A
desgraça de um país não é a
sua elite; é não tê-la.
A
Natureza tem uma estrutura feminina: não sabe se defender, mas sabe
se vingar como ninguém.
A idéia de juntar meio ambiente
e desenvolvimento é a equação deste século.
As pessoas só conseguem ver o aqui e o agora, mas eu tenho que ver
o depois.
Não
é possível advogar pelo desenvolvimento sem promover a conservação
ambiental. O País tem de aprender a viver com limites.
O
Brasil precisa usar sua credibilidade internacional para ajudar os demais
países a saírem da inércia e estabelecer uma nova dinâmica
no processo de negociação dos compromissos da Convenção
de Mudanças do Clima.
Trabalhar
pelo reforço da consciência da defesa do meio ambiente e da
importância das alternativas de desenvolvimento sustentável
é um imperativo ético na minha vida.
Precisamos estabilizar o aumento
da temperatura média anual do planeta abaixo de 2° C. Para isto,
será preciso empreender um esforço descomunal para descarbonizar
as Economias do mundo até o final do século. Para tanto, segundo
as últimas avaliações científicas, será
necessário reduzir as emissões mundiais em, no mínimo,
80% em relação aos níveis de 1990 até meados
do século.
Estima-se que cerca de 50% das emissões
brasileiras sejam oriundas de desmatamento; portanto, a meta de redução
do desmatamento em 80% até 2020 é uma significativa contribuição
para redução das emissões globais, mas este esforço
pode ser anulado se o mesmo comprometimento não for assumido também
pelos demais países emergentes.
O mal de que sofremos hoje em dia
é a humildade no lugar errado. A modéstia deslocou-se do órgão
da ambição. A modéstia se fixou no órgão
da convicção, onde nunca deveria estar. (Gilbert
Keith Chesterton, apud Marina Silva).
A
Arte
Mesmo
sem rima
É poética;
Mesmo sem forma
É estética;
Mesmo sem voz
É profética;
Mesmo em segredo
Revela-se.
Fala além de seu
Tempo,
Qual onda eleva-se
Aos ventos,
A inundar litorais.
Que
o bem que conseguirmos espalhar em nosso tempo possa inundar de esperanças
os sonhos daqueles que ainda não nasceram.
Sobre
a Lei 11.952/09, que estabeleceu regras para uma regulamentação
fundiária da Amazônia: Fiquei
estarrecida. Pela Lei, não existiu grilagem na Amazônia nos
últimos 20 anos. As pessoas foram para lá por incentivo das
políticas públicas, e estão cumprindo a função
social da terra. Isto é absurdo e, pior: equivale a dar uma senha
para que as pessoas que hoje ocupam irregularmente essas terras, mais tarde,
tenham suas propriedades regularizadas.
Sobre
a concessão para exploração da Floresta Amazônica:
A proposta ambiental
que faça esse manejo tem que ser altamente rigorosa e cuidadosa para
que a exploração seja também uma estratégia
de conservação. Em segundo lugar, que tenha capacidade de
rendimento do ponto de vista econômico para que possamos maximizar
os lucros, as vantagens, os benefícios econômicos. Até
porque há um grande desperdício quando você não
é capaz de processar a matéria-prima, de agregar valor, e
isso leva a essa atividade de rapina, em que precisa avançar sobre
mais e mais aéreas. E, em terceiro lugar, que seja capaz de gerar
benefícios sociais, porque, afinal de contas, você tem na Amazônia
mais de 20 milhões de seres humanos que precisam viver com dignidade.
Você não pode fazer um processo em que cada um fique 10 anos,
15 anos e 20 anos e deixe o problema para quem virá. A pessoa que
ganha a licitação completará um ciclo em que ela poderá
ser avaliada se, de fato, aquela Floresta está sendo regenerada.
Agora, se for identificado que ela não está cumprindo as regras,
o contrato poderá ser rompido pelo poder público.
Sobre
o cultivo de dendê na Amazônia:
Com a recuperação de áreas degradadas com dendê,
abre-se mais uma frente preocupante.
Hoje,
as medidas adotadas tornam claro e irreversível o caminho de fazer
da política socioambiental e da Economia uma única agenda,
capaz de posicionar o Brasil de maneira consistente para operar as mudanças
profundas que, cada vez mais, apontam o desenvolvimento sustentável
como a opção inexorável de todas as nações.
Chico
Mendes viu, antes de todos, as amplas possibilidades abertas pelo desenvolvimento
sustentável para perpetuar a vida de populações tradicionais
de seringueiros, de índios, de caboclos, de ribeirinhos, de quebradeiras
de coco... A experiência lhe ensinara como manejar as riquezas da
Amazônia sem destruí-las, extraindo delas apenas o necessário
ao sustento de sua família. O sonho esbarrara, no entanto, na ambição
desmedida de outros que desejavam colocar a mata abaixo para abrir pastagens
e explorar suas terras sem compromisso com o meio ambiente.
Chico Mendes foi um coração
voluntário na defesa da Floresta.
Hoje,
ninguém mais chama a Amazônia de 'inferno verde', que precisa
ser ocupada e desenvolvida de qualquer jeito; há uma consciência
da necessidade de preservá-la.
O
modelo predatório de desenvolvimento, de remoção da
Floresta para outros tipos de atividade, tem pelo menos 400 anos no Brasil,
e contou com financiamento, com tecnologia, com políticas públicas
no mais alto grau de suporte e com toda uma base de políticos e governantes
apoiando esse modelo. Já o modelo de desenvolvimento sustentável
começou há apenas 20 anos!
O
maior avanço que tivemos foi na consciência das pessoas. Se
nós pararmos para pensar que, há 20 anos, o Chico
Mendes era
uma pessoa praticamente isolada, com poucos apoios fora do Acre, e hoje
vermos o que significa a preocupação do País inteiro
com a Amazônia, é uma coisa que a gente nem conseguiria imaginar.
O Governo não pode ter a pretensão
de fazer sozinho as mudanças que a sociedade reclama, porque elas
terão de ser feitas pela sociedade para que o País dê
certo e tenha um novo momento na sua história. O próprio Chico
Mendes jamais teve a ilusão de que a mudança seria feita por
pessoas e, por isso, sempre lutou numa perspectiva coletiva, integradora.
Essa foi a grande lição que aprendi com Chico: buscar uma
atuação horizontalizada, em rede, chamando os mais diferentes
atores, dos mais diferentes segmentos, para divulgar e promover as mudanças
que se tornavam necessárias.
Quando
nos lembramos que 50% do Produto Interno Bruto brasileiro provêm dos
nossos recursos naturais, fica claro que destruí-los será
a catástrofe.
Hoje,
todos nós sabemos que somos finitos como raça. E, além
de não sabermos como lidar com a imprevisibilidade dos fenômenos
climáticos, temos pouco tempo para aprender como fazê-lo. É
preciso, porém, não maximizar nem minimizar essa urgência,
pois, esse comportamento não ajuda; mas, sim, devemos manter –
cada um de nós –
constância
de ações naquele rumo.
A
questão ambiental, no mundo, vem sendo alçada a um patamar
inédito na história da Humanidade. As mudanças climáticas
globais e suas conseqüências no Brasil exigem um amplo esforço
de fortalecimento das estruturas de Governo para fazer face aos desafios
que nos estão colocados.
Vamos
atravessar este novo século discutindo meio ambiente e desenvolvimento,
queiram ou não queiram.
Antes de pensar o que concretamente
nós vamos fazer, temos que pensar o que vai orientar o nosso fazer.
Podemos
nos tornar mais atrativos ao Planeta pelos exemplos de produção
sustentável, elevando os padrões de consumo mundiais.
O custo do cuidado é sempre
menor que o custo do reparo.
Talvez o que tenhamos que aprender
a fazer seja algo que tenho chamado de 'aeróbica da musculatura do
acerto', fortalecendo-a como a melhor forma de combater a 'musculatura do
erro'. Oferecendo para este último o melhor dos ensinamentos do amor,
que é o ato de oferecer a outra face. Para a face da prepotência,
a humildade de aceitar-se também como falho. Para a face do descaso,
o compromisso que cria e gera alianças. Para a face da vaidade, da
voracidade pelo poder e para a autoria das coisas, o compartilhar autorias,
realizações, reconhecimentos.
Sempre digo que, se tivermos o propósito
ético de nos desenvolvermos com justiça social e ambiental,
haveremos de achar as respostas técnicas. Daí ser fundamental
que este propósito se construa nos diferentes diálogos que
constituirão o grande pacto ambiental da Nação Brasileira.
Se o governante não quer para
si a doença degenerativa da ambição pelo poder em si,
deve ser precavido, em benefício tanto de sua própria essência
humana e do sentido maior de sua vida, quanto em nome da sociedade, por
um imperativo ético.
É nosso papel induzir, oferecer
soluções, despertar consciências, procurar e estimular
parcerias, demandar participação em decisões nas quais
o componente ambiental deva ser considerado. Devemos mostrar, enfim, a viabilidade
de se chegar a uma realidade na qual, ao se falar em políticas públicas,
estaremos de fato falando em um projeto de desenvolvimento integrado, nacional,
voltado para um futuro melhor para todos, sem descuidar das emergências
do presente.
O servir é a palavra para
quem quer ser um líder de verdade. Muitos líderes têm
perdido porque não entendem que ser líder é mais servir
do que ser servido.
Você
pode escolher ser um político que tem a esperteza do mundo ou um
político que tem o Espírito de Deus. A esperteza do mundo
é passageira, e, se você a escolher, saiba que a primeira coisa
que vai acontecer é que o Espírito de Deus irá se afastar
de você.