Uma colaboração de
Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo Deste Estudo

 

 

 

Este estudo é uma coletânea de fragmentos (em alguns casos editados) garimpados no texto O Mundo do Desejo e as Atividades Post-mortem, tema de uma palestra apresentada na Fraternidade Rosacruz Max Heindel.

 

Devo advertir que termos como Purgatório e Primeiro Céu, por exemplo, que aparecem nos fragmentos, não têm qualquer conotação religiosa. Foi por isto (para evitar comparações indesejáveis e equivocadas) que Madame Blavatsky (1831 – 1891), na sua Doutrina Secreta, procurou manter termos sânscritos, como, por exemplo, Atman ou Atma palavra sânscrita que significa Alma ou Sopro Vital e Kalpa, também uma palavra sânscrita, que designa um Aeon (ou Eon), isto é, um longo período de tempo nas Cosmologias Hindu e Budista.

 

Para ler o texto integral, por favor, dirija-se a:

http://www.fraternidaderosacruz.org/
rgc_centenario_crc4.htm

 

 

 

Fragmentos

 

 

 

Em um bom número de religiões, especialmente as orientais, há crença no renascimento. No mundo ocidental, que tem se mantido na liderança do desenvolvimento tecnológico, esta crença está longe de ser majoritária, especialmente no próprio Cristianismo, o que sugere que haja uma possível correlação entre a não-aceitação das leis do renascimento e a conseqüência do desenvolvimento material.

 

Quando a Humanidade atingiu a presente época da evolução da Terra – a Época Ária – e teve de enfrentar conscientemente a existência no Mundo Físico, encontrou condições muito adversas, especialmente se estas condições forem comparadas com as que prevalecem hoje. O progresso material tem crescido exponencialmente e as condições de vida têm se tornado muito mais amenas que as que prevaleciam em um passado remoto. Além disto, a aquisição de consciência no Mundo Físico, curiosamente, aconteceu de forma prematura. E mais: estava recente na memória da Humanidade a sua condição de habitante dos Mundos Superiores. Para conseguir que os seres humanos fizessem a devida apreciação da existência física concreta, foi necessário privá-los, durante alguns (re)nascimentos, da recordação da existência Espiritual Superior. O conhecimento das Leis do Renascimento e de Conseqüência não convinha, naquele momento, ao desenvolvimento do homem, pois este não poderia se dedicar inteiramente à conquista do mundo material. Neste sentido, um novo produto foi adicionado à alimentação humana – o vinho – por seu efeito restritivo sobre o Princípio Espiritual do ser humano. Esta medida – pedagógica, por assim dizer – teve a aprovação de Cristo, sendo significativo que seu primeiro ato tenha sido o de transformar a água em vinho, conforme está relatado no Evangelho de João.

 

 

 

 

A medida pedagógica caducou e as necessidades evolutivas agora são outras. A Humanidade já atingiu elevado nível de desenvolvimento material, embora sua utilização e fruição ainda estejam restritas às classes de maior poder aquisitivo, e a distribuição da riqueza não seja equitativa. A prevalência do material sobre o espiritual é uma das principais razões para estas distorções, e torna-se cada vez mais necessário que a Humanidade se reconcilie com o conhecimento das Leis de Renascimento e de Conseqüência. Deste modo, e só deste modo, poderá compreender melhor o processo evolutivo, cooperar com ele e se libertar de um materialismo acérrimo que obstaculiza seu progresso espiritual.

 

 

 

 

Quando ocorre a morte, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente podem ser vistos abandonando o Corpo Denso com um movimento em espiral, levando com eles a essência de um Átomo denso, que tem permanecido com o Eu durante toda a sua evolução, desde seu início no Período de Saturno. É o chamado Átomo-semente, que serve de núcleo para um novo Corpo Denso na aurora de uma nova vida na Terra. Durante a vida, este Átomo-semente está situado no ventrículo esquerdo do coração, próximo do ápice.

 

Cada um dos quatro corpos do ser humano possui um Átomo-semente. Além do Átomo-semente do Corpo Denso, que está situado no ventrículo esquerdo do coração, há o Átomo-semente do Corpo Vital, que está situado, quando o ser está em consciência de vigília, no plexo solar. O do Corpo de Desejos situa-se no vórtice do Corpo de Desejos que, em vigília, radica-se no fígado. O da Mente, também no estado de vigília, encontra-se no seio frontal. Os quatro Átomos-semente são unidos por um cordão, chamado de cordão prateado, composto de três segmentos: um de matéria mental, unindo o Átomo-semente da Mente ao Átomo-semente do Corpo de Desejos; outro de matéria de desejos, unindo o Átomo-semente do Corpo de Desejos ao Átomo-semente do Corpo Vital e um de matéria etérea, unindo o Átomo-semente do Corpo Vvital ao Átomo-semente do Corpo Denso. Os animais também possuem um cordão prateado, mas o segmento de matéria mental está ligado a um Arcanjo, o Espírito-grupo, a ele pertencendo.

 

Quando se dá a morte, resultante do colapso do arquétipo que mantém a vida, o Corpo Vital abandona o Corpo Denso junto com os veículos superiores. O cordão prateado se rompe na junção com o coração e abandona também o Corpo Denso. A junção do segmento etéreo do cordão prateado com o segmento de matéria de desejos é mantida, após a morte, por cerca de três dias e meio, para permitir a leitura do panorama da vida anterior pelo Eu. Esta junção tem a aparência de dois seis invertidos. As imagens da vida que ora termina estão gravadas nos éteres luminoso e refletor, que se encontram ligados ao Átomo-semente do Corpo Denso. É a leitura deste panorama que é feita pelo Eu, enquanto as imagens são gravadas no Corpo de Desejos, em ordem inversa à sua ocorrência, isto é, da velhice para a infância, do momento da morte para o nascimento. Neste momento, o Eu nada sente em relação às imagens que passam diante de si, sendo apenas um espectador. Estas imagens formarão a base para as atividades que o Eu irá desenvolver no Purgatório e no Primeiro Céu, onde colherá e incorporará ao seu patrimônio espiritual a essência de toda a experiência que obteve na vida que terminou. Quando a resistência do Corpo Vital chega ao limite, este se paralisa e o cordão prateado se rompe, agora na junção dos dois seis invertidos. O Corpo Vital volta a ficar junto com o Corpo Denso, para se desagregarem sincronicamente. E sempre é bom repetir: os ocultistas recomendam que, durante esses três dias e meio, o finado corpo deve ser mantido em um lugar silencioso e harmonioso, evitando-se lamentações e barulho, de tal sorte que o Eu, tranqüilamente, possa fazer a retrospecção de toda a sua vida. Após este período de três dias e meio, recomenda-se que o corpo seja cremado. Não antes.

 

A Filosofia Rosacruz não aprova os transplantes para os quais o coração ainda esteja pulsando no momento de sua retirada, pelas razões que se seguem:

 

1ª) Do ponto de vista do doador, a retirada do coração ainda pulsando caracteriza uma morte provocada, muito embora se diga que ela seria inevitável em decorrência da morte encefálica. O procedimento cirúrgico necessário para a retirada do coração afasta, de forma violenta, o Eu de sua concentração no panorama de sua extinta vida, sendo impedido de se beneficiar inteiramente desta experiência.

 

2ª) Para o receptor, o uso de um órgão transplantado não ajuda a pessoa a construir um arquétipo de um órgão melhor para uso na próxima vida. A capacidade de fazer isto resultaria do progresso espiritual que seria capaz de desenvolver na vida presente. Se ele não corrige a causa espiritual da debilidade no órgão que é substituído, deve-se esperar que problemas similares ou piores surjam na vida vindoura. É fato conhecido que há uma mudança na personalidade do receptor após o transplante. Acreditamos que isto possa ser explicado pelo fato de que o arquétipo daquela vida continua vibrando até o momento em que se daria a morte natural. Estas vibrações devem chegar possivelmente até o receptor, influenciando sua personalidade.

 

3ª) Por outro lado, o fator motivador de amor e serviço de um doador voluntário, agregará, por certo, crescimento anímico a este ser. Todavia, por terem sido impossibilitados de se concentrar no panorama de sua vida passada, ao renascerem em sua próxima vida, provavelmente virão a morrer ainda como crianças. Deste modo, compensarão a não absorção da essência da experiência de sua vida anterior causada pela perda parcial ou total de seu panorama pessoal.

 

 

 

Exercício de Retrospecção

 

 

Este exercício deverá ser feito deitado, antes de dormir, com o corpo relaxado, procurando reproduzir o que a Natureza faria após a perda do corpo físico: a revisão das cenas do dia, em ordem inversa, com a maior fidelidade possível, com o propósito de serem revisitadas as ações realizadas neste dia, arrependendo-se quando forem más e louvando-se quando forem merecedoras de louvores. Entretanto, arrepender-se é insuficiente e apenas é parte do processo; concomitantemente, deve haver firme propósito de não reincidir naquelas faltas consideradas oprobriosas. O fato místico insubstituível é que, tendo absorvido, ainda em vida, a essência da experiência desta vida, ao Eu sobrará tempo para se dedicar às oportunidades de serviço, quando estiver habitando o Mundo do Desejo, após sua partida deste mundo, já contando com o crescimento de consciência obtido em vida. Desta forma, adianta-se o Ego em seu progresso espiritual, realizando em um ciclo de vida o que iria realizar em dois.

 

 

 

O materialista, que nega a existência de seu Deus Interior e que acha que a morte é a aniquilação de tudo, está nas piores condições. Percebe seu erro, mas como sempre negou a espiritualidade, pensa que está sofrendo uma grande alucinação, e, assim, permanece até que o sofrimento lhe tenha trazido alguma iluminação incipiente.

 

 

 

 

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.doesgodexist.org/
SepOct00/ScientificMaterialism.html

http://glee.wikia.com/wiki/File:Karma.gif

 

Fundo musical:

An Der Schönen Blauen Donau (Op. 314)
Compositor: Johann Strauss II

Fonte:

http://www.4shared.com/get/x_ElzUYL/
Orquestra_Imperial_-_Valsa_Dan.html