MATOCs

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dentre as manias que eu tinha,

uma era tirar meleca e comer!

Uma outra mania que eu tinha,

era com pum uma encher!

A terceira mania que eu tinha,

era borrar, e uivar: Venham ver!

Uma quarta mania que eu tinha...

Bem, essa eu não posso dizer!1

 

Essas manias já não tenho mais;

de todos os MATOCs me livrei.

Já desentortei algumas diagonais,

e, hoje, vivo2 de acordo com a Lei.

Não sou santantoninho-onde-te-porei.

Não tenho mais 'mandutas'3 abnormais.

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Resolvi contar, bem explicadinho, qual era essa quarta mania, da qual eu era proprietário. Bem, eu não sei bem se era propriamente mania, hábito extravagante, prática repetitiva, costume esquisito, coisismo miraginal ou se era mesmo uma filha-da-putice descarada da pior qualidade, mas, porque me incentivaram e me convenceram, lá um dia, eu cismei de levar vantagem e de meter minha manzarrona cabeluda no mensalão, no petrolão e em outros ãos que ainda não descobriram, e achava que era muintcho natural. Eu pensava assim: — Se eu não afanar, outros afanarão; se eu não me fizer, outros se farão; se eu não vantajar, outros vantajarão; se eu não me der bem, outros se darão. Como a Lei da Causa e do Efeito não dorme nem tira férias, acabei dançando! Fui em cana! Agora, que me enjaularam na Lava (Mania a) Jato, em Curitiba, fico pedindo penico, bexiga, arrego, louça, soda e clemência ao Ex.mo, DD., Sr., Dr., escritor, professor universitário e juiz federal de primeira instância brasileiro Sérgio Fernando Moro – casado com a Snra. Dra. Rosângela Wolff de Quadros, advogada, lindíssima e atual procuradora jurídica da Federação Nacional das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs), com quem o juiz Moro tem um casal de filhos em idade escolar – e ele só fica me dizendo: — Não, seu pancão. A melhor rima pra pancão-maganão é prisão! E o tempo passa, passando... E eu, como lesma lerda, continuo, aqui na cadeia, a esperar, esperando... A desentortar, desentortando, as minhas diagonais... E a procurar, procurando, viver, vivendo, de acordo com a Lei. Fazer o quê? Afinal, fui eu que tomei a nuvem por Juno e engendrei o meu centauro! Quem sabe, um dia eu veja a costa! Agora, chegar lá é que são elas! Eu sei que, se eu bobear, o Deus Netuno me enfia o tridente no rabo, que o oceano não é mole e que eu nado pessimamente mal. É isso aí.

 

 

 

 

2. Não é bem vivo, mas, procuro viver.

3. Mandutas = Manias que geram más condutas.

 

Música de fundo:

Don't Get Around Much Anymore
Composição: Duke Ellington (música) & Bob Russell (letra)
Interpretação: Ella Fitzgerald

Fonte:

http://redmp3.su/5634701/ella-fitzgerald
-don-t-get-around-much-anymore.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://giphy.com/gifs/animation-loop-cycle-jZeyQyrCm83As

http://www.shutterstock.com/pt/pic.mhtml?

http://pixeldigest.tumblr.com/post/
140415788137/study-metal-slug-3

http://www.diariodocentrodomundo.com.br
/tag/sergio-moro/

http://www.phonescholar.com/iphone/careless-
phone-thief-sends-stolen-phone-back-to-its-owner

 

Direitos autorais:

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