssimo demais!
Ignoramos
o factível e parimos o inexeqüível.
Eu
não quero tornar isto inexeqüível. Você quer?