Se
não tivermos Amor no Coração, não importa o
que fizermos –
sair em busca de todos os deuses possíveis e imagináveis,
nos entregar a toda espécie de atividade social, tentar melhorar
as condições de vida dos pobres, reformar a política,
escrever livros, compor poemas –
seremos entes humanos mortos,
[e tudo o que fizermos, inevitavelmente, acabará em morte, porque,
inconscientemente, estaremos praticando Magia Negra]. O pior
é que, sem Amor, os nossos problemas crescerão e se multiplicarão
ilimitadamente. Mas, por outro lado, com Amor, poderemos fazer o que quisermos,
sem receio de perigo ou de conflito, porque o Amor é a essência
da Virtude, [e é sempre
construtivo, nunca destrutivo]. Portanto, a mente que não
se acha em “Estado de Amor” absolutamente não é
Religiosa. Só a Mente Religiosa estará livre de todos os problemas
e conhecerá a Beleza do Amor e da Verdade. [In:
A Suprema Realização, de autoria de Jiddu Krishnamurti.]
O
Retrato de Dorian Gray
—
Eu quis pintar um quadro,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E pintei um Dorian Gray.
Eu
quis compor um poema,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E escrevi uma horrorosidade.
Eu
quis construir uma casa,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E edifiquei uma choça tosca.
Eu quis escrever um livro,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E o livro ficou em branco.
Eu
quis fazer um discurso,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E acabei não dizendo nada.
Eu quis plantar uma árvore,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E a semente apodreceu.
Eu quis libertar um escravo,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E o escravo continuou agrilhoado.
Eu quis indicar o caminho,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E o caminho deu num abismo.
Eu quis encontrar meu Deus,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E encontrei meu demônio.
Eu quis criar uma ONG,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E criei uma desorganização.
Eu quis ajudar um pobre,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E o pobre ficou mais pobre.
Eu quis reformar a política,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E estabeleci uma ditadura.
Eu quis compor uma sinfonia,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E compus uma dissonância.
Eu quis cantar uma canção,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E destoei como asno bêbado.
Eu
quis ensinar a um analfa,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E ele continuou uma besta.
Eu
quis auxiliar uma vida,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E a vida morreu à míngua.
Eu
quis curar uma ferida,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E a ferida virou uma chaga.
Eu
quis encher uma cisterna,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E a cisterna continuou seca.
Eu
quis amparar um ceguinho,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E caímos os dois na calçada.
Eu
quis consertar uma bússola,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E ela degringolou todinha.
Eu quis fazer uma oração,
mas, em meu Coração não havia Beleza nem Amor.
E não é que fiz Magia Negra?1
_____
Nota:
1. Mas,
afinal, o que é Magia Negra (Via
Sinistræ ou Caminho da Mão Esquerda ou fiat
voluntas mea)? Eu poderia dar aqui uma explicação
esotérico-ocultista mais ou menos longa, mas, para simplificar as
coisas, eu direi que Magia Negra é o oposto, o contrário,
o inverso da Magia Branca (Via
Dexteræ
ou Caminho da Mão Direita ou Fiat
Voluntas Tua). Fica a questão: o que é Magia Branca?
Deixando de lado o aspecto operativo, a Magia Branca está inteiramente
fundamentada e alicerçada em Amor, Bem, Beleza, Desapego, Eqüidade,
Solidariedade, Justiça, Serviço, Altruísmo, Irmandade,
LLuz, Vida, Liberdade e em outras categorias irmãs e
semelhantes. Logo, quando desejamos algo para nós, particularmente
ou exclusivamente, como, por exemplo, a nossa salvação,
a nossa segurança, a nossa proteção, a nossa primazia,
o nosso triunfo, o nosso conforto, a nossa tranqüilidade, a nossa saúde,
o nosso emprego, a nossa prosperidade, a nossa riqueza, a nossa propriedade,
a nossa prodigalidade, o nosso isto, o nosso aquilo e outros istos e outros
aquilos, mais ou menos intensa, unilateral e egoisticamente, estamos praticando
Magia Negra e estamos agindo como Magos Negros. Então, Magia Negra
não é apenas o suposto ou o efetivo manejo de forças
ditas sobrenaturais ou ocultas com intenções e propósitos
malévolos, ruinosos e prejudiciais. Um simples preconceito, um simples
desconceito, um simples malfeito, uma simples crítica, uma simples
exclusão, uma simples omissão, um simples propósito
autocentrado, uma simples intenção moralmente dúbia
e uma simples impedição, entre
outros zilhões de atos, são procedimentos de
Magia Negra. É por isto que estamos há milhões e milhões
de anos amarrados à Roda do Samsara sem Dela conseguirmos
nos livrar. É por isto que vivemos sem Morrer e
morremos sem Viver. É por isto que, como esse caveirão
aí embaixo, não nos desamarramos do movimento horário
e permanecemos crucificados na mesma Cruz.
Música
de fundo:
That
Old Black Magic
Compositores: Harold Arlen (música) & Johnny Mercer (letra)
Interpretação: Frank Sinatra
Fonte:
http://jetune.fm/track/23583/mp3/that_old_black_magic/
Páginas
da Internet consultadas:
http://paulstudentstories.blogspot.com/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Magia_negra
http://bestanimations.com/
https://giphy.com/gifs/skull-7g3WmfrO73TnW
https://pt.dreamstime.com/
http://mgtundo.altervista.org/joomla/
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