Este
estudo é uma coletânea de fragmentos (em alguns casos editados)
garimpados no texto O Mundo do Desejo e as Atividades Post-mortem,
tema de uma palestra apresentada na Fraternidade
Rosacruz Max Heindel.
Devo
advertir que termos como Purgatório
e Primeiro Céu, por exemplo, que
aparecem nos fragmentos, não têm qualquer conotação
religiosa. Foi por isto (para evitar comparações indesejáveis
e equivocadas) que Madame Blavatsky (1831 – 1891), na sua Doutrina
Secreta, procurou manter termos sânscritos, como, por exemplo,
Atman
ou Atma
palavra sânscrita que significa Alma ou Sopro Vital e Kalpa,
também uma palavra sânscrita,
que designa um Aeon
(ou Eon),
isto é, um longo período de tempo nas Cosmologias Hindu e
Budista.
Para
ler o texto integral, por favor, dirija-se a:
Fragmentos
Em
um bom número de religiões, especialmente as orientais, há
crença no renascimento. No mundo ocidental, que tem se mantido na
liderança do desenvolvimento tecnológico, esta crença
está longe de ser majoritária, especialmente no próprio
Cristianismo, o que sugere que haja uma possível correlação
entre a não-aceitação das leis do renascimento e a
conseqüência do desenvolvimento material.
Quando
a Humanidade atingiu a presente época da evolução da
Terra – a Época Ária – e teve de enfrentar conscientemente
a existência no Mundo Físico, encontrou condições
muito adversas, especialmente se estas condições forem comparadas
com as que prevalecem hoje. O progresso material tem crescido exponencialmente
e as condições de vida têm se tornado muito mais amenas
que as que prevaleciam em um passado remoto. Além disto, a aquisição
de consciência no Mundo Físico, curiosamente, aconteceu de
forma prematura. E mais: estava recente na memória da Humanidade
a sua condição de habitante dos Mundos Superiores. Para conseguir
que os seres humanos fizessem a devida apreciação da existência
física concreta, foi necessário privá-los, durante
alguns (re)nascimentos, da recordação da existência
Espiritual Superior. O conhecimento das Leis do Renascimento e de Conseqüência
não convinha, naquele momento, ao desenvolvimento do homem, pois
este não poderia se dedicar inteiramente à conquista do mundo
material. Neste sentido, um novo produto foi adicionado à alimentação
humana – o vinho – por seu efeito restritivo sobre o Princípio
Espiritual do ser humano. Esta medida – pedagógica, por assim
dizer – teve a aprovação de Cristo, sendo significativo
que seu primeiro ato tenha sido o de transformar a água em vinho,
conforme está relatado no Evangelho de João.
A
medida pedagógica caducou e as necessidades evolutivas agora são
outras. A Humanidade já atingiu elevado nível de desenvolvimento
material, embora sua utilização e fruição ainda
estejam restritas às classes de maior poder aquisitivo, e a distribuição
da riqueza não seja equitativa. A prevalência do material sobre
o espiritual é uma das principais razões para estas distorções,
e torna-se cada vez mais necessário que a Humanidade se reconcilie
com o conhecimento das Leis de Renascimento e de Conseqüência.
Deste modo, e só deste modo, poderá compreender melhor o processo
evolutivo, cooperar com ele e se libertar de um materialismo acérrimo
que obstaculiza seu progresso espiritual.
Quando
ocorre a morte, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente podem ser vistos
abandonando o Corpo Denso com um movimento em espiral, levando com eles
a essência de um Átomo denso, que tem permanecido com o Eu
durante toda a sua evolução, desde seu início no Período
de Saturno. É o chamado Átomo-semente, que serve de núcleo
para um novo Corpo Denso na aurora de uma nova vida na Terra. Durante a
vida, este Átomo-semente está situado no ventrículo
esquerdo do coração, próximo do ápice.
Cada
um dos quatro corpos do ser humano possui um Átomo-semente. Além
do Átomo-semente do Corpo Denso, que está situado no ventrículo
esquerdo do coração, há o Átomo-semente do Corpo
Vital, que está situado, quando o ser está em consciência
de vigília, no plexo solar. O do Corpo de Desejos situa-se no vórtice
do Corpo de Desejos que, em vigília, radica-se no fígado.
O da Mente, também no estado de vigília, encontra-se no seio
frontal. Os quatro Átomos-semente são unidos por um cordão,
chamado de cordão prateado, composto de três segmentos: um
de matéria mental, unindo o Átomo-semente da Mente ao Átomo-semente
do Corpo de Desejos; outro de matéria de desejos, unindo o Átomo-semente
do Corpo de Desejos ao Átomo-semente do Corpo Vital e um de matéria
etérea, unindo o Átomo-semente do Corpo Vvital ao Átomo-semente
do Corpo Denso. Os animais também possuem um cordão prateado,
mas o segmento de matéria mental está ligado a um Arcanjo,
o Espírito-grupo, a ele pertencendo.
Quando
se dá a morte, resultante do colapso do arquétipo que mantém
a vida, o Corpo Vital abandona o Corpo Denso junto com os veículos
superiores. O cordão prateado se rompe na junção com
o coração e abandona também o Corpo Denso. A junção
do segmento etéreo do cordão prateado com o segmento de matéria
de desejos é mantida, após a morte, por cerca de três
dias e meio, para permitir a leitura do panorama da vida anterior pelo Eu.
Esta junção tem a aparência de dois seis invertidos.
As imagens da vida que ora termina estão gravadas nos éteres
luminoso e refletor, que se encontram ligados ao Átomo-semente do
Corpo Denso. É a leitura deste panorama que é feita pelo Eu,
enquanto as imagens são gravadas no Corpo de Desejos, em ordem inversa
à sua ocorrência, isto é, da velhice para a infância,
do momento da morte para o nascimento. Neste momento, o Eu nada sente em
relação às imagens que passam diante de si, sendo apenas
um espectador. Estas imagens formarão a base para as atividades que
o Eu irá desenvolver no Purgatório e no Primeiro Céu,
onde colherá e incorporará ao seu patrimônio espiritual
a essência de toda a experiência que obteve na vida que terminou.
Quando a resistência do Corpo Vital chega ao limite, este se paralisa
e o cordão prateado se rompe, agora na junção dos dois
seis invertidos. O Corpo Vital volta a ficar junto com o Corpo Denso, para
se desagregarem sincronicamente. E sempre é bom repetir: os ocultistas
recomendam que, durante esses três dias e meio, o finado corpo deve
ser mantido em um lugar silencioso e harmonioso, evitando-se lamentações
e barulho, de tal sorte que o Eu, tranqüilamente, possa fazer a retrospecção
de toda a sua vida. Após este período de três dias e
meio, recomenda-se que o corpo seja cremado. Não antes.
A Filosofia Rosacruz não aprova
os transplantes para os quais o coração ainda esteja pulsando
no momento de sua retirada, pelas razões que se seguem:
1ª)
Do ponto de vista do doador, a retirada do coração ainda pulsando
caracteriza uma morte provocada, muito embora se diga que ela seria inevitável
em decorrência da morte encefálica. O procedimento cirúrgico
necessário para a retirada do coração afasta, de forma
violenta, o Eu de sua concentração no panorama de sua extinta
vida, sendo impedido de se beneficiar inteiramente desta experiência.
2ª)
Para o receptor, o uso de um órgão transplantado não
ajuda a pessoa a construir um arquétipo de um órgão
melhor para uso na próxima vida. A capacidade de fazer isto resultaria
do progresso espiritual que seria capaz de desenvolver na vida presente.
Se ele não corrige a causa espiritual da debilidade no órgão
que é substituído, deve-se esperar que problemas similares
ou piores surjam na vida vindoura. É fato conhecido que há
uma mudança na personalidade do receptor após o transplante.
Acreditamos que isto possa ser explicado pelo fato de que o arquétipo
daquela vida continua vibrando até o momento em que se daria a morte
natural. Estas vibrações devem chegar possivelmente até
o receptor, influenciando sua personalidade.
3ª)
Por
outro lado, o fator motivador de amor e serviço de um doador voluntário,
agregará, por certo, crescimento anímico a este ser. Todavia,
por terem sido impossibilitados de se concentrar no panorama de sua vida
passada, ao renascerem em sua próxima vida, provavelmente virão
a morrer ainda como crianças. Deste modo, compensarão a não
absorção da essência da experiência de sua vida
anterior causada pela perda parcial ou total de seu panorama pessoal.
Exercício
de Retrospecção
Este
exercício deverá ser feito deitado, antes de dormir,
com o corpo relaxado, procurando reproduzir o que a Natureza faria
após a perda do corpo físico: a revisão das
cenas do dia, em ordem inversa, com a maior fidelidade possível,
com o propósito de serem revisitadas as ações
realizadas neste dia, arrependendo-se
quando forem más e louvando-se quando forem merecedoras de
louvores. Entretanto, arrepender-se é insuficiente e apenas
é parte do processo; concomitantemente, deve haver firme
propósito de não reincidir naquelas faltas consideradas
oprobriosas. O fato místico insubstituível é
que, tendo absorvido, ainda em vida, a essência da experiência
desta vida, ao Eu sobrará tempo para se dedicar às
oportunidades de serviço, quando estiver habitando o Mundo
do Desejo, após sua partida deste mundo, já contando
com o crescimento de consciência obtido em vida. Desta forma,
adianta-se o Ego em seu progresso espiritual, realizando em um ciclo
de vida o que iria realizar em dois.
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O
materialista, que nega a existência de seu Deus Interior e que acha
que a morte é a aniquilação de tudo, está nas
piores condições. Percebe seu erro, mas como sempre negou
a espiritualidade, pensa que está sofrendo uma grande alucinação,
e, assim, permanece até que o sofrimento lhe tenha trazido alguma
iluminação incipiente.