Rodolfo
Domenico Pizzinga
Mâya1
tem uma natureza essencial:
ela se mostra como indubitavelmente real.
Mâya
tem um poder fantástico e criativo,
fazendo
do ente, muitas vezes, um cativo.
Mâya,
de forma geral, é convincente,
e
atua dependendo do grau evolucional do ente.
Mas,
um dia, o ser-aí dirá: — agora eu ouço!
Este
é o início da libertação do calabouço.2
Então,
mâya
– modo de vida revelho –
passa a não comandar mais o espelho.3
Já
não sendo a primigênia eminência,
permite
ao ente se livrar da insciência.
Mas
o conhecimento4 tem que ser pessoal;
ele
não será encontrado fora ou em um missal.
Só
no Coração se despregará a Rosa da Cruz.
_____
Notas:
1.
Mâya: Ilusão. Aquilo que parece ser mas que não
é. Ou seja: erro de percepção ou de entendimento; engano
dos sentidos ou da mente; interpretação equivocada. Somente
o que é imutável e eterno pertence ao âmbito da Atualidade
Cósmica. Tudo o que está sujeito à mudança e
que, portanto, tem princípio e fim, é considerado mâya.
Resta meditar e ponderar se há, no Universo, algo que possa ser imutável
e eviterno, e se a própria Atualidade Cósmica é ad
æternum imperturbável, inviolável e irrevogável,
e se é exatamente a mesma em todos os Planos e Dimensões.
E também se algo poderá ser criado do nada e, eventualmente,
retornar ao nada, para voltar a ser o que era-não-era antes de ser
criado. Não podemos esquecer de que o Universo é regido por,
entre outras, duas Leis: mudança e movimento. E que, como é
sabido desde sempre pelos Iniciados, nihil novi sub Luna, nihil novum
sub Sole e nihil novum super Terram. Não há nada de novo
sob a Lua. Não há nada de novo sob o Sol. Não há
nada de novo há sobre a Terra.
2.
Ainda que não se possa, jamais, ficar inteiramente livre de
mâya.
3.
Mâya passa a não comandar mais o espelho. Preponderante
e prioritariamente.
4.
Páginas
da Internet consultadas:
http://www.samsara.blog.br/
2007/06/iluso-de-maya.html
Música
de fundo:
Imagination
(Jimmy Van Heusen & Johnny Burke)
Fonte:
http://www.gitpicker.com/songlist.htm