Acho
que um pouquinho de Física é importante e não faz mal
a ninguém, principalmente se ela for apresentada de maneira palatável
(as notas que inseri neste texto, em alguns casos, são um pouco complicadas,
mas, o texto em si não é). Por isto, hoje, resolvi garimpar
na Internet alguns pensamentos de Marcelo Gleiser um simpático físico,
astrônomo, professor, escritor, roteirista e colunista brasileiro,
cuja forma de escrever e de divulgar a Ciência é equiparável
à do cientista, astrônomo, biólogo norte-americano e
consultor e conselheiro da NASA Carl Sagan (1934 – 1996). Marcelo
Gleiser é conhecido pela forma apaixonada e simples de ensinar Ciência
em seus livros e em sua série científica Cosmos.
De origem judaica, Marcelo Gleiser freqüentou a sinagoga quando criança,
mas, hoje em dia, se declara ateu – o mais religioso dos ateus. Já
participou de programas de televisão no Brasil, nos EUA e na Inglaterra,
entre eles, o Globo Ciência. Enfim,
como afirmou o químico, cientista estadunidense e Prêmio Nobel
de Química de 1981 Roald Hoffmann (18 de Julho de 1937 - ), Gleiser
é a estrela mais brilhante de uma pequena constelação
que consegue escrever em uma língua que todos entendem. O que faz
com que se destaque é sua disposição de se engajar
na condição humana. Ele nos conta não apenas sobre
os engenhosos modos com que tentamos entender o mistério que nos
cerca, mas, também, a nós mesmos. Mas, seu sucesso,
como disse o cineasta Cacá Diegues (19 de maio
de 1940 –), está ancorado em três pilares: compaixão,
imaginação e humor. Não se é nada
sem compaixão, só se diz baianada sem imaginação
e a saúde acaba arrasada se tudo é uma só aflição.
É por isto que eu defini Marcelo Gleiser como o mais religioso dos
ateus (no sentido latino de [re]ligare).
Enfim,
vale a pena dar uma conferida nesta entrevista, dada em 22 de julho de 2012,
no Canal Livre, na Band, por Marcelo Gleiser:
http://ouniversodegian.blogspot.com.br/
ou
http://netnature.wordpress.com/
Nota
Biográfica
Marcelo
Gleiser (Rio de Janeiro, 19 de março de 1959) é um físico,
astrônomo, professor, escritor e roteirista. Conhecido nos EUA por
seus ensinamentos e pesquisas científicas, no Brasil é mais
popular por suas colunas de divulgação científica na
Folha de São Paulo, um dos principais jornais do País.
Escreveu sete livros e publicou três coletâneas de artigos.
Já participou de programas de televisão no Brasil, nos EUA
e na Inglaterra, entre eles, Fantástico. Em 2007, foi eleito membro
da Academia Brasileira de Filosofia.
Bacharelou-se
em 1981. No ano seguinte fez seu mestrado na Universidade Federal do Rio
de Janeiro, e, em 1986, obteve seu doutorado no King's College London
na Universidade de Londres. Desde 1991, é professor de Física
e de Astronomia e pesquisador em uma renomada universidade norte-americana,
a Dartmouth College, em Hanover, EUA. Já fez parte do grupo
de pesquisadores do Fermi National Accelerator Laboratory (Fermilab),
próximo a Chicago, Illinois, e do Institute for Theoretical Physics,
da Califórnia. Recebeu bolsas para pesquisas da NASA, da National
Science Foundation e da OTAN.
Em
1994, ganhou do Presidente norte-americano Bill Clinton o prêmio Presidential
Faculty Fellows Award por seu trabalho de pesquisa em Cosmologia e
por sua dedicação ao ensino. Em 1995, ganhou o Dartmouth
Award for Outstanding Creative or Scholarly Work, e venceu, em 2001,
o prêmio José Reis de Divulgação Científica.
Em 2001, Gleiser foi eleito Fellow da American Physical Society,
da qual é membro. Seu ensaio Emergent Realities in the Cosmos
apareceu na antologia Best American Science Writing 2003, editada
por Oliver Sacks.
Em
1998, ganhou o Prêmio Jabuti pelo livro A Dança do Universo,
prêmio que viria a repetir em 2002 pelo livro O Fim da Terra e
do Céu. No ano de 2005, lançou uma coletânea de
suas colunas publicadas na Folha de São Paulo de 1999 a
2004 intitulada Micro Macro. A sua primeira obra inspirou uma peça
de teatro do grupo Arte e Ciência no Palco, que estreou no Festival
de Curitiba, e foi apresentada em vários teatros e festivais no Brasil
e em Portugal. Em 2006, publicou A Harmonia do Mundo, seu primeiro
romance e também um best-seller, sobre a vida e obra do
astrônomo alemão Johannes Kepler. Em 2010, publicou o livro
Criação Imperfeita: Cosmo, Vida e o Código Oculto
da Natureza, no qual faz criticas a várias idéias de
unificação na Física, argumentando que as assimetrias
do Universo não tiveram origem a partir de um Deus, e que são
as imperfeições que causaram e causam a formação
de estruturas em a Natureza – do átomo às células.
O livro foi publicado em sete línguas.
Em
setembro de 2006, estreou nos cinemas o filme O Maior Amor do Mundo,
de Cacá Diegues, com consultoria de Gleiser. O filme conta a história
de um astrofísico que volta ao Brasil.
Em
2006, apresentou um bloco no programa dominical Fantástico, da Rede
Globo, chamado Poeira das Estrelas. O programa falava sobre ciência,
mantendo o foco na Astronomia e na origem da vida, muito semelhante à
série Cosmos, de Carl Sagan.
Em
2008, apresentou no programa Fantástico mais uma série com
conteúdo científico, intitulada Mundos Invisíveis,
na qual explorou a história da Física e da Química
– da Alquimia à Física de Partículas Elementares.
Em
2010, narrou o documentário Como Funciona o Universo, exibido
pelo canal Discovery Channel.
Marcelo
Gleiser vive com a família no Estado de New Hampshire, nos EUA.
Pensamentos
Gleiserianos
A
Ciência explica a Natureza e cria novos mundos que não percebemos
com nossos sentidos. Hoje, sabemos que os céus não são
só regulares, e, por assim dizer, bem-comportados; as tempestades
solares, a cada 11 anos, são um exemplo. O Sol não tem nada
de bonzinho e nem é sempre igual; ele é uma estrela profundamente
inquieta, com grandes ebulições (tempestades solares) e ejeções
gigantescas de matéria (ejeções de massa coronal) –
um verdadeiro inferno.
Ejeção
de massa coronal em 2001
Eu
explico como é um buraco negro1
usando analogias, metáforas do dia-a-dia, histórias de que
as pessoas possam fazer parte.
...
—› ...
Seres
unicelulares ...
—› ...
Fotossíntese ... —›
...
Vida mais complexa
... —› ...
Seres multicelulares ...
—› ... Homem ...
—› ...
O
oxigênio é uma espécie de granola da Bioquímica!
A
função da vida não é criar inteligência;
a função da vida é sobreviver. O darwinismo é
incontestável.
A
história da vida do homem na Terra é o resultado de uma série
de acidentes.
Dinossauros
...
—› ...
—› ...
—› ... Vida inteligente.
Para
que haja vida em outros planetas, no mínimo, é preciso haver
carbono e água.
A
primeira força que surgiu no Universo foi a gravidade [que
é uma das quatro forças fundamentais da Natureza (junto com
a força forte, o eletromagnetismo e a força fraca) em que
objetos com massa exercem atração uns sobre os outros].
Em
Física, o nada não é a ausência de tudo. O Espaço
vazio não existe; o vácuo não existe; mas, de uma certa
forma, o éter existe.
Há
uma incerteza no que concerne à energia das coisas, logo, há
uma incerteza na energia do próprio Universo [ainda
que, desde sempre, seja a mesma].
Se,
no tempo, voltássemos para trás, observaríamos que
a matéria era profundamente densa e quente.
O
belo é ligeiramente assimétrico e imperfeito.
Sobre
a realidade, só podemos falar sobre a nossa (humana) realidade, que
é profundamente limitada. 'O essencial é invisível
aos olhos'.
A
Mecânica Universal não precisa de Deus. As pessoas podem precisar
de Deus. São duas coisas completamente diferentes.
É
tudo muito pequeno – coisas microscópicas ou menores ainda,
como as partículas elementares – ou muito grande, como os astros
e as estrelas. São mundos completamente invisíveis para nós,
mas que são revelados pela Ciência.
A
Ciência é ensinada de uma maneira tão chata, que é
um milagre as pessoas desejarem ser cientistas.
O
estudo da Cosmologia apresenta um problema de ordem prática um tanto
complicado: ao contrário da maioria das outras Ciências, em
que amostras podem ser analisadas diretamente, fica difícil fazer
experiências com outros universos no laboratório. Temos o nosso
único exemplo e basta. O jeito é estudar as suas propriedades
– os tipos de matéria que existem nele, a sua temperatura,
o seu tamanho, a sua história – e, daí, tentar criar
explicações plausíveis que as justifiquem.
Quando
se perde algo tão importante, você passa o resto da vida criando
por causa dessa destruição. É como uma compensação.
Quando era adolescente, percebi que tinha duas opções: ou
me tornava uma pessoa mórbida ou tentava criar a partir da perda.
Fui até o fundo do buraco para perceber que a resposta não
estava lá. A resposta não estava em descobrir a vida depois
da morte, mas a vida que estava acontecendo aqui e agora. Então me
entendi.
Essa
idéia de que existe ritmo em tudo em a Natureza já ressonava
na minha cabeça de forma inconsciente. Uma certa dança das
coisas!
Há
algo de muito patológico em uma espécie que se diz inteligente,
mas que só é capaz de garantir sua sobrevivência pelo
acúmulo de armas.
As
pessoas se sentem ameaçadas pela Ciência, achando que ela vai
'matar' os deuses. É esta distorção que os cientistas
devem combater, e não a fé. A Ciência não quer
roubar Deus de ninguém.
A
discussão do papel de Deus no Universo é muito antiga –
ela veio antes da Ciência... Havia uma divinização da
Natureza. À medida que a Ciência faz um avanço, o Deus
das lacunas se torna menos necessário para explicar o mundo.
Os
deuses, por definição, estão além das leis da
Natureza.
Do
mesmo modo que você vai ao teatro assistir a uma ópera sem
saber ler uma partitura ou tocar um instrumento, não precisa saber
matemática para apreciar a beleza das idéias científicas.
Universos
como o nosso, que têm um momento de origem (um Big Bang), carregam
com eles a marca do seu passado no que chamamos de Singularidade,
o momento em que o tempo começa (o t = 0 do relógio cósmico)
e o espaço se reduz a um ponto de volume zero.2
Segundo
o inventor e futurista Ray Kurzweil, a revolução não
só já começou (redefinição não
só do futuro, mas da própria noção do que significa
ser humano), como avança rapidamente em direção a um
ponto final – a Singularidade
– quando máquinas e seres humanos formarão uma aliança
que poderá nos tornar seres super-humanos. Ele prevê que chegaremos
lá em 2045. Kurzweil admite que, em 2020, computadores serão
poderosos o suficiente para simular o cérebro humano. Baseando seus
argumentos em uma lei empírica chamada Lei dos Retornos Acelerados
[à
medida que a ordem aumenta exponencialmente, o tempo acelera exponencialmente,
isto é, o intervalo de tempo entre eventos relevantes fica menor
com o passar do tempo],
em 25 anos, o progresso da Internet, a velocidade de processamento de dados
e o acesso a bancos de dados criarão tecnologias bilhões de
vezes mais poderosas do que as que temos hoje.
Ao
estudarmos a Natureza com novas ferramentas, o inusitado parece ser inevitável.
Um teorema e um poema são
reflexões do possível, seja o concreto ou o onírico.
A imaginação lança mão de todos os recursos
à sua disposição para dar sentido à existência.
Nossas
filosofias, Ciências e religiões são tentativas de compreender
a existência apesar de nossa miopia, isto é, de nossas limitações
sobre o que vemos e entendemos.
Vivemos
em uma época peculiar, em que o que antes era província exclusiva
da religião faz parte do discurso rotineiro da Ciência.
Todo
modelo é uma aproximação, ou seja, nenhum é
réplica perfeita do real. Conseqüentemente, nenhum modelo é
completo. E assim, como todo modelo é incompleto, existem lacunas
no Modelo Padrão. Para preenchê-las, os físicos propõem
extensões do Modelo Padrão, isto é, novos modelos com
mais partículas. O teste destas hipóteses é sempre
descobrir as novas partículas propostas pelos modelos. Deles, o mais
famoso é o que invoca uma nova simetria da Natureza – a supersimetria.3
Esta nova simetria dobraria o número de partículas que existem
em a Natureza. A supersimetria também poderá vir a resolver
um enigma cósmico – a existência da matéria escura,4
que afeta a rotação das galáxias.
Modelos matemáticos dependem
de parâmetros5
que podem ser ajustados (massa das partículas, por exemplo), de modo
que suas previsões escapem dos instrumentos de detecção.
O fato é que a teoria pode se esconder, em princípio, indefinidamente.
Em
Ciência, devemos sempre ter a humildade de aceitar o erro [ou
a nossa incapacidade],
e, quando for o caso, propor algo novo, mesmo que seja menos elegante.
Somos
matéria arranjada segundo um plano, e este plano é uma seqüência
de instruções, ou seja, um programa.6
A
realidade, tal qual a percebemos, pode ser simulada; basta mais informação,
mais detalhes, mais velocidade de processamento. Se será este o nosso
futuro, é bom começarmos a pensar nas suas várias conseqüências,
e a nos certificarmos de que nossa informação terá
um backup [cópia de
segurança] que não falhará ou que não
possa ser destruído por forças malignas.
Nós
criamos os Deuses para poder imitá-los.
Nossa
galáxia, a Via Láctea, é apenas uma entre bilhões
de outras, sendo sua posição perfeitamente irrelevante. Nosso
planeta não ocupa uma posição especial no sistema solar,
nosso Sol não ocupa uma posição especial em nossa galáxia
e nossa galáxia não ocupa uma posição especial
no Universo. O que temos de especial é a habilidade de nos maravilharmos
com a beleza do Cosmo.
O fato de a gente não entender
alguma coisa não significa que ela precise ser explicada de uma forma
sobrenatural. A Ciência vive da dúvida. E a gente não
precisa entender tudo para se ter uma vida feliz e completa. Eu prefiro
viver com a dúvida a ser enganado por uma ilusão.
A
Mecânica Universal não precisa de Deus; as pessoas, sim, precisam
de Deus.
Nós
somos produto de nossa história. Não há como evitar
sermos uma combinação de nossos genes com a nossa história.
Eu
acredito que a Ciência não pode explicar tudo. O que não
quer dizer que eu acredite que existam fenômenos sobrenaturais ou
coisas desse tipo. O que todas as pessoas precisam saber é que a
Ciência é uma construção humana, é uma
criação nossa, e, por isto, ela explica o mundo da melhor
maneira que a gente pode. Isto significa que, como somos criaturas limitadas,
as nossas explicações do mundo também são limitadas.
A Ciência é uma narrativa, algo que criamos para entender o
mundo em que vivemos. Ela reflete a Humanidade nas suas maiores criatividades
e também nas suas maiores limitações.
Essa
idéia de uma teoria final, que seja uma explicação
universal, é uma noção que depende muito das idéias
de perfeição e de simetria. De que, por trás das imperfeições
e das variações do mundo, existe uma regularidade, um padrão.
Só que, quando vamos olhando para o mundo, fazendo experimentos,
a gente descobre que não é bem assim. Por que existe matéria?
Por que existem galáxias? Por que existe a vida? Por que existe a
vida complexa? Todos estes processos, que chamamos de formação
de estruturas materiais – como nós mesmos, que somos a estrutura
material mais fascinante que existe, já que somos um bando de moléculas
com capacidade de pensar – dependem de imperfeições,
de assimetrias. A Natureza cria por meio de suas imperfeições.
Eu acho que esta é uma das lições mais importantes
a serem aprendidas. Que não é na simetria, na perfeição,
que nós vamos encontrar a verdade, mas, sim, focando nas diferenças
é que desvendaremos os mecanismos criativos da Natureza.
O
conhecimento não representa necessariamente sabedoria, mas, com certeza,
a ignorância nunca é uma opção razoável.
Apenas
uma reavaliação do nosso lugar na ordem natural das coisas,
produto de um novo modo de se pensar sobre a Ciência e sobre o seu
papel no mundo, é que poderá levar a uma espiritualidade livre
de uma fé sobrenatural.
Toda
transformação que ocorre no mundo natural é resultado
de alguma forma de desequilíbrio.
A
vida na Terra continuará sem nós. Mas nós não
podemos continuar sem a Terra.
A
Ciência precisa de uma estrutura, de um arcabouço de leis e
princípios para funcionar.
Nada
é mais importante do que a preservação da vida.
Aqueles que acham que a tecnologia
necessariamente leva a uma sociedade cada vez mais secular deveriam dar
uma olhada em torno.
A
fé brota da nossa dificuldade de lidar com o imprevisto, com o que
está além do nosso controle ou compreensão.
Nossa
visão de mundo é determinada pelo que podemos ver e medir
e pelos dados que temos no momento
Somos
como um peixe que vive aprisionado num aquário; mesmo que o nosso
'aquário' cresça sempre (pois é isso o que ocorre com
o corpo do conhecimento humano), tal como o peixe, nunca poderemos sair
dele e explorar a totalidade do que existe. Haverá sempre um 'lado
de fora', além do qual não podemos explorar.
Acreditar
que a Ciência, em um determinado momento, terá todas as respostas
é dotá-la de um poder que ela não tem.
Para
nos aproximarmos da verdade, muitas vezes, temos que abandonar nossos sonhos
de perfeição.
Para
vermos a Natureza em toda a sua glória, precisamos de instrumentos
que ampliem a nossa percepção, de modo que possamos 'ver'
o que os nossos olhos não vêem.
Quanto
mais eficiente e abrangente a ciência era em explicar a Natureza,
menor se tornava o espaço para Deus.
As
equações da Mecânica Quântica geram probabilidades
e não certezas.
Quanto
mais longe enxergarmos, mais existe para enxergar.
Há uma limitação
fundamental do conhecimento humano. Apenas nossa vaidade intelectual nos
impede de aceitar esse fato e seguir adiante.
Um
mundo assimétrico é atemorizante, pois nos força a
ser responsáveis pelos nossos atos.
A
Ciência é uma exploração do mundo como ele é,
e não como gostaríamos que fosse.
A
imperfeição e o desequilíbrio são a semente
do devir.
A
tecnologia, ao menos na Física de Altas Energias e na Cosmologia,
não consegue se manter a par com as idéias dos físicos
teóricos; idéias são bem mais baratas do que máquinas.
Entendi
que a ordem que impomos [tentamos
impor]
à Natureza é a ordem que tanto queremos nas nossas vidas.
A
Ciência que criamos é apenas isto: nossa criação.
Não
é a Ciência que cria e destrói, e, sim, a sociedade,
através das escolhas que faz.
Quanto
mais abstrata for a busca pela unidade de todas as coisas, mais nos distanciamos
da Natureza e dos problemas de nossa era. A busca pode se tornar um escape,
o 'ópio da mente'.
A Ciência é um método
de conhecimento, de descobrir significados.
Ao
aceitarmos que a Ciência é uma criação humana
e não um fragmento de um conhecimento divino e perfeito, nós
a tornamos parte de nossa identidade como seres imensamente criativos, mas
não infalíveis.
À
medida que o ser humano avança cientificamente, ele precisa também
avançar moralmente.
O
não saber é a grande mola do avanço humano.
Foi
Tales, o primeiro dos filósofos gregos, que perguntou: — Do
que o mundo é feito?
O espaço, segundo a Física
do muito pequeno, não pode ser vazio. E nem o Cosmo nas suas proporções
maiores. Em 1998, astrônomos descobriram que as galáxias se
afastam de forma acelerada, levadas pela expansão cósmica
como objetos em uma enchente. A causa desta aceleração, com
efeito idêntico ao termo que Einstein inseriu e depois descartou nas
equações de sua Teoria da Relatividade, é uma espécie
de fluido preenchendo todo o espaço, primo do Bóson
de Higgs, mas não ele. É um outro tipo de éter, chamado
provisoriamente de energia escura.
Na
Física de Partículas, uma 'descoberta' é tão
rara que a chance de outra explicação é de uma em 3,5
milhões.
Bóson
de Higgs Partícula de
Deus ou Partícula-Deus
[Inicialmente, denominada
por Leon Lederman de Goddamn Particle
(Partícula
Amaldiçoada por Deus)].
O Bóson de Higgs era a peça que faltava no chamado Modelo
Padrão [Física
de Altas Energias], que descreve tudo sobre as partículas
que conhecemos no Universo. Achá-lo significa completar esse modelo
com enorme sucesso. O Bóson de Higgs é único entre
as partículas: ele é responsável por 'dar massa' a
todas as outras partículas. Vale lembrar que, na Física Moderna,
as entidades essenciais são os campos. Partículas são
excitações desses campos, como pequenas ondas na superfície
de um lago. O Campo de Higgs estaria por toda a parte, como o ar na nossa
atmosfera. Ele interage com os campos de outras partículas: por exemplo,
o campo dos elétrons ou o dos fótons (o campo eletromagnético),
as partículas de luz. Essa interação tem uma intensidade
que varia de campo para campo. É essa intensidade variável
que determina a massa das partículas e as suas diferenças.
Ninguém 'viu' um Bóson de Higgs, pois eles se desintegram
em outras partículas em minúsculas frações de
segundo. O que se observa são os vários produtos dessas desintegrações.
Os resultados são estatísticos, devido aos bilhões
de colisões e desintegrações que ocorrem.
Na
água, por exemplo, a diminuição de temperatura, que
converte água líquida em água sólida (gelo),
gera uma quebra de simetria [um
copo com água é simétrico, um boco de gelo não
é, ainda que nos dois estados da matéria o movimento não
cesse, pois a condição estática inexiste no Universo].
Como
é possível saber o que há dentro de uma latanja sem
cortar a laranja?
Não
pesquisar é travar a possibilidade de avançar. Toda a nossa
cultura digital contemporânea, por exemplo, surgiu como conseqüência
da pesquisa científica, nos anos 20, de como funciona o átomo.
Quando apareceu o microscópio, todo um universo de conhecimento se
descortinou. E assim, a ilha do conhecimento, em um oceano de coisas desconhecidas,
não pára de crescer!
Para
Johannes Kepler (1571 – 1630) e para Isaac Newton (1643 – 1727)
estudar a Natureza cientificamente era estudar a Natureza de Deus. Como
o mundo era uma criação divina, estudar essa criação
era estudar a Mente Divina. Newton, por exemplo, passou mais tempo de sua
vida estudando Teologia e Alquimia do que propriamente fazendo Ciência.
Já Albert Einstein (1879 – 1955), apesar de ateu, era uma pessoa
profundamente espiritualista, ainda que nunca tenha se preocupado com uma
entidade criadora, um arquiteto, por trás do mistério da vida.
E assim, quanto mais o homem busca compreender o mundo, mais ele entende
sobre si mesmo.
Nos
séculos XVI e XVII, o que você pensava sobre o Cosmos poderia
lhe custar a vida; se não a vida, ao menos a liberdade e a integridade
física. Imagine viver em uma sociedade na qual o arranjo dos céus,
por fazer parte da interpretação teológica da Bíblia,
não era determinado pela ciência, mas pela fé.
Um dos maiores problemas da Física
Quântica é como compreender os efeitos bizarros que ocorrem
no mundo do muito pequeno e medi-los sem nele interferir. Esta é
a gigantesca diferença entre o mundo clássico, o nosso mundo,
e o mundo quântico. O desafio é como medir sem interferir,
ou, ao menos, interferir preservando a natureza quântica dos fenômenos
observados.
Salto
Quântico7
No
perene debate entre a Ciência e a religião, algo que costuma
irritar os cientistas, ao menos aqueles que se consideram ateus, é
a insistência dos que têm fé em acreditar em uma realidade
paralela, inacessível à razão.
Pessoa de fé: —
Boa sorte, que Deus te inspire.
Cientista: — Eu prefiro me inspirar sozinho mesmo.
Modelos
físicos atuais pressupõem que o multiverso [conjunto
de muitos universos]
existe eternamente, e que o nosso existe entre incontáveis outros.
A
expansão do Universo é uma expansão
do próprio espaço, o qual, após a Teoria da Relatividade
Geral de Einstein, ganhou plasticidade: ele pode se expandir, se contrair
ou se dobrar como um balão de borracha. Uma das conseqüências
imediatas desta expansão é que o Universo não tem um
centro.8
Outra:
no Universo, todos os pontos são igualmente importantes.
A
Lua, que hoje nos mostra sempre a mesma face, já girou de maneira
diferente. No futuro longínquo, com a desaceleração
contínua da rotação da Terra, o dia durará 47
horas, e a distância até a Lua será 43% maior do que
é hoje.
A nossa percepção da
passagem do tempo é cega aos percalços lentos da dança
dos astros.
Método
científico: noção de que uma hipótese precisa
ser validada por experimentos para que seja aceita como explicação
significativa de como funciona o mundo.
A
ciência não é infalível, mas é o melhor
método que temos para aprender como o mundo funciona.
É
precisamente na fronteira do conhecimento que a imaginação
tem seu papel mais importante; o que ontem foi apenas um sonho, amanhã
poderá se tornar realidade.
Ainda
não descobrimos, e, talvez, nunca possamos saber exatamente como
a vida surgiu aqui na Terra, porque nunca poderemos recriar as condições
da Terra há quatro bilhões de anos, quando a vida surgiu.
Contudo, podemos estudar os canais bioquímicos viáveis que
podem ter levado à auto-estruturação das moléculas
que chamamos de vida.
Não tenho a menor dúvida
que exista vida fora da Terra. Já estamos encontrando planetas que
podem ser muito parecidos com a Terra, como o Kepler 22b, anunciado recentemente.
Isto quer dizer que a probabilidade é muito alta de que outros planetas
possuam uma vida parecida com a nossa.
Entendo
que a vida se forma em três níveis: simples, complexa e complexa-inteligente.
A vida simples é representada pelos os seres unicelulares. Os dinossauros
eram complexos, mas não eram inteligentes. A vida complexa-inteligente
precisa de pulos evolucionários, que, talvez, nunca sejam repetidos.
Se outro planeta abrigar vida complexa-inteligente, não será
primata, dinossauro nem nada do que conhecemos. A história da vida
na Terra é única, assim como a história de cada planeta.
No nosso caso, houve um asteróide que se chocou com o Planeta há
65 milhões de anos e acabou com os animais dominantes, abrindo espaço
para outros prosperarem. Estas questões estão ligadas às
erupções vulcânicas em massa e às tragédias
com colisões cósmicas. Estas coisas não se repetem
da mesma maneira em dois planetas diferentes. Cada vez que isto acontece,
a vida começa de novo. É por isto que não tenho a menor
dúvida de que a nossa história é única. Somos
únicos no Universo.
Talvez
seja essa a origem da nossa importância. Se podemos refletir sobre
a vida, temos algo de especial. Isto deveria nos levar a uma reavaliação
do nosso papel: guardiões da vida e do Planeta. Talvez seja essa
a nossa missão inevitável.
Como
cada planeta tem a sua história e nenhuma é idêntica,
mesmo supondo que outras 'quase-Terras' existam pela galáxia afora
e que a vida exista nesses planetas, ela terá características
diferentes. Conseqüentemente, humanos só existem aqui, resultado
dos detalhes da história única de nosso Planeta.
Há
400 anos tudo se explicava pela religião. Havia a famosa resposta:
'porque Deus quis'. Hoje, temos a opção de pensar sobre o
que está à nossa volta usando a razão. Nesse sentido,
uma das funções do ensino da Ciência é combater
o obscurantismo. Se pudermos oferecer esta compreensão por meio do
que a Ciência já descobriu, daremos uma tremenda liberdade
às pessoas, que poderão pensar por si mesmas.
Só
as pessoas bem informadas podem participar do processo democrático.
A
ciência está sempre em renovação e evolução.
Ainda há muitas questões sem resposta. É verdade também
que existem buracos nos registros dos fósseis – os elos perdidos.
Mas, isto não significa que a teoria da evolução por
seleção natural esteja errada. Ao contrário, ela oferece
um meio fantástico de pensar sobre como as espécies animais
surgiram e evoluíram. Quando foram encontrados os primeiros fósseis
de dinossauros e se perguntava por que eles tinham desaparecido da Terra,
a resposta era: porque não couberam na Arca de Noé. Este tipo
de dogmatismo religioso é extremamente perigoso. Se a escola questiona
a ciência e o seu valor, mina a possibilidade de as crianças
crescerem como cidadãos livres. Elas vão ficar escravizadas
ao obscurantismo. E isto é um crime.
Na Física Quântica,
o elétron não é descrito como uma partícula
de posição bem determinada no espaço ou como uma onda
com uma posição indeterminada no espaço, mas como sendo
potencialmente partícula e onda: a realidade física do elétron
e de todas as outras partículas de matéria é determinada
por quem está observando, pelo observador na medida em que ele interage
com o elétron. De fato, antes de o elétron ser medido, ou
seja, antes da interação entre o observador e o observado,
não se pode nem dizer que o elétron existe. No mundo quântico,
entidades só existem quando são medidas por um observador,
uma pessoa! E tudo o que vemos e percebemos à nossa volta é
constituído de elétrons.
Esta
onda é um elétron!
Estamos
cercados de elétrons!
Nunca
se deve aceitar algo só por que foi dito por uma autoridade.9
É
hora de parar de procurar por um grande plano que explique o Universo e
de aceitar que a Natureza é imperfeita.10
Os
prótons não são partículas indivisíveis;
eles são formados de partículas ainda menores chamadas quarks.11
O
neutrino (partícula-fantasma) aparece sempre que existe um decaimento
radioativo, ou seja, quando um núcleo se transforma em outro núcleo
emite neutrinos, como se fossem detritos da desintegração
radioativa. Os neutrinos também são formados no coração
do Sol – o Grande Alquimista Cósmico – e, todos nós,
somos atravessados por, aproximadamente, 1.000.000.000.000 de neutrinos
a cada segundo.12
No
passado, o átomo, a menor partícula que ainda caracteriza
um elemento químico, era considerado indivisível [do
grego, 'atomos'
– sem divisão];
hoje, se sabe que ele é divisível.13
Não
ter respostas para todas as coisas é bom. A Ciência precisa
dessa inquietação, desse não-saber, ainda que haja
limites para o conhecimento humano. Enfim, em Ciência haverá
sempre um lugar para o surpreendente, para o inimaginável.
Em
Ciência não se pode afirmar nada com certeza absoluta. O que
se conhece hoje é o que pode ser medido e comprovado hoje. Amanhã...14
Meu
Pitaquinho
De
2012, tremer e se mijar?
Não
seria maismió
festejar?
Ciclos!
Tudo é mudamento!
E a mudança
é o fermento.
Sim,
deveríamos celebrar
o alinhamento
a assomar
com o
nosso Deus interior,
cortando
o que for deterior.
Medrar
do 21 de dezembro
O azul
da Terra não delirá
e coisa
alguma colapsará.
Pela
maldade, delimos nós;
de cagaço,
colapsamos nós.
Juro;
já tomei uma decisão:
______
Notas:
1. De
acordo com a Teoria Geral da Relatividade, um buraco negro é uma
região do espaço da qual nada, nem mesmo objetos que se movam
na velocidade da luz, podem escapar. Este é o resultado da deformação
do espaço-tempo causada por uma matéria maciça e altamente
compacta. Um buraco negro é limitado pela superfície denominada
horizonte de eventos, que marca a região a partir da qual não
se pode mais voltar. O adjetivo negro em buraco negro se deve ao fato deste
não refletir a nenhuma parte da luz que atinja seu horizonte de eventos,
atuando assim, como se fosse um corpo negro perfeito em termodinâmica.
Acredita-se, também, com base na Mecânica Quântica, que
buracos negros emitam radiação térmica, da mesma forma
que os corpos negros da termodinâmica à temperaturas finitas.
Esta temperatura, entretanto, é inversamente proporcional à
massa do buraco negro, de modo que se observar a radiação
térmica proveniente destes objetos se torna difícil quando
eles possuem massas comparáveis às das estrelas. Apesar
de os buracos negros serem praticamente invisíveis, estes podem ser
detectados por meio de sua interação com a matéria
em sua vizinhança. Um buraco negro pode, por exemplo, ser localizado
por meio da observação do movimento de estrelas em uma dada
região do espaço. Outra possibilidade da localização
de buracos negros diz respeito a detecção da grande quantidade
de radiação emitida quando matéria proveniente de uma
estrela companheira espirala para dentro do buraco negro, aquecendo-se à
altas temperaturas. Embora
o conceito de buraco negro tenha surgido em bases teóricas, astrônomos
têm identificado inúmeros candidatos a buracos negros estelares
e também indícios da existência de buracos negros super
maciços no centro de galáxias maciças. Há indícios
de que no centro da própria Via Láctea, nas vizinhanças
de Sagitário A*, deve haver um buraco negro com mais de 2 milhões
de massas solares. Bem, eu acho que, de maneira geral, não se deve
temer os buracos negros, até porque temê-los não adianta
nada. O único buraco negro que se deve realmente temer é aquele
produzido em nossa personalidade-alma, causado pelos nossos preconceitos
e pelas deformações de nossa maneira de pensar, e, conseqüentemente,
de agir e de viver. Este buraco negro, sim, é um verdadeiro horror.
Buraco
Negro
(animação pictórica)
2. Aqui,
gostaria de comentar três coisas: 1ª) o conjunto
de todos os universos existentes forma o Universo global (multiverso) –
finito, porém, ilimitado, e incriado, único e energeticamente
não-diminuível e não-aumentável, porque no nada,
nada, e ao nada, nada; 2ª) se o Universo global é
incriado e único, o Big
Bang (teoria cosmológica dominante no âmbito da
Física do desenvolvimento inicial do Universo, denominada Hipótese
do Átomo Primordial pelo padre católico, astrônomo
e físico belga Georges-Henri
Édouard Lemaître, 1894 – 1966, em que tudo, em algum
tempo finito no passado, estava muito quente e apertadinho, e, desde então,
tem se expandido e resfriado) é uma impossibilidade, tanto quanto
o Big Crunch
(teoria segundo a qual o Universo, no futuro, devido à atração
gravitacional, começará a se contrair, até entrar em
colapso sobre si mesmo) é outra impossibilidade, porque nenhum universo
tem um momento de origem, criacionístico, por assim dizer, nem terá
um momento de exaurimento aniquilante ou colapsante (portanto, 21 de dezembro
de 2012 ou qualquer outra data apocalíptica não deve atemorizar
ninguém); e 3ª) uma Singularidade Gravitacional
(algumas vezes chamada Singularidade Espaço-tempo) é um ponto
do espaço-tempo no qual a massa (associada à sua densidade)
e a curvatura do espaço-tempo de um corpo (associada ao campo gravitacional)
são ilimitadas. Os dois tipos mais importantes de Singularidades
são a Singularidade de Curvatura (curvatura do espaço) e a
Singularidade Cônica (quando, em uma hipersuperfície bidimensional,
o plano normal à corda possui a forma de um cone). Outro tipo de
Singularidade previsto pela Relatividade Geral é o buraco negro –
engolidor de tudo – do qual nada pode escapar, nem mesmo objetos que
se movam à velocidade da luz. Vai ter fome assim lá no raio
que o parta!
Mr.
Bean Black Hole
3. Em
Física de Partículas, supersimetria (comumente abreviada como
SUSY – supersymmetry)
é uma simetria que relaciona uma partícula fundamental, com
um certo valor de spin, com outras partículas, com spins
diferentes por meia unidade. Em uma teoria com essa simetria, para cada
bóson existe um férmion correspondente com a mesma massa e
os mesmos números quânticos internos, e vice-versa. Até
agora, só existem evidências indiretas para a existência
de supersimetria, uma vez que os parceiros supersimétricos das partículas
do Modelo Padrão ainda não foram observados. A supersimetria,
se ela existir, deve ser uma simetria quebrada, o que permite que as parceiras
supersimétricas sejam mais pesadas que as suas correspondentes no
Modelo Padrão. Se
a supersimetria existir próxima à escala de TeV, ela permitirá
a solução do problema de hierarquia do Modelo Padrão,
isto é, o fato de que a massa do Bóson de Higgs está
sujeita a correções quânticas que a fariam tão
grande a ponto de indeterminar a consistência interna da teoria. Nas
teorias supersimétricas, por outro lado, as contribuições
para as correções quânticas vindo das partículas
do Modelo Padrão são naturalmente canceladas pelas contribuições
dos seus parceiros supersimétricos correspondentes. Outra característica
relevante da supersimetria na escala de TeV é o fato de que ela permite
uma unificação em altas energias das interações
fracas, das interações fortes e do eletromagnetismo, e o fato
de que ela fornece um candidato para a matéria escura e um mecanismo
natural para a quebra da simetria eletrofraca.
Outra vantagem da supersimetria é que a teoria quântica de
campos supersimétrica pode ser resolvida algumas vezes. A supersimetria
também faz parte de várias das versões da Teoria de
Cordas, embora ela possa existir mesmo se a teoria de cordas não
estiver correta. O
Modelo Padrão minimamente supersimétrico é um dos candidatos
mais estudados pela física além do Modelo Padrão.
4. Na
Cosmologia, matéria escura (ou matéria negra) é uma
forma postulada de matéria que só interage gravitacionalmente
(ou interage muito pouco de outra forma). Sua presença pode ser inferida
a partir de efeitos gravitacionais sobre a matéria visível,
como estrelas e galáxias.
5. Talvez,
eu vá dizer uma heresia do tamanho de um dinossauro, mas penso que,
em uma experiência, sempre que se ajustam parâmetros, os resultados
obtidos são falsos ou, no mínimo, tendem para uma falsificação.
A grande dificuldade de se entender a Natureza e o Universo é que
eles não são exclusivamente materiais, e não agem (e
reagem), por assim dizer, apenas mecanicamente. Um exemplo marcante desta
convicção são as experiências levadas a efeito
por Masaru Emoto (22 de julho de 1943 –), que, basicamente, consistem
em examinar a aparência de cristais de água sob um microscópio.
As fotografias abaixo mostram a resposta da água (dos cristais de
água) a diversas emoções e a diversos pensamentos,
o que demonstra que a água facilmente assimila as vibrações
e as energias do ambiente, seja tóxico, poluído ou naturalmente
puro.
Bem,
um experimento interessante é colocar água em um copo, envolvê-lo
com as duas mãos e posicioná-lo na altura do plexo solar.
Depois, fazer uma inspiração profunda e vocalizar o mantra
OM (ou
qualquer outro mantra de sua preferência). Repetir esta última
fase com o copo colocado na altura do coração, e finalmente,
no centro da testa. Isto feito, beba esta água magnetizada ou dê
para uma pessoa doente. Nada extraordinário ou fabuloso acontecerá,
mas, alguma coisa imperceptível certamente mudará. E a repetição
é tudo. E não se esqueça de colocar uma vasilha com
água perto de sua cama antes de dormir. Eu faço isto, sistematicamente,
há quase cinqüenta anos.
6. Plano
—› Seqüência de Instruções —›
Programa Eu Interno.
7. Em
Física e Química, um salto quântico acontece quando
uma partícula ganha energia. O movimento dos elétrons se acelera,
levando-os a se afastar do núcleo. Este afastamento dos núcleos
acontece na forma de 'saltos' – do nível 1 para o nível
2 no primeiro salto, do nível 2 para o nível 3 no segundo
salto, e assim sucessivamente. O
retorno dos elétrons às suas posições (desde
que não tenham se desprendido do átomo) libera a energia recebida
para realizarem o salto. Esta energia é liberada na forma de um fóton,
o que ocasiona emissão de luz. Os elétrons das últimas
camadas necessitam de pouca energia para saltar para as camadas mais externas,
e seu retorno cria ondas mais longas, vibrando na cor vermelha; enquanto
isso, os elétrons mais próximos do núcleo necessitam
de maiores energias e seus fótons saem criando ondas mais curtas,
aproximando a luz do violeta, do ultravioleta (imperceptível aos
olhos humanos), dos raios X, dos raios gama etc. A razão de os elétrons
mais próximos do núcleo necessitarem de mais energia acontece
devido à atração entre a parte positiva do átomo
(prótons do núcleo) e a parte negativa (elétrons da
nuvem eletrônica). Quanto mais próximo está um elétron
de um próton, mais ele é atraído pelo núcleo,
criando um efeito de blindagem contra os saltos quânticos, e assim
exigindo maior energia para que os saltos sejam realizados e o elétron
se afaste do núcleo. Em uma temperatura de 1.000º C, os elétrons
abandonam suas órbitas, em número sempre crescente, e se esta
temperatura atingir 100.000º C, todos os elétrons se desprendem
do núcleo, que não resiste à repulsão entre
suas partículas formadoras e explode em entrechoques de altíssimas
temperaturas.
8. O
Universo é uma esfera infinita cujo centro está em toda parte
e a circunferência em parte alguma. Blaise Pascal (1623
– 1662).
9. Seja
qual for a autoridade: o Pai, a Mãe, o Presidente da República,
a Rainha da Inglaterra, o Papa, o Áyatolláh,
o Reverendo, o Missionário, o Santo, o Comendador, o Desembargador,
o Capo di tutti
i capi (expressão
utilizada para designar o Chefe de todos os chefes da máfia siciliana),
o Mestre, o Guru... Nós só devemos respeitar, aceitar e acatar
os argumentos e os conselhos de uma exclusiva Autoridade: o nosso Mestre-Deus
Interior. E ponto final. Mas, para isto, precisamos desensurdecer!
10.
A Natureza não é perfeita nem imperfeita. Como nós
podemos classificar uma coisa de perfeita ou de imperfeita se não
conhecemos integralmente, intestinamente, a própria coisa, a própria
perfeição e a própria imperfeição? A
Natureza é o que é, e nós, certamente imperfeitos,
temos a tendência de julgar as coisas como isto ou como aquilo com
as medidas da nossa imperfeição. Seja como for, a coisa é
mesmo como disse Marcelo Gleiser:
Se estivermos dispostos a abraçar a sua mensagem, a
Natureza tem muito a oferecer.
11.
Quark,
na Física de Partículas, é um dos dois elementos básicos
que constituem a matéria (o outro é o lépton)
e é a única, entre as partículas, que interage através
de todas as quatro forças fundamentais. O quark
é um férmion
fundamental com carga hadrônica ou cor. Não se observaram ainda
quarks
em estado livre. Segundo o Modelo Padrão, os quarks
ocorrem em seis tipos na natureza: top,
bottom, charm, strange, up e down.
Os dois últimos formam os prótons e os nêutrons, enquanto
os quatro primeiros são formados em hádrons
instáveis em aceleradores de partículas.
12.
No Sol (e nas estrelas), desconsiderando os estados intermédios,
a coisa se passa assim: 1º) fusão de hidrogênio e produção
de hélio; 2º) fusão de hélio e produção
de carbono, oxigênio e neônio; 3º) fusão de carbono,
oxigênio e neônio e produção de todos os elementos
até o silício; e 4º) fusão de silício e
produção de todos os elementos até o ferro.
Reação
de fusão nuclear,
em temperaturas de 4.000.000ºK,
predominantes no Sol,
que leva à produção de hélio.
Fusão Nuclear
(animação pictórica)
13. Para Demócrito
(460 a.C. – 370 a.C.), a grande variedade de materiais em a Natureza
provinha dos movimentos dos diferentes tipos de átomos que, ao se
chocarem, formavam conjuntos maiores gerando diferentes corpos com características
próprias. Algumas idéias de Demócrito sobre os átomos:
• Água:
formada por átomos ligeiramente esféricos (a água escoa
facilmente).
• Terra: formada por átomos cúbicos (a terra é
estável e sólida).
• Ar: formado por átomos em movimentos turbilhonantes (o ar
se movimenta - ventos).
• Fogo: formado por átomos pontiagudos (o fogo fere).
• Alma: formada pelos átomos mais lisos, mais delicados e mais
ativos que existem.
• Respiração: era considerada uma troca de átomos;
átomos novos substituem átomos usados.
• Sono: desprendimento de pequeno número de átomos do
corpo.
• Coma: desprendimento de médio número de átomos
do corpo.
• Morte: desprendimento de todos os átomos do corpo e da alma.
2.300 anos se passaram
até aparecer o plum
pudding model, modelo atômico do pudim
de passas, de Joseph John Thomson, também conhecido por J.
J. Thomson (1856 – 1940), que permaneceu em voga até a descoberta
do núcleo atômico por Ernest Rutherford (1871 – 1937).
Plum
Pudding Model
13.
Bem, salvo melhor juízo, acho que a única certeza absoluta
que podemos ter é que, inevitavelmente, um dia, todos nós
iremos morrer.
Páginas
da Internet consultadas:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravidade
http://listoftheday.blogspot.com.br/2012/07/
animated-gifs-that-will-make-you-hungry.html
http://www.ustudy.in/node/3161
http://reactor.engr.wisc.edu/tour/fission.htm
http://www.collectionscanada.gc.ca/eppp-archive/100/
200/300/gabriel_lafreniere/matiere_ondes-e/matter.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eje%C3%
A7%C3%A3o_de_massa_coronal
http://www.chem1.com/acad/sci/aboutwater.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Plum_pudding_model
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81tomo
http://www.quimlab.com.br/guiados
elementos/formacao_elementos.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Quark
http://www.abc.net.au/science/
articles/2010/08/31/2997489.htm
http://www.uncommondescent.com/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capo_di_tutti_i_capi
http://mesquita.blog.br/
marcelo-gleiser-frase-do-dia
http://terapeutaquantico.blogspot.com.br/
2010/05/uma-frase-marcelo-gleiser.html
http://www.bloggang.com/mainblog.php?id=n
ulex&month=07-03-2009&group=18&gblog=6
http://revistaescola.abril.com.br/
http://esconderijo-do-observador.blogspot.com
.br/2012/05/o-fim-da-terra-e-do-ceu.html
http://www.ingodoy.com.br/ler-post.aspx?id=444
http://www.alashary.org/autor/marcelo_gleiser/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marcelo_Gleiser
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/
1127415-aristoteles-e-higgs-uma-parabola-eterea.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/
1150075-o-tempo-a-terra-e-a-lua.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/
1161164-a-terceira-revolucao-copernicana.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/
1164859-ciencia-e-fe-realidades-paralelas.shtml
http://pt.wikipedia.org/wiki/Salto_qu%C3%A2ntico
http://www.disclose.tv/forum/deadly-flash-t32749.html
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/
1175651-copernico-traido.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saudeciencia/
53306-encontrado-o-boson-de-deus.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/
1179527-a-morte-do-nada.shtml
https://www.raspas.com.br/pensadores/384
http://nepo.com.br/2010/03/25/
livro-criacao-imperfeita/
http://www.gospel10.com/frases/
autor--marcelo-gleiser--416
http://ddd.opsblog.org/2010/03/22/para-come
car-a-semana-tres-citacoes-de-marcelo-gleiser/
http://pensador.uol.com.br/autor/marcelo_gleiser/
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/
1183191-quem-seremos-no-futuro.shtml
http://revistatrip.uol.com.br/so-no-site/
entrevistas/morrer-datou.html
http://subversivethinking.blogspot.com.br/2009
/05/masaru-emotos-research-interview-with.html
http://www.wellnessgoods.com/messages.asp
http://somostodosum.ig.com.br/
conteudo/conteudo.asp?id=1919
http://pt.wikipedia.org/wiki/Masaru_Emoto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9ria_escura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Supersimetria
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/
1190348-astroteologia-breve-introducao.shtml
http://www.jimloy.com/geometry/pythag.htm
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/
1193912-recriando-o-universo-no-laboratorio.shtml
http://www.pfi.uem.br/mfi/disserta_teses/teses
_pdf/breno_ferraz_de_oliveira_2006.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Singularidade_gravitacional
http://pt.wikipedia.org/wiki/Big_Bang
http://pt.wikipedia.org/wiki/Big_Crunch
http://filhosdoarquiteto.blogspot.com.br/2011/05/
singularidade-do-grande-arquiteto-do.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Buraco_negro
http://en.wikipedia.org/wiki/Wikipedia:Reference
_desk/Archives/Mathematics/2008_June_26
http://pez.multiply.com/journal/item/93/Animated-
GIFs-illustrating-mathematical-concepts
http://pt.wikiquote.org/wiki/Marcelo_Gleiser
Música
de fundo:
Star
Wars (Main Theme)
Compositor: John Williams
Fonte:
http://www.4shared.com/music/OV6EpWr5/
John_Williams_-_Star_Wars_main.html
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