MEDO DE OLHAR

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Medo de Olhar

Medo de Olhar

 

 

 

Geralmente, não mudamos porque culpamos os outros, nos satisfazemos com explicações ou temos medo de olhar. Mas, se e quando nos olharmos totalmente, aplicando toda a nossa atenção [e a nossa vontade], todo o nosso ser, tudo o que temos, nossos olhos, nossos ouvidos e nossos nervos, estaremos atentos em meio ao mais completo auto-abandono, e não haverá, então, mais lugar para o medo, para a contradição e, por conseguinte, não haverá mais conflito. Atenção não é a mesma coisa que concentração. A concentração é exclusão; a atenção é percebimento total, que nada exclui. Enfim, a mudança requer percebimento total. [In: Liberte-se do Passado (título do original: Freedom From The Known), de autoria de Jiddu Krishnamurti.]

 

 

 

Medo de Olhar

Medo de Olhar

 

 

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do Krishnamurti.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da Trimurti.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de ter que fazer.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de ter que ser.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de ser criticado.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de ser derrotado.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de ficar doente.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do ambivalente.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de ficar biruta.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da força bruta.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do equinócio.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do solstício.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da rotação.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da translação.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da precessão.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da nutação.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da Noite Negra.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de Magia Negra.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do Plano Astral.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da Aurora Boreal.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de megalodonte.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de mastodonte.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo dos lepidópteros.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo dos zigópteros.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de perder a sorte.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da dona morte.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do Caronte.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de besouro-rinoceronte.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da desdita.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da pirolusita.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de fantasma.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de ter crise de asma.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do palhaço.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do abraço.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de macumba.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do cumba.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de sortilégio.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do sacrilégio.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo dos fariseus.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do Sr. Deus.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do desgabo.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do diabo.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do inferno.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do eterno.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do aloite.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do açoite.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do chuvão.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do trovão.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da 'borbonhoca'.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da pororoca.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da mula-de-padre.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da fofoca da comadre.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do misterioso.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do assombroso.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de terrorista.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da ira inquisicionista.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do Nazismo.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do Fascismo.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do Kim Jong-un.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de obrigasaun.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do Comunismo.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do Anarquismo.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do Sumo Pontífice.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da filosofice.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da Sociedade Vril.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do dia 1º de abril.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo dos Illuminati.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do cagaprati.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de gatos pretos.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo dos actinomicetos.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da ditadura.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da picadura.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de caranguejeira.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do calaveira.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do Ministro Moro.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de índio bororo.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da Saudade.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da acidentalidade.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da Felicidade.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da Liberdade.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da declinação.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da compensação.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da Lei da Causa e do Efeito.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de ter um amigo do peito.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da Alegria.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da Hierarquia.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo dos Mestres Ascensionados.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de todos os

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de ter que vencer a ilusão.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do Deus do meu Coração.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da andança.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da mudança.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da justiça.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da carniça.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da crítica.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da geopolítica.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da Estrada.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da encruzada.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da Cruz.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo da LLuz.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do labacê.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de você.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do criado-mudo.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de 'tudo-tudo'.

 

Eu nunca quis olhar;

tinha medo do tenesmo.

Eu nunca quis olhar;

tinha medo de mim mesmo.

 

 

 

Medo de Olhar

Medo de Olhar

 

 

 

Música de fundo:

Fly Me to the Moon
Composição: Bart Howard
Interpretação: Frank Sinatra

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.123freevectors.com/

https://qubixity.com/

http://artistsinspireartists.com/

https://www.designboom.com/

 

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