Rodolfo
Domenico Pizzinga
Nós
– macacos de Deus –
ainda
não somos Homens.
Seremos,
quando formos Ateus,1
não
sanguinários lupisomens.2
Nós
– macacos de Deus –
vivemos
geralmente por viver.
Gineceus
e androceus
comprazem-se em desviver.3
Nós
– macacos de Deus –
deleitamo-nos
em matar.
Infamamos
nossos Eus
para
mil vantagens levar.
Nós
– macacos de Deus –
temos
por lema o preconceito.
Segregamos
o mal-com-deus
e
o matamos em seu leito.
Nós
– macacos de Deus –
forjamos
nossos labirintos.
Como
um jesus-meu-deus
vivemos
sempre famintos.4
Nós
– macacos de Deus –
vivemos
como bosta n'água.
Medramos
ante um mandado-de-deus
ou
perante um simples pé-d'água!
Eu
– macaco de Deus –
adoro
um falso festejo.5
Proclamo,
como os sandeus:
—
Eu? Macaco? 'Num sejo!'
E
assim, nós – os macacos de Deus –
construímos
nossos avernos.
Parimos
nossos aqueronteus
que
nos levarão aos quintos dos...