A
prece de Manassés é um texto religioso que se refere
à oração pronunciada por ocasião da
conversão do ímpio Rei Manassés – filho
de Ezequias e de Hefzibá, 14º Rei de Judá, governando
de 686 (aproximadamente) à 642 a.C – quando foi levado
cativo para a Babilônia e, se encontrando angustiado, orou
diante de Deus, arrependendo-se de seus pecados (Crônicas
II, XXXIII: 11 - 13).
O
texto é encontrado em algumas traduções da
Bíblias nos idiomas grego e eslavo, mas não faz parte
do cânon católico, razão porque foi tardiamente
colocada em separado, em apêndice, na Vulgata Latina.
Certamente, a
oração é de
origem judaica e imita os salmos penitenciais. O autor, desconhecido,
utilizou-se do grego e escreveu a oração provavelmente
entre os séculos II ou I a.C., possivelmente no Egito. Existem
antigas traduções também em siríaco,
armênio e árabe. Entretanto, no livro de II Crônicas
do Primeiro Testamento bíblico há uma referência
de que a oração posa ter sido registrada por algum
dos profetas, e que tenha sido anterior ao texto originário
do século II a.C.
Enfim,
considerando que os dois livros de Crônicas teriam
sido escritos por Esdras (personagem da tradição judaico-cristã
que liderou o segundo grupo de retorno de israelitas que retornaram
de Babilônia em 457 a.C.; seu nome é citado trinta
vezes na Bíblia), por volta de 430 a.C., após o cativeiro
babilônico, é certo que as cópias do texto do
século II a.C. seriam reproduções parciais
de algum outro manuscrito antigo.
A
Oração
Alocução
Ó
Senhor onipotente, Deus de nossos pais, de Abraão, de Isaac
e de Jacó, e de toda a sua descendência de justos;
Tu
que criaste os céus e a Terra, com tudo o que neles existe;
que acorrentaste o mar com a Tua Palavra forte, que confinaste o
abismo, selando-o com Teu Nome terrível e glorioso;
pelo
qual se abalam todas as coisas, tremendo perante Teu poder;
ninguém
pode sustentar o esplendor da Tua glória, e a Tua ira contra
os pecadores é insuportável,
embora
sem medidas e sem limites é a tua misericórdia prometida;
Tu
és o Senhor das alturas, de imensa compaixão, grande
tolerância e gigantesca misericórdia; demonstras piedade
com o sofrimento humano! Ó Senhor, conforme Tua imensa bondade,
prometeste penitência e perdão àqueles que pecaram
contra Ti, e na clemência sem conta apontaste a penitência
aos pecadores para que pudessem ser salvos.
Confissão
dos Pecados
Assim, Senhor, Deus dos justos,
não apontaste penitência para os justos, para Abraão,
para
Isaac e para
Jacó, que não pecaram
contra Ti, mas apontaste penitência para mim, que sou pecador.
Os
pecados que cometi são superiores aos grãos de areia
do mar; minhas transgressões são múltiplas
– ó Senhor –
e elas se multiplicaram!
Não sou digno de levantar os olhos para os céus em
razão da multidão de minhas iniqüidades.
Estou sobrecarregado com pesadas correntes de ferro. Fui rejeitado
em razão dos meus pecados, e não recebo consolo por
ter provocado Tua ira e ter feito aquilo que é mau perante
Teus olhos, realizando coisas abomináveis e multiplicando
as ofensas.
Pedido
de Perdão
Agora,
eu dobro os joelhos do meu coração e imploro a Tua
amizade.
Eu
pequei, Senhor! Eu pequei, e reconheço as minhas transgressões.
Ardentemente
eu Te imploro: perdoa-me, Senhor! Perdoa-me! Não me destruas
com as minhas transgressões! Não te zangues comigo
para sempre, nem guardes o mal para mim! Não me condenes
às profundezas da Terra!
Agradecimento
Tu és, Senhor, o Deus
daqueles que se arrependem,
e,
em mim, manifestarás a Tua bondade, pois, miserável
como sou, Tu me salvarás por Tua grande misericórdia,
e
eu irei orar a Ti incessantemente por todos os dias da minha vida.
Pois toda a milícia celeste proclama a Tua honra e a Tua
glória. Para sempre. Amém.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Prece_de_Manass%C3%A9s
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Manass%C3%A9s_de_Jud%C3%A1