Marcelo Gleiser

Marcelo Gleiser

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Acho que um pouquinho de Física é importante e não faz mal a ninguém, principalmente se ela for apresentada de maneira palatável (as notas que inseri neste texto, em alguns casos, são um pouco complicadas, mas, o texto em si não é). Por isto, hoje, resolvi garimpar na Internet alguns pensamentos de Marcelo Gleiser um simpático físico, astrônomo, professor, escritor, roteirista e colunista brasileiro, cuja forma de escrever e de divulgar a Ciência é equiparável à do cientista, astrônomo, biólogo norte-americano e consultor e conselheiro da NASA Carl Sagan (1934 – 1996). Marcelo Gleiser é conhecido pela forma apaixonada e simples de ensinar Ciência em seus livros e em sua série científica Cosmos. De origem judaica, Marcelo Gleiser freqüentou a sinagoga quando criança, mas, hoje em dia, se declara ateu – o mais religioso dos ateus. Já participou de programas de televisão no Brasil, nos EUA e na Inglaterra, entre eles, o Globo Ciência. Enfim, como afirmou o químico, cientista estadunidense e Prêmio Nobel de Química de 1981 Roald Hoffmann (18 de Julho de 1937 - ), Gleiser é a estrela mais brilhante de uma pequena constelação que consegue escrever em uma língua que todos entendem. O que faz com que se destaque é sua disposição de se engajar na condição humana. Ele nos conta não apenas sobre os engenhosos modos com que tentamos entender o mistério que nos cerca, mas, também, a nós mesmos. Mas, seu sucesso, como disse o cineasta Cacá Diegues (19 de maio de 1940 –), está ancorado em três pilares: compaixão, imaginação e humor. Não se é nada sem compaixão, só se diz baianada sem imaginação e a saúde acaba arrasada se tudo é uma só aflição. É por isto que eu defini Marcelo Gleiser como o mais religioso dos ateus (no sentido latino de [re]ligare).

 

Enfim, vale a pena dar uma conferida nesta entrevista, dada em 22 de julho de 2012, no Canal Livre, na Band, por Marcelo Gleiser:

http://ouniversodegian.blogspot.com.br/

ou

http://netnature.wordpress.com/

 

 

 

Nota Biográfica

 

 

 

Marcelo Gleiser (Rio de Janeiro, 19 de março de 1959) é um físico, astrônomo, professor, escritor e roteirista. Conhecido nos EUA por seus ensinamentos e pesquisas científicas, no Brasil é mais popular por suas colunas de divulgação científica na Folha de São Paulo, um dos principais jornais do País. Escreveu sete livros e publicou três coletâneas de artigos. Já participou de programas de televisão no Brasil, nos EUA e na Inglaterra, entre eles, Fantástico. Em 2007, foi eleito membro da Academia Brasileira de Filosofia.

 

Bacharelou-se em 1981. No ano seguinte fez seu mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e, em 1986, obteve seu doutorado no King's College London na Universidade de Londres. Desde 1991, é professor de Física e de Astronomia e pesquisador em uma renomada universidade norte-americana, a Dartmouth College, em Hanover, EUA. Já fez parte do grupo de pesquisadores do Fermi National Accelerator Laboratory (Fermilab), próximo a Chicago, Illinois, e do Institute for Theoretical Physics, da Califórnia. Recebeu bolsas para pesquisas da NASA, da National Science Foundation e da OTAN.

 

Em 1994, ganhou do Presidente norte-americano Bill Clinton o prêmio Presidential Faculty Fellows Award por seu trabalho de pesquisa em Cosmologia e por sua dedicação ao ensino. Em 1995, ganhou o Dartmouth Award for Outstanding Creative or Scholarly Work, e venceu, em 2001, o prêmio José Reis de Divulgação Científica. Em 2001, Gleiser foi eleito Fellow da American Physical Society, da qual é membro. Seu ensaio Emergent Realities in the Cosmos apareceu na antologia Best American Science Writing 2003, editada por Oliver Sacks.

 

Em 1998, ganhou o Prêmio Jabuti pelo livro A Dança do Universo, prêmio que viria a repetir em 2002 pelo livro O Fim da Terra e do Céu. No ano de 2005, lançou uma coletânea de suas colunas publicadas na Folha de São Paulo de 1999 a 2004 intitulada Micro Macro. A sua primeira obra inspirou uma peça de teatro do grupo Arte e Ciência no Palco, que estreou no Festival de Curitiba, e foi apresentada em vários teatros e festivais no Brasil e em Portugal. Em 2006, publicou A Harmonia do Mundo, seu primeiro romance e também um best-seller, sobre a vida e obra do astrônomo alemão Johannes Kepler. Em 2010, publicou o livro Criação Imperfeita: Cosmo, Vida e o Código Oculto da Natureza, no qual faz criticas a várias idéias de unificação na Física, argumentando que as assimetrias do Universo não tiveram origem a partir de um Deus, e que são as imperfeições que causaram e causam a formação de estruturas em a Natureza – do átomo às células. O livro foi publicado em sete línguas.

 

Em setembro de 2006, estreou nos cinemas o filme O Maior Amor do Mundo, de Cacá Diegues, com consultoria de Gleiser. O filme conta a história de um astrofísico que volta ao Brasil.

 

Em 2006, apresentou um bloco no programa dominical Fantástico, da Rede Globo, chamado Poeira das Estrelas. O programa falava sobre ciência, mantendo o foco na Astronomia e na origem da vida, muito semelhante à série Cosmos, de Carl Sagan.

 

Em 2008, apresentou no programa Fantástico mais uma série com conteúdo científico, intitulada Mundos Invisíveis, na qual explorou a história da Física e da Química – da Alquimia à Física de Partículas Elementares.

 

Em 2010, narrou o documentário Como Funciona o Universo, exibido pelo canal Discovery Channel.

 

Marcelo Gleiser vive com a família no Estado de New Hampshire, nos EUA.

 

 

 

Pensamentos Gleiserianos

 

 

 

A Ciência explica a Natureza e cria novos mundos que não percebemos com nossos sentidos. Hoje, sabemos que os céus não são só regulares, e, por assim dizer, bem-comportados; as tempestades solares, a cada 11 anos, são um exemplo. O Sol não tem nada de bonzinho e nem é sempre igual; ele é uma estrela profundamente inquieta, com grandes ebulições (tempestades solares) e ejeções gigantescas de matéria (ejeções de massa coronal) – um verdadeiro inferno.

 

 

Ejeção de massa coronal em 2001

 

Eu explico como é um buraco negro1 usando analogias, metáforas do dia-a-dia, histórias de que as pessoas possam fazer parte.

 

... —› ... Seres unicelulares ... —› ... Fotossíntese ... —› ... Vida mais complexa ... —› ... Seres multicelulares ... —› ... Homem ... —› ...

 

O oxigênio é uma espécie de granola da Bioquímica!

 

A função da vida não é criar inteligência; a função da vida é sobreviver. O darwinismo é incontestável.

 

A história da vida do homem na Terra é o resultado de uma série de acidentes.

 

Dinossauros ... —› ... —› ... —› ... Vida inteligente.

 

Para que haja vida em outros planetas, no mínimo, é preciso haver carbono e água.

 

A primeira força que surgiu no Universo foi a gravidade [que é uma das quatro forças fundamentais da Natureza (junto com a força forte, o eletromagnetismo e a força fraca) em que objetos com massa exercem atração uns sobre os outros].

 

Em Física, o nada não é a ausência de tudo. O Espaço vazio não existe; o vácuo não existe; mas, de uma certa forma, o éter existe.

 

Há uma incerteza no que concerne à energia das coisas, logo, há uma incerteza na energia do próprio Universo [ainda que, desde sempre, seja a mesma].

 

Se, no tempo, voltássemos para trás, observaríamos que a matéria era profundamente densa e quente.

 

O belo é ligeiramente assimétrico e imperfeito.

 

Sobre a realidade, só podemos falar sobre a nossa (humana) realidade, que é profundamente limitada. 'O essencial é invisível aos olhos'.

 

A Mecânica Universal não precisa de Deus. As pessoas podem precisar de Deus. São duas coisas completamente diferentes.

 

É tudo muito pequeno – coisas microscópicas ou menores ainda, como as partículas elementares – ou muito grande, como os astros e as estrelas. São mundos completamente invisíveis para nós, mas que são revelados pela Ciência.

 

 

 

 

A Ciência é ensinada de uma maneira tão chata, que é um milagre as pessoas desejarem ser cientistas.

 

O estudo da Cosmologia apresenta um problema de ordem prática um tanto complicado: ao contrário da maioria das outras Ciências, em que amostras podem ser analisadas diretamente, fica difícil fazer experiências com outros universos no laboratório. Temos o nosso único exemplo e basta. O jeito é estudar as suas propriedades – os tipos de matéria que existem nele, a sua temperatura, o seu tamanho, a sua história – e, daí, tentar criar explicações plausíveis que as justifiquem.

 

Quando se perde algo tão importante, você passa o resto da vida criando por causa dessa destruição. É como uma compensação. Quando era adolescente, percebi que tinha duas opções: ou me tornava uma pessoa mórbida ou tentava criar a partir da perda. Fui até o fundo do buraco para perceber que a resposta não estava lá. A resposta não estava em descobrir a vida depois da morte, mas a vida que estava acontecendo aqui e agora. Então me entendi.

 

Essa idéia de que existe ritmo em tudo em a Natureza já ressonava na minha cabeça de forma inconsciente. Uma certa dança das coisas!

 

Há algo de muito patológico em uma espécie que se diz inteligente, mas que só é capaz de garantir sua sobrevivência pelo acúmulo de armas.

 

As pessoas se sentem ameaçadas pela Ciência, achando que ela vai 'matar' os deuses. É esta distorção que os cientistas devem combater, e não a fé. A Ciência não quer roubar Deus de ninguém.

 

A discussão do papel de Deus no Universo é muito antiga – ela veio antes da Ciência... Havia uma divinização da Natureza. À medida que a Ciência faz um avanço, o Deus das lacunas se torna menos necessário para explicar o mundo.

 

Os deuses, por definição, estão além das leis da Natureza.

 

Do mesmo modo que você vai ao teatro assistir a uma ópera sem saber ler uma partitura ou tocar um instrumento, não precisa saber matemática para apreciar a beleza das idéias científicas.

 

 

 

 

Universos como o nosso, que têm um momento de origem (um Big Bang), carregam com eles a marca do seu passado no que chamamos de Singularidade, o momento em que o tempo começa (o t = 0 do relógio cósmico) e o espaço se reduz a um ponto de volume zero.2

 

Segundo o inventor e futurista Ray Kurzweil, a revolução não só já começou (redefinição não só do futuro, mas da própria noção do que significa ser humano), como avança rapidamente em direção a um ponto final – a Singularidade – quando máquinas e seres humanos formarão uma aliança que poderá nos tornar seres super-humanos. Ele prevê que chegaremos lá em 2045. Kurzweil admite que, em 2020, computadores serão poderosos o suficiente para simular o cérebro humano. Baseando seus argumentos em uma lei empírica chamada Lei dos Retornos Acelerados [à medida que a ordem aumenta exponencialmente, o tempo acelera exponencialmente, isto é, o intervalo de tempo entre eventos relevantes fica menor com o passar do tempo], em 25 anos, o progresso da Internet, a velocidade de processamento de dados e o acesso a bancos de dados criarão tecnologias bilhões de vezes mais poderosas do que as que temos hoje.

 

Ao estudarmos a Natureza com novas ferramentas, o inusitado parece ser inevitável.

 

Um teorema e um poema são reflexões do possível, seja o concreto ou o onírico. A imaginação lança mão de todos os recursos à sua disposição para dar sentido à existência.

 

 

 

 

Nossas filosofias, Ciências e religiões são tentativas de compreender a existência apesar de nossa miopia, isto é, de nossas limitações sobre o que vemos e entendemos.

 

Vivemos em uma época peculiar, em que o que antes era província exclusiva da religião faz parte do discurso rotineiro da Ciência.

 

Todo modelo é uma aproximação, ou seja, nenhum é réplica perfeita do real. Conseqüentemente, nenhum modelo é completo. E assim, como todo modelo é incompleto, existem lacunas no Modelo Padrão. Para preenchê-las, os físicos propõem extensões do Modelo Padrão, isto é, novos modelos com mais partículas. O teste destas hipóteses é sempre descobrir as novas partículas propostas pelos modelos. Deles, o mais famoso é o que invoca uma nova simetria da Natureza – a supersimetria.3 Esta nova simetria dobraria o número de partículas que existem em a Natureza. A supersimetria também poderá vir a resolver um enigma cósmico – a existência da matéria escura,4 que afeta a rotação das galáxias.

 

Modelos matemáticos dependem de parâmetros5 que podem ser ajustados (massa das partículas, por exemplo), de modo que suas previsões escapem dos instrumentos de detecção. O fato é que a teoria pode se esconder, em princípio, indefinidamente.

 

Em Ciência, devemos sempre ter a humildade de aceitar o erro [ou a nossa incapacidade], e, quando for o caso, propor algo novo, mesmo que seja menos elegante.

 

Somos matéria arranjada segundo um plano, e este plano é uma seqüência de instruções, ou seja, um programa.6

 

A realidade, tal qual a percebemos, pode ser simulada; basta mais informação, mais detalhes, mais velocidade de processamento. Se será este o nosso futuro, é bom começarmos a pensar nas suas várias conseqüências, e a nos certificarmos de que nossa informação terá um backup [cópia de segurança] que não falhará ou que não possa ser destruído por forças malignas.

 

Nós criamos os Deuses para poder imitá-los.

 

Nossa galáxia, a Via Láctea, é apenas uma entre bilhões de outras, sendo sua posição perfeitamente irrelevante. Nosso planeta não ocupa uma posição especial no sistema solar, nosso Sol não ocupa uma posição especial em nossa galáxia e nossa galáxia não ocupa uma posição especial no Universo. O que temos de especial é a habilidade de nos maravilharmos com a beleza do Cosmo.

 

O fato de a gente não entender alguma coisa não significa que ela precise ser explicada de uma forma sobrenatural. A Ciência vive da dúvida. E a gente não precisa entender tudo para se ter uma vida feliz e completa. Eu prefiro viver com a dúvida a ser enganado por uma ilusão.

 

A Mecânica Universal não precisa de Deus; as pessoas, sim, precisam de Deus.

 

Nós somos produto de nossa história. Não há como evitar sermos uma combinação de nossos genes com a nossa história.

 

Eu acredito que a Ciência não pode explicar tudo. O que não quer dizer que eu acredite que existam fenômenos sobrenaturais ou coisas desse tipo. O que todas as pessoas precisam saber é que a Ciência é uma construção humana, é uma criação nossa, e, por isto, ela explica o mundo da melhor maneira que a gente pode. Isto significa que, como somos criaturas limitadas, as nossas explicações do mundo também são limitadas. A Ciência é uma narrativa, algo que criamos para entender o mundo em que vivemos. Ela reflete a Humanidade nas suas maiores criatividades e também nas suas maiores limitações.

 

Essa idéia de uma teoria final, que seja uma explicação universal, é uma noção que depende muito das idéias de perfeição e de simetria. De que, por trás das imperfeições e das variações do mundo, existe uma regularidade, um padrão. Só que, quando vamos olhando para o mundo, fazendo experimentos, a gente descobre que não é bem assim. Por que existe matéria? Por que existem galáxias? Por que existe a vida? Por que existe a vida complexa? Todos estes processos, que chamamos de formação de estruturas materiais – como nós mesmos, que somos a estrutura material mais fascinante que existe, já que somos um bando de moléculas com capacidade de pensar – dependem de imperfeições, de assimetrias. A Natureza cria por meio de suas imperfeições. Eu acho que esta é uma das lições mais importantes a serem aprendidas. Que não é na simetria, na perfeição, que nós vamos encontrar a verdade, mas, sim, focando nas diferenças é que desvendaremos os mecanismos criativos da Natureza.

 

 

 

 

O conhecimento não representa necessariamente sabedoria, mas, com certeza, a ignorância nunca é uma opção razoável.

 

Apenas uma reavaliação do nosso lugar na ordem natural das coisas, produto de um novo modo de se pensar sobre a Ciência e sobre o seu papel no mundo, é que poderá levar a uma espiritualidade livre de uma fé sobrenatural.

 

Toda transformação que ocorre no mundo natural é resultado de alguma forma de desequilíbrio.

 

A vida na Terra continuará sem nós. Mas nós não podemos continuar sem a Terra.

 

A Ciência precisa de uma estrutura, de um arcabouço de leis e princípios para funcionar.

 

Nada é mais importante do que a preservação da vida.

 

Aqueles que acham que a tecnologia necessariamente leva a uma sociedade cada vez mais secular deveriam dar uma olhada em torno.

 

A fé brota da nossa dificuldade de lidar com o imprevisto, com o que está além do nosso controle ou compreensão.

 

Nossa visão de mundo é determinada pelo que podemos ver e medir e pelos dados que temos no momento

 

Somos como um peixe que vive aprisionado num aquário; mesmo que o nosso 'aquário' cresça sempre (pois é isso o que ocorre com o corpo do conhecimento humano), tal como o peixe, nunca poderemos sair dele e explorar a totalidade do que existe. Haverá sempre um 'lado de fora', além do qual não podemos explorar.

 

Acreditar que a Ciência, em um determinado momento, terá todas as respostas é dotá-la de um poder que ela não tem.

 

Para nos aproximarmos da verdade, muitas vezes, temos que abandonar nossos sonhos de perfeição.

 

Para vermos a Natureza em toda a sua glória, precisamos de instrumentos que ampliem a nossa percepção, de modo que possamos 'ver' o que os nossos olhos não vêem.

 

Quanto mais eficiente e abrangente a ciência era em explicar a Natureza, menor se tornava o espaço para Deus.

 

 

 

 

As equações da Mecânica Quântica geram probabilidades e não certezas.

 

Quanto mais longe enxergarmos, mais existe para enxergar.

 

Há uma limitação fundamental do conhecimento humano. Apenas nossa vaidade intelectual nos impede de aceitar esse fato e seguir adiante.

 

Um mundo assimétrico é atemorizante, pois nos força a ser responsáveis pelos nossos atos.

 

A Ciência é uma exploração do mundo como ele é, e não como gostaríamos que fosse.

 

A imperfeição e o desequilíbrio são a semente do devir.

 

A tecnologia, ao menos na Física de Altas Energias e na Cosmologia, não consegue se manter a par com as idéias dos físicos teóricos; idéias são bem mais baratas do que máquinas.

 

Entendi que a ordem que impomos [tentamos impor] à Natureza é a ordem que tanto queremos nas nossas vidas.

 

A Ciência que criamos é apenas isto: nossa criação.

 

Não é a Ciência que cria e destrói, e, sim, a sociedade, através das escolhas que faz.

 

Quanto mais abstrata for a busca pela unidade de todas as coisas, mais nos distanciamos da Natureza e dos problemas de nossa era. A busca pode se tornar um escape, o 'ópio da mente'.

 

A Ciência é um método de conhecimento, de descobrir significados.

 

Ao aceitarmos que a Ciência é uma criação humana e não um fragmento de um conhecimento divino e perfeito, nós a tornamos parte de nossa identidade como seres imensamente criativos, mas não infalíveis.

 

À medida que o ser humano avança cientificamente, ele precisa também avançar moralmente.

 

O não saber é a grande mola do avanço humano.

 

Foi Tales, o primeiro dos filósofos gregos, que perguntou: — Do que o mundo é feito?

 

O espaço, segundo a Física do muito pequeno, não pode ser vazio. E nem o Cosmo nas suas proporções maiores. Em 1998, astrônomos descobriram que as galáxias se afastam de forma acelerada, levadas pela expansão cósmica como objetos em uma enchente. A causa desta aceleração, com efeito idêntico ao termo que Einstein inseriu e depois descartou nas equações de sua Teoria da Relatividade, é uma espécie de fluido preenchendo todo o espaço, primo do Bóson de Higgs, mas não ele. É um outro tipo de éter, chamado provisoriamente de energia escura.

 

Na Física de Partículas, uma 'descoberta' é tão rara que a chance de outra explicação é de uma em 3,5 milhões.

 

Bóson de Higgs Partícula de Deus ou Partícula-Deus [Inicialmente, denominada por Leon Lederman de Goddamn Particle (Partícula Amaldiçoada por Deus)]. O Bóson de Higgs era a peça que faltava no chamado Modelo Padrão [Física de Altas Energias], que descreve tudo sobre as partículas que conhecemos no Universo. Achá-lo significa completar esse modelo com enorme sucesso. O Bóson de Higgs é único entre as partículas: ele é responsável por 'dar massa' a todas as outras partículas. Vale lembrar que, na Física Moderna, as entidades essenciais são os campos. Partículas são excitações desses campos, como pequenas ondas na superfície de um lago. O Campo de Higgs estaria por toda a parte, como o ar na nossa atmosfera. Ele interage com os campos de outras partículas: por exemplo, o campo dos elétrons ou o dos fótons (o campo eletromagnético), as partículas de luz. Essa interação tem uma intensidade que varia de campo para campo. É essa intensidade variável que determina a massa das partículas e as suas diferenças. Ninguém 'viu' um Bóson de Higgs, pois eles se desintegram em outras partículas em minúsculas frações de segundo. O que se observa são os vários produtos dessas desintegrações. Os resultados são estatísticos, devido aos bilhões de colisões e desintegrações que ocorrem.

 

Na água, por exemplo, a diminuição de temperatura, que converte água líquida em água sólida (gelo), gera uma quebra de simetria [um copo com água é simétrico, um boco de gelo não é, ainda que nos dois estados da matéria o movimento não cesse, pois a condição estática inexiste no Universo].

 

 

 

 

 

Como é possível saber o que há dentro de uma latanja sem cortar a laranja?

 

Não pesquisar é travar a possibilidade de avançar. Toda a nossa cultura digital contemporânea, por exemplo, surgiu como conseqüência da pesquisa científica, nos anos 20, de como funciona o átomo. Quando apareceu o microscópio, todo um universo de conhecimento se descortinou. E assim, a ilha do conhecimento, em um oceano de coisas desconhecidas, não pára de crescer!

 

Para Johannes Kepler (1571 – 1630) e para Isaac Newton (1643 – 1727) estudar a Natureza cientificamente era estudar a Natureza de Deus. Como o mundo era uma criação divina, estudar essa criação era estudar a Mente Divina. Newton, por exemplo, passou mais tempo de sua vida estudando Teologia e Alquimia do que propriamente fazendo Ciência. Já Albert Einstein (1879 – 1955), apesar de ateu, era uma pessoa profundamente espiritualista, ainda que nunca tenha se preocupado com uma entidade criadora, um arquiteto, por trás do mistério da vida. E assim, quanto mais o homem busca compreender o mundo, mais ele entende sobre si mesmo.

 

Nos séculos XVI e XVII, o que você pensava sobre o Cosmos poderia lhe custar a vida; se não a vida, ao menos a liberdade e a integridade física. Imagine viver em uma sociedade na qual o arranjo dos céus, por fazer parte da interpretação teológica da Bíblia, não era determinado pela ciência, mas pela fé.

 

Um dos maiores problemas da Física Quântica é como compreender os efeitos bizarros que ocorrem no mundo do muito pequeno e medi-los sem nele interferir. Esta é a gigantesca diferença entre o mundo clássico, o nosso mundo, e o mundo quântico. O desafio é como medir sem interferir, ou, ao menos, interferir preservando a natureza quântica dos fenômenos observados.

 

 

Salto Quântico7

 

 

No perene debate entre a Ciência e a religião, algo que costuma irritar os cientistas, ao menos aqueles que se consideram ateus, é a insistência dos que têm fé em acreditar em uma realidade paralela, inacessível à razão.

 

Pessoa de fé: — Boa sorte, que Deus te inspire.
Cientista: — Eu prefiro me inspirar sozinho mesmo.

 

Modelos físicos atuais pressupõem que o multiverso [conjunto de muitos universos] existe eternamente, e que o nosso existe entre incontáveis outros.

 

A expansão do Universo é uma expansão do próprio espaço, o qual, após a Teoria da Relatividade Geral de Einstein, ganhou plasticidade: ele pode se expandir, se contrair ou se dobrar como um balão de borracha. Uma das conseqüências imediatas desta expansão é que o Universo não tem um centro.8 Outra: no Universo, todos os pontos são igualmente importantes.

 

A Lua, que hoje nos mostra sempre a mesma face, já girou de maneira diferente. No futuro longínquo, com a desaceleração contínua da rotação da Terra, o dia durará 47 horas, e a distância até a Lua será 43% maior do que é hoje.

 

A nossa percepção da passagem do tempo é cega aos percalços lentos da dança dos astros.

 

Método científico: noção de que uma hipótese precisa ser validada por experimentos para que seja aceita como explicação significativa de como funciona o mundo.

 

A ciência não é infalível, mas é o melhor método que temos para aprender como o mundo funciona.

 

É precisamente na fronteira do conhecimento que a imaginação tem seu papel mais importante; o que ontem foi apenas um sonho, amanhã poderá se tornar realidade.

 

Ainda não descobrimos, e, talvez, nunca possamos saber exatamente como a vida surgiu aqui na Terra, porque nunca poderemos recriar as condições da Terra há quatro bilhões de anos, quando a vida surgiu. Contudo, podemos estudar os canais bioquímicos viáveis que podem ter levado à auto-estruturação das moléculas que chamamos de vida.

 

Não tenho a menor dúvida que exista vida fora da Terra. Já estamos encontrando planetas que podem ser muito parecidos com a Terra, como o Kepler 22b, anunciado recentemente. Isto quer dizer que a probabilidade é muito alta de que outros planetas possuam uma vida parecida com a nossa.

 

Entendo que a vida se forma em três níveis: simples, complexa e complexa-inteligente. A vida simples é representada pelos os seres unicelulares. Os dinossauros eram complexos, mas não eram inteligentes. A vida complexa-inteligente precisa de pulos evolucionários, que, talvez, nunca sejam repetidos. Se outro planeta abrigar vida complexa-inteligente, não será primata, dinossauro nem nada do que conhecemos. A história da vida na Terra é única, assim como a história de cada planeta. No nosso caso, houve um asteróide que se chocou com o Planeta há 65 milhões de anos e acabou com os animais dominantes, abrindo espaço para outros prosperarem. Estas questões estão ligadas às erupções vulcânicas em massa e às tragédias com colisões cósmicas. Estas coisas não se repetem da mesma maneira em dois planetas diferentes. Cada vez que isto acontece, a vida começa de novo. É por isto que não tenho a menor dúvida de que a nossa história é única. Somos únicos no Universo.

 

Talvez seja essa a origem da nossa importância. Se podemos refletir sobre a vida, temos algo de especial. Isto deveria nos levar a uma reavaliação do nosso papel: guardiões da vida e do Planeta. Talvez seja essa a nossa missão inevitável.

 

Como cada planeta tem a sua história e nenhuma é idêntica, mesmo supondo que outras 'quase-Terras' existam pela galáxia afora e que a vida exista nesses planetas, ela terá características diferentes. Conseqüentemente, humanos só existem aqui, resultado dos detalhes da história única de nosso Planeta.

 

Há 400 anos tudo se explicava pela religião. Havia a famosa resposta: 'porque Deus quis'. Hoje, temos a opção de pensar sobre o que está à nossa volta usando a razão. Nesse sentido, uma das funções do ensino da Ciência é combater o obscurantismo. Se pudermos oferecer esta compreensão por meio do que a Ciência já descobriu, daremos uma tremenda liberdade às pessoas, que poderão pensar por si mesmas.

 

Só as pessoas bem informadas podem participar do processo democrático.

 

A ciência está sempre em renovação e evolução. Ainda há muitas questões sem resposta. É verdade também que existem buracos nos registros dos fósseis – os elos perdidos. Mas, isto não significa que a teoria da evolução por seleção natural esteja errada. Ao contrário, ela oferece um meio fantástico de pensar sobre como as espécies animais surgiram e evoluíram. Quando foram encontrados os primeiros fósseis de dinossauros e se perguntava por que eles tinham desaparecido da Terra, a resposta era: porque não couberam na Arca de Noé. Este tipo de dogmatismo religioso é extremamente perigoso. Se a escola questiona a ciência e o seu valor, mina a possibilidade de as crianças crescerem como cidadãos livres. Elas vão ficar escravizadas ao obscurantismo. E isto é um crime.

 

Na Física Quântica, o elétron não é descrito como uma partícula de posição bem determinada no espaço ou como uma onda com uma posição indeterminada no espaço, mas como sendo potencialmente partícula e onda: a realidade física do elétron e de todas as outras partículas de matéria é determinada por quem está observando, pelo observador na medida em que ele interage com o elétron. De fato, antes de o elétron ser medido, ou seja, antes da interação entre o observador e o observado, não se pode nem dizer que o elétron existe. No mundo quântico, entidades só existem quando são medidas por um observador, uma pessoa! E tudo o que vemos e percebemos à nossa volta é constituído de elétrons.

 

 

 

Esta onda é um elétron!

 

 

 

Estamos cercados de elétrons!

 

 

Nunca se deve aceitar algo só por que foi dito por uma autoridade.9

 

É hora de parar de procurar por um grande plano que explique o Universo e de aceitar que a Natureza é imperfeita.10

 

Os prótons não são partículas indivisíveis; eles são formados de partículas ainda menores chamadas quarks.11

 

O neutrino (partícula-fantasma) aparece sempre que existe um decaimento radioativo, ou seja, quando um núcleo se transforma em outro núcleo emite neutrinos, como se fossem detritos da desintegração radioativa. Os neutrinos também são formados no coração do Sol – o Grande Alquimista Cósmico – e, todos nós, somos atravessados por, aproximadamente, 1.000.000.000.000 de neutrinos a cada segundo.12

 

No passado, o átomo, a menor partícula que ainda caracteriza um elemento químico, era considerado indivisível [do grego, 'atomos' – sem divisão]; hoje, se sabe que ele é divisível.13

 

Não ter respostas para todas as coisas é bom. A Ciência precisa dessa inquietação, desse não-saber, ainda que haja limites para o conhecimento humano. Enfim, em Ciência haverá sempre um lugar para o surpreendente, para o inimaginável.

 

Em Ciência não se pode afirmar nada com certeza absoluta. O que se conhece hoje é o que pode ser medido e comprovado hoje. Amanhã...14

 

 

 

Meu Pitaquinho

 

 

 

De 2012, tremer e se mijar?

Não seria maismió festejar?

Ciclos! Tudo é mudamento!

E a mudança é o fermento.

 

Sim, deveríamos celebrar

o alinhamento a assomar

com o nosso Deus interior,

cortando o que for deterior.

 

Medrar do 21 de dezembro

O azul da Terra não delirá

e coisa alguma colapsará.

 

Pela maldade, delimos nós;

de cagaço, colapsamos nós.

Juro; já tomei uma decisão:

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. De acordo com a Teoria Geral da Relatividade, um buraco negro é uma região do espaço da qual nada, nem mesmo objetos que se movam na velocidade da luz, podem escapar. Este é o resultado da deformação do espaço-tempo causada por uma matéria maciça e altamente compacta. Um buraco negro é limitado pela superfície denominada horizonte de eventos, que marca a região a partir da qual não se pode mais voltar. O adjetivo negro em buraco negro se deve ao fato deste não refletir a nenhuma parte da luz que atinja seu horizonte de eventos, atuando assim, como se fosse um corpo negro perfeito em termodinâmica. Acredita-se, também, com base na Mecânica Quântica, que buracos negros emitam radiação térmica, da mesma forma que os corpos negros da termodinâmica à temperaturas finitas. Esta temperatura, entretanto, é inversamente proporcional à massa do buraco negro, de modo que se observar a radiação térmica proveniente destes objetos se torna difícil quando eles possuem massas comparáveis às das estrelas. Apesar de os buracos negros serem praticamente invisíveis, estes podem ser detectados por meio de sua interação com a matéria em sua vizinhança. Um buraco negro pode, por exemplo, ser localizado por meio da observação do movimento de estrelas em uma dada região do espaço. Outra possibilidade da localização de buracos negros diz respeito a detecção da grande quantidade de radiação emitida quando matéria proveniente de uma estrela companheira espirala para dentro do buraco negro, aquecendo-se à altas temperaturas. Embora o conceito de buraco negro tenha surgido em bases teóricas, astrônomos têm identificado inúmeros candidatos a buracos negros estelares e também indícios da existência de buracos negros super maciços no centro de galáxias maciças. Há indícios de que no centro da própria Via Láctea, nas vizinhanças de Sagitário A*, deve haver um buraco negro com mais de 2 milhões de massas solares. Bem, eu acho que, de maneira geral, não se deve temer os buracos negros, até porque temê-los não adianta nada. O único buraco negro que se deve realmente temer é aquele produzido em nossa personalidade-alma, causado pelos nossos preconceitos e pelas deformações de nossa maneira de pensar, e, conseqüentemente, de agir e de viver. Este buraco negro, sim, é um verdadeiro horror.

 

Buraco Negro
(animação pictórica)

 

2. Aqui, gostaria de comentar três coisas: 1ª) o conjunto de todos os universos existentes forma o Universo global (multiverso) – finito, porém, ilimitado, e incriado, único e energeticamente não-diminuível e não-aumentável, porque no nada, nada, e ao nada, nada; 2ª) se o Universo global é incriado e único, o Big Bang (teoria cosmológica dominante no âmbito da Física do desenvolvimento inicial do Universo, denominada Hipótese do Átomo Primordial pelo padre católico, astrônomo e físico belga Georges-Henri Édouard Lemaître, 1894 – 1966, em que tudo, em algum tempo finito no passado, estava muito quente e apertadinho, e, desde então, tem se expandido e resfriado) é uma impossibilidade, tanto quanto o Big Crunch (teoria segundo a qual o Universo, no futuro, devido à atração gravitacional, começará a se contrair, até entrar em colapso sobre si mesmo) é outra impossibilidade, porque nenhum universo tem um momento de origem, criacionístico, por assim dizer, nem terá um momento de exaurimento aniquilante ou colapsante (portanto, 21 de dezembro de 2012 ou qualquer outra data apocalíptica não deve atemorizar ninguém); e 3ª) uma Singularidade Gravitacional (algumas vezes chamada Singularidade Espaço-tempo) é um ponto do espaço-tempo no qual a massa (associada à sua densidade) e a curvatura do espaço-tempo de um corpo (associada ao campo gravitacional) são ilimitadas. Os dois tipos mais importantes de Singularidades são a Singularidade de Curvatura (curvatura do espaço) e a Singularidade Cônica (quando, em uma hipersuperfície bidimensional, o plano normal à corda possui a forma de um cone). Outro tipo de Singularidade previsto pela Relatividade Geral é o buraco negro – engolidor de tudo – do qual nada pode escapar, nem mesmo objetos que se movam à velocidade da luz. Vai ter fome assim lá no raio que o parta!

 

Mr. Bean Black Hole

 

3. Em Física de Partículas, supersimetria (comumente abreviada como SUSY – supersymmetry) é uma simetria que relaciona uma partícula fundamental, com um certo valor de spin, com outras partículas, com spins diferentes por meia unidade. Em uma teoria com essa simetria, para cada bóson existe um férmion correspondente com a mesma massa e os mesmos números quânticos internos, e vice-versa. Até agora, só existem evidências indiretas para a existência de supersimetria, uma vez que os parceiros supersimétricos das partículas do Modelo Padrão ainda não foram observados. A supersimetria, se ela existir, deve ser uma simetria quebrada, o que permite que as parceiras supersimétricas sejam mais pesadas que as suas correspondentes no Modelo Padrão. Se a supersimetria existir próxima à escala de TeV, ela permitirá a solução do problema de hierarquia do Modelo Padrão, isto é, o fato de que a massa do Bóson de Higgs está sujeita a correções quânticas que a fariam tão grande a ponto de indeterminar a consistência interna da teoria. Nas teorias supersimétricas, por outro lado, as contribuições para as correções quânticas vindo das partículas do Modelo Padrão são naturalmente canceladas pelas contribuições dos seus parceiros supersimétricos correspondentes. Outra característica relevante da supersimetria na escala de TeV é o fato de que ela permite uma unificação em altas energias das interações fracas, das interações fortes e do eletromagnetismo, e o fato de que ela fornece um candidato para a matéria escura e um mecanismo natural para a quebra da simetria eletrofraca. Outra vantagem da supersimetria é que a teoria quântica de campos supersimétrica pode ser resolvida algumas vezes. A supersimetria também faz parte de várias das versões da Teoria de Cordas, embora ela possa existir mesmo se a teoria de cordas não estiver correta. O Modelo Padrão minimamente supersimétrico é um dos candidatos mais estudados pela física além do Modelo Padrão.

4. Na Cosmologia, matéria escura (ou matéria negra) é uma forma postulada de matéria que só interage gravitacionalmente (ou interage muito pouco de outra forma). Sua presença pode ser inferida a partir de efeitos gravitacionais sobre a matéria visível, como estrelas e galáxias.

5. Talvez, eu vá dizer uma heresia do tamanho de um dinossauro, mas penso que, em uma experiência, sempre que se ajustam parâmetros, os resultados obtidos são falsos ou, no mínimo, tendem para uma falsificação. A grande dificuldade de se entender a Natureza e o Universo é que eles não são exclusivamente materiais, e não agem (e reagem), por assim dizer, apenas mecanicamente. Um exemplo marcante desta convicção são as experiências levadas a efeito por Masaru Emoto (22 de julho de 1943 –), que, basicamente, consistem em examinar a aparência de cristais de água sob um microscópio. As fotografias abaixo mostram a resposta da água (dos cristais de água) a diversas emoções e a diversos pensamentos, o que demonstra que a água facilmente assimila as vibrações e as energias do ambiente, seja tóxico, poluído ou naturalmente puro.

 

 

Bem, um experimento interessante é colocar água em um copo, envolvê-lo com as duas mãos e posicioná-lo na altura do plexo solar. Depois, fazer uma inspiração profunda e vocalizar o mantra OM (ou qualquer outro mantra de sua preferência). Repetir esta última fase com o copo colocado na altura do coração, e finalmente, no centro da testa. Isto feito, beba esta água magnetizada ou dê para uma pessoa doente. Nada extraordinário ou fabuloso acontecerá, mas, alguma coisa imperceptível certamente mudará. E a repetição é tudo. E não se esqueça de colocar uma vasilha com água perto de sua cama antes de dormir. Eu faço isto, sistematicamente, há quase cinqüenta anos.

6. Plano —› Seqüência de Instruções —› Programa Eu Interno.

7. Em Física e Química, um salto quântico acontece quando uma partícula ganha energia. O movimento dos elétrons se acelera, levando-os a se afastar do núcleo. Este afastamento dos núcleos acontece na forma de 'saltos' – do nível 1 para o nível 2 no primeiro salto, do nível 2 para o nível 3 no segundo salto, e assim sucessivamente. O retorno dos elétrons às suas posições (desde que não tenham se desprendido do átomo) libera a energia recebida para realizarem o salto. Esta energia é liberada na forma de um fóton, o que ocasiona emissão de luz. Os elétrons das últimas camadas necessitam de pouca energia para saltar para as camadas mais externas, e seu retorno cria ondas mais longas, vibrando na cor vermelha; enquanto isso, os elétrons mais próximos do núcleo necessitam de maiores energias e seus fótons saem criando ondas mais curtas, aproximando a luz do violeta, do ultravioleta (imperceptível aos olhos humanos), dos raios X, dos raios gama etc. A razão de os elétrons mais próximos do núcleo necessitarem de mais energia acontece devido à atração entre a parte positiva do átomo (prótons do núcleo) e a parte negativa (elétrons da nuvem eletrônica). Quanto mais próximo está um elétron de um próton, mais ele é atraído pelo núcleo, criando um efeito de blindagem contra os saltos quânticos, e assim exigindo maior energia para que os saltos sejam realizados e o elétron se afaste do núcleo. Em uma temperatura de 1.000º C, os elétrons abandonam suas órbitas, em número sempre crescente, e se esta temperatura atingir 100.000º C, todos os elétrons se desprendem do núcleo, que não resiste à repulsão entre suas partículas formadoras e explode em entrechoques de altíssimas temperaturas.

8. O Universo é uma esfera infinita cujo centro está em toda parte e a circunferência em parte alguma. Blaise Pascal (1623 – 1662).

9. Seja qual for a autoridade: o Pai, a Mãe, o Presidente da República, a Rainha da Inglaterra, o Papa, o Áyatolláh, o Reverendo, o Missionário, o Santo, o Comendador, o Desembargador, o Capo di tutti i capi (expressão utilizada para designar o Chefe de todos os chefes da máfia siciliana), o Mestre, o Guru... Nós só devemos respeitar, aceitar e acatar os argumentos e os conselhos de uma exclusiva Autoridade: o nosso Mestre-Deus Interior. E ponto final. Mas, para isto, precisamos desensurdecer!

10. A Natureza não é perfeita nem imperfeita. Como nós podemos classificar uma coisa de perfeita ou de imperfeita se não conhecemos integralmente, intestinamente, a própria coisa, a própria perfeição e a própria imperfeição? A Natureza é o que é, e nós, certamente imperfeitos, temos a tendência de julgar as coisas como isto ou como aquilo com as medidas da nossa imperfeição. Seja como for, a coisa é mesmo como disse Marcelo Gleiser: Se estivermos dispostos a abraçar a sua mensagem, a Natureza tem muito a oferecer.

11. Quark, na Física de Partículas, é um dos dois elementos básicos que constituem a matéria (o outro é o lépton) e é a única, entre as partículas, que interage através de todas as quatro forças fundamentais. O quark é um férmion fundamental com carga hadrônica ou cor. Não se observaram ainda quarks em estado livre. Segundo o Modelo Padrão, os quarks ocorrem em seis tipos na natureza: top, bottom, charm, strange, up e down. Os dois últimos formam os prótons e os nêutrons, enquanto os quatro primeiros são formados em hádrons instáveis em aceleradores de partículas.

12. No Sol (e nas estrelas), desconsiderando os estados intermédios, a coisa se passa assim: 1º) fusão de hidrogênio e produção de hélio; 2º) fusão de hélio e produção de carbono, oxigênio e neônio; 3º) fusão de carbono, oxigênio e neônio e produção de todos os elementos até o silício; e 4º) fusão de silício e produção de todos os elementos até o ferro.

 

Produção de Hélio

Reação de fusão nuclear,
em temperaturas de 4.000.000ºK,
predominantes no Sol,
que leva à produção de hélio.

 

 

Fusão Nuclear
(animação pictórica)

 

13. Para Demócrito (460 a.C. – 370 a.C.), a grande variedade de materiais em a Natureza provinha dos movimentos dos diferentes tipos de átomos que, ao se chocarem, formavam conjuntos maiores gerando diferentes corpos com características próprias. Algumas idéias de Demócrito sobre os átomos:

• Água: formada por átomos ligeiramente esféricos (a água escoa facilmente).
• Terra: formada por átomos cúbicos (a terra é estável e sólida).
• Ar: formado por átomos em movimentos turbilhonantes (o ar se movimenta - ventos).
• Fogo: formado por átomos pontiagudos (o fogo fere).
• Alma: formada pelos átomos mais lisos, mais delicados e mais ativos que existem.
• Respiração: era considerada uma troca de átomos; átomos novos substituem átomos usados.
• Sono: desprendimento de pequeno número de átomos do corpo.
• Coma: desprendimento de médio número de átomos do corpo.
• Morte: desprendimento de todos os átomos do corpo e da alma.

2.300 anos se passaram até aparecer o plum pudding model, modelo atômico do pudim de passas, de Joseph John Thomson, também conhecido por J. J. Thomson (1856 – 1940), que permaneceu em voga até a descoberta do núcleo atômico por Ernest Rutherford (1871 – 1937).

 

Plum Pudding Model

Plum Pudding Model

 

13. Bem, salvo melhor juízo, acho que a única certeza absoluta que podemos ter é que, inevitavelmente, um dia, todos nós iremos morrer.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravidade

http://listoftheday.blogspot.com.br/2012/07/
animated-gifs-that-will-make-you-hungry.html

http://www.ustudy.in/node/3161

http://reactor.engr.wisc.edu/tour/fission.htm

http://www.collectionscanada.gc.ca/eppp-archive/100/
200/300/gabriel_lafreniere/matiere_ondes-e/matter.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Eje%C3%
A7%C3%A3o_de_massa_coronal

http://www.chem1.com/acad/sci/aboutwater.html

http://en.wikipedia.org/wiki/Plum_pudding_model

http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81tomo

http://www.quimlab.com.br/guiados
elementos/formacao_elementos.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Quark

http://www.abc.net.au/science/
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Capo_di_tutti_i_capi

http://mesquita.blog.br/
marcelo-gleiser-frase-do-dia

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2010/05/uma-frase-marcelo-gleiser.html

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ulex&month=07-03-2009&group=18&gblog=6

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http://pez.multiply.com/journal/item/93/Animated-
GIFs-illustrating-mathematical-concepts

http://pt.wikiquote.org/wiki/Marcelo_Gleiser

 

Música de fundo:

Star Wars (Main Theme)
Compositor: John Williams

Fonte:

http://www.4shared.com/music/OV6EpWr5/
John_Williams_-_Star_Wars_main.html

 

Direitos autorais:

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