AUTOMAIÊUTICA

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

David Bohm: O significado real e a principal característica de "absoluto" é não depender de nada. É inteiramente autopropulsor, e, por assim dizer, auto-ativo. Esta noção foi desenvolvida pelo filósofo grego Aristóteles (Estagira, 384 a.C. – Atenas, 322 a.C.), a de que esse absoluto é a causa de si próprio. E qualquer tentativa de o colocar em palavras o torna relativo. Por isto, quando as pessoas o colocaram em palavras, ele se tomou muito opressivo. [In: A Eliminação do Tempo Psicológico (em inglês, The Ending of Time), um diálogo entre Jiddu Krishnamurti e o físico estadunidense David Joseph Bohm.]

 

Jiddu Krishnamurti: Ao ignorarmos o que outras pessoas disseram, Aristóteles, Buddha etc., temos uma vantagem. Uma vantagem no sentido de que a nossa mente não estará mais influenciada pelas idéias de outras pessoas, nem presa às afirmações de outras pessoas. Tudo isso [idéias, afirmações, negações, dogmas, proibições etc.] faz parte do nosso condicionamento. Para nos libertarmos, precisaremos ir além de tudo isso! [Na verdade, para nos compreendermos, compreendermos o funcionamento do Universo e nos libertarmos, precisaremos criar uma espécie de maiêutica pessoal, multiplicando as perguntas ad illimitatum, de tal sorte que, paulatinamente, possamos ir descobrindo as nossas próprias verdades relativas.] Por isto, devemos abolir imediatamente essa palavra absoluto. Além disto tudo existe o além disto tudo, que é alguma coisa, parte da imensidão e que desconhecemos. O vazio (aquilo, a mente universal), o silêncio e a energia são imensos, realmente imensuráveis. Mas, existe uma coisa, digamos assim, "maior" do que tudo isso, sem começo nem fim, que não nasce nem morre, que é o começo e o final de tudo e que também não conhecemos. O fim e o início são a mesma coisa. O que precisamos compreender é que o vazio (aquilo, a mente universal) só poderá existir, para nós, quando houver morte – a morte total de tudo o que for particular e de tudo o que for específico. Isto equivale à morte do nosso ego. [Ibidem.]

 

 

 

Isto existe?

Isto existe?

 

 

 

Por que há simplesmente o ente e não antes o nada?1

O que é o Absoluto?

O Absoluto existe?

O Monstro do Espaguete Voador existe?

O Bule de Chá de Bertrand Russell existe?

Deus existe?

Foi gerado?

Por quem?

Autogerou-se?

Como?

Sempre existiu?

Por quê?

Existe mesmo?

Como poderemos confirmar a existência de Deus?

Poderemos?

Ou isto jamais poderá ser confirmado?

Mas, se existe, existirá para sempre?

O que é para sempre?

Houve um começo?

E antes do começo? O que havia?

Havia?

O quê?

O mesmo Deus?

Um outro Deus?

Nenhum Deus?

O nada?

Alguma coisa?

Que coisa?

Havia?

E depois do para sempre? O que haverá?

Haverá?

Não haverá?

Houve um Big Bounce?

Houve um Big Bang?

Haverá um Big Crunch?

Haverá um Big Freeze?

Haverá um Big Rip?

Começará tudo novamente?
(Tenha a santa paciência! Tudo de novo eu não agüento!)

Haverá um apocalipse?

Por que não foi em 365, como previu Hilário de Poitiers?

E por que não foi em 793, como previu o Beato de Liébana?

E por que não foi em 848, como previu a Profetiza Thiota?

E por que não foi em 1000, como previu o Papa Silvestre II?

E por que não foi em 1284, como previu o Papa Inocêncio III?

E por que não foi em 1524, como previram alguns astrólogos londrinos?

E por que não foi em 1600, como previu Martinho Lutero?

E por que não foi em 1656, como previu Cristóvão Colombo?

E por que não foi entre 1700 e 1734, como previu Nicolau de Cusa?

E por que não foi em 1757, como previu Emanuel Swedenborg?

E por que não foi em 1836, como previu John Wesley?

E por que não foi em 1881, como previu a Madre Shipton?

E por que não foi em 1910, como previu Camille Flammarion?

E por que não foi em 1925, como previu Margaret Rowen?

E por que não foi em 1941, como previram as Testemunhas de Jeová?

E por que não foi em 1954, como previu Dorothy Martin?

E por que não foi em 1962, como previu Jeane Dixon?

E por que não foi em 1967, como previu Jim Jones?

E por que não foi em 1969, como previu Charles Manson?

E por que não foi em 1974, como previu David Berg?

E por que não foi em 1976, como previu Brahma Kumaris?

E por que não foi em 1985, como previu Lester Sumrall?

E por que não foi em 1991, como previu Menachem Mendel Schneerson?

E por que não foi em 1998, como previu Chen Tao?

E por que não foi em 2001, como previu Tynnetta Muhammad?

E por que não foi em 2003, como previu Nancy Lieder?

E por que não foi em 2012, com base no Calendário Maia?

E por que não foi em 2017, como previu Horacio Villegas?

Será em 2020, como predisse Jeane Dixon?

Será em 2021, como predisse F. Kenton Beshore?

Será em 2026, como predisse a Messiah Foundation International?

Será em 2060, como predisse Sir Isaac Newton?

Será em 2129, como predisse Said Nursî?

Será em 2280, como predisse Rashad Khalifa?

Será em 11120, como predisse John A. Leslie?

Os bons serão salvos?

Eu, que não sou tão bom assim, serei salvo?

Meu gato-de-botas será salvo?

Meu papagaio-de-cabeça-amarela será salvo?

A perereca da vizinha será salva?

E a vizinha? Será salva?

O Boi Xavante será salvo?

E a sua superpiroga de cristal? Será apocalipsada?

O Frei Serapião será salvo?

E quanto aos maus?

Deus criou o ser-humano-aí-no-mundo?

Com qual finalidade?

Por quê?

Para quê?

Estava se sentindo solito?

Queria companhia?

Por que criou os malévolos?

Criou?

Não criou?

Quem criou?

Há uma Anima Mundi?

Há uma personalidade-alma?

Por que existem tantas religiões?

Por que existem tantas idéias de Deus?

Monoteísmo?

Politeísmo?

Deísmo?

Teísmo?

Ateísmo?

Diteísmo?

Triteísmo?

Gnosticismo?

Agnosticismo?

Panteísmo?

Pantiteísmo?

Panenteísmo?

Aloteísmo?

Anfiteísmo?

Antropoteísmo?

Por que existem tantas teologias?2

Por que existem tantos dogmas?

Por que existem tantas crenças?

Por que existem tantos livros sagrados?

Por que existem tantas opiniões?

Por que existem tantas divergências?

Por que há tanta matança por causa dessas divergências?

Deus criou o céu?

Com qual finalidade?

Por quê?

Para quê?

Existem milagres?

Existem escolhidos e preferidos a priori?

Existem escolhidos e preferidos a posteriori?

Existem malditos e condenados a priori?

Existem malditos e condenados a posteriori?

Existem meios-termos (nem a priori nem a posteriori)?

Existe excomunhão?

Existem pecados?

Existe Pecado Original?

Existem pecados veniais?

Existem pecados mortais?

Existem pecados capitais?

Existe condenação eterna?

Existe perdão?

Existem indulgências parciais?

Existem indulgências plenárias?

Existe arrebatamento?

Deus criou o inferno?

Com qual finalidade?

Por quê?

Para quê?

Existem demônios?

Existe exorcismo?

 

 

Linda Blair (Regan McNeil) – O Exorcista

 

 

Por que existe o sofrimento?

Por que sofremos?

Por que choramos?

Por que nascemos?

Quem somos?

Por que vivemos?

Por que morremos?

Quem seremos?

Por que a res cogitans?

Por que a res extensa?

Onde estávamos?

De onde viemos?

Viemos?

Por que estamos aqui e não lá, acolá?

Estamos?

Para onde iremos?

Iremos?

Ou já estamos?

Ou não estamos?

Se Deus criou tudo,

por que criou a morte?

Se Deus criou tudo,

por que a destruição?

Por que a reconstrução?

Por que a reordenação?

Se Deus é onipotente,3

por que permite-autoriza a morte?

A dor?

O desespero?

O desalento?

A aflição?

A doença?

O H1N1?

O H2N2?

O H3N2?

O H5N1?

O H7N7?

O H1N2?

O H9N2?

O H7N2?

O H7N3?

O H10N7?

O H7N9?

 

 

H1N1

Ampliação da estirpe de gripe A H1N1
(Responsável pela gripe espanhola em 1918 e pela gripe suína em 2009)

 

 

Por que Deus permite-autoriza a anencefalia?

A Síndrome de Down?

A Oligofrenia?

A Esquizofrenia?

A Psicopatia?

A Sociopatia?

A Síndrome de West?

O Transtorno Afetivo Bipolar?

 

 

Transtorno Afetivo Bipolar

 

 

O Transtorno do Espectro Autista?

A Síndrome de Angelman?

A Síndrome de Bassen-Kornzweig?

Os incapacitados de nascença?

A desgraça?

As incompatibilidades?

As dissenções?

As querelas?

As guerras?

A fome?

A miséria?

A mais-valia?

O lucro?

A escravização?

O tráfico de pessoas?

Os seqüestros?

A delinqüência?

O Comando Vermelho Rogério Lemgruber?

O Cartel de Medellín?

As organizações criminosas?

O narcotráfico?

A Famiglia Montalbano?

A Máfia Russa?

A Al-Qaïda?

A Yakuza?

A vendetta?

 

 

Vendetta

 

 

Os desastres naturais?

O terremoto de Sumatra-Andaman em 2004?

O tsunami que devastou grande parte da costa japonesa em 2011?

O rompimento da barragem em Mariana em 2015?

O desastre em Brumadinho em 2019?

A existência de serial killers?

A pedofilia eclesial?

O Escândalo Vatileaks?

As perdas?

Os ganhos?

As incompreensões?

As falsas compreensões?

As dúvidas?

Os medos?

As inseguranças?

As avaliações inadequadas?

Se Deus é onipotente,

por que permitiu-autorizou as cruzadas?

A inquisição?

O Malleus Maleficarum?

Tomás de Torquemada?

As fogueiras?

A 1ª Guerra Mundial?

Guernica?

A 2ª Guerra Mundial?

Auschwitz-Birkenau?

Bergen-Belsen?

Buchenwald?

Dachau?

Sobibor?

Treblinka?

Maly Trostenets?

Jasenovac?

Chelmno?

Belzec?

Os Gulags?

O Little Boy?

O Fat Man?

O holocausto?

O NAPALM?

As armas de destruição em massa?

 

 

Armas de Destruição em Massa

Armas de Destruição em Massa

 

 

A pena capital?

A cadeira elétrica?

A vivissecção?

A poluição?

O aquecimento global?

 

 

 

 

Se Deus é onipotente,

por que tem permitido-autorizado o terrorismo?

As degolas?

As ditaduras?

As torturas?

O DOI/CODI?

O Departamento de Ordem Política e Social?

A Operação Condor?

 

 

Monumento Tortura Nunca Mais

Monumento Tortura Nunca Mais – Recife, Pernambuco, Brasil
(Obra de Demétrio Albuquerque Silva Filho)

 

 

Por que o dia?

Por que a noite?

Por que a Noite Negra?

Por que o Conticínio?

Por que a Meia-noite?

Por que a Aurora?

Por que a corrupção?

Por que o mensalão?

Por que o petrolão?

Por que a crueldade?

Por que a desfraternidade?

Por que a separatividade?

Por que a ofensividade?

Por que as atrocidades?

Por que as trevas?

Por que a Luz?

Por que a beleza?

Por que a fealdade?

Por que a Magia Negra?

Por que a Magia Branca?

Por que a Grande Loja Negra?

Por que a Grande Loja Branca?

Por que na Estrela Sirius?

Por que Shamballa?

Por que nihil novi sub Sole?

Por que nihil novi sub Luna?

Por que nihil novum super Terram?

Por que nada se perde?

Por que tudo se transforma?

Por que in principio erat Verbum?

Por que o nada não pode dar origem à alguma coisa?

Por que o mahamânvântâra?

Por que o mahaprâlâya?

Por que as Raças-raízes?

Por que a Lei da Causa e do Efeito?

Por que a Lei do Renascimento?

Por que os seres-humanos-aí-no-mundo-sem-alma?

Por que a Spira Legis?

Por que a entropia?

Por que a neguentropia?

Por que a androginia?

Por que a separação?

Por que Masculino?

Por que Feminino?

Por que E = mc2?

Por que E = hf?

Por que ?

Por que ?

Por que ax2 + bx + c = 0?

Por que Lei da Gravitação Universal?

Por que você é como você é?

Por que eu sou como eu sou?

Por que eu sou tão ignorante?

Por que eu não sou o que eu gostaria de ser?

Será que, um dia, eu serei?

Por que, necessariamente, temos que existir?

 

 

Cubo de Rubik
(Não vemos o que queremos;
só vemos o que podemos ver!)

 

 

 

Ilusão de Ótica

Ilusão de Ótica
(Não vemos o que queremos;
só vemos o que podemos ver!)

 

 

 

Ilusão de Ótica

Ilusão de Ótica
(Não vemos o que queremos;
só vemos o que podemos ver!)

 

 

 

______

Notas:

1. In: Que é Metafísica?", Martin Heidegger (Meßkirch, 26 de setembro de 1889 – Friburgo em Brisgóvia, 26 de maio de 1976).

2. O termo teologia [ (theos) + (logos)] foi usado pela primeira vez por Platão (Atenas, 428/427 – Atenas, 348/347 a.C.), no diálogo A República, para se referir à compreensão da natureza divina de forma racional, em oposição à compreensão literária própria da poesia, tal como era conduzida pelos seus conterrâneos. Mais tarde, Aristóteles (Estagira, 384 a.C. – Atenas, 322 a.C.) empregou o termo em numerosas ocasiões, com dois significados: 1º) teologia como o ramo fundamental da Filosofia, também chamada Filosofia Primeira ou Ciência dos Primeiros Princípios, mais tarde chamada de Metafísica por seus seguidores; e 2º) teologia como denominação do pensamento mitológico imediatamente anterior à Filosofia, com uma conotação pejorativa e, sobretudo, utilizada para se referir aos pensadores antigos por ele considerados não-filósofos [como Hesíodo (século VIII a.C.) e Ferécides de Siro (cerca de 600 a.C – cerca de 550 a.C.].

3. A lógica do Paradoxo de Epicuro, proposto pelo filósofo grego do período helenístico Epicuro de Samos (Samos, 341 a.C. – Atenas 270 a.C), sempre apresentado como argumento pelos defensores do ateísmo, utiliza três características do Deus Judaico – onipotência, onisciência e onibenevolência – que, caso sejam verdadeiras aos pares, excluem uma terceira. Isto é, se duas delas forem verdadeiras, excluem automaticamente a outra. Trata-se, portanto, de um trilema. Eis o Paradoxo de Epicuro:

• Se Deus é onisciente + onipotente, então, tem conhecimento de todo o mal e tem poder para acabar com ele, mas, não o faz. Logo, Deus não é onibenevolente.

• Se Deus é onipotente + onibenevolente, então, tem poder para extinguir o mal e quer fazê-lo, pois é bom, mas, não o faz, pois, não sabe que o mal existe e onde o mal está. Logo, Deus não é onisciente.

• Se Deus é onisciente + onibenevolente, então, sabe que o mal que existe e quer mudá-lo, mas, não o faz, pois, não é capaz de fazê-lo. Logo, Deus não é onipotente.

O grande e inconciliável problema que invalida este Paradoxo é, a priori, a aceitabilidade da existência do bem e do mal. Refutarei, rapidamente, este Paradoxo dizendo o seguinte: se o bem é Sabedoria + Consciência consciente de si mesmo e das coisas e o mal ignorância, se o esforço (Bom Combate) e o mérito (Iniciações progressivas) tendem a dissipar a ignorância (particularmente, depois da 3ª Iniciação – Transfiguração), então, o mal não tem existência real e poderá ser compreendido e transmutado, sendo, como conseqüência evidente e irrefutável deste fato, simplesmente, uma miralusão (miragem + ilusão) temporária, provisória e não definitiva do ego plexo-solarizado, que atua no espaço-tempo e é dependente do espaço-tempo para existir e atuar. Eliminado o espaço-tempo, o ego se tornará inatuante e o mal deixará de existir como miragem ou ilusão.

Nascimento –› Batismo –› Transfiguração –› Renunciação –› Revelação –› ...

 

Música de fundo:

Mora na Filosofia
Composição: Monsueto Menezes & Arnaldo Passos
Interpretação: Candeia

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=Jct0T2bJRi0

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.buzzfeed.com/br

https://giphy.com/

http://razaoemquestao.blogspot.com/2013/
09/o-paradoxo-de-epicuro-analise-e.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Paradoxo_de_Epicuro

https://pt.wikipedia.org/wiki/Gripe

https://pt.wikipedia.org/wiki/Teologia

https://emais.estadao.com.br/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Arma_de_
destrui%C3%A7%C3%A3o_em_massa

https://ivathehoman.tumblr.com/

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https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_da_
gravita%C3%A7%C3%A3o_universal

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