O
segredo consiste em preparar com antecipação
os dias futuros, semeando hoje o que anelamos colher amanhã.
Se
partimos da base certa de que cada um é o resultado de seu esforço,
estaremos proclamando, com isto, que o homem herda a si mesmo.
Há
coisas em que é necessário querer mais com o Coração
do que com a mente. [Entretanto,
será alcançado um ponto em que só o Coração
comandará. In Corde loquitur nostro Vox Dei. Em nosso Coração
fala a Voz de Deus.]
Com
paciência e empenho chega-se, se não a tudo, ao que mais nos
interessa.
Devemos
atribuir à vida uma finalidade mais elevada.
As
verdades, quando o são, não se ocultam nem se impõem.
[Aliás,
pergunto: qual o valor do que é imposto? Respondo: nenhum. Simplesmente
porque aquilo que é imposto, seja verdade ou falsidade, acabará
se desfazendo como nuvem passageira. Isto, para dizer o mínimo. O
ser só retém aquilo que aceita pela compreensão (ou,
eventual e temporariamente, pela fé). Obrigar alguém a algo
é absurdamente inútil e contraproducente. É também
por isto que, com o tempo, o que foi aceito e retido pela fé, geralmente,
acaba desbordando e se modificando. Livre-arbítrio não casa
com imposição, seja esta imposição fideísta
ou presumidamente raciocinativa. Acho que estou bobeando: Haverá
possibilidade de haver imposição raciocinativa?]
Em síntese, desperdiça-se
o tempo quando não se pensa; ganha-se e até se recobra quando
se aprende a pensar.
A formação consciente
da individualidade responde inexoravelmente aos altos fins da evolução
do homem.
A formação ética
de uma pessoa depende de certos fatores e, muito especialmente, do cultivo
que faça de suas qualidades morais e sensíveis.
O
homem será o que quer ser, se une a seu saber e a suas forças
o conhecimento da própria herança.
Tudo
o que permaneça alheio ao homem é como se não existisse
para ele, mas nem por isso deixa de existir para os demais.
Troque
o temor, se houver, pelo valor, e sentirá a alegria de viver.
A liberdade mais sagrada é
a liberdade de pensar.
[Mas se couber a idéia de uma Super Liberdade, esta ocorrerá
quando compreendermos e realizarmos que a individualidade é uma ilusão,
se não for a maior de todas.]
A arte de ensinar consiste em começar
ensinando-se primeiro a si mesmo.
A vida é longa quando a dominamos
e curta quando ela nos domina.
O respeito e a tolerância mútuos
propiciam os acercamentos e atenuam as diferenças.
Todo
gesto generoso, todo oferecimento de ajuda, ainda nas coisas mais simples,
cultiva a simpatia e desperta saudáveis reações de
amizade e de sinceridade.
Havendo
respeito há harmonia, há amor e há tudo, pois isto
evidencia uma elevação de espírito e uma compreensão
muito ampla do que deve significar a convivência entre os semelhantes.
Interessar-se por novos motivos ajuda
a viver em permanente juventude. [Por
este motivo, o Frater Charles Vega Parucker, Grande Mestre da Grande Loja
do Brasil, AMORC, refletiu: O Rosacruz deve ser um ponto de interrogação
permanente...]
As diferenças de opinião
nunca devem suscitar inimizade nem ressentimento.
A vida humana é como um edifício
em construção: de cada um depende saber como continuá-lo
e que aspecto oferecerá uma vez terminado.
A Criação, sábia
e perfeita, é a fonte suprema de todas as inspirações
humanas.
A vida é um espelho onde se
reflete o que o ser pensa e o que faz, ou o que os pensamentos próprios
ou alheios o levam a fazer.
O
inefável prazer de viver não se experimenta enquanto não
começamos a encarar nossa vida como o principal dos trabalhos que
devemos empreender.
Como
as pedras preciosas, as palavras possuem também seus quilates e seu
grau de pureza. [Se
isto é assim, a cada um de nós cabe remover as jaças.]
Da
gratidão surge a nobreza e os sentimentos mais puros, visto que nela
reside o mais excelso da natureza humana.
Em
cada novo dia que a vida penetra, o ser deve encontrar um incentivo para
vivê-la melhor.
É
necessário dar ao homem os elementos que lhe faltam para orientar
sua vida com segurança pelos caminhos do mundo.
Nem
tudo é baixo no mundo; também há alturas que podemos
escalar.
Sentir,
pelas manhãs, a felicidade de despertar; senti-la porque se compreende
seu significado. Sentir, de igual modo, felicidade no trabalho e em tudo
que se realiza no dia, e também nos pensamentos que andam na mente.
E senti-la no repouso, pela noite, é ser consciente da vida e experimentar
a felicidade porque se sente pulsar dentro de si a Vida Universal.
A felicidade ou se compartilha ou
se perde, porque sozinho ninguém pode ser feliz.
Quão
grande é a paciência de Deus que a todos tolera, ensina, corrige
e modela, sem alterar jamais sua sublime serenidade.
Que a alegria se exteriorize a toda
hora, como se fosse a manifestação da própria vida.
Nada
se consegue sem esforço próprio e sem uma dedicação
à prova de fraquezas.
Tudo
o que o homem ignora não existe para ele; logo, a criação
se reduz para cada ser ao tamanho do que abarca seu saber.
2
Quantos
no mundo levam esse pequeno orangotango por dentro enquanto buscam o adônis3
por fora.
Cuida
de tuas palavras para que não firam a ti mesmo.
Querer
é propor-se o que se quer; agora querer por querer sem querer nada,
há que se propor. Então, todos os dias, faça algo que
supere a vontade do dia anterior...
A
maioria dos seres humanos crê que a felicidade tem uma forma limitada
e que é alcançada ou conquistada por algum meio sobrenatural
que é necessário descobrir. Enquanto isso não ocorre,
a busca haverá de ser uma constante obsessão.
O
investigador mede a trajetória dos astros e desconhece a de sua própria
vida; segue as perturbações do átomo e descuida as
de seu pensamento; estuda e analisa tudo, menos o que está relacionado
ao conhecimento da própria mente...
Conseguir
que as gerações futuras sejam mais felizes que a nossa será
o maior prêmio a que se possa aspirar. Não haverá valor
comparável ao cumprimento desta grande missão que consiste
em preparar para a Humanidade futura um mundo melhor.
Permanecer
no presente, dominando por sua vez o passado e o futuro, é ter verdadeira
consciência da vida.
Enquanto
o ser viver por completo alheio a tudo o quanto ocorre em sua região
mental e não conhecer a chave mediante a qual possa obter um severo
controle sobre ela, não poderá jamais alegar que é
dono de si mesmo; portanto, não poderá pensar livremente.
Ontem,
como os que nos precederam, nós, hoje, lançamos sobre os ombros
das gerações futuras que nos sucederão o peso de todas
as questões que não fomos capazes de resolver com inteligência
e decisão.
A
felicidade é algo que a vida vai outorgando através
de infinidade de pequenos instantes.
Muitas
vezes, são os fatos os que falam e, por eles, se interpretam melhor
as pessoas que por suas próprias palavras.
Todo
processo de melhoramento social haverá de fracassar, inevitavelmente,
se antes não se encara o problema do indivíduo. [Logo,
precisamos meditar aprofundadamente sobre a sentença de Protágoras
de Abdera (480 a.C. – 410 a.C.): O homem é a medida de
todas as coisas: das coisas que são, enquanto são, e das coisas
que não são, enquanto não são.]
A
luta é lei da vida, devendo ser enfrentada uma a mil vezes, não
com insegurança, senão com plena consciência de que
é ineludível.
É
um propósito comum querer ser algo mais do que se é; mas,
a maioria se anula a si mesma porque, ao invés de ser, apenas aparenta
ser.
Não existe arte maior nem
mais benéfica para a alma humana que a de esculpir a própria
escultura.
O
homem foi criado com uma individualidade própria
e dotado de todos os atributos indispensáveis para evoluir por si
mesmo em direção a um fim superior.
Deus
tem seu altar no seio da Criação, e o tem também em
cada Coração humano. No primeiro oficiam as potências
cósmicas; no segundo, a consciência individual.
O
viver consciente configura-se em uma série de fatos que durante o
dia se encadeiam entre si, condicionados ao propósito do aperfeiçoamento.
Quando a vida do indivíduo
carece de incentivos superiores a frivolidade se manifesta nele como conseqüência
de sua falta de conteúdo.
O
saber é muito difícil de realizar. Reclama empenho, sacrifício,
estudo e experiência, mas a compensação que oferece
é tão grande que, avaliando-a, ninguém deixará
de tentar sua posse.
Todo
ensinamento moral não avalizado pelo exemplo de quem o profere atua
em sentido contrário na alma de quem o recebe.
O
esquecimento de si mesmo equivale a uma escura masmorra
psicológica, onde, involuntariamente, cada ser encarcera seu próprio
espírito.
Ser significa saber. O fato de viver
não é suficiente para experimentar a realidade de ser.
Somente na mente humana há
de encontrar-se a grande chave que decifre todos os enigmas da existência.
A
intolerância fecha os caminhos da compreensão,
ao mesmo tempo em que os da sensibilidade, caminhos aos quais só
têm acesso as almas que sabem de sua semelhança com as demais.
O saber é a razão de
ser da existência do homem na Terra; a primeira e a última
de suas tarefas.
O homem não é o que
é pelo que come, senão pelo que pensa.
Uma
das causas que mais dificultam a evolução consciente do ser
é a personalidade, com sua característica tensão egoísta.
O homem nasceu para ser algo mais do que é, e, para isso, é
indispensável que ele mesmo saiba se constituir em um homem verdadeiro,
em um ser humano que honre a sua espécie, e seja para os demais um
exemplo de virtudes, cuja realização superior se torne inquestionável.
A mente não deve jamais se entreter em pequenezas que lhe roubam
o tempo; há de se elevar o entendimento acima do vulgar e focalizar
tudo que seja importante e mereça ser observado. Em resumo: onde
se possa descobrir algo que enriqueça o acervo interno, à
medida que as observações se fazem mais profundas e assumem
contornos maiores. Temos visto que existe no mundo comum uma quantidade
de tipos psicológicos iguais, de idênticas características,
como se fossem feitos em série. Assim, por exemplo, há os
crédulos, que tudo admitem sem raciocinar e os incrédulos,
que, raciocinando ou não, nada admitem; os acentuadamente egoístas,
os charlatães, os trapaceiros empedernidos, os servis, os néscios,
os que discutem e muitos outros. Naturalmente que nos tipos compreendidos
em cada série existe ainda uma variedade imensa, que distingue um
do outro. Pois bem, a Logosofia trata de criar novas séries de tipos
psicológicos, com mentes adestradas que, eliminando as características
negativas, possam manifestar as altas qualidades latentes no ser... O conhecimento
logosófico vai dirigido à mente, porque é nela onde
se elaboram os elementos com que cada um há de atuar em seus diversos
campos de ação; onde se desenvolvem as energias; onde se orienta
a vida; onde se facilitam à razão todos os recursos para que
julgue, e de onde se levam ao Coração todas as satisfações
que o homem experimenta quando começa a saber, a saber de verdade.
É como se surgisse no interior do ser uma nova vida extraída
das próprias profundezas da velha vida, já que experimenta
a imanência de algo superior a ele, de algo que se identifica com
seu sentir e, ao mesmo tempo, transparece em sua própria consciência,
como uma esperança extensa e intimamente concebida. A vida humana
não pode jamais se circunscrever ao simples fato de existir, porque
então seria similar à vida vegetativa dos animais; ela tem
uma missão a cumprir, a de superar-se, conquistando palmo a palmo
os tesouros que a Sabedoria Universal guarda em seu seio e oferece àqueles
que são dignos de possuí-los, isto é, àqueles
que avançam para eles dignificando-se e mostrando a regularidade
de um processo conscientemente realizado...
Não é somente perguntando
como se chega a saber as coisas; também é necessário
estudar o que se quer saber.
A melhor obra de arte que pode executar
o ser humano é a de aperfeiçoar-se a si mesmo até chegar
a ser o modelo que haverão de seguir as gerações futuras.
Eis
aqui alguns conselhos que, se você os tiver em conta, haverão
de evitar na vida muitas dificuldades e não poucos sofrimentos. Assim
que os puser em prática, comprovará que eles contêm
normas precisas para o exercício e o bom rendimento de seus nobres
propósitos. Para ganhar tempo e adiantar resultados, você necessitará
permanentemente de seu auxílio, que ponho a seu alcance com conhecimento
cabal de sua eficácia. Considere-os como adiantamentos desse valioso
capital mental que você haverá de ir reunindo com seu próprio
esforço: consagre todo o tempo possível ao estudo –
com fé e com entusiasmo – aumentando cada dia seu saber e sentindo-se
disposto, ao mesmo tempo, a conservar esse saber que necessitará,
de sua parte, a atenção e a dedicação que sempre
devemos prestar às coisas que nos hão de ser úteis.
Estude muito, e predisponha seu ânimo de forma que o estudo chegue
a seduzi-lo tanto que você se entregue a ele com alegria. Mas não
interprete o que lhe digo como se devesse se dedicar unicamente ao que os
livros ensinam. Não; o estudo terá de seguir em você
um processo de atividade intelectiva permanente, derivado da observação,
que você poderá exercitar em todo momento e nos ambientes que
freqüentar. Sua vida será, pois, motivo constante de estudo.
Logo compreenderá que não há estudo mais belo. As observações
que fizer sobre seus semelhantes e sobre as coisas a seu alcance permitirão
aperfeiçoar-se a si mesmo em alto grau, corrigindo suas deficiências
e exaltando suas qualidades. Assim, por exemplo, tudo de belo e de bom que
você veja nos demais lhe servirá para reproduzi-lo em si; e
se o que observa neles for, pelo contrário, desagradável –
seus procederes, sua conduta etc. – aproveite isso para julgar as
impressões que seus semelhantes receberiam de você, se tivesse
os mesmos procederes e a mesma conduta. Trate, pois, por todos os meios
e com grande vontade, de não reproduzir aquilo que a você mesmo
tiver causado má impressão. Suas observações
serão generosas, e de seus frutos surgirão motivos para auxílio
a você e a seus semelhantes.
O que, na verdade, oprime o espírito,
o que provoca inquietudes e desassossegos, é a pobreza mental. Poderemos
ser ricos economicamente, mas se não somos capazes de oferecer, a
nós mesmos, as enormes vantagens que a riqueza do conhecimento pode
proporcionar, haverá muita miséria dentro de nossos palácios
ou de nossas vestes.
É costume, no sentir comum
das pessoas, pensar no que fariam com aquilo que lhes falta, deixando de
fazer muitas coisas com o que realmente têm. [A
verdadeira Liberdade só poderá acontecer se e quando o ente
não mais precisar de nada e não mais desejar nada. Mas, para
que isto ocorra é necessário vencer a escravidão das
ilusões, particularmente a ilusão da individualidade.]
Individualidade
A
vida é atividade constante; a própria Natureza nos demonstra
isso.
...
Sempre se viu, por exemplo, a muitos decidirem
empreender uma obra, grande ou pequena, e mais tarde abandoná-la
pela metade, amiúde para empreender outra, ou outras, que também
ficam truncadas, sem que exista uma explicação que justifique
essa mudança de conduta, adotada, precisamente, para modificar as
próprias decisões. Pois bem; isso obedece, na maioria dos
casos, à insegurança dos pensamentos alojados na mente; e
se há tal insegurança, logicamente é porque eles não
são fruto da concepção própria. Pensamentos
de toda índole desempenham ali um papel preponderante, sendo muitos
deles, às vezes, alheios aos motivos de preocupação
em que o ser se acha absorvido. Ao contrário disso, quando se empreende
uma obra e ela é levada a bom termo, é porque as reflexões
foram bem amadurecidas antecipadamente, e a inteligência favoreceu
o projeto graças à esmerada elaboração do plano
a ser realizado. Em tais circunstâncias, o ser pode ter confiança
e segurança nas diretrizes próprias, e dificilmente acontecerá
que deva abandonar o trabalho começado, desde que antes de iniciá-lo
tenha tomado, repetimos, todas as medidas que possam contribuir para assegurar
o êxito na empresa. Muitas vezes, um simples desejo mental, promovido
por um ou outro pensamento, leva o homem a realizar coisas que, por não
haverem sido devidamente pensadas, fracassam quase em seu início.
O pensamento executor de uma obra deve ter, necessariamente, raízes
na consciência, pois é dela que o ser haverá de se valer
toda vez que se sentir debilitado... Diante do que ficou dito, temos de
admitir que os mais capacitados são os que triunfam levando seus
projetos a uma feliz culminação. A capacidade compreensiva
é, pois, imprescindível em todos os atos do pensamento, e
é para ela que a vontade deve sempre apelar, a fim de não
se debilitar em plena ação.
A alegria é vida; mas não
a alegria externa, senão a que nasce do interno, ou seja, a alegria
que surge da consciência.
As ausências, quando são
promessas de novos encontros, servem para fortalecer os laços do
mútuo afeto.
A
grandeza de um homem de Estado depende de sua vontade; quando se decida
a empreender uma obra para o bem do povo, sua ação tem de
ter a rapidez do pensamento. O senso de responsabilidade deve ter nele enraizamento
profundo, e por mais que praticamente não deva a ninguém conta
de seus atos, por muito que a responsabilidade tenha que se diluir, há
de considerar que de si depende a felicidade de seu povo, e, em conseqüência,
trabalhar. O verdadeiro condutor de povos tem uma grande força sugestiva.
O povo o ama, o acata e o segue por seu decoro, por sua palavra, pela identificação
com suas necessidades e problemas, e pela comunhão de sentimentos
com seus concidadãos... A alma do político tem caracteres
variados e contraditórios. Para servir a seu país, deve encarnar
o momento ou a necessidade política de seu povo... Sua inteligência
tem de conduzi-lo a um raciocínio reflexivo e prático, centralizando
a ação de seu pensamento no plano dos grandes enfoques, para
penetrar com acerto na essência das situações, pois,
não sendo assim, lhe será difícil, em determinado momento,
obter a solução adequada... A inteligência do homem
de Estado necessita cultura técnica profunda e geral, que tenda a
diversificar-se. Se o político é douto em várias disciplinas,
terá vantagens sobre o que domine apenas uma. Há de conhecer
a História e aplicar seus ensinamentos, e estará melhor preparado
se já tem experiência no comando. O homem de Estado, jurista
ou economista, não deve aplicar rigidamente sua teoria, senão
a que convenha ao país. A teoria rígida, a erudição
excessiva, o conhecimento científico ou intelectual unilateral não
convêm ao homem de Estado, pois lhe tiram a espontaneidade, a objetividade
e a intuição. Deve rodear-se de colaboradores honestos e capazes
que saibam interpretar seu pensamento e sugerir, com bom senso, as melhores
idéias.
Ser
bom, mas não tolo, eis aí a questão.
Nunca,
como nos tempos atuais, foi tão necessário, útil e
instrutivo o conhecimento das defesas mentais.
A
moral se edifica com o bom exemplo, não com palavras.
Durante
a infância, o espírito se manifesta no ente físico ou
alma da criança para preservá-la dos males que a espreitam
e partilhar com ela momentos muito gratos. Não raro, surpreendemos
seu riso, na vigília ou quando dorme, sem que aparentemente haja
motivo algum que o justifique. É que o espírito se faz de
'avô
jovial' e sugere à incipiente reflexão da criança coisas
que, embora ela não as compreenda, lhe causam um júbilo inocente.
Não obstante, algumas costumam ficar gravadas em sua mente, para
reaparecerem depois no adulto como incentivos ou inspirações
que iluminam sua marcha pelo mundo. Mas há, além disso, um
fato a que nos referimos em estudos anteriores e que, agora, vamos destacar
com o alcance de uma revelação, por conter valores extraordinários
para a orientação atual e futura da infância e da adolescência.
Estamos nos referindo à atuação do espírito
nesse período compreendido entre o nascimento e a puberdade. Durante
esse lapso de tempo, contrariamente ao que se pensou até agora, ou
seja, que a mente da criança é inepta para compreender certas
manifestações da vida adulta, sendo relegada a meras adaptações
primárias de conceitos, sua mente pode captar e compreender sem maior
esforço muitas dessas manifestações, por facilitá-lo
seu próprio espírito... É necessário favorecer
nas crianças as manifestações tutelares de seu espírito,
evitando tudo quanto possa anular seu inestimável auxílio.
Para tanto, não se devem plasmar em sua mente pensamentos, idéias
ou palavras que as inibam ou restrinjam sua liberdade de pensar. Tampouco
se devem oferecer a elas deprimentes espetáculos morais de família
ou deixar que escutem relatos de fatos delituosos, por não estarem
em idade de compreendê-los. Deve-se, isso sim, estimulá-las
no amor a Deus, fonte de toda a Sabedoria; mas que esse amor se manifeste
como elevada vocação para o estudo e conhecimento ulterior
das verdades, na dimensão que a cada um é dado conhecê-las,
isto é, na medida da capacidade individualmente alcançada.
Todo homem que nasce livre e concebe a liberdade como genuína expressão
dos direitos humanos e como a mais alta expressão do conteúdo
da própria vida, não pode aceitar que enquanto seu corpo se
move ou anda livremente, sua razão e sua consciência se encontrem
prisioneiras ou gozando, no melhor dos casos, de uma liberdade condicional.
Considerações
Finais
Nestas
considerações finais, abordarei rapidamente apenas uma questão:
a idéia de Deus. Só seremos efetivamente seres livres –
na acepção mística do vocábulo – quando
tivermos rompido todos os grilhões que nos oprimem e nos escravizam
à sensibilidade objetiva criando fantasmas subjetivos. Um desses
grilhões–fantasmas é a idéia de Deus. Ora bem.
Nascemos e nos impingem um Deus criador–onipotente, que tanto pode
premiar como pode castigar ou delegar a alguém o castigo a ser infligido.
Em função disto, passamos a viver encagaçados tentando
cumprir o que determina a religião que nos impuseram. Lemos os livros
sagrados, ouvimos as prédicas e engolimos as mais variadas opiniões
de pessoas que admitimos que sejam representantes de Deus na Terra. E aquele
Deus criador–onipotente de nossa infância acaba se tornando,
por antropomorfização sucessiva e progressiva, um arremedo
da pior qualidade daquele Deus que imaginávamos quando éramos
jovens. Passamos, até, a tentar negociar com Ele: toma-isto, me-dá-aquilo.
E mais: transferimos para esta idéia de Deus – impossível,
mas agora inteiramente deformada – nossas próprias paixões
e nossas próprias incoerências, imaginando e admitindo que
Deus é isto, aquilo e não sei mais o quê, ou seja: que
Deus tem os mesmos desejos, as mesmas manias e as mesmas características
humanas, sendo a mais comum a antonimia empatia/aversão. E, no limite,
acabamos, por deixar prevalecer a aversão, segregando e fazendo messianicamente
a guerra em nome Dele! As cruzadas da Idade Média e as guerras santas
de hoje não são nada menos do que isto.
Tudo
isto, que não é sequer 1% do que poderia ser especulado a
respeito da idéia de Deus, é uma situação muito
difícil de ser ultrapassada. Seria preciso uma espécie de
milagre às avessas para libertar o ser-no-mundo desta prisão.
Mas há uma saída, uma espécie de passaporte para a
Liberdade. Mas é preciso querer se livrar desta prisão, senão
não adiantará nada. E o processo poderá ser longo ou
instantâneo, como se deu comigo, há mais ou menos trinta e
oito anos, quando fiz minha primeira Iniciação Rosacruz em
meu Sanctum privado. Eu me lembro muito bem que chorei o Rio Amazonas,
mas também terminei a Iniciação purgadinho, limpinho.
Se Santa Teresa D'Ávila disse Senhor, morro filha da Igreja,
eu digo: sou Rosacruz para sempre.
Sem
querer compreender nada, faça cessar, ab-rogue, todo e qualquer raciocínio
e, em Santo Silêncio, mergulhe em seu Coração. Tente
ouvir a Voz Insonora que não se cala jamais. Se você chegar
a ouvi-La, talvez Ela lhe segrede: — Não existe Deus fora;
os deuses exteriores, egregóricos, são construções-ilusões
de homens sem LLuz. Em seu Coração está o seu Deus,
que apenas espera que você O veja e a Ele se entregue sem qualquer
reserva. Se isto vier a acontecer, você se tornará Ele, e Ele
se tornará você. A ilusão da multiplicidade cessará,
e você realizará a Unidade que nunca teve começo, que
não terá fim e que não tem limites.
______
Notas:
1.
Deus, em Logosofia, é o Supremo Criador da Ciência Universal.
É a Suprema Ciência da Sabedoria, que a mente humana pode descobrir
em cada um dos processos do Universo, estampados na Natureza.
2.
Teresa D'Ávila ou Teresa de Jesus (Gotarrendura, Ávila, 28
de março de 1515 – Alba de Tormes, 4 de outubro de 1582) foi
uma religiosa e escritora espanhola que se tornou famosa pela reforma que
realizou no Carmelo e por suas obras místicas. São suas as
citações a seguir:
Ter
coragem diante de qualquer coisa na vida, essa é a base de tudo.
É uma grande virtude considerar todos melhores do que nós.
A virtude é uma verdade.
A humildade é caminhar na verdade.
Nas panelas também encontramos a Deus.
Senhor, morro filha da Igreja.
3.
Adônis, nas mitologias fenícia e grega, era um jovem de grande
beleza que nasceu das relações incestuosas que o rei Cíniras
de Chipre manteve com a sua filha Mirra.
Bibliografia:
RAUMSOL
(Carlos Bernardo González Pecotche). Exegese logosófica.
9ª edição. São Paulo: Editora Logosófica.
2002.
_____.
A herança de si mesmo. 1ª reimpressão. São
Paulo: Editora Logosófica. 2002.
_____.
Coletânea da Revista Logosófica. Tomo 1. São
Paulo: Editora Logosófica. 2002.
_____.
Coletânea da Revista Logosófica. Tomo 2. São
Paulo: Editora Logosófica. 2005.
_____.
Curso de iniciação logosófica. 18ª edição.
São Paulo: Editora Logosófica. 2007.
Páginas
da Internet e Websites consultados:
http://www.raumsolica.org.br/
indexp.html
http://jus2.uol.com.br/
doutrina/texto.asp?id=26
http://www.logosofia.org/
http://www.logosofia.com.br/
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/
momentos/escola/isocrates/elogiopalavra.htm
http://pt.wikiquote.org/
wiki/Preconceito
http://pt.wikiquote.org/
wiki/Teresa_de_%C3%81vila
http://pt.wikipedia.org/wiki/Zakat
http://pt.wikiquote.org/wiki/
Carlos_Bernardo_Gonz%C3%A1lez_Pecotche
http://pt.wikipedia.org/wiki/Logosofia
http://www.logosofia.org.br/
portugues/logosofia/logosofia_por.php
Observação
1:
Na
animação em flash do Átomo Versus
Preconceito utilizei, por empréstimo, um GIF animado (que editei)
disponibilizado no Website Physique-Chimie Touijer. O web designer
que o produziu, obviamente, mantém os direitos autorais sobre a animação.
O endereço do Website é:
http://pct1.site.voila.fr/
AVSITE/pweeb/NDC/c4a.html
Observação
2:
A
animação em flash Individualidade foi produzida e
editada a partir do quadro Operários, pintado em 1933 por
Tarsila do Amaral (1886-1973), mostrando o mosaico de faces altamente individuais
dos operários brasileiros. Subjacente a essa individualidade morfológica,
como admite Sergio Danilo Pena, Professor Titular do Departamento de Bioquímica
e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais, está a singularidade
genômica que caracteriza cada ser humano.
Fonte:
http://www.portaldoenvelhecimento.net/artigos/artigo1950.htm
Música
de fundo:
Amigos
Para Siempre (Andrew Lloyd Webber & Don Black)
Fonte:
http://www.trovante.dyndns.org/
musica/Pagina-Instrumental.htm