Mâ
Ananda Moyî costumava contar esta história:
Um rei quis que os dois
pintores mais famosos do reino competissem entre si. Pediu-lhes:
— 'Quero que cada
um de vós pinte o quadro mais belo que exista ou que possa vir a existir'.
Colocou-os na mesma sala,
dividindo-os por intermédio de uma cortina.
Um deles pintou um quadro
fantástico, maravilha nunca antes vista; as cores e formas não
pareciam pertencer a este mundo, a atmosfera sublime era celestial. O outro
pintor dedicou todo o tempo para polir com um esmero impensável a parede.
O rei quis ver os trabalhos,
e ordenou que abrissem a cortina. Em um dos lados da sala, um quadro fantástico.
No outro, o seu reflexo espelhado na parede polida, parecendo ter uma beleza
muito superior.
Um
episódio real:
Em 1955, quando o juiz
distrital de Vindhyachal soube que Mâ Ananda Moyî estava visitando
a sua área, correu para ter o seu 'darshan' (a bênção
de ver um santo em pessoa).
Mâ parecia estar
esperando por ele, e levou-o para a varanda. Apontando para o jardim embaixo,
ela instruiu:
— 'Deuses e deusas
estão por aí, debaixo da terra. Eles me disseram que é
muito cansativo ficar enterrado e que gostariam de ser retirados. Você
pode ajudá-los?'
O juiz, imediatamente,
reuniu um grupo de trabalho e começaram a cavar. Penetrar na rocha
sólida era um trabalho árduo.
No segundo dia, o grupo
estava cheio de irritação, questionando se o juiz tinha perdido
a razão. No terceiro dia, eles descobriram duzentas primorosas estátuas
antigas enterradas na lama.
O homem
não é senão o Ser Eterno; mas, erroneamente, ele se vê
como uma individualidade separada, centrada em seu corpo, e identificada por
um determinado nome.
Encontro
um vasto jardim espalhado por todo o Universo. Todas as plantas, todos os
seres humanos, cada ser único com sua beleza única; todos os
corpos iluminados estão neste jardim em várias maneiras.
O
Nome de Deus é Ele-mesmo; o Nome e o Nomeado são idênticos.
Existe
um estado do ser onde não importa que ele assuma uma forma ou outra,
pois seja o que for, ele é.
Eu
sou tudo aquilo que você achar que sou.
É
quando se tenta limpar um charco que ele exala seus mais fétidos odores.
Assim
como na vida cotidiana, no campo espiritual o que conta mais é a paciência.
Incontáveis
são as sadhanas
[realizações] pelas
quais o homem pode trabalhar para obter a auto-realização; e
todas estas variedades se revelaram a mim como parte de mim mesma.
Não
há nada neste mundo; todavia, todos perseguem alucinadamente esse nada
– alguns mais, outros menos.
Todo
sofrimento é devido ao fato de que muitos são vistos onde há
apenas Um.
Enquanto
o homem não despertar para a sua identidade com o Uno, ele continuará
preso à roda de nascimentos e de mortes.
A
satisfação dos sentidos atua como um veneno lento. Por ela,
o homem se encaminha para a morte. Por isto, é dever do homem, como
ser humano, entrar na corrente que leva à imortalidade.
Quaisquer
que sejam tuas imperfeições, não te aborreças,
não percas a esperança. Procura aperfeiçoar-te.
Tudo
é possível ao homem.
O
Peregrino espiritual deve perseguir sua meta com determinação
sem nunca deixar sua mente se distrair por nada.
A
felicidade relativa – isto é, a felicidade que depende da realização
de um desejo mundano – sempre termina em aflição.
Só
terás paz se te elevares acima dos desejos mundanos.
Quem
sou eu? O objetivo da vida humana é compreender isto.
Não
encontrarás a paz no mundo exterior. Mergulha no mais profundo de ti
mesmo e encontrarás a pérola inestimável.
É
recomendado lembrar-se de Deus em todas as instâncias e de acolher tudo
o que nos acontece como vindo de Deus. É
necessário manter constantemente em vós o Seu pensamento e sentir
a Sua presença.
Não
é necessário alimento algum para preservar o corpo. Eu me alimento
para manter uma aparência e um comportamento normal, de forma que você
não se sinta desconfortável comigo.
Por
que vocês se sentem tão contrariados em relação
às doenças? Assim como vocês, elas também têm
acesso a este corpo! Alguma vez eu disse para vocês irem embora?
Este
corpo não tem doença alguma paizinho, ele está apenas
sendo chamado de volta ao Imanifesto. Tudo que você vê acontecendo
agora está conduzindo a este evento.
Vocês
lamentam e choram quando uma pessoa vai para uma outra sala da casa? A morte
está inevitavelmente conectada à vida. Na esfera da imortalidade,
que significado tem a perda e a morte? Ninguém está perdido
para mim.
Certa
vez, Paramahansa Yogananda pediu que Mâ
Ananda Moyî lhe contasse alguma coisa de sua vida. Ela respondeu: Minha
consciência nunca se relacionou com este corpo efêmero. Antes
de eu vir à esta Terra, eu era a mesma. Em criança, eu
era a mesma. Transformei-me em mulher, e ainda era a mesma.
Quando a família em que nasci fez os arranjos para casar este corpo,
eu era a mesma, e, diante de vós, agora, eu
sou a mesma. Mesmo depois, embora a dança da criação
mude ao meu redor no salão da eternidade, eu serei a mesma.
Devemos
desejar Deus com tanta intensidade quanto um náufrago anseia por chegar
à praia.
Tudo
está nas mãos de Deus. Você é instrumento d'Ele
para ser usado por Ele como Ele quiser.
Permaneça
sempre calmo e não se esqueça de que tudo o que Deus faz, a
qualquer tempo, é benéfico. Por que se inquietar se, no curso
dos eventos, as circunstâncias se modificam? Tudo o que acontece, a
todo instante, ocorre de acordo com a Sua vontade.
Deus
é tudo em tudo.
O
homem nasce a fim de esgotar seu 'karma' e de escapar do ciclo de nascimentos
e de renascimentos. Mas, o homem que possui um poder supranormal – quer
dizer, aquele no qual despertou o poder divino – pode modificar seu
'karma'. O guru se manifesta a partir do interior. Quando surge uma busca
verdadeira, autêntica, a iluminação se produz forçosamente.
Não pode ser de outra forma. Aquele que surge sob os traços
do guru é revelado ou então Se revela Ele-mesmo. (Grifo
meu).
Sorria
o mais que puder. Fazendo isto, todos os nós rígidos no seu
corpo serão afrouxados. Tornando seus os interesses das outras pessoas,
busque refúgio a seus pés com total entrega. Então, você
verá o quanto o riso que flui do seu Coração irá
iluminar o mundo.
Por
que existem religiões diferentes e tanto conflito entre elas? A
controvérsia faz parte da trajetória, mas, na verdade, todos
estão em sua própria casa. O mesmo caminho não é
para todo mundo. Mesmo dentro de uma família, cada filho tem inclinações
diferentes. Cada pessoa, em busca espiritual, é moldada em um caminho
único, mas todas precisarão passar pelo portão da verdade.
O
tempo devora incessantemente. Tão logo a infância acaba, a juventude
assume o seu lugar – uma engolindo a outra. Mas, na realidade, o surgimento,
a continuidade e o desaparecimento ocorrem simultaneamente em um só
lugar. Tudo é infinito; infinito e finito são, de fato, a mesma
coisa. Em uma grinalda, há um único fio, embora haja lacunas
entre as flores. São as lacunas que causam a carência e o sofrimento.
Preenchê-las é se libertar.
A
origem do sofrimento está na separação da pessoa do seu
próprio Ser Interior, na dualidade de percepção; quando
só a Unidade é percebida, a dor e o sofrimento desaparecem.
Todas
as pessoas são, de fato, renunciantes; mas a maioria renunciou a Deus
em vez de ter renunciado aos prazeres mundanos.
O
critério último para qualquer decisão deve ser: Essa
ação me levará ou não à realização
de Deus?
Para
este corpo, a questão do ir e do vir absolutamente não procede.
Este corpo não vem nem vai a lugar algum. O Universo, como um todo,
é o lar deste corpo. Para onde este corpo pode ir? Em todos os lugares,
só existe uma única Consciência Onipresente. Não
há nenhum espaço para o corpo se mover ou até mesmo para
se virar. Mesmo se for empurrado, ainda estará lá.
O
maior obstáculo à auto-realização é o ego
negativo.
Lembre-se
de que o sofrimento que você experimenta é o início de
um despertar da consciência.
Todo
mundo é um guru. Cada pessoa, através da qual alguém
aprendeu algo, não importa o quão insignificante seja, é
um guru. Porém, o verdadeiro guru é aquele cujos ensinamentos
guiam você em direção à compreensão do Eu.
Implore continuamente a Deus para que Ele possa Se revelar a você como
o seu Mestre Espiritual, e a menos que você descubra seu Guru Interior,
nada pode ser alcançado.
A
única realidade é a Realidade Divina. A nossa percepção
de nós mesmos – como separados de Deus – é apenas
um sonho, uma imposição da ignorância. Só as pessoas
que se libertam dos seus apegos a desejos mesquinhos e a motivações
egoístas, voltando-se sinceramente para o divino – não
no céu, mas em si mesmas – podem viver cada momento em perfeita
alegria. (Grifo
meu).
Como
'Athma'1,
eu sempre estarei com você.
A
vocação da Humanidade é encontrar Deus.
A
Título de Conclusão
Por
que tanta vaidade? Por
que tanta desfraternidade? Por
que tanto preconceito? Por
que tanto desejo imoderado de bens, de riquezas e de honras? Por quê?
Porque, simplesmente, o demônio interior (por nós fabricado)
ainda prevalece sobre o Deus Interior – que ainda dorme!
_____
Nota:
1.
Em sua conhecida obra, L’Archéomètre, Saint-Yves
D’Alveydre explicou: MATRA é a medida-mãe por
excelência, expressando a unidade em todas as coisas. MAeTRA
é, também, o sinal métrico do Dom Divino, o da Substância
em todos os graus proporcionais de suas equivalências. No grau psíquico
universal – AMaTh do AThMa e AThMa do AMaTh
e sua MaThA – simbolizam a bondade maternal e o amor Ahebah
(AHBH) feminino de Deus para com toda a criação. E
um ciclo total de vida é, em média, regido pelo número
144, que lembra 1440 (AThMa), que gera 144000. Livro da Revelação!
144000 eleitos! Todavia, todos são eleitos, pois, como afirmou Mâ,
o Universo,
como um todo, é o lar deste corpo!
É
interessante, rapidamente, examinar a Gematria de AHBH,
método hermenêutico de análise de palavras que atribui
um valor numérico definido a cada letra hebraico-arqueométrica.
Achad
(AChD), que significa Unidade, e Ahebah
(AHBH), que significa Amor, têm
o mesmo Valor Numérico Externo 13, que por adição teosófica
se reduz a 4, e que tem como Valor Secreto 10 (1 + 2 + 3 + 4), que se reduz
teosoficamente a 1.
AChD:
A = 1, Ch = 8, D = 4 = 1 + 8 + 4 = 13 —› 1
AHBH: A = 1, H = 5, B = 2, H = 5 = 1 + 5 + 2 + 5 = 13 —›
1
Disto,
se pode concluir que AChD
AHBH.
Bibliografia:
Mâ
Ananda Moyî. In: As grandes Iniciadas (ou o misticismo
no feminino). Hélène Bernard. Coordenação
e supervisão de Charles Vega Parucker. Biblioteca Rosacruz. 3ª
edição. Curitiba: Ordem Rosacruz, AMORC, 1995, pp. 97 - 105.
SAINT-YVES
D’ALVEYDRE. El Arqueómetro/L’Archéomètre.
2ª ed. Traduzido por Manuel Algora Corbí. España: Editorial
Humanitas, S.L., 1997.
Páginas
da Internet consultadas:
http://www.loveofpoetry.com/visualarts.htm
http://www.hermanubis.com.br/
LivrosVirtuais/LVGematria.htm
http://www.ocultura.org.br/
index.php/Gematria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kali
http://fr.wikipedia.org/wiki/
M%C3%A2_Ananda_Moy%C3%AE
http://www.anandamayi.org/12.htm
http://www.anandamayi.org/1.htm
http://www.almasdivinas.com.br/
filhas_deusa/anandamayima_3.htm
http://www.almasdivinas.com.br/
filhas_deusa/anandamayima_2.htm
http://www.almasdivinas.com.br/
filhas_deusa/anandamayima.htm
http://www.almasdivinas.com.br/
filhas_deusa/anandamayima_ensinamentos.htm
http://books.google.pt
http://www.anandamayi.org/
ashram/portuguese/a1_ptbr.html
http://books.google.com.br/
http://www.namasmarana.org/lecentre-pt.htm
http://josemariaalves.blogspot.com/
2008/12/uma-histria-de-ma-ananda-moyi.html