MAX WEBER – REFLEXÕES

 

 

 

Max Weber

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Max Weber (Erfurt, 21 de abril de 1864 – Munique, 14 de junho de 1920) – intelectual alemão de quem garimpei alguns fragmentos de suas reflexões (particularmente nas obras A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo e Economia e Sociedade; Fundamentos da Sociologia Compreensiva) para divulgar nesta oportunidade – é considerado um dos fundadores das Ciências Sociais e, até hoje, um de seus maiores nomes. Reconhecidamente, posicionado ao lado de Karl Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 – Londres, 14 de março de 1883) e de Émile Durkheim (Épinal, 15 de abril de 1858 – Paris, 15 de novembro de 1917), é um pensador que, através de seus conceitos e concepções, ofereceu uma contribuição fundamental para a disciplina que hoje conhecemos como Sociologia.

 

 

 

Nota Biográfica

 

 

 

Maximilian Karl Emil Weber foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia. Seu irmão foi o também famoso sociólogo e economista Alfred Weber. A esposa de Max Weber, Marianne Weber, biógrafa do marido, foi uma das alunas pioneiras na universidade alemã e integrava grupos feministas de seu tempo.

 

Weber é considerado um dos fundadores do estudo moderno da Sociologia, mas sua influência também pode ser sentida na Economia, na Filosofia, no Direito, na Ciência Política e na Administração. Começou sua carreira acadêmica na Universidade Humboldt, em Berlim e, posteriormente, trabalhou nas Universidades de Freiburg, de Heidelberg, de Viena e de Munique. Personagem influente na política alemã da época, foi consultor dos negociadores alemães no Tratado de Versalhes (1919) e da Comissão encarregada de redigir a Constituição de Weimar.

 

Grande parte de seu trabalho como pensador e estudioso foi reservado para o chamado processo de racionalização e desencantamento que provém da sociedade moderna e capitalista. Mas, seus estudos também deram contribuição importante para a Economia. Sua obra mais famosa é o ensaio A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, com o qual começou suas reflexões sobre a Sociologia da Religião. Weber argumentou que a religião era uma das razões não-exclusivas do porquê as culturas do Ocidente e do Oriente se desenvolveram de formas diversas, e salientou a importância de algumas características específicas do Protestantismo Ascético, que levou ao nascimento do Capitalismo, da burocracia e do Estado racional e legal nos países ocidentais. Em outro trabalho importante, A Política Como Vocação, Weber definiu o Estado como uma entidade que reivindica o monopólio do uso legítimo da força física – uma definição que se tornou central no estudo da moderna ciência política no Ocidente. Suas contribuições mais conhecidas são, muitas vezes, referidas como a Tese de Weber.

 

Max Weber foi o primeiro de sete filhos, incluindo seu irmão Alfred Weber, quatro anos mais jovem, também sociólogo, mas, sobretudo, um economista que também desenvolveu uma importante Sociologia da Cultura. A família estimulou intelectualmente os jovens Weber desde a tenra idade.

 

Em 1882, Max Weber matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Heidelberg, onde seu pai havia estudado, freqüentando também cursos de Economia Política, História e Teologia. Em 1884, voltou para a casa paterna e se transferiu para a Universidade de Berlim, onde obteve, em 1889, o doutorado em Direito.

 

Depois de completar estudos jurídicos, econômicos e históricos em várias universidades, se distinguiu precocemente em algumas pesquisas econômico-sociais com a Verein für Sozialpolitik, a associação fundada em 1873 pelos economistas associados à Escola Histórica Alemã em que Weber já tinha aderido em 1888. Em 1893, casou-se com Marianne Schnitger, mais tarde uma feminista e estudiosa, bem como curadora póstuma das obras de seu marido.

 

Foi nomeado professor de Economia nas Universidades de Freiburg, em 1894, e de Heidelberg, em 1896. Entre 1897, ano em que seu pai morreu, e 1901, sofreu uma aguda depressão, de modo que, do final de 1898 ao final de 1902, não pôde realizar atividades regulares de ensino ou científicas.

 

Curado, no outono de 1903, renunciou ao cargo de professor, e aceitou uma posição como diretor-associado do recém-nascido Archiv für und Sozialwissenschaft Sozialpolitik (Arquivos de Ciências Sociais e Política Social), tendo Edgar Jaffé (1866 – 1921) e Werner Sombart (1863 – 1941) como colegas. Nesta revista publicaram em duas partes, em 1904 e 1905, o artigo-chave A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Naquele mesmo ano, Weber visitou os Estados Unidos. Graças a uma enorme renda privada derivada de uma herança em 1907, conseguiu se dedicar livremente e em tempo integral aos seus estudos, passando da Economia ao Direito, da Filosofia à História Comparativa e à Sociologia, sem ser forçado a retornar à docência. Sua pesquisa científica abordou questões teórico-metodológicas cruciais envolvendo complexos estudos histórico-sociológicos sobre a origem da civilização ocidental e seu lugar na História Universal.

 

Durante a Primeira Guerra Mundial (de 28 de julho de 1914 e 11 de novembro de 1918), serviu como diretor de hospitais militares de Heidelberg, e, ao término do conflito, voltou ao ensino da disciplina de Economia, primeiro em Viena, e, em 1919, em Munique, onde dirigiu o primeiro instituto universitário de Sociologia na Alemanha. Em 1918, Weber estava entre os delegados da Alemanha em Versalhes para a assinatura do tratado de paz, e foi conselheiro para os redatores da Constituição da República de Weimar.

 

Max Weber encontra-se sepultado em Bergfriedhof de Heidelberg, em Baden-Württemberg, na Alemanha.

 

 

 

Reflexões Weberianas

 

 

 

O Estado é uma entidade que reivindica o monopólio do uso legítimo da força física.

 

Regra é, em primeiro lugar, gestão da vida quotidiana.

 

A burocracia é o único modo de organizar eficientemente um grande número de pessoas, que, assim, expande-se inevitavelmente com o crescimento econômico e político.

 

Há duas maneiras de fazer política. Ou se vive 'para' a política ou se vive 'da' política. Nesta oposição não há nada de exclusivo. Muito ao contrário; em geral se fazem uma e outra coisa ao mesmo tempo, tanto idealmente quanto na prática.

 

A vida, enquanto encerra em si mesma um sentido e enquanto se compreende por si mesma, só conhece o combate eterno que os deuses travam entre si ou – evitando a metáfora só conhece a incompatibilidade das atitudes últimas possíveis, a impossibilidade de dirimir seus conflitos e, conseqüentemente, a necessidade de se decidir em prol de um ou de outro.

 

Somente quem tem vocação para a política terá certeza de não desmoronar quando o mundo, do seu ponto de vista, for demasiado estúpido ou demasiado mesquinho para o que ele deseja oferecer. Somente quem, frente a todas as dificuldades, pode dizer ‘Apesar de tudo!’ tem a vocação para a política.

 

A intrusão do dever-ser nas questões científicas é devida ao diabo.

 

Há atos humanos que, considerados isoladamente, são impregnados pela nossa sensibilidade valorativa com as cores mais deslumbrantes, mas que, pelas conseqüências a que dão origem, acabam se fundindo na cinzenta infinidade do historicamente indiferente, ou que, antes, como geralmente sucede, entrecruzando-se com outros eventos do destino histórico, e acabam mudando tanto na dimensão como na natureza do seu 'sentido', até se tornarem irreconhecíveis.

 

 

 

 

Neutro é quem já se decidiu pelo mais forte.

 

Poder é toda chance, seja ela qual for, de impor a própria vontade em uma relação social, mesmo contra a relutância dos outros.

 

A idade não é decisiva. O que é decisivo é a inflexibilidade em ver as realidades da vida, e a capacidade de enfrentar essas realidades e corresponder a elas interiormente.

 

A palavra política significa elevação para a participação no poder ou para a influência na sua repartição, seja entre os Estados, seja no interior de um Estado, seja entre os grupos humanos que nele existem.

 

A Sociologia é compreensiva.

 

Faço ciência para saber até onde posso suportar.

 

Pode-se dizer que três qualidades proeminentes são decisivas para o político: paixão, sentimento de responsabilidade e senso de proporção.

 

A experiência de irracionalidade do mundo tem sido a força motora de todas as revoluções religiosas.

 

 

 

 

O destino de nossos tempos está caracterizado pela racionalização e pela intelectualização e, acima de tudo, pelo desencantamento do mundo.

 

Nenhum sociólogo deveria se achar bom demais, mesmo em uma idade mais avançada, para fazer dezenas de milhares de computações totalmente triviais em sua cabeça e, talvez, por meses a um só tempo.

 

A crença no valor da verdade científica não procede da Natureza, mas, sim, é produto de determinadas culturas.

 

O político deve ter paixão por sua causa, ética em sua responsabilidade e mesura em suas atuações.

 

É possível, ao mesmo tempo, ser eminente cientista e péssimo professor.

 

No campo das ciências, a intuição do diletante pode ter significado tão grande quanto o do especialista e, por vezes, maior. Aliás, devemos a diletantes muitas das hipóteses mais frutíferas e muitos dos conhecimentos de maior alcance.

 

As idéias não ocorreriam se, anteriormente, não houvéssemos refletido longamente em nossa mesa de estudos e não houvéssemos, com devoção apaixonada, buscado uma resposta.

 

A intelectualização e a racionalização crescentes não equivalem a um conhecimento geral crescente acerca das condições em que vivemos.

 

Libertando-nos do intelectualismo da ciência é que poderemos apreender nossa própria natureza e, por esta via, a Natureza em geral.

 

Sempre que um homem de ciência permite que se manifestem seus próprios juízos de valor, ele perde a compreensão integral dos fatos.

 

Cada indivíduo deverá compreender, de seu próprio ponto de vista, o que, para ele, é deus e o que é o diabo.

 

Os indivíduos, que a si mesmos se julgam líderes, são, freqüentemente, os menos qualificados para tal função.

 

É, com efeito, demasiado cômodo exibir coragem em um local em que os assistentes e, talvez, os oponentes estão condenados ao silêncio.

 

A ciência nos fornece algo que o comércio de legumes não nos pode, por certo, proporcionar, ou seja, métodos de pensamento, isto é, os instrumentos e uma disciplina.

 

A ciência contribui para a clareza, com a condição de que nós, os cientistas, de antemão a possuamos.

 

 

Benzeno
(O Sonho de Kekulé)1

 

 

Uma tomada de posição pode derivar de uma visão única do mundo ou de várias diferentes entre si.

 

Todo homem sério que vive para uma causa vive também dela.

 

Os partidos se irritam muito mais com os arranhões ao direito de distribuição de empregos do que com desvios de programas.

 

Na prática, os cidadãos com direito a voto se dividem em elementos politicamente ativos e em elementos politicamente passivos.

 

Em verdade e em última análise, existem apenas duas espécies de pecado mortal em política: não defender causa alguma e não ter sentimento de responsabilidade – duas coisas que, repetidamente, embora não necessariamente, são idênticas.

 

O resultado final da atividade política raramente corresponde à intenção original do agente.

 

Uma nação sempre perdoa os prejuízos materiais que lhe são impostos, mas não perdoa uma afronta à sua honra.

 

Pessoalmente, jamais admiti, ao longo de uma discussão, que se procurasse garantir vantagem exibindo a certidão de nascimento.

 

Não importa a idade, mas, sim, a soberana competência do olhar, que sabe ver as realidades da vida, e a força de alma que é capaz de suportá-las e de se elevar à altura delas.

 

É perfeitamente exato dizer – e toda experiência histórica o confirma – que não se teria jamais alcançado o possível, se não se houvesse tentado o impossível.

 

 

 

 

Ação social significa uma ação que, quanto ao sentido visado pelo agente ou pelos agentes, se refere ao comportamento de outros, orientando-se por este em seu curso.

 

Apenas no Ocidente existe uma ciência em um estágio de desenvolvimento que reconhecemos, hoje, como válido. O conhecimento empírico, as reflexões sobre o Universo e a vida, a sabedoria filosófica e teológica das mais profundas não estão aqui confinadas, embora no caso desta última o pleno desenvolvimento da Teologia Sistemática deva ser creditado ao Cristianismo sob a influência do Helenismo, uma vez que dela houve apenas fragmentos no Islamismo e em umas poucas seitas hindus. Em poucas palavras, conhecimento e observação de grande finura sempre existiram em toda parte, principalmente na Índia, na China, na Babilônia e no Egito. Mas à Astronomia da Babilônia e às demais faltavam – o que torna seu desenvolvimento mais assombroso – as bases matemáticas recebidas primeiramente dos gregos. A Geometria hindu não tinha provas racionais, que foram outro produto do intelecto grego, criador também da Mecânica e da Física. As ciências naturais da Índia, embora de todo desenvolvidas sobre a observação, careciam de método de experimentação, o que foi, longe de seus alvores na Antigüidade, um produto essencialmente do Renascimento, assim como o moderno laboratório. A Medicina, especialmente na Índia, embora altamente desenvolvida quanto às técnicas empíricas, carecia de fundamentos biológicos e particularmente bioquímicos. Uma Química racional tem estado ausente de todas as áreas da cultura que não a ocidental.

 

A emancipação do tradicionalismo econômico parece, sem dúvida, ser um fator que apóia grandemente o surgimento da dúvida quanto à santidade das tradições religiosas e de todas as autoridades tradicionais. Devemos, porém, notar, fato muitas vezes esquecido, que a Reforma2 não implicou na eliminação do controle da Igreja sobre a vida quotidiana, mas na substituição por uma nova forma de controle. Significou, de fato, o repúdio de um controle que era muito frouxo e, na época praticamente imperceptível, pouco mais que formal, em favor de uma regulamentação da conduta como um todo, que penetrando em todos os setores da vida pública e privada, era infinitamente mais opressiva e severamente imposta.

 

Segundo os católicos, o materialismo resulta da secularização e de todos os ideais admitidos pelo Protestantismo. Um escritor contemporâneo tentou definir a diferença de atitudes diante da vida econômica da seguinte maneira: “O católico é mais quieto, tem menor impulso aquisitivo; prefere uma vida mais segura, mesmo tendo menores rendimentos, a uma vida mais excitante e cheia de riscos, mesmo que esta possa lhe propiciar a oportunidade de ganhar honrarias e riquezas. Diz o provérbio, jocosamente: 'Coma ou durma bem'. Neste caso, o protestante prefere comer bem, e o católico, dormir sossegado."

 

A filosofia de avareza parece ser o ideal dos homens honestos e de crédito reconhecido e, acima de tudo, que têm a idéia de dever, mas dever no sentido de aumentar o próprio Capital – assumido como um fim em si mesmo.

 

 

— Oba!

 

 

O homem, geralmente, é dominado pela geração de dinheiro, pela aquisição como propósito final da vida.3

 

Os princípios do Capitalismo soam estranhamente para todas as pessoas que não estão sob a influência capitalista.

 

O ganho de dinheiro na moderna ordem econômica é, desde que feito legalmente, o resultado e a expressão da virtude e da eficiência em certo caminho; e essas eficiência e virtude são o alfa e o ômega da verdadeira ética de Benjamin Franklin,4 como foi expressa em todos os seus escritos, sem exceção.

 

A Economia Capitalista moderna é um imenso cosmos no qual o indivíduo nasce, e que se lhe afigura, ao menos como indivíduo, como uma ordem de coisas inalterável, na qual ele tem de viver. Ela força o indivíduo, na medida que ele esteja envolvido no sistema de relações de mercado, a se conformar às regras capitalistas de comportamento.5

 

O Capitalismo atual, que veio para dominar a vida econômica, educa e seleciona os sujeitos de quem precisa, mediante o processo de sobrevivência econômica do mais apto.6

 

O predomínio universal da absoluta falta de escrúpulos na ocupação de interesses egoístas na obtenção do dinheiro tem sido uma característica daqueles países cujo desenvolvimento burguês capitalista, medido pelos padrões ocidentais, permaneceu atrasado.

 

Para o verdadeiro místico, este princípio continua verdadeiro: a criatura precisa estar em silêncio para que Deus possa falar.

 

A Sociologia é uma ciência que se preocupa com a compreensão interpretativa da ação social e, assim, com uma explicação causal de seu curso e de suas conseqüências.

 

No Protestantismo, a falta de autoconfiança é o resultado de fé insuficiente, portanto, de graça imperfeita.

 

O reino da ciência e o que conseguimos estarão obsoletos em dez, vinte ou cinqüenta anos. Este é o destino, e, de fato, é o próprio significado do trabalho científico. Cada alcançamento científico suscita novas perguntas, e acaba por se tornar obsoleto e de necessitar ser superado. Todo aquele que desejar servir à ciência terá de se resignar a isto.

 

 

 

 

Tipos de ação social: a) Ação social racional com relação a fins: o agente imprime uma ação para alcançar um objetivo previamente definido e lança mão dos meios necessários e adequados para realizá-la; b) Ação social racional com relação a valores: o agente imprime uma ação de acordo com suas próprias convicções e leva em conta somente a sua fidelidade a certos valores, isto é, desconsidera os efeitos que poderiam advir de sua conduta, e, por isto, às vezes, age com certa irracionalidade; c) Ação social afetiva: o agente imprime uma ação inspirada em suas emoções imediatas sem consideração aos meios ou aos fins a atingir; e d) Ação social tradicional: o agente imprime uma ação em função de hábitos e costumes arraigados.

 

Diferença entre classe social e estamento: As classes sociais são formadas quando as ações sociais são orientadas para o mercado. Já os estamentos se formam quando as ações sociais são orientadas com base em regras de grupos de 'status'.

 

Não há relação social sem poder e dominação.

 

A dominação política pode ser de três tipos: 1º) Dominação Legal: dominação que se caracteriza por meio de convenções, isto é, quando normas, elaboradas em comum acordo, regulamentam o exercício da dominação política. Nesta perspectiva, o Estado liberal moderno – cujas constituições são definidas por meio de assembléias nacionais constituintes de representação indireta, de deputados eleitos por sufrágio universal de representação direta, de delegados da sociedade civil organizada ou de representação mista de deputados e de delegados da sociedade civil – são exemplos desta forma de dominação. Assim, direitos e deveres são claramente definidos em face do poderes constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário), da burocracia do Estado etc.; 2º) Dominação Tradicional: dominação que se caracteriza por meio de crenças, isto é, de concepções sedimentadas e reproduzidas de geração para geração, e que configura uma manifestação cultural tradicional. A tradição representa, portanto, uma manifestação de arcaísmo político; e 3º) Dominação Carismática: dominação que se caracteriza por meio do carisma de um líder, isto é, a vontade e o poder de comando do líder refletem os anseios dos seus seguidores. A Dominação Carismática pode assumir a forma dos demagogos (construída sobre a capacidade de oratória e de convencimento do líder político), dos heróis-guerreiros (construída sobre a capacidade de luta e das expectativas da guerra) e dos profetas (construída sobre a capacidade de motivar espiritualmente e de assegurar a coerência dos fiéis aos mandamentos).

 

Como os homens construíram a sociedade a partir de uma ação social consciente e racional, e estão motivados por vontade própria, a sociedade se encontra em constante transformação. Esta transformação tende para a racionalização, para a modernização e para a organização progressiva (burocracia).

 

A História é um livro aberto. O seu curso depende da vontade e da atuação política dos indivíduos e dos grupos de 'status'.

 

Elementos das burocracias que lhes conferem força: hierarquia da autoridade, divisão do trabalho, regras escritas, comunicações escritas e impessoalidade.

 

Política é o conjunto de esforços para participar do poder ou influenciar em sua divisão. Qualquer homem que se entrega à política aspira chegar ao poder.

 

Racionalismo ocidental racionalismo de dominação do mundo.

 

Capitalismo desenvolvido no ocidente busca de lucro.

 

Modernidade avanço do racionalismo de dominação do mundo.

 

Espírito do Capitalismo racionalização técnica + predomínio da atitude instrumental.

 

Ethos puritano calvinista racionalização —› efetivação da sociedade capitalista —› racionalismo de dominação do mundo.

 

A dominação do Calvinismo seria, para nós, a forma simplesmente mais insuportável que poderia haver de controle eclesiástico do indivíduo.

 

Ideologia capitalista: tempo é dinheiro; crédito é dinheiro; dinheiro é procriador por natureza e fértil.

 

A raiz religiosa do espírito do Capitalismo no Puritanismo Ascético inculcou em seus fiéis uma visão de mundo e uma ética favoráveis ao acúmulo de Capital. Quanto a isto, disse Max Weber: A valorização religiosa do trabalho profissional mundano, sem descanso, continuado, sistemático, como o meio ascético simplesmente supremo e, a um só tempo, comprovação segura e visível da regeneração de um ser humano e da autenticidade de sua fé, tinha que ser, no fim das contas, a alavanca mais poderosa que se pode imaginar da expansão dessa concepção de vida que aqui temos chamado de Espírito do Capitalismo. E, agora, confrontando aquele estrangulamento do consumo com essa desobstrução da ambição de lucro, o resultado externo é evidente: acumulação de Capital mediante coerção ascética à poupança.

 

Com o aumento da riqueza, aumentam, também, o orgulho, a cólera e o amor ao mundo, sentimentos que vão contra a religião.

 

Os súditos se submetem à dominação em função do medo e da esperança. Temem ser punidos ao contrariarem as forças dominantes, e esperam ser recompensados, de algum modo, pelo poder vigente.

 

Políticos profissionais categoria que inicialmente se coloca a serviço dos príncipes, não apresentando ambição de se transformar em senhores, mas, se empenham na luta política para garantir a legitimidade dos príncipes no poder estatal e a realização de suas ordens. Isto só ocorreu no Ocidente, onde a categoria encontrou remuneração e conteúdo moral para sua ação, oferecendo dedicação exclusiva à atividade política.

 

Os partidos vivem sob o signo do poder. Os políticos profissionais buscam ascender ao poder com o apoio e a influência de um partido, através do qual disputam votos no eleitorado, que, neste caso, é encarado como um mercado. O partido, então, é uma máquina que atua no mercado eleitoral, no qual busca legitimidade para ocupar o aparato dirigente do Estado, o que se traduz no controle da distribuição de cargos. Neste caso, a política não visa mais o bem comum, mas, sim, interesses particulares.

 

A vaidade pessoal é uma inimiga fatal.

 

Agir com responsabilidade consiste em ponderar meios, fins e conseqüências.

 

Juízos de valor não podem ser extraídos de análises científicas, pois a ciência apenas elucida a eficácia de cada meio para obtenção dos fins colocados pela vontade humana. E, além disso, toda ação implica em uma tomada de posição a favor de determinados valores em detrimento de outros.

 

O que caracteriza o caráter político social de um problema consiste no fato de não se poder resolver a questão com base em meras considerações técnicas.

 

Apesar de a ciência não estabelecer juízo de valor, seu fundamento é necessariamente fruto de uma escolha subjetiva do agente. A ciência consiste, antes de tudo, em ordenar a realidade através de categorias objetivas, porém, quando um cientista elege um tema, em detrimento de outros, para análise, o faz em função de sua própria vontade, ou seja, subjetivamente. A ciência não impõe decisões à ação, mas, apenas, indica o ajuste mais eficaz entre meios, fins e conseqüências.

 

O cientista é o homem que faz ciência pela ciência, ou seja, que busca o conhecimento, apenas, em função da sua vontade de conhecer, sem se preocupar em servir a outros fins. Comparada à religião e à política, a ciência é a esfera menos permeada e menos determinada por valores, pois estes só pautam a ação na escolha dos objetos e na concepção da verdade como fim inalienável. A ação na ciência é mais neutra do que na religião e na política, pois o cientista se dispõe a descrever a realidade independente de dogmas e de ideologias. No entanto, a ciência não é suficiente para tomada de decisões, pois isto exige a consideração a valores situados em contextos sociais específicos. Neste caso, a subjetividade do agente, que é dotado de valores, é indispensável, como elemento que o auxilia nas decisões e, portanto, determina seu agir.

 

Os mais amplos progressos na área das ciências sociais são objetivamente tecidos junto ao deslocamento dos problemas práticos da cultura, e usam como forma a crítica da formação de conceitos.

 

Para o homem, enquanto homem, nada tem valor, a não ser que tudo que ele faça seja feito com paixão.

 

A experiência da irracionalidade do mundo tem sido a força motriz de todas as revoluções religiosas.

 

Diariamente e a cada hora, um político sincero deve se esforçar interiormente para superar um inimigo bastante trivial e todo-demasiado-humano: a vaidade vulgar.

 

Quem tem sede de vingança não se preocupa com o motivo subjetivo, mas, apenas, com o resultado objetivo que domina seus sentimentos, da ação alheia que provocou sua necessidade de vingança.

 

'Somente a divisão de poderes torna possível a concepção de um Direito Público'. (Montesquieu,1689 – 1755, apud Max Weber).

 

O trabalho jurídico atual, pelo menos naquilo em que alcançou o mais alto grau de racionalidade lógico-metódica, isto é, a forma criada pela jurisprudência do Direito Comum, parte dos seguintes postulados: 1º) que toda decisão jurídica concreta seja a "aplicação" de uma disposição jurídica abstrata a uma "constelação de fatos" concreta; 2º) que para toda constelação de fatos concreta deva ser possível encontrar, com os meios da lógica jurídica, uma decisão a partir das vigentes disposições jurídicas abstratas; 3º) que, portanto, o Direito objetivo vigente deva constituir um sistema "sem lacunas" de disposições jurídicas, ou conter tal sistema em estado latente, ou, pelo menos, ser tratado como tal para os fins da aplicação do Direito; 4º) que aquilo que, do ponto de vista jurídico, não pode ser "construído" de modo racional também não seja relevante para o Direito; 5º) que a ação social das pessoas seja sempre interpretada como "aplicação" ou "execução" ou, ao contrário, como "infração" de disposições jurídicas (esta posição é defendida, sobretudo, por Stammler,7 ainda que não 'expressis verbis' – de maneira expressa), isto porque, de modo correspondente à ausência de lacunas no sistema jurídico, também a "situação jurídica ordenada" seria uma categoria básica de todo acontecer social.

 

Do ponto de vista jurídico, um Direito moderno é composto de disposições jurídicas, isto é, de normas abstratas com o conteúdo de que determinada situação, de fato, deva ter determinadas conseqüências jurídicas. A divisão mais corrente das disposições jurídicas, como em todas as ordens, é: normas "imperativas", normas "proibitivas" e normas "permissivas" – das quais nascem os direitos subjetivos dos indivíduos de ordenar, proibir ou permitir aos outros determinadas ações. A este poder juridicamente garantido e limitado sobre as ações dos outros correspondem sociologicamente as seguintes expectativas: 1ª) que outras pessoas façam determinada coisa; ou 2ª) que deixem de fazer determinada coisa – as duas formas de "pretensões"; ou 3ª) que uma pessoa pode fazer ou, se quiser, deixar de fazer determinada coisa sem intervenção de terceiros: "autorizações". Todo Direito subjetivo é uma fonte de poder que, no caso concreto, devido à existência da respectiva disposição jurídica, pode também ser concedida a alguém, que sem esta disposição seria totalmente impotente. Já, por isto, a disposição jurídica é uma fonte de situações inteiramente novas no interior da ação social.

 

O hierarca, o déspota (precisamente o esclarecido8) e o demagogo não querem estar comprometidos por nenhum limite nem mesmo pelas regras por eles mesmos estabelecidas, com exceção daquelas normas que são obrigados a reconhecer como religiosamente sagradas e, por isto, absolutamente compromissivas.

 

 

O Déspota (Des)esclarecido

 

 

Quando desaparece a autoridade dos poderes irracionais ou a crença neles, e no lugar deles aparecem meios de prova racionais e uma fundamentação lógica, resta para a justiça formal somente o caráter de uma luta de interesses das partes, regulamentada no sentido de uma probabilidade, pelo menos relativa, de averiguar a verdade.

 

No âmbito do Cristianismo, o interesse fiscal da Igreja na validade dos testamentos sempre atuou no sentido da conservação do controle do direito de sucessão.

 

No Catolicismo, a introdução do celibato foi uma adoção de formas de vida monacais, e aconteceu devido à insistência do monacato cluniacense, sobretudo com a finalidade de impedir a feudalização da Igreja, combatida na disputa da investidura, e de garantir o "caráter de cargo" das posições eclesiásticas.9

 

 

 

A Confissão do Politicastro

 

 

 

Sou moralmente raquítico;

daí, só me restou ser político.

Mas, contrafazer, isto eu sei,

e, outro tanto, sei fraudar a lei.

 

Topo tudo o que não presta;

perfídia, para mim, é festa.

Se eu não, farão aqueloutros.

Então, açambarco dos outros...

 

Vergonhar? Nem franzo o cenho.

Vantajar? Ora, não me abstenho.

Medo de cair duro? Isso eu tenho.

 

O povão? Quero que imploda.

A República? Quero que eroda.

A probidade? Quero que 'descloda'.10

 

 

 

 

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. Por ocasião do vigésimo quinto aniversário do anúncio da teoria do benzeno (C6H6), o químico Friedrich August Kekulé (Darmstadt, 7 de setembro de 1829 – Bonn, 13 de julho de 1896) revelou que suas teorias estruturais lhe foram reveladas através de um sonho. O sonho revelado por Kekulé: Eu estava sentado à mesa a escrever o meu compêndio, mas o trabalho não rendia; os meus pensamentos estavam em outro sítio. Virei a cadeira para a lareira e comecei a dormitar, e os átomos começaram a dar cambalhotas em frente dos meus olhos, de tal sorte que os grupos menores se mantinham modestamente à distância. A minha visão mental, aguçada por repetidas visões desta espécie, podia distinguir, agora, estruturas maiores com variadas conformações: longas filas, por vezes alinhadas e muito juntas, e todas se torcendo e revoluteando em movimentos serpenteantes. Mas olha! O que é aquilo? Uma das serpentes tinha mordido a própria cauda, e rodopiava trocistamente diante dos meus olhos. Como se tivesse se produzido um relâmpago, acordei. Passei o resto da noite a verificar as conseqüências da hipótese. Aprendamos a sonhar, senhores, pois, então, talvez, nos apercebamos da verdade. O benzeno apresenta estrutura ressonante ou canônica, fenômeno que ocorre quando um composto pode ser representado por duas ou mais fórmulas estruturais, apresentando a mesma posição para os núcleos dos átomos, mas diferindo pela posição dos elétrons que fazem parte da ligação. A estrutura mais provável é um híbrido resultante da combinação de todas as possíveis estruturas que descrevem o composto. Por este motivo, não podemos dizer que a estrutura do benzeno ora é esta ora é aquela, ou seja, não há oscilação entre essas estruturas. Também não podemos dizer que o benzeno consiste de certo número de moléculas de um jeito e um certo número de moléculas do outro jeito, mas, sim, que consiste inteiramente de uma estrutura intermediária. E esta estrutura intermediária e suas propriedades não necessariamente são as médias aritméticas daquelas das estruturas canônicas. Assim, por exemplo, no benzeno a distância carbono-carbono é 1,40 , que não é a média aritmética das distâncias das ligações simples (1,53 ) e dupla (1,30 ). A melhor representação para o benzeno segue abaixo, com um círculo interno no hexágono indicando a ressonância.

 

 

Benzeno (C6H6)

 

2. A Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão iniciado no século XVI por Martinho Lutero (Eisleben, 10 de novembro de 1483 – Eisleben, 18 de fevereiro de 1546), quando, através da publicação das suas Noventa e Cinco Teses, em 31 de outubro de 1517 na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, propondo uma reforma no Catolicismo. Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos como os Cinco Solas – que sintetizam os credos teológicos básicos dos reformadores, pilares os quais creram ser essenciais à fé e à prática católica. Os Cinco Solas são:

Sola Fide (pela Fé somente);
Sola Scriptura (pela Escritura somente);
Solus Christus (por Cristo somente);
Sola Gratia (pela Graça somente); e
Soli Deo Gloria (pela glória a Deus somente).

3. E para alguns – e eu tive o desprazer de conhecer alguns desses alguns – não importam os meios, apenas interessa enriquecer, seja lá do jeito que for. E o argumento, que tanto ouvi falar, é: se eu não fizer, outros farão. Fazer, no caso, deve ser lido como sinônimo de levar vantagem, faturar uma bola, furtar, falsificar, trapacear, prevaricar, malversar et cetera e tal, nem que para isto seja necessário violentar a vontade de alguém ou de si mesmo. Conheci um certo alguém, que ia regularmente à missa e comungava todos os domingos, que chegou a ser preso por formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato e outras sacanagens. Pouco tempo depois de ter sido libertado, ainda que o processo ainda esteja em curso, me disse literalmente: — Fui injustiçado. Eu ainda voltarei, e tudo haverá de voltar a ser como antes.

4. Benjamin Franklin (Boston, 17 de janeiro de 1706 – Filadélfia, 17 de abril de 1790) foi um jornalista, editor, autor, filantropo, abolicionista, funcionário público, cientista, diplomata, inventor, enxadrista, religioso, calvinista e uma figura representativa do Iluminismo. Foi um dos líderes da Revolução Americana, conhecido por suas citações e experiências com a eletricidade. Algumas máximas de Benjamin Franklin: 1ª) Cedo na cama, cedo no batente. Isto faz o homem saudável, próspero e inteligente. 2ª) O caminho dos preguiçosos é cheio de obstáculos, ao passo que o do diligente não tem quaisquer embaraços. 3ª) Antes de consultar o capricho consulta a carteira. 4ª) Quando você quiser convencer alguém, fale de interesses, em vez de apelar à razão. 5ª) Se você pretende ser rico, pense em economizar tanto quanto em ganhar.

5. Aqui, cabe recordar aquela advertência, que de vez em quando faço, e que, particularmente, todos os espiritualistas deveriam prestar muita atenção: para que alguém possa ganhar (lucrar, enricar), alguém, necessariamente, terá que perder (não conquistar, empobrecer). Hoje, acrescentarei: se tudo é um, se somos todos um, quando alguém impede ou obstaculiza o outro está impedindo e obstaculizando a si mesmo – impedimentos e empecilhos que nem sempre são percebidos objetiva e conscientemente, mas que, obrigatoriamente, haverão de ser compensados. Aliás, quanto a isto, é muito difícil que alguém se dê conta de que todos os estorvos, todas as tribulações, todas as dificuldades, todos os transtornos e todas as maladias que acontecem foram e são produzidos pelo próprio, até que o pau comece a cantar, e, ainda assim, o cara não se dá conta do(s) porquê(s). É mais fácil botar a culpa nas injunções/reveses da vida, nos outros ou no lá-de-baixo. Todavia, o tempo acabará ensinando, e o maior exemplo que hoje estamos a assistir é a crise econômica mundial (2008 – 2012), também chamada de Grande Recessão – um desdobramento da crise financeira internacional precipitado pela falência do tradicional banco de investimentos estadunidense Lehman Brothers, fundado em 1850. Esses caras fizeram o diabo. Agora, que levaram o diabo, estão prestando contas ao próprio diabo. Eu só fico pensando no fedor, que deve ser insuportável. ridente na bunda também deve doer pra cachorro!

 

 

 

 

6. O pior é que os jovens, principalmente, nem sempre percebem que estão sendo manipulados e instrumentalizados para servir a interesses que eles, talvez, em seu íntimo, até condenem. Mas, acabam se acostumando com as benesses que o dinheiro carreia e... seja o que deus quiser! É mesmo muito difícil enxergar com nitidez a diferença entre um cafetão de gravata e um capitão de fragata, e quando, ou se, o cara percebe a diferença, nem liga por ter se tornado um canalhocrata. É aquele troço, que já comentei: se eu não fizer, outros farão. Recordando Lucius Annæus Seneca (Corduba, 4 a.C. – Roma, 65), é gigantesca e inescrupulosa a auri sacra fames (amaldiçoada fome por ouro), tão velha quanto a história do homem. Fica a pergunta: quem levará o quê para o lado de lá?

7. Rudolf Stammler (Alsfeld, Hessen, 19 de fevereiro de 1856 - Wernigerode, 25 de abril de 1938) foi um filósofo do Direito alemão. Inspirador da corrente neokantiana no âmbito jurídico, conferiu à ciência do Direito e lhe atribuiu, metodologicamente, os instrumentos do «fim e dos meios» contrapostos aos de «causa e efeito» das ciências naturais. O mérito de Stammler reside na sua tentativa de superar o Positivismo da sua época. É autor da teoria do chamado Direito Natural de conteúdo variável.

8. O despotismo esclarecido (ou ilustrado, ou, ainda, absolutismo ilustrado) é uma expressão que designa uma forma de governar característica da Europa continental da segunda metade do século XVIII, que, embora partilhasse com o absolutismo a exaltação do Estado e do poder do soberano, era animada pelos ideais de progresso, de reforma e da filantropia do Iluminismo. Ou seja: havia, por um lado, uma ruptura parcial com a tradição Medieval, mas, por outro, não eram acolhidas todas as idéias do Iluminismo, com a definição entre a combinação destes diferentes ideais e a sua concretização pertencendo ao próprio déspota. A expressão despotismo esclarecido não foi contemporânea aos acontecimentos, tendo sido forjada mais tarde pelos pesquisadores. O despotismo esclarecido desenvolveu-se, sobretudo, no leste europeu (Áustria, Prússia e Rússia), Estados então recentemente constituídos, de Economia em geral atrasada e essencialmente agrícola, nos quais a burguesia era muito fraca e, conseqüentemente, com pouco poder político. Em razão disto, o Estado teve que substituir a iniciativa privada, elaborando reformas administrativas e jurídicas, dirigindo a Economia e orientando a educação. O despotismo esclarecido contribuiu para acelerar a modernização de alguns países. Do ponto de vista religioso, o despotismo esclarecido não encontrou homogeneidade. Em alguns países, caracterizou-se por um espírito secular e, em alguns casos dentre eles, foi hostil à religião. Em outros, o déspota manteve alianças com a religião. O argumento para legitimar o poder dos déspotas esclarecidos também não era uniforme. Grande parte deles legitimou o seu poder com base na Teoria do Contrato Social, de Thomas Hobbes (1588 – 1679), na qual está discutido o direito divino dos reis. Os déspotas esclarecidos também legitimaram seus poderes com o argumento de que governavam porque sabiam como fazê-lo, e que, conseqüentemente, tinham de assegurar o progresso de seus povos – de acordo com o novo Ethos das Luzes.

9. Segundo Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini (26 de setembro de 1897 – 6 de agosto de 1978), o Papa Paulo VI (entronizado em 29 de junho de 1963 – fim do pontificado em 6 de agosto de 1978), em sua Carta Encíclica Sacerdotalis Cælibatus, o celibato (solenemente sancionado pelo Concílio Ecumênico de Trento, realizado de 1545 a 1563) é um estado de vida consagrada. A escolha do celibato consagrado foi sempre considerada pela Igreja como sinal e estímulo da caridade. A escolha do celibato é obra da graça, quando é feita com prudência humana e cristã e com responsabilidade. A verdadeira e profunda razão do celibato é a escolha de uma relação pessoal mais íntima e completa com o mistério de Cristo e da Igreja, em prol da Humanidade inteira. A escolha do celibato não comporta ignorância ou desprezo do instinto sexual ou da afetividade, o que teria conseqüências certamente prejudiciais para o equilíbrio físico e psicológico do sacerdote, mas exige lúcida compreensão, atento domínio de si mesmo e sapiente sublimação da própria psique, encarada sob um plano superior. Deste modo, o celibato, elevando integralmente o homem, contribui efetivamente para a sua perfeição. O sacerdote, pelo seu celibato, é homem solitário. Mas não é solidão vazia porque está plena de Deus e da superabundante riqueza do seu reino. Para ler integralmente esta Carta Encíclica, por favor, dirija-se a:

http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/encyclicals/
documents/hf_p-vi_enc_24061967_sacerdotalis_po.html

9. Eclodir significa tornar-se subitamente visível, aparecer, surgir, tornar-se maior, desabrochar, desenvolver-se. Então, neologizei, e criei o verbo desclodir, que significa tornar-se subitamente invisível, desaparecer, sumir, tornar-se menor, murchar, não se desenvolver.

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Benzeno

http://contextoshistoricos.blogspot.com.br/2012
/04/saiba-mais-sobre-o-trabalho-de-max.html

http://sozinho2.blogspot.com.br/2011/10/
solo-267-brasil-ouro-de-tolo.html

http://www.clipartof.com/portfolio/toonaday/illu
stration/cartoon-jungle-king-lion-439088.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Despotismo_esclarecido

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Rudolf_Stammler

http://www.4shared.com/

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Primeira_Guerra_Mundial

http://www.inspirationalstories.com/
quotes/t/max-weber/

http://www.inspirationalstories.com/
quotes/t/max-weber-on-world/

http://www.editoraufjf.com.br/revista/index.
php/TeoriaeCultura/article/view/1126/930

http://www.ebah.com.br/content/ABAAABLv
MAF/introducao-ao-pensamento-weberiano

http://cec.vcn.bc.ca/mpfc/modules/cla-webp.htm

http://pt.scribd.com/doc/86071199/6/O-Pensamento
-Liberal-de-Max-Weber#page=27

http://todayinsci.com/W/Weber_
Max/WeberMax-Quotations.htm

http://www.heathersanimations.com/
science2.html

http://uregina.ca/~gingrich/wqw03.htm

http://en.wikiquote.org/wiki/Max_Weber

http://www.cornelius93.com/
blogeria.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_
econ%C3%B4mica_de_2008-2012

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Reforma_Protestante

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Cinco_solas

http://bib.praxis.ufsc.br:8080/

http://www.atenas.edu.br/

http://gregmichener.com/EstadoModerno/
a-dominacao-dos-processos-burocraticos/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_
August_Kekul%C3%A9_von_Stradonitz

http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/
handle/mec/3393

http://en.wikipedia.org/wiki/Ouroboros

http://diegocanhada.blog.br/?p=88

http://www.frasesfamosas.com.br/
de/max-weber.html

http://soundjax.com/rattlesnake-1.html

http://kingcobradjservice.tripod.com/

http://susancorso.com/
seedsforsanctuary/?p=2015

http://pensador.uol.com.br/
autor/max_weber/

http://pt.wikiquote.org/
wiki/Max_Weber

 

Música de fundo:

Requiem for a Dream
Composição: Clint Mansell

Fonte:

http://beemp3.com/

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.