Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Ainda que seja de todos,

o Universo não pertence a ninguém.

ilustram os ricos e o joões-ninguém.

 

O flato do sem-nada

e a eructação contentadiça do rico

dissipam-se na Estrada...

Tudo assoante; nada dessintônico!

 

Não há ruína ou criação;

o Universo foi, é e ad æternum será.

Nem mesmo há evolução;1

e o que modificar não O descoserá.

 

Manter um labéu fixo

é um oblóquio contra o Universo.

Jogar uma vida no lixo

é uma afronta contra o Universo.

 

Devemos peregrinar,

mesmo sabendo que não há fim.

Dormir é desassuntar;

são losangos corados de arlequim.

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Como pôde, pode ou poderá haver evolução (e involução) no Universo? Big Bang? Big Crunch? Nunca houve nem haverá bigs ou littles. O Universo continuará sendo o que sempre foi e o que sempre será – manvantarizando e pralayando... Finito, entretanto ilimitado, objetivamente, o Universo apenas apresenta variações cíclicas, mas, sempre se movendo em Si mesmo, sem decrescimento nem incremento, ele é o que é. O Universo é uma unidade indissolúvel, pois, se, por um lado, o nada não pode gerar alguma coisa (porque o nada não existe, e, se existisse, seria parte do próprio Universo), por outro, o Universo não poderá voltar ao nada, já que o nada inexiste. Sua sina, digamos assim, é sempre ter existido e existir para sempre.

 

 

Concepção artístico-fantática
do inexistente Big Bang

 

 

 

Concepção artístico-fantática
do improvável Big Crunch

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://universo.hd1.com.br/
as_evidencias_do_big_bang.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Big_Crunch

http://apap-azueira.blogspot.com/
2011/03/lenda-do-arlequim.html

 

Música de fundo:

Pierrô Apaixonado
Compositor: Noel Rosa
Interpretação: Maria Bethânia

Fonte:

http://www.4shared.com/get/SHg43e_m/
Noel_Rosa_-_Pierr_Apaixonado_-.html