No
Brasil, quem tem ética parece anormal.
Os
dois principais atributos de um político são o caráter
e o apreço pela Democracia. Havendo no político esses traços
de personalidade, ele pode até ser adversário, que dá
para conviver; não havendo, ele não serve nem para correligionário.
Três pecados na política:
furar fila, interromper jogo de futebol, atrasar almoço.
Em
um país como o Brasil, com tantas desigualdades e injustiças,
o político deve dedicar todas as suas energias na ação
diária em prol dos menos favorecidos. Os ricos sempre se defendem,
mas os pobres precisam de quem lute por eles.
Nunca
se deve tratar o dinheiro público com o mesmo zelo com que se lida
com o próprio dinheiro. O dinheiro público requer um cuidado
muito maior.
Fale
sempre com o povo olhando olho no olho.
As
pessoas preferem como resposta um não sincero e responsável
a um sim duvidoso.
O
êxito é sempre mérito da equipe; o erro é sempre
culpa do chefe.
Honestidade
não é virtude. É obrigação.
Uma
das vantagens de não mentir é depois não precisar lembrar
que mentira foi inventada.
As
mulheres são mais sinceras e determinadas do que os homens em suas
reivindicações. Devemos sempre ouvi-las com atenção.
A
corrupção na administração pública agora
é organizada, quase partidarizada. Uma barbaridade inaceitável.
Os
números que o Governo apresenta sobre a Economia são como
o samba da Império Serrano deste 1982: bumbum, praticumbum, prugurundum.
São difíceis de falar e não dizem nada.
O
povo não sabe votar? A questão é outra. O povo é
mal-informado.
Este
Governo faz questão de ser e de ter em seus quadros pessoas absolutamente
indiscutíveis do ponto de vista ético e moral... O que me
importa é poder chegar ao fim do Governo tendo feito o melhor possível
e com a mesma cara limpa com que eu entrei... Este Governo tem a obrigação
de ser sério... e não tem do que se envergonhar. Tem, sobretudo,
algo do que se orgulhar: ele vai terminar como começou, com a mesma
dignidade, com a mesma compostura, com a mesma seriedade.
Desejo
morrer réu do crime da boa-fé.
Jamais
fiz, não faço e não farei nenhum tipo de concessão
de natureza eleitoral. Não me submeterei a um esforço artificial
de criação de atos ou fatos, a qualquer jogo de aparência,
ou a truques de persuasão publicitária.
A
verdade será sempre a minha arma política.
Devemos
nos posicionar com independência crítica como um País
que sabe o quanto, hoje, as nações devem se ligar umas às
outras até o ponto de podermos sustentar uma espécie de Constituição
Mundial, na qual os direitos dos povos do Universo estejam assegurados,
sem engolfar os legítimos interesses de cada país.
Asseguro,
sem vacilação, que é possível conciliar política
e ética, política e honra, política e mudança.
Uma nação não
pode ser torturada por outras, negando-se-lhe acesso aos mercados, aos conhecimentos
dos processos produtivos ou obrigando-a a dispor de seus recursos para pagar
dívidas extorsivas, ao invés de fazer novos investimentos.
Do
exterior, o Brasil quer meios de produção; quer sócios
e não credores.
Basta
de tanto subsídio, de tantos incentivos, de tantos privilégios
sem justificativas ou utilidade comprovadas. Basta de empreguismo. Basta
de cartórios. Basta de tanta proteção à atividade
econômica já amadurecida.
Fatos
recentes me fizeram perceber que somos frágeis, quando pensamos ser
fortes.
Uma
civilização ecológica assegura não apenas 'o
verde', mas a sobrevivência humana com um padrão de dignidade.
Não se pode opor os interesses universais de preservação
do meio ambiente aos da soberania nacional, até porque só
existe soberania quando há uma população com condições
para sobreviver com dignidade e, portanto, apta a preservar a espécie
e que seja senhora dos mecanismos que permitam a reprodução
da vida. Para mim, a defesa intransigente da ecologia é a mesma coisa
do que a defesa soberana da preservação do Brasil, como uma
comunidade de pessoas capazes de conviver harmonicamente entre si e com
o meio circundante.
A
obrigação de quem governa é essa: vir aqui e dar uma
satisfação, mesmo para não agradar. Porque, para agradar
todo mundo sabe fazer.
Eu
me considero um homem de centro-esquerda. Mas até o Maluf disse que
é, e isso me faz desconfiar dessa classificação.
Eu
fico me perguntando, porque um País como este, com todo o potencial
que tem, mais do que isso, através do seu melhor artigo – que
é a criatividade que o brasileiro possui –
há neste País uma coisa que
nenhum outro povo no mundo iguala. É a enorme capacidade de criar
que o brasileiro tem; ele faz isso brincando, ele faz isso sorrindo, ele
faz isso de uma forma diferente do que os demais fazem. E se nós
formos capazes de canalizar tudo isso para que isso se potencialize e transforme
em conhecimento explícito, eu tenho a impressão de que este
País vai encontrar as condições que certamente o farão
suplantar aqueles que estão à distância.
O
problema fundamental é a impunidade, que criou um tipo de cultura.
Quero ver o povo cantar nas rodas
de samba dos fins de tarde, nos forrós e nos pagodes que adentram
a madrugada – o riso solto e o olhar altivo. Quero ver os trabalhadores
empenhados em qualificar-se sem cessar, certos de que muitos empregos os
aguardam. Quero ver os empresários livres para exercer as capacidades
empreendedoras que os consagram, fazendo brotar do chão das oportunidades
a riqueza que produz bem-estar. Quero ver os campos fartar as crescentes
levas de consumidores, e celebrar as primaveras que sempre abençoaram
nosso Brasil. Quero ver as crianças paulistas, por fim, freqüentar
escolas decentes, ter comida na mesa, contar com transporte seguro, dispor
de postos de saúde na redondeza. Mas, sobretudo, quero saber que
essas crianças divisam um futuro sem medo.
É
preciso acabar com o 'rouba, mas faz'.1
Quem não rouba faz mais.
O escárnio, o escândalo
que a enorme concentração de renda representa, tem um alto
custo: impede que a Democracia seja um valor consensual na sociedade. Não
é preciso dar exemplos. Ou revertemos na próxima década
os indicadores sociais negativos e as perdas de poder real de compra dos
salários ou não nos enganemos: o fantasma dos demagogos, dos
ditadores do autoritarismo ganhará corpo. E mais: não há
Economia moderna capaz de competir, internacionalmente, sem um mercado interno
também forte, sem consumidores e sem um povo educado, reivindicante
e capaz de ser, ele, o fator primordial do progresso tecnológico.
Desigualdade não se corrige com estagnação. Corrige-se
redistribuindo a renda e crescendo ao mesmo tempo.
Eu
acho que tenho só uma cara, mas se eu tivesse várias, certamente
todas elas teriam vergonha.
Essas
lágrimas não são de dor, não. E até não
são muito próprias de mim. Eu sou muito mais das gritarias
do que das lágrimas. De qualquer modo, tudo tem sido tão bom
para mim que o meu grau de dívida com essa sociedade chamada sociedade
humana é muito grande para que eu não tenha um móvel
que me obrigue a permanentemente tentar lutar... Desculpem se eu descambei;
eu devia ter feito isso lá no quarto, porque teria gasto as lágrimas
e não teria feito aqui. Mas, afinal, fora o fato de chorar, qual
é a outra forma mais digna que uma pessoa tem de demonstrar os seus
sentimentos?
E
para que me credencie a defender a minha verdade, começo por manifestar
a humildade de saber que existem outras verdades e que elas são tão
sustentáveis quanto as minhas, e que a única razão
pela qual um homem, um democrata, passa a ter o direito de defender a sua
verdade é exatamente o respeito que ele manifesta pela alheia.
Não
compreendo porque começaram 14 hospitais para não terminar
nenhum. Porque não construíram apenas um e terminaram, ao
invés de deixar 14 parados? Isto é um desrespeito ao dinheiro
do contribuinte, que pagou pela obra inacabada e não pode utilizá-la.2
Depois
de uma cirurgia na qual lhe foi extirpada um pedaço do intestino:
— Vou em frente,
mesmo sem todas as peças originais.
______
Notas:
1.
Um dos slogans de campanha eleitoral de Ademar de Barros (aviador,
médico, empresário e influente político brasileiro
entre as décadas de 1930 e 1960), não assumido abertamente,
era: Ademar rouba
mas faz. Este foi o lema de sua campanha eleitoral para prefeito
de São Paulo, em 1957, se promovendo em cima das inúmeras
acusações de corrupção, na época chamadas
de negociatas.
2. No
Brasil, as obras começam e param porque é exatamente no começo
que são repartidas e distribuídas as cotas da corrupção
do dinheiro público. Depois, como não há mais o que
mamar e como o dinheiro que sobra não dá para terminar o que
foi começado, a obra pára e fica apodrecendo no tempo.
Páginas
da Internet acessadas:
http://www.itesp.sp.gov.br/br/info/
publicacoes/boletim83.aspx
http://www.fmcovas.org.br/MarioCovas/
Default.aspx?MID=02020090000135
http://pt.wikipedia.org/wiki/
M%C3%A1rio_Covas
http://veja.abril.com.br/140301/p_036.html
http://www.algbr.hpg.com.br/toppage20.htm
http://www.plenarinho.gov.br/deputado/
deputados-que-fizeram-historia/mario-covas
http://carapicuiba45.blogspot.com/
2008/07/as-dez-lies-de-mrio-covas.html
http://www.arnaldomadeira.com.br/
blog/?cat=31
http://www.frazz.com.br/
autor.html/Mario_Covas
http://www.covas.org.br/MarioCovas/
Default.aspx?MID=0202008
http://educacao.uol.com.br/
biografias/ult1789u250.jhtm
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Ademar_Pereira_de_Barros
http://pt.wikiquote.org/wiki/
M%C3%A1rio_Covas
Música
de fundo:
Volta
Por Cima (Paulo Vanzolini)
Fonte:
http://www.beakauffmann.com/
mpb_v/volta-por-cima.html