LOMBRA

Rodolfo Domenico Pizzinga

Precisamos dar um fim definitivo – já! – em nossa autocomiseração egoísta e em nossa irritabilidade trasvista. [Lidar com gente autocomiserativa e mal-humorada é pior do que perder a namorada e ficar à deriva!]

In: O Discipulado na Nova Era – tema recebido telepaticamente por Alice Ann Bailey do Mestre Ascensionado Tibetano Djwhal Khul.

Agora, reflita sobre estas máximas:

O humorismo sublime começa com a renúncia de se levar a sério a própria pessoa. (Herman Karl Hesse).

O bom humor espalha mais felicidade do que todas as riquezas do mundo. Vem do hábito de olhar para as coisas com esperança e de esperar o melhor e não o pior. (Alfred Montapert).

Irene preta.
Irene boa.
Irene sempre de bom humor.

Imagino Irene entrando no céu:
– Licença, meu branco!
E São Pedro, bonachão:
– Entra, Irene. Você não precisa pedir licença. (Manuel Bandeira).

O bom humor é incompatível com a crueldade. (Voltaire).

Com bom humor tudo se suporta. (Johann Wolfgang von Goethe).

O sorriso é elegante. E, também, tudo o que o acompanha: o bom-humor, a alegria, a paz interior. O sorriso é a melhor coisa que podemos oferecer aos que estão ao nosso lado. (Miguel-Angel Martí García).

Sofrimento, Solidão e Depressão

— Se eu divergisse de alguém,

ficava alterado e exasperado.

Se não me dissessem amém,

eu ficava abichornado e irado.

— Se alguém me desprezasse,

pronto me batia a autopiedade.

Se alguém me desvalorizasse,

logo me dava horizontalidade.

— Se o domingo fosse molhado...

Se faltassem água ou energia...

Rapidinho, eu ficava baratinado,

veementizava e, depois, dormia.

— Eu era mesmo um mimadão,

cheio de manias e de veleidades.

Ai que alguém me dissesse não!

Era o comecinho das acridades!

.....................

— Sabem o que acabou sucedendo?

Eu me tornei jururu e descolorizado,

o meu Deus, in Pectore, padecendo

e o meu Anjo da Presença calado.

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— E aí, de não sei onde, bem no ar,

uma Voz falou: — Ei, Zé-bundão,

por que padeces sem cessar?

Por que dás bombom ao cão?

— E um – que perambulava

aqui na Tijuca – me questionou:

— Quando retirarás a aldrava

que mantém preso teu Eu-Sou?

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— Com vergonha até da sombra,

eu chorei, me manquei e mudei!

Dei um jeitinho naquela lombra,

e determinei: outro me tornarei!

— Mas, a troca durou vidas!

Certinho quantas foram não sei.

Sempre pintavam novas feridas,

porém, eu triunfei e me libertei!

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— Nós nunca devemos desistir.

Qualquer desistidor vira !

A desistência é liberdadectomia!

— Virar múmia dá samba,

que tem fragrância de chulé.

Ora, fragrância é o caramba;

quem cheira pode ter cangolé!