Rodolfo Domenico
Pizzinga
Música de
fundo: At The Zoo
(Simon & Garfunkel)
MIDI sequencing
by Rich Kent
Fonte: http://www.sglyrics.myrmid.com/midi.htm
Aquela
floresta era mesmo muito especial
E os bichos que a habitavam
eram muito diferentes.
Eram bichos, mas não
tinham alma de animal.
Naquela
floresta não havia predação
E, há muito, as
diferenças estavam ausentes.
Todos os bichos possuíam
um só coração.
Um
dia, duas girafas resolveram se casar.
Convidaram o macaco para
compadre.
O macaco aceitou sem pestanejar,
Desde que o celebrante
não fosse um padre.1
As
girafas pediram uma explicação
Porque não compreenderam
a exigência.
Disse o macaco: —
O que vale é o coração
E o propósito
sincero da consciência.
_____
Nota
1. O macaco acreditava
que nenhum padre, nenhum rabino, nenhum pastor, nenhum juiz de paz,
nenhum rei e nenhum bicho – ninguém – pudesse autorizar
a qualquer dos bichos da floresta a se casar e muito menos oficiar essa
união. Estava convicto de que bastava apenas o amor entre dois
bichos para que eles pudessem consagrar a união. O celebrante,
então, era o amor, e o compadre, como amigo, auxiliaria os nubentes
no que fosse necessário – antes e depois do casamento!
Para toda a vida, enfim. Segundo me contaram, as girafas concordaram
e foram felizes até o último dia de suas vidas. Curiosamente
morreram no mesmo dia. Na cremação dos corpos das girafas,
o macaco, já muito velhinho, estava lá. Os bichos presentes,
então, pediram a ele que dissesse algumas palavas. Com toda a
dignidade de um padrinho, ele disse apenas a seguinte frase: —
Perante os bichos e perante os Deuses, foi bendita essa união.
Websites Consultados
http://www.palaciodosenfeites.com.br/mesas.htm
http://primates.ximian.com/~lewing/
http://www.londonstimes.us/toons/index_animals.html
http://intervox.nce.ufrj.br/~claraluz/
http://www.riogrande.com.br/Clipart/simbolos/simbolos.html
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