LOUIS PAUWELS – REFLEXÕES

 

 

 

Louis Pauwels

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo é uma coletânea de reflexões de Louis Pauwels. Eu aposto um milhão contra um tostão que você vai adorar este texto. Divirta-se.

 

 

 

Nota Biográfica

 

 

 

Louis Pauwels (2 de agosto de 1920 – 28 de janeiro, 1997) foi um jornalista e escritor francês. Em parceria com Jacques Bergier (nascido Yakov Mikhailovich Berger, Odessa, 8 de agosto de 1912 – Paris, 23 de novembro, 1978), escreveu o livro O Despertar dos Mágicos, considerado obra fundamental do Realismo Fantástico, movimento de grande influência nas artes e na Literatura, em particular, e na cultura, em geral. Juntos lançaram, na França, a revista Planète.

 

 

 

Reflexões Pauwelianas

 

 

 

A consciência humana é semelhante a um 'iceberg' flutuando no oceano. A maior parte está submersa. Por vezes, o 'iceberg' oscila, revelando uma enorme superfície desconhecida, e nós dizemos: eis um louco.

 

A verdadeira história não é aquela do movimento das fronteiras. É a das civilizações. E a civilização é, por um lado, o progresso das técnicas e, por outro, o progresso da espiritualidade.

 

Quanto mais eu compreendo, mais amo, pois tudo o que se compreende está certo.

 

Você é um moderno atrasado ou um contemporâneo do futuro?

 

Não acontece aos homens aquilo que eles merecem, mas, sim, o que se lhes assemelha.

 

 

Triângulo de Sierpinski

 

 

O cérebro é como um pára-quedas. Só funciona quando totalmente aberto.

 

Eu resumi o freudismo: por quê? Porque.

 

Há superstições antigas e modernas. Para certas pessoas, nenhum fenômeno de civilização é compreensível, se não for admitido, nas origens, a existência da Atlântida. Para outros, o Marxismo chega para explicar Hitler.

 

A razão expulsou Deus com chicotadas para o meio dos loucos.

 

É difícil ser feliz. Requer espírito, energia, atenção, renúncia e uma espécie de cortesia, que é bem próxima do amor. Às vezes, é uma graça ser feliz. Mas, pode ser, sem a graça, um dever. Um homem digno desse nome se agarra à felicidade, como se amarra ao mastro em mau tempo, para se conservar a si mesmo e aos que ama. Ser feliz é um dever. É uma generosidade.

 

Se tivéssemos espelhos capazes de nos mostrar essa 'personalidade' à qual damos tanta importância, não lhe suportaríamos a vista, tantos são os monstros e as larvas que por lá formigam.

 

Toda a definição de uma coisa-em-si é um atentado contra a realidade.

 

Bruscamente, as portas cuidadosamente fechadas pelo século XIX sobre as infinitas possibilidades do homem, da matéria, da energia, do espaço e do tempo vão cair em estilhaços. As ciências e as técnicas darão um salto formidável, e a própria natureza do conhecimento vai ser novamente discutida. Mais do que um progresso será uma transmutação. Neste novo estado do mundo, a própria consciência deverá mudar de estado. Atualmente, em todos os domínios, todas as formas da imaginação estão em movimento, exceto nos domínios onde se desenrola a nossa vida 'histórica', obstruída, dolorosa, com a precariedade das coisas condenadas. Um fosso imenso separa o homem da aventura da Humanidade, as nossas sociedades da nossa civilização. Vivemos à base de idéias, de morais, de sociologias, de filosofias e de uma psicologia que pertencem ao século XIX. Somos os nossos próprios bisavós. Contemplamos a subida dos foguetes em direção ao céu e sentimos a Terra vibrar devido a mil radiações novas chupando o cachimbo de Thomas Graindorge. A nossa literatura, os nossos debates filosóficos, os nossos conflitos ideológicos, a nossa atitude perante a realidade, tudo isto dormita atrás das portas que acabam de ir pelos ares. Juventude! Juventude! Ide dizer a toda a gente que as entradas estão abertas e que o exterior já penetrou!

 

Os fracos têm problemas. Os fortes têm soluções.

 

A igualdade é uma injustiça feita com poder.

 

Aqueles que temem com bondade podem lavar o cérebro de uma nação.

 

A indiferença não é o cansaço da idade. É a suspensão das escolhas.

 

Tudo o que é importante costuma ser ignorado.

 

 

 

 

Neste Planeta, todos os homens morrem. Poucos Vivem.

 

Quanto mais fanático você seja, mais você será iluminado!

 

Você larga de mão os filósofos e entra na Filosofia quando passa a admitir que o propósito da vida é a Vida.

 

Mais importante do que sobreviver é não se sentir atacado.

 

Não é porque a falsidade se torna comum que vira verdade.

 

Quando o divino e o humano se tornam desacreditados a tirania ascende.

 

Com o advento da era das máquinas, muitos espíritos pensam que são robôs.

 

Uma consciência que se amplia é uma consciência que duvida.

 

Não é o mundo que é desesperante; é o nosso olhar sobre o mundo que nos desespera.

 

Infortúnios que não nos matam nos fazem crescer.

 

O homem de caráter quer e pede apenas de si mesmo. O homem sem caráter exige dos outros. É um déspota.

 

A ação é tudo. A glória não é nada.

 

 

 

 

Nós criamos energia, mas destruímos o calor humano.

 

Aposto que não há grandes diferenças entre nós. Apenas opiniões.

 

O mistério é natural para os homens de entendimento.

 

O tolo quer mudar o mundo. O inteligente se contenta em administrá-lo.

 

Você sabe, quando você ficar mais velho, o pior não é ser menos desejável; é não mais desejar...

 

Deus não é justo. Deus, que tem tudo, não tem uma balança.

 

A maioria dos homens tem incidentes. Alguns têm destinos.

 

Há apenas uma Ética.

 

A inteligência não é suicida; é como Deus. E Deus pode tudo, exceto cometer suicídio.

 

 

 

 

Na vida, a alegria não é uma meta, mas um dever.

 

Só o ócio cansa o cérebro.

 

Eu comecei a descobrir a felicidade. Em nada ela se assemelha à existência.

 

Para enfrentar o medo, só há um remédio: a coragem.

 

Para incluir e entender, é preciso olhar, admirar-se e ampliar incessantemente.

 

Se fosse suficiente sentar-se dobrando as pernas para alcançar o 'Satori',1 todos os sapos já teriam alcançado o 'Satori'.

 

É provável ser criticado por três tipos de pessoas: aquelas que fazem o oposto, aquelas que não fazem nada e aquelas que fazem a mesma coisa.

 

Para conhecer é necessário desmistificar.

 

Nunca será dito o suficiente: os babacas continuarão babacas.

 

A paz definitiva só existe nos cemitérios.

 

Em uma noite de 31 de dezembro, antes de morrer, meu pai me disse: — Não deveríamos contar muito com Deus, mas, talvez, Deus conte conosco...

 

Para economizar tempo, o homem de ação freqüentemente perde o essencial. Para o poeta, saber perder tempo é ganhar a eternidade.

 

No topo do poder, não vemos mais nada.

 

Com suas tempestades escuras, suas vertigens suicidas e suas devorações absolutas a juventude é a idade menos afeita à felicidade.

 

Tristes repetições de inanidades sem sentido!

 

O que não se sabe não diminui com o aumento do que se sabe.

 

No estado normal de nossa consciência (em vigília), apenas um décimo do cérebro está em atividade. Haverá, entretanto, um estado no qual o cérebro inteiro poderia estar em atividade organizada? Em uma vida intelectual normal, não utilizamos a décima parte das nossas possibilidades de atenção, prospecção, memória, intuição ou coordenação. Pode ser que estejamos prestes a descobrir (ou redescobrir) as chaves que nos permitirão abrir dentro de nós as portas para além das quais nos espera uma imensidade de conhecimentos. A idéia de uma próxima transformação da Humanidade, neste plano, não faz parte do sonho ocultista, mas da realidade.

 

Em tempos de melancolia, podemos e devemos investir para inovar e nos aperfeiçoar.

 

Morrer incompreendido é terrível. Os amoráveis morrem sorrindo, como os santos...

 

Não há liberdade sem um mínimo de disciplina, de regras e de proibições.

 

O homem consciente é verdadeiramente livre. Ele sabe que não sabe.

 

O gene faz o gênio, mas gênio aperfeiçoa o gene.

 

O nascimento real do amor coincide com a morte do desejo.

 

É a inteligência que faz você se abster de resolver definitivamente.2

 

 

 

 

A esperança é cega, pois ela ignora o que o amanhã trará.

 

Os obstáculos que nos impedem de superar a nós mesmos não representam uma derrota moral.3

 

Não há discurso ou pensamento que contenha tudo de tudo.

 

Não há pensamento se não houver desafio.

 

Vontade e paixão: duas grandes excentricidades.

 

Minha dor mais íntima é ter a consciência de não ser inteligente o suficiente e de que meu espírito se conheça tão insuficientemente.

 

A ciência progride indigitando a imensidão do desconhecido!

 

 

 

 

Livre-se da vaidade, pois ela gera o orgulho.

 

O compromisso político poderá ser uma necessidade, mas ele jamais será um valor.

 

Somos todos irmãos, mas não somos gêmeos.

 

A criança encontra seu paraíso no momento. Ela não pede a felicidade. Ela é a felicidade.

 

O direito de estar errado, de ser estúpido ou de ser louco é sagrado.4

 

A miséria humana é perguntar o que fazer da existência em vez de dar qualquer coisa à Vida.

 

O destino do rico não está ligado ao destino do país. Pertence ao poder do mundo rico sem fronteiras.

 

A inteligência se manifesta quando nada impede que ela funcione.

 

 

 

 

Profundos defeitos; profundos esconderijos.

 

Quando você compartilha tudo com alguém você reduz à metade.

 

Por quem faz a Filosofia? Por nós.

 

Sabedoria: privar-se de tudo o que é perigoso.

 

E o próprio passado remoto pode ser interpretado como uma ressaca do futuro. Desde então, quando interrogo o presente, obtenho respostas cheias de estranhezas e de promessas.

 

O sábio deve abdicar. Mas deve igualmente reduzir a pó os aventureiros, quer dizer, as pessoas que pensam, imaginam, sonham.

 

A Terra está ligada ao Universo; o homem não está em contato apenas com o planeta em que habita.

 

No nível da partícula, o tempo circula simultaneamente nos dois sentidos: futuro e passado. A uma velocidade extrema, limite da velocidade da luz, o que é o tempo?

 

 

 

 

É preciso não supor que o tempo decorrido regresse ao nada. O tempo é uno e eterno. O passado, o presente e o futuro não passam de aspectos diferentes – gravuras diferentes de um registro contínuo e invariável da existência perpétua.

 

Se o futuro já existe, a precognição também. Toda a aventura do conhecimento antecipado é orientada no sentido de uma descrição das leis da Física, mas igualmente da Biologia e da Psicologia no 'continuum'5 de quatro dimensões, quer dizer: no eterno presente. Passado, presente e futuro são. Talvez seja apenas a consciência que se desloca.

 

Ciência sem consciência não passa de uma ruína da alma. Mas, consciência sem ciência é ruína idêntica.

 

O mundo não é absurdo e o espírito não é de forma alguma inapto para o compreender. Antes, pelo contrário, pode ser que o espírito humano já tenha compreendido o mundo, mas que ainda o não saiba...

 

O 'terminus' da investigação alquímica – que é a transformação do próprio operador talvez seja o 'terminus' da investigação científica atual. Enfim, o objetivo da Ciência da Transmutação é a transmutação do próprio espírito.

 

Modernismo a mais nos afasta do passado. Um pouco de futurismo nos aproxima dele.6

 

O nosso mundo está na iminência de uma crise de que ainda se não aperceberam aqueles que têm o poder de tomar as grandes decisões para o bem ou para o mal.

 

Antoine-Joseph-Elisée-Adolphe Blanc de Saint-Bonnet (1815 – 1880): O homem é filho do obstáculo.

 

Abster-se de utilizar o próprio poder é a mais bela homenagem possível à liberdade.

 

Prudência! Aquele que sabe não fala, isto é: não deixa cair as chaves em más mãos. O segredo, assim, não é um resultado da vontade daquele que o guarda; é, por outro lado, o resultado da sua própria natureza.

 

O homem tem, provavelmente, a possibilidade de estar em comunicação com a totalidade do Universo.

 

Não me procurarias se não me tivesses já encontrado!7

 

Aquilo que procuramos é uma visão contínua da aventura da inteligência humana, do conhecimento humano.

 

'Aquele que procura a verdade – escreveu Descartes deve, tanto quanto possível, duvidar de tudo.' No entanto, se lermos o segundo livro da Metafísica de Aristóteles veremos: 'Aquele que procura se instruir deve, em primeiro lugar, duvidar, pois a dúvida do espírito conduz à descoberta da verdade.'

 

 

 

 

'Só é novo o que está esquecido.' (O Despertar dos Mágicos, Mademoiselle Bertin, modista de Maria Antonieta, apud Louis Pauwels e Jacques Bergier).

 

'Coisa alguma torna os espíritos tão imprudentes e inúteis como a ignorância do passado e o desprezo pelos livros antigos.' (O Despertar dos Mágicos, Joseph Joubert, apud Louis Pauwels e Jacques Bergier).

 

A história não se repete. Quando passa por um período idêntico, é em um grau mais elevado da espiral.8

 

A simplicidade era o dom por excelência da ciência antiga.

 

'No Universo, não há coisa alguma que possa resistir ao ardor convergente de um número suficientemente grande de inteligências agrupadas e organizadas.' (O Despertar dos Mágicos, Teilhard de Chardin, apud Louis Pauwels e Jacques Bergier).

 

Paciência, esperança, trabalho. E, seja qual for o trabalho, nunca se trabalha o bastante.

 

Embora nem tudo seja permitido, tudo é possível.9

 

Para o Alquimista, é preciso recordá-lo constantemente, o poder sobre a matéria e a energia não passam de uma realidade acessória. O verdadeiro objetivo das operações alquímicas, que talvez sejam o resíduo de uma ciência muito antiga pertencente a uma civilização desaparecida, é a transformação do próprio Alquimista – o seu acesso a um estado de consciência superior. Os resultados materiais são apenas as promessas do resultado final, que é espiritual. Tudo se dirige para a transmutação do próprio homem, para a sua divinização, a sua fusão com a Energia Divina fixa, da qual irradiam todas as energias da matéria. Sabei, dizia um Mestre Alquimista, sabei vós todos, os investigadores desta Arte, que o Espírito é tudo...

 

'Os Alquimistas juntavam às suas pesquisas preocupações morais e religiosas, ao passo que a Física Moderna surgiu no século XVIII como resultado do divertimento de alguns nobres e de alguns ricos libertinos.' (O Despertar dos Mágicos, Fulcanelli, apud Louis Pauwels e Jacques Bergier).

 

Um alquimista chinês: Seria um pecado terrível desvendar aos soldados o segredo da tua Arte. Toma cuidado! Que nem um inseto haja na sala em que trabalhas!

 

Tudo é único em a Natureza: a vossa alma não tem outra semelhante...

 

A molécula de um elemento pode alcançar vários estados: orto-hidrogênio e para-hidrogênio, por exemplo.10 Por outro lado, o núcleo de um átomo de um elemento pode apresentar um certo número de estados isotópicos caracterizados por um número de nêutrons diferentes. [No caso do hidrogênio, por exemplo, hoje, já são conhecidos sete isótopos diferentes: 1H, 2H, 3H, 4H, 5H, 6H e 7H].

 

Há uma unidade subjacente em todas as coisas e em todos os fenômenos.

 

Nós não estamos sós. A Terra não está só. Somos todos insetos e ratos; apenas expressões diferentes de um enorme queijo universal, do qual apercebemos vagamente as fermentações e o cheiro. Há outros mundos atrás do nosso, outras vidas para além daquilo que chamamos vida. Precisamos abolir os parêntesis do exclusionismo para dar acesso às hipóteses da Unidade fantástica.

 

Sagrada é a aventura indefinidamente recomeçada, e, no entanto, indefinidamente progressiva, da inteligência sobre a Terra.

 

O vazio aspira.11

 

Há uma história visível e uma história invisível. Esquadrinhar a história invisível é um exercício muito são para o espírito. Desembaraçamo-nos da repugnância pelo inverossímil, que é natural, mas que muitas vezes paralisou o conhecimento. Esforçamo-nos, em todos os domínios, por resistir a esta repugnância pelo inverossímil, quer se trate das forças de ação dos homens, quer se trate das suas crenças, quer se trate das suas realizações.

 

É possível ir mais longe. Aventuremo-nos.

 

Não é impossível que certos romances, certos poemas, quadros ou estátuas, desprezados até pela crítica especializada, nos indiquem as figuras exatas do mundo de amanhã. Johann Wolfgang von Goethe dizia: 'Os acontecimentos futuros projetam a sua sombra em frente, e pode ser que se encontre, longe do que mobiliza a atenção geral, em obras e atividades humanas estranhas ao que nós chamamos o movimento da história, a verdadeira detecção e a expressão destas ressacas do futuro.'

 

O Demônio não existe.

 

 

 

 

A realidade é o sobrenatural. O mundo exterior é pouco instrutivo, a menos que seja visto como um reservatório de símbolos e de significações escondidas. Só as obras de imaginação produzidas por um espírito que procura as verdades eternas têm alguma probabilidade de ser obras reais e realmente úteis.12

 

A Terra é oca. Nós habitamos no interior. Os astros são blocos de gelo. Já caíram várias luas sobre a Terra. A nossa também cairá. Toda a história da Humanidade se explica pela batalha entre o gelo e o fogo. O homem não está acabado. Está à beira de uma formidável mutação que lhe dará poderes que os antigos atribuíam aos deuses. Existem no mundo alguns exemplares do homem novo, vindos, talvez, de além das fronteiras do tempo e do espaço.13

 

Nada é repugnante no exercício da verdade.

 

Através do Nazismo, foi o outro mundo que exerceu autoridade sobre nós durante alguns anos. Ficou vencido. Mas não morreu, nem do outro lado do Reno, nem em outros sítios. Isto, entretanto, não é horroroso; a nossa ignorância é que é horrorosa.

 

Segundo o Zohar, tudo na Terra se passa como no céu. Já Hermes Trismegisto dizia que o que está no céu é igual ao que está na Terra. E os antigos chineses afirmavam que as estrelas, no seu percurso, combatem pelo homem justo.

 

Estamos em relação Mágica com o Universo, mas nos esquecemos disto. A próxima mutação da raça humana criará seres conscientes dessa relação – Homens-deuses. Esta mutação já faz sentir os seus efeitos em certas almas messiânicas que reatam laços com um passado muito longínquo e se recordam do tempo em que os gigantes influenciavam o percurso dos astros.

 

Há uma Humanidade verdadeira designada para conhecer o próximo ciclo, dotada dos órgãos psíquicos necessários para representar um papel no equilíbrio das forças cósmicas e destinada à epopéia sob a orientação dos Superiores Desconhecidos que hão de vir.

 

O que conta é o dinamismo místico e a força explosiva da intuição. Há lugar, nas trevas cintilantes do espírito mágico, para mais de uma centelha.

 

Como conta René Guénon em Le Roi du Monde [O Rei do Mundo], após o cataclismo do Gobi, os mestres da alta civilização, os detentores do conhecimento, os filhos das Inteligências do Exterior se instalaram em um imenso sistema de cavernas sob o Himalaia. No centro destas cavernas, dividiram-se em dois grupos: um seguindo a Via da Mão Direita, o outro a Via da Mão Esquerda. A Primeira Via teria o seu centro em Agartha, lugar de contemplação, cidade escondida do bem, templo da não-participação no mundo. A Segunda Via passaria por Schamballah, cidade da violência e do poder, cujas forças comandam os elementos, as massas humanas, e ativam a chegada da Humanidade à charneira dos tempos.

 

No subsolo dos fatos há mais escuridão do que se imagina.

 

Os monstros gerados pelo sono da razão não passam da sua negra caricatura.

 

A Segunda Guerra Mundial foi uma guerra espiritual, mas nem a Humanidade nem os juízes de Nuremberg perceberam a profundidade do mal vencido e a grandeza do bem triunfante. Outro estado da consciência humana se tornou perceptível.

 

Existem dois diabos: aquele que transforma a Ordem Divina em desordem e o que transforma a ordem noutra ordem não-divina.

 

Esboça-se a promessa de uma transmutação da Humanidade, de uma ascensão do ser vivo.

 

O diamante risca o vidro. Mas o borazon [nitreto de boro – BN], um cristal sintético, risca o diamante!

 

A inteligência alerta pode ter uma ação criadora e edificar figuras de ordens mais puras do que as que brilham nas trevas.

 

 

 

 

Elevando o pensamento matemático ao seu mais alto grau de abstração, o homem está se apercebendo de que este pensamento talvez não seja sua propriedade exclusiva. Está descobrindo que os insetos, por exemplo, parecem ter consciência de propriedades do espaço, e que, talvez, exista um pensamento universal, que um canto do espírito superior se eleva talvez da totalidade do que é vivo...

 

A Pedra Filosofal representa o primeiro degrau suscetível de auxiliar o homem a se elevar em direção ao Absoluto. Para além, começa o Mistério. Aquém, não há mistério, nem esoterismo, nem outras sombras, exceto as que projetam os nossos desejos, as nossas cobiças e as nossas paixões e, sobretudo, o nosso orgulho. Mas, como é mais fácil nos iludirmos com idéias e palavras do que fazer qualquer coisa com as próprias mãos, com a nossa dor e a nossa fadiga, no silêncio e na solidão, é mais cômodo procurar um refúgio no pensamento chamado puro, do que nos batermos corpo a corpo contra o peso e as trevas da matéria. A Alquimia proíbe qualquer evasão deste gênero aos seus Adeptos. Deixa-os frente a frente com o Grande Enigma... Apenas nos assegura que, se lutarmos até ao fim para nos libertarmos da ignorância, a própria Verdade lutará por nós e vencerá, finalmente, todas as coisas. Talvez comece, então, a Verdadeira Metafísica.

 

Uma vida de um homem só se justifica pelo esforço, mesmo desafortunado, de melhor compreender.

 

 

 

Lapis Philosophorum

 

 

 

Não queime a sua mufa

pelo Lapis Philosophorum.

Entretanto, não faça trufa

e nem dê de ficar morum.

 

Pois, o Lapis está dentro

in Corde de cada insapiens.

É meio que um Ortocentro

a nos tornar mais sapiens.

 

Fulcanelli disse sem dizer,

pois jamais poderia ter dito.

E, quem pensou entender

passou a viver um conflito.

 

Levedura dos levedos,

cala quem O vislumbrou.

Mysterium dos Segredos,

cala quem O encontrou.

 

Com trabalho e retidão,

um dia, a Hora tangerá.

Degredo é apenas opção.

Oh!, sim, a LLuz se fará!

 

 

 

Ortocentrum Philosophorum

 

 

 


 

 

______

Notas:

1. Satori é um termo japonês budista para iluminação. A palavra significa literalmente compreensão. É algumas vezes livremente tratada como sinônimo de Kensho, mas Kensho se refere à primeira percepção da Natureza Búdica ou Verdadeira Natureza, algumas vezes conhecida como 'acordar'. Diferentemente do Kensho, que não é um estado permanente de iluminação mas uma visão clara da natureza última da existência, o Satori se refere a um estado de iluminação mais profundo e duradouro. É costume, portanto, utilizar-se a palavra Satori, ao invés de Kensho, quando se faz referência aos estados de iluminação do Buda e dos Patriarcas. Segundo Daisetsu Teitaro Suzuki (1870 – 1966), o Satori é a razão de ser do Zen, sem o qual o Zen não é Zen. Portanto, todo o esforço, disciplinário ou doutrinal, é dirigido ao Satori.

2. Muitas vezes, decisões definitivas, tomadas no calor da emoção, costumam ser instáveis e impermanentes. Particularmente, no que concerne aos relacionamentos afetivos, deixe sempre a porta da gaiola aberta: se o pássaro voltar, é porque ele nunca quis ir embora; se não voltar, na verdade, ele tinha mesmo que partir. Mas, reconheço: às vezes, resoluções irrevogáveis, ainda que geralmente dolorosas, são necessárias.

3. Não exijamos demais de nós mesmos. Por sermos humanos, somos incompletos; se somos incompletos, somos falíveis; e, se somos falíveis, devemos ser tolerantes com as nossas próprias incapacidades, sejam físicas, sejam intelectuais. Por exemplo: cientificamente, não saber a Teoria da Relatividade ou desconhecer o que é o Bóson de Higgs não atrapalhará em nada nossa ascensão. Ascensionaremos independentemente de Albert Einstein, de Peter Higgs ou de quem quer que seja. O perfeccionismo (tendência de se obstinar em fazer as coisas com perfeição) é uma excentricidade desprezível, pois se alimenta de nossa energia interna, de nossa alegria de viver e de nossa disponibilidade para nos transformarmos.

4. Tolerância... Tolerância... Tolerância... Conosco, com o outro, com tudo.

5. Juntos, o espaço, formado por três dimensões (para cima e para baixo, para a esquerda e para a direita e para frente e para trás) e o tempo fazem parte do que é conhecido como continuum espaço-tempo.

6. Mutatis mutandis, escreveu Francis Bacon: Um pouco de Filosofia leva a mente humana ao ateísmo; mas, a profundidade da Filosofia conduz a mente para a religião.

7. Esta é uma verdade incontestável. O esquecimento é que a torna, às vezes, digamos assim, irrelevante, e causa uma certa relutância na sua admissibilidade.

8. Segundo o Frater Vicente Velado, Irmão Leigo da Ordem Rosacruz, a Spira Legis – ou Espirais da Lei – é o evento cósmico que produz continuamente a evolução de tudo.

9. Um exemplo do que é possível, mas que cosmicamente merece a mais veemente reprovação, todavia tendo sido fabricadas pela boçalidade humana, são as armas de destruição em massa ou armas de destruição maciça (armas nucleares, armas químicas e armas biológicas). Entretanto, penso que muito pior seria, se o homem, sem merecer, de alguma forma, tivesse acesso ao Vril. Ainda bem, para todos nós, que o Terceiro Reich não teve acesso a ele. Como dizem Louis Pauwels e Jacques Bergier em O Despertar dos Mágicos, o Vril é a imensa energia de que nós não utilizamos, senão uma ínfima parte na nossa vida comum – o fator principal da nossa Divindade possível. Aquele que se torna senhor do Vril torna-se senhor de si próprio, dos outros e do mundo,. É a isto que devemos aspirar. É nesse sentido que devemos encaminhar os nossos esforços. Todo o resto faz parte da psicologia oficial, das morais, das religiões, do vento. O mundo vai se modificar. Os Senhores vão sair das entranhas da Terra. Se não tivermos feito uma aliança com eles, se não formos senhores, também nós, ficaremos entre os escravos, na estrumeira que servirá para fazer brotar as novas cidades.

10. Cada molécula de hidrogênio (H2) consiste de dois átomos de hidrogênio ligados por uma ligação covalente. Se forem negligenciados os traços de deutério e trítio que podem estar presentes, cada átomo de hidrogênio consiste de um próton e um elétron, e cada molécula de hidrogênio possui, conseqüentemente, dois prótons e dois elétrons. As moléculas de hidrogênio apresentam duas formas isoméricas. Uma forma é designada de orto-hidrogênio, na qual os dois núcleos atômicos estão girando na mesma direção (rotação paralela); na outra forma, designada para-hidrogênio, as rotações nucleares são opostas (rotação não-paralela).

 

 

 

 

11. Sim, o vazio aspira. O vazio almeja dissimular. O vazio pretende cooptar. O vazio quer dominar.

12. Na realidade, o sobrenatural, o celestial, o divino, o hiperfísico, o miraculoso, o preternatural e o ultranatural não existem. Tudo é natural, digamos assim. O que os homens classificam como coisas e eventos sobrenaturais são leis, fenômenos, estados e condições que se manifestam, mas que eles não sabem nem como nem o porquê de se manifestarem. É como os milagres, que, geralmente, são atribuídos a Deus, aos santos, aos médiuns, aos xamãs etc.

13. Se você não conhece o assunto, vale a pena dar uma pesquisada no que são as crianças índigo, as crianças cristal e as Gerações X, Y e Z.

 

 

 

 

Páginas da Internet consultadas:

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archive/2010/11/26/O-dever-de-ser-feliz.aspx

http://www.centroraja.org.br/index.php?option=
com_content&view=article&id=93&Itemid=62

http://www.artesdoispontos.com/
vernissage.php?tb=vernissage&id=21

http://pt.scribd.com/doc/
36810510/Frases-e-Pensamentos

 

Música de fundo:

She
Composição: Charles Aznavour & Herbert Kretzmer

Fonte:

http://electrofresh.com/midi-96879-
download-elvis_costelo-she.html

 

Direitos autorais:

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