ARIA FIRMINA

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

aria Firmina – Mafi para os amigos e Fifi para os muito amigos – foi uma menina-moça que se tornou uma mulher absolutamente absolutamente. O primeiro absolutamente porque era uma morena absolutamente lindíssima; o segundo porque era absolutamente da pá virada e não perdia uma oportunidade de rosetar.

 

ário-Mário e Mário-Dário eram dois belíssimos espécimes de gêmeos duplamente monozigóticos. Primeiro, é claro, porque resultaram da fecundação de um único óvulo; segundo, porque eram monozigoticamente ordinários até a raiz dos 'cabelhos'. Melhor seria dizer que eram monozigoticamente ordinaríssimos. Travessuras juvenis.

 

 

 

Fifi e os Gêmeos Monozigoticamente Ordinaríssimos

 

 

ifi adorava namorar e sair com rapazes; Dário-Mário e Mário-Dário adoravam namorar e sair com garotas. Até aí, tudo muito natural. Só que os gêmeos tinham uma sacanocrática combinação: sempre que podiam, saíam com as mesmas garotas, obviamente tomando todas as precauções para que elas não percebessem ou descobrissem quem era (o) um e quem era o outro. Depois, trocavam figurinhas sobre o que havia acontecido e comemoravam à larga, regada e molhada, mais uma conquista, que bem poderia ser chamada de... Aposiopese!

 

as, um dia, confundiram suas agendas de sacanagem, e marcaram com a Fifizinha na mesma hora. Um sábado qualquer; 8:00 horas da noite. Fifi, malandra, experiente e da pá virada, já sabia que estava saindo com os gêmeos, mas estava adorando aquela aventura insólita. Entretanto, por pura picardia, resolveu se atrasar para o(s) encontro(s) para ver o que aconteceria. Escondeu-se atrás de um carro, do outro lado da rua, e esperou. Primeiro chegou Mário-Dário; logo depois, Dário-Mário.

 

conteceu o seguinte... Bem, eu realmente não sei exatamente o que aconteceu. Acho que ninguém sabe com precisão; só mesmo a Fifi. O que eu sei é que, alguns anos depois, depois de muito aprontar, Fifi acabou se casando com um bom rapaz da nossa turminha, teve uma filha, e, alguns meses depois que a filha nasceu, imediatamente se divorciou. Mas continuou da pá virada. Ela gostava mesmo do esporte!

 

o tempo passou... Passou... Passou...

 

 

 

última vez que vi a Fifi, há cerca de uns dez anos e mais ou menos uns trinta anos depois de terem acontecido os fatos que acabei de relatar, fiquei profundamente consternado. Fifi, na altura dos seus cinqüenta anos, era o retrato em preto e branco de uma senhora prematuramente envelhecida, derrotada, muito acima do peso, de olhar triste, encurvada pelos fracassos, meio que angustiada, sussurrante, dando a impressão que vivia apenas esperando o tempo passar. Nunca mais a vi, e hoje não sei como ela está, mas espero que esteja bem.

 

e eu dissesse que depois deste encontro com a Fifi não me emocionei, e que até chorei um pouquinho, estaria mentindo. Até hoje, de vez em quando, me lembro deste nosso último desencontrado encontro.

 

 

 

 

Observação:

Esta educativa história é absolutamente verdadeira; apenas mudei o nome dos personagens e colori os fatos aqui e ali, fatos que aconteceram lá pelos anos sessenta. Ainda que as máscaras das duas animações em flash não reproduzam as três pessoas envolvidas neste episódio, no geral, as coisas se passaram mais ou menos assim. Quanto aos gêmeos Dário-Mário e Mário-Dário, ninguém mais soube deles. Eles não eram da nossa turminha.

 

Música: Menina-moça (Luiz Antônio)
Imortalizada na voz de Tito Madi

Fonte:

http://www.beakauffmann.com/
menina-moca.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://naomicovacs.wordpress.com/
2006/10/16/happy-belated-halloween/

http://www.theatrodenod.pgnet.com.br/
agenda.htm