Foi
inaugurada, há mais ou menos uns três meses, em New York City,
a The Husband Store! Oba! A The Husband Store é
uma novíssima e incrível loja de departamentos na qual moças
casadoiras podem escolher um marido que lhes agrade. E pagar pela compra,
claro! Ou será que alguém acha que marido é assim de
grátis?
Na
entrada, um homem lindíssimo e muito educado (mas que não
está à venda) informa às pressurosas clientes como
a loja funciona.
Só
se pode visitar a loja uma vez. Uma vida, uma visita.
Há
seis andares à disposição das interessadas e os atributos
dos maridos que estão à venda vão melhorando à
medida que a potencial compradora vai subindo os andares. É preciso
ter paciência! E fôlego!
Há,
contudo, uma pequena restrição: pode-se comprar qualquer marido
e a escolha é livre em um determinado andar, ou subir mais andares,
mas não se pode descer, a não ser para sair da The Husband
Store diretamente para o olho da rua. E as moças devem estar
atentas, pois já foram avisadas pelo homem lindíssimo e muito
educado que só podem visitar a The Husband Store uma única
vez na vida. Não há repeteco! Caso não comprem seus
maridos, se quiserem casar terão que conquistá-los com seus
próprios encantos. Vão ter que suar la chemise igualzinho
ao quadrado mágico do Parreira.
Por
último, os maridos não podem ser vendidos à prazo;
o preço ajustado deverá ser pago imediatamente. É à
vista, e não adianta pechinchar. Afinal, The Husband Store
é uma loja de departamentos de New York City, e não
o Baú da Felicidade do Silvio Santos, em que o sujeito depois que
começa a comprar não pára mais. Morre pagando porque
não consegue parar de comprar. É mais ou menos como comer
amendoim: comeu um, tem que comer 479... zilhões. E depois
que a criatura acaba de comer, fica ruminando por mais ou menos uma hora
e meia. Não se acaba nunca de comer amendoim! Há sempre um
pedacinho que aparece de repente entre os dentes.
Tudo
isto muito bem esclarecido, uma mocinha serelepe de uns 157 anos –
que nunca havia ouvido falar do Baú do Sen(h)or Abravanel
e muito menos do velho Abrava – decidiu visitar os diversos andares
da loja para escolher um marido. Afinal ela já estava ficando meio
passadinha! Respirou fundo e começou o périplo.
No primeiro
andar ela viu um cartaz em que estava escrito:
Andar
1 - Aqui todos os homens têm bons empregos.
No segundo
andar um outro cartaz informava:
Andar
2 - Neste andar os homens têm ótimos empregos e adoram
crianças.
No terceiro
andar o aviso incentivava:
Andar
3 - Aqui os homens têm excelentes empregos, adoram crianças
e são todos bonitões.
— Uau! — exclamou a moçoila. Mas foi tentada a
subir mais um andar.
No andar
seguinte o cartaz anunciava:
Andar
4 - Aqui os homens têm maravilhosos empregos, adoram crianças,
são lindíssimos e gostam de ajudar nos trabalhos domésticos.
—
Ai! Meu Deus! Esse é homem da minha vida. — pensou
a raparigota. Mas, continuou subindo.
No andar
seguinte...
Andar
5 - Este é um andar especial. Aqui estão disponíveis
homens que têm excepcionais empregos, adoram crianças, são
maravilhosamente lindos, amam de paixão ajudar nos trabalhos domésticos
e, ainda por cima, são extremamente românticos e inusualmente
carinhosos. É pegar ou largar!
Apesar
dos seus 157 anos, a mocinha serelepe vacilou e resolveu subir até
o sexto e último andar. Quem sabe no sexto andar encontraria um que,
além das qualidades anteriores, também fizesse cafuné!
Lá encontrou o seguinte comunicado:
Andar
6 - Você é a visitante número 931.456.012 que
veio a este andar. Não existem homens à venda aqui. Este andar
existe apenas para provar que a maioria dos seres humanos são impossíveis
de ser contentados. Obrigado por ter visitado The Husband Store.
Volte em sua próxima encarnação.
uero
mais... Quero mais... Quero mais...
Por
que me contentar com tão pouco?
Um
bocadinho mais... Só um tantinho mais!
Dane-se!
Eu sou mesmo meio louco!
uero...
Quero mais... Quero muito mais...
A
vida é tão curta... Eu sou tão jovem...
Um
tico mais... Só um pedacinho mais!
Dane-se!
Quero mais! Aprovem ou reprovem!
á
quem viva continuamente insatisfeito
e
em tudo apontando uma falta ou um defeito.
Mas,
na vida, nem tudo pode ser atendível!
uerer
mais liberdade e conhecimento,
trabalhar
para prover seu próprio sustento,
é
desejável, inteiramente lícito e aplausível.
Música
de fundo:
Theme
From New York, New York (Fred Ebb & John Kander)
Fonte:
http://www.scaryhalloweensounds.com/sounds/midis/MP/MP.html
Websites
consultados:
http://www.imagecomics.com/blog.php
http://www.greatdreams.com/et.htm
http://redhog.org/Projects/Art/Pictures/Pen%20sketches/