Fragmentos
do Livro de Urântia
(Parte IV)
Rodolfo
Domenico Pizzinga
No
começo da materialização da criação universal,
o esquema sétuplo da organização e governo dos superuniversos
foi formulado. A primeira materialização
pós-Havona foi dividida em sete segmentos colossais, e os mundos-sedes
dos governos desses superuniversos foram projetados e materializados.
O esquema atual de administração tem existido praticamente por
toda a eternidade, e os governantes destes sete superuniversos são
apropriadamente chamados Anciães dos Dias... Há, em atuação
nesses domínios, uma técnica de controle inteligente tanto para
as forças físicas quanto para as espirituais; e as presenças
da gravidade universal ali funcionam em poder majestoso e harmonia perfeita.
Há
muito tempo, descobrimos que os sete superuniversos percorrem uma grande elipse
– um círculo gigantesco e alongado. O vosso sistema solar e os
outros mundos do tempo não estão adentrando sem mapas nem bússolas
um espaço desconhecido. O universo local, ao qual pertence o vosso
sistema, está seguindo um curso definido e bem compreendido, no sentido
anti-horário, na rota de um giro imenso, e que circunda o universo
central. Esta trajetória cósmica está bem registrada
e é cuidadosamente conhecida dos observadores das estrelas do superuniverso,
do mesmo modo que as órbitas dos planetas que constituem o vosso sistema
solar são conhecidas pelos astrônomos de Urântia...
Vós estais, agora,
passando pelo mesmo espaço que o vosso sistema planetário –
ou os seus predecessores – atravessou idades atrás; e, em algum
dia no futuro remoto, o vosso sistema – ou os sucessores dele –
irá novamente atravessar o mesmo espaço dentro do qual estais
agora mergulhando tão rapidamente... O vosso universo local de Nébadon
pertence a Orvônton, o sétimo superuniverso, que gira entre o
primeiro e o sexto superuniversos, tendo dobrado há pouco (conforme
calculamos o tempo) a curva sudeste do nível espacial superuniversal.
Hoje, o sistema solar ao qual Urântia pertence já passou, há
uns poucos bilhões de anos, pela curva em torno da curvatura sul, de
modo que estais agora avançando para além da curvatura de sudeste,
e estais vos deslocando rapidamente através do longo trecho, relativamente
retilíneo, da trajetória norte. Durante idades incontáveis,
Orvônton irá seguir nesse curso setentrional, quase em linha
reta.
Excluindo
as esferas do Paraíso-Havona, o plano da organização
do universo provê as seguintes unidades:
Superuniversos: 7
Setores Maiores: 70
Setores Menores: 7 000
Universos Locais: 700 000
Constelações: 70 000 000
Sistemas Locais: 7 000 000 000
Planetas Habitáveis: 7 000 000 000 000
Cada um dos sete superuniversos é
constituído, aproximadamente, como se segue:
Um sistema abrange aproximadamente: 1 000 mundos
Uma constelação (100 sistemas): 100 000 mundos
Um universo (100 constelações): 10 000 000 de mundos
Um setor menor (100 universos): 1 000 000 000 de mundos
Um setor maior (100 setores menores): 100 000 000 000 de mundos
Um superuniverso (10 setores maiores): 1 000 000 000 000 de mundos
As
nebulosas variam muito, tanto pelo tamanho quanto pelo número de planetas
e estrelas em que se transformam, e na massa agregada dessas estrelas e planetas.
Uma nebulosa formadora de sóis, bem ao norte das fronteiras de Orvônton,
mas dentro do nível espacial do superuniverso, já deu origem
a quarenta mil sóis aproximadamente, e a roda matriz está ainda
arrojando sóis, a maioria dos quais excede, em muitas vezes, o tamanho
do vosso. Algumas das maiores nebulosas do espaço exterior estão
dando origem a cerca de cem milhões de sóis... Cada universo
local abrange exatamente uma centésima milionésima parte da
carga total de energia de um superuniverso, seja qual for a sua relação
com as nebulosas, pois a energia não está organizada por nebulosa,
ou seja, é universalmente distribuída.
A
Galáxia da Via Láctea é composta de grandes números
de nebulosas, anteriormente de forma espiral e de outras formas, e muitas
ainda mantêm a sua conformação original. Contudo, em conseqüência
de catástrofes internas e de atrações externas, muitas
sofreram distorções e rearranjos tais que levam essas agregações
enormes a parecerem massas luminosas gigantescas de sóis abrasadores,
como a Nuvem de Magalhães.1
O tipo globular de grupos de estrelas predomina nas proximidades das margens
externas de Orvônton.
Quanto
à origem, a maioria dos sóis, dos planetas e de outras esferas,
pode ser classificada em um dos dez grupos seguintes:
1. Anéis Concêntricos de Contração: nem todas as
nebulosas são espirais. Muitas, dentre as imensas nebulosas, em vez
de se dividirem em sistemas duplos de estrelas ou evoluírem como uma
espiral, passam por uma condensação com a formação
de anéis múltiplos. Por períodos longos, uma nebulosa
se apresenta como um enorme sol central, com inúmeras nuvens gigantescas
de formações anulares de matéria que giram ao seu redor.
2. Estrelas Redemoinhadas: abrangem aqueles sóis que são lançados
das grandes rodas matrizes de gases altamente aquecidos. Eles não são
atirados como anéis, mas em procissões, em sentidos opostos.
As estrelas redemoinhadas também são originadas em outras nebulosas
que não as espirais.
3. Os Planetas de Explosões de Gravidade: quando um sol nasce de uma
nebulosa na forma de espiral ou de barra, não raro ele é atirado
a uma distância considerável. Um sol como esse é altamente
gasoso e, subseqüentemente, depois que se tenha resfriado e condensado
um pouco, poderá chegar a girar próximo de uma massa imensa
de matéria, de um sol gigantesco ou de uma ilha escura de espaço.
Esta aproximação pode não ser suficiente para resultar
em colisão, mas pode ser suficiente para permitir que o empuxo da gravidade
do corpo maior comece a provocar convulsões, do tipo maré, no
corpo menor, iniciando, assim, uma série de solevantamentos, semelhantes
a maremotos, que ocorrem, simultaneamente, nos dois lados opostos do sol em
convulsão. No seu auge, essas erupções explosivas produzem
uma série de agregações de tamanhos variados de matéria,
as quais podem ser projetadas além das zonas de domínio da gravidade
do sol em erupção, tornando-se estabilizadas, assim, em órbitas
próprias, em torno de um dos dois corpos envolvidos nesse episódio.
Mais tarde, os conglomerados maiores de matéria se unem e, gradualmente,
atraem para si os corpos menores. É deste modo que muitos dos planetas
sólidos dos sistemas menores são trazidos à existência.
O vosso próprio sistema solar teve exatamente essa origem.
4. Filhas Planetárias Centrífugas: os sóis enormes, quando
em certos estágios de desenvolvimento, e caso a sua velocidade de giro
se acelere muito, começam a desprender grandes quantidades de matéria,
que podem ser reunidas subseqüentemente até formarem pequenos
mundos, os quais continuam a girar em torno do sol progenitor.
5. Esferas com Deficiência de Gravidade: há um limite crítico
para o tamanho das estrelas individuais. Quando um sol alcança esse
limite, a menos que a sua velocidade de revolução decresça,
está condenado a se partir; a fissão do sol acontece, e uma
nova estrela dupla da mesma variedade nasce. Inúmeros planetas pequenos
podem se formar, subseqüentemente, como subproduto de tal quebra gigantesca.
6. Estrelas de Contração: nos sistemas menores, o planeta exterior
de maior tamanho algumas vezes atrai para si os seus mundos vizinhos, enquanto
os planetas próximos do sol começam o seu mergulho terminal.
Com o vosso sistema solar, esse fim significaria que os quatro planetas internos
seriam atraídos para o sol, enquanto o maior planeta, Júpiter,
seria aumentado grandemente pela absorção dos mundos remanescentes.
Um fim como este, de um sistema solar, resultaria na produção
de dois sóis adjacentes, mas desiguais, um tipo de formação
estelar dupla. Tais catástrofes são pouco freqüentes, exceto
nos limites das agregações estelares do superuniverso.
7. Esferas Cumulativas: pequenos planetas podem surgir lentamente das acumulações
de vastas quantidades de matéria que circulam no espaço. Eles
crescem por agregação de meteoros e por colisões menores.
Em certos setores do espaço, as condições favorecem tais
formas de nascimento planetário. Muitos mundos habitados tiveram essa
origem. Algumas das densas ilhas escuras são o resultado direto de
acumulações da energia em transmutação no espaço.
Outro grupo dessas ilhas escuras veio a existir pelo acúmulo de quantidades
enormes de matéria fria, meros fragmentos e meteoros que circulam no
espaço. Tais agregações de matéria nunca foram
quentes e, exceto pela densidade, são de composição muito
similar à de Urântia.
8.
Sóis Extintos: algumas das ilhas escuras do espaço são
sóis isolados, extintos, cuja energia-espaço disponível
já foi totalmente emitida. As unidades organizadas de matéria
aproximam-se da condensação plena, da consolidação
virtualmente completa; e são necessárias eras e mais eras para
que massas tão enormes de matéria altamente condensada sejam
recarregadas nos circuitos do espaço, sendo, assim, preparadas para
os novos ciclos de função no universo, depois de uma colisão
ou de algum outro acontecimento cósmico igualmente revivificador.
9. Esferas de Colisão: nas regiões de agrupamentos mais densos,
as colisões não são raras. Este reajustamento astronômico
é acompanhado por imensas modificações de energia e transmutações
de matéria. As colisões que envolvem sóis mortos influem
peculiarmente nas criações de amplas flutuações
de energia. Os despojos de colisões freqüentemente constituem
os núcleos materiais para a formação posterior de corpos
planetários adequados à habitação dos mortais.
10.
Mundos Arquitetônicos: estes são os mundos construídos
de acordo com os planos e as especificações, para algum propósito
especial, tal como Sálvington, a sede central do vosso universo local,
e Uversa, a sede do governo do vosso superuniverso.
As leis do comportamento da energia
física são basicamente universais, mas as influências
locais têm muito a ver com as condições físicas
que prevalecem nos planetas individuais e nos sistemas locais. Uma variedade
quase sem fim de vida, sob a forma de criaturas e de outras manifestações
viventes, caracteriza os mundos incontáveis do espaço. Há,
todavia, certos pontos de semelhança em um grupo de mundos ligados
a um dado sistema; ao mesmo tempo em que também existe um modelo de
vida inteligente para cada universo. Há relações físicas
entre esses sistemas planetários que perfazem órbitas semelhantes,
e que seguem de perto, uns aos outros, nas circunvoluções infinitas
em torno do círculo de universos.
Se
todos os universos locais projetados e as suas partes componentes estivessem
estabelecidas, pouco menos de quinhentos bilhões seria o número
de mundos arquitetônicos nos sete superuniversos... Os circuitos de
energia física, administrados pelos centros de potência de Uversa,
requerem um pouco mais do que 968 milhões de anos para completar uma
volta no superuniverso.
A
energia em evolução tem substância; tem peso, se bem que
o peso seja sempre relativo, dependendo da velocidade da revolução,
da massa e da antigravidade. A massa na matéria tende a retardar a
velocidade na energia; e a velocidade da energia, presente em todos os lugares,
representa a dotação inicial de velocidade, menos o retardamento
causado pela massa que se encontra em trânsito, mais a função
reguladora dos controladores da energia viva do superuniverso, e a influência
física dos corpos vizinhos, altamente aquecidos ou mais pesadamente
carregados. O plano universal para a manutenção do equilíbrio
entre a matéria e a energia necessita que as unidades inferiores de
matéria sejam perpetuamente feitas e desfeitas. Os Diretores de Potência
do Universo têm a capacidade de condensar e deter ou de expandir e liberar
quantidades variáveis de energia.
Quando
a harmonia espiritual se desenvolve em um universo local, de modo que os seus
circuitos individuais e combinados se tornam indistinguíveis dos do
superuniverso, quando tal identidade de função e unicidade de
ministério factualmente prevalecem, então, o universo local,
de imediato, liga-se aos circuitos estabelecidos de luz e vida, tornando-se,
instantaneamente, qualificado para a admissão à confederação
espiritual da união perfeccionada da supercriação. Os
requisitos para a admissão aos conselhos dos Anciães dos Dias,
para o ingresso na confederação dos superuniversos, são
os que se seguem: 1º) Estabilidade Física – as estrelas
e os planetas de um universo local devem estar em equilíbrio; os períodos
de metamorfose estelar imediata devem ter chegado ao fim. O universo deve
estar seguindo uma trajetória clara; a sua órbita deve estar
fixada em segurança e definitivamente estabelecida; e 2º) Lealdade
Espiritual –
deve
existir um estado de reconhecimento universal e de lealdade ao Filho de Deus
Soberano, que preside aos assuntos de tal universo local. É necessário
que se haja alcançado um estado de cooperação harmoniosa
entre os planetas individuais, sistemas e constelações de todo
o universo local. O vosso universo local ainda não é reconhecido
nem como pertencente à ordem fisicamente estabelecida do superuniverso,
muito menos como membro da reconhecida família espiritual do supergoverno.
Nas sedes centrais dos superuniversos,
o Alto Governo Espiritual dos domínios do espaço-tempo está
instalado. O ramo executivo do supergoverno, que tem origem nos Conselhos
da Trindade, é dirigido diretamente por um dos Sete Espíritos
Mestres da supervisão suprema, seres que se assentam nas cátedras
de autoridade do Paraíso e que administram os superuniversos por intermédio
dos Sete Executivos Supremos, estacionados nos sete mundos especiais do Espírito
Infinito – os satélites mais externos do Paraíso.
Cada
superuniverso é presidido por três Anciães dos Dias, os
principais executivos conjuntos do supergoverno. No seu ramo executivo, o
pessoal do governo do superuniverso consiste em sete grupos diferentes: 1
- Os Anciães dos Dias; 2 - Os Perfeccionadores da Sabedoria; 3 - Os
Conselheiros Divinos; 4 - Os Censores Universais; 5 - Os Mensageiros Poderosos;
6 - Aqueles Elevados Em Autoridade; e 7 - Aqueles Sem Nome Nem Número.
O
vosso mundo é chamado de Urântia, e o seu número é
606, no grupo planetário, ou sistema, que é o de Satânia.
Este sistema tem, presentemente, 619 mundos habitados e mais de duzentos outros
planetas que estão evoluindo favoravelmente no sentido de se tornarem
mundos habitados em algum tempo futuro...
O número do vosso
mundo, Urântia, no grande universo é 5 342 482 337 666. Este
é o número do registro em Uversa e no Paraíso; é
o vosso número no catálogo dos mundos habitados. Na esfera física,
há um outro número, mas é de um tamanho tão extraordinário
que seria de pouco significado prático para a mente mortal. Urântia
é membro de um
enorme cosmo; vós pertenceis a uma família quase infinita de
mundos, mas a vossa esfera é tão precisamente administrada e
fomentada, com tanto e tal amor, que é como se ela fosse o único
mundo habitado em toda a existência.
Urântia
Os
Sete Espíritos Mestres têm, assim, a sua origem nas sete seguintes
semelhanças, derivando delas as suas características: 1. Pai
Universal; 2. Filho Eterno; 3. Espírito Infinito; 4. Pai e Filho; 5.
Pai e Espírito; 6. Filho e Espírito; 7. Pai, Filho e Espírito...
Nós não somos capazes de estabelecer nenhuma conexão
pessoal entre o trabalho dos Espíritos Mestres e a energia cósmica
e as funções de força do Absoluto Inqualificável.
As manifestações de energia, sob a jurisdição
dos
Espíritos Mestres, são todas dirigidas a partir da periferia
do Paraíso; elas não parecem, de nenhum modo direto, estar associadas
aos fenômenos de força identificados com a superfície
inferior do Paraíso... Grande parte da atividade dos Sete Espíritos
Mestres permanece oculta ao entendimento humano porque esta atividade
não pertence, de modo algum, diretamente à vossa questão
de ascensão ao Paraíso... Os Espíritos Mestres são
a fonte sétupla da Mente Cósmica – o potencial intelectual
do grande universo. Esta Mente Cósmica é uma manifestação
subabsoluta da mente da Terceira Fonte e Centro e, de certo modo, está
relacionada funcionalmente à mente do Ser Supremo em evolução...
Em um mundo como Urântia, nós não encontramos a influência
direta dos Sete Espíritos Mestres nos assuntos das raças humanas.
Vós viveis sob a influência imediata do Espírito Criativo
de Nébadon. No entanto, esses mesmos Espíritos Mestres dominam
as reações básicas de todas as mentes das criaturas,
porque eles são as fontes reais dos potenciais intelectuais e espirituais
que se especializaram, nos universos locais, para funcionar na vida daqueles
indivíduos que habitam os mundos evolucionários do tempo e do
espaço.
O
fato da existência da Mente Cósmica explica a afinidade entre
vários tipos de mentes humanas e supra-humanas. Não apenas os
espíritos afins se atraem entre si, mas as mentes semelhantes também
são muito fraternais e inclinadas à cooperação
umas com as outras. As mentes humanas, algumas vezes, são observadas
funcionando em canais de similaridade surpreendente e em uma sintonia admirável.
Existe, em todas as associações de personalidades da Mente Cósmica,
uma qualidade que poderia ser denominada de resposta
à realidade. É esta dotação cósmica
universal das criaturas equipadas de vontade que as salva de se tornarem vítimas
passivas das suposições 'a priori' da ciência, da filosofia
e da religião. Esta sensibilidade à realidade da Mente Cósmica
responde a certas fases da realidade, exatamente como a matéria-energia
responde à gravidade. Seria mais correto dizer que essas realidades
supramateriais respondem desse modo à Mente do Cosmo.
Infalivelmente,
a
Mente Cósmica responde
(reconhece a resposta) em três níveis da realidade do universo.
Estas respostas são auto-evidentes para as mentes de raciocínio
claro e pensamento profundo. Esses níveis de realidade são:
1º) Causação – o domínio da realidade dos
sentidos físicos; o âmbito científico da uniformidade
lógica; a diferenciação do factual e do não-factual;
as conclusões reflexivas baseadas na resposta cósmica. Esta
é a forma matemática da discriminação cósmica;
2º) Dever – o domínio da realidade da moral, no âmbito
filosófico; a arena da razão, o reconhecimento do bem e
do mal relativos. Esta é a forma judicial da discriminação
cósmica; e 3º) Adoração – o domínio
espiritual da realidade da experiência religiosa; a realização
pessoal da fraternidade divina; o reconhecimento dos valores espirituais;
a certeza da sobrevivência eterna; a ascensão até o júbilo
e a liberdade. Este é o discernimento interior mais elevado da Mente
Cósmica, ou seja, a forma de reverência e de adoração
da discriminação cósmica. A experiência de viver
nunca falha em desenvolver estas três intuições cósmicas;
elas constituem a base da autoconsciência do pensamento reflexivo. Mas
é triste registrar que tão poucas pessoas em Urântia têm
prazer em cultivar as qualidades de um pensamento cósmico corajoso
e independente.
O
propósito da educação é desenvolver e tornar mais
aguçados todos os dons inatos da mente humana; o da civilização
é expressá-los; o da experiência da vida é compreendê-los;
o da Religião é enobrecê-los; e o da
personalidade é unificá-los.
A
moralidade nunca pode ser promovida pela lei nem pela força. É
uma questão da personalidade e do livre-arbítrio, e deve ser
disseminada pelo contágio, do contato das pessoas moralmente atraentes
com aquelas que são menos responsáveis moralmente. Os atos morais
são as atuações humanas caracterizadas pela mais elevada
inteligência, dirigidas pela discriminação seletiva na
escolha dos fins superiores, bem como na seleção dos meios morais
para atingir esses fins. Tal conduta é virtuosa. A suprema virtude,
então, será escolher, de todo o Coração, cumprir
a Vontade (que nos alcança por intuição) do próprio
Deus de nossos Corações.
O
livre-arbítrio relativo, que caracteriza a autoconsciência da
personalidade humana, está envolvido na decisão moral (a Sabedoria
Superior), na escolha espiritual (o discernimento da verdade), no amor altruísta
(o serviço compassivo e fraterno), na cooperação voluntária
(a lealdade interativa sócio-grupal), no discernimento cósmico
(a apreensão dos significados universais), na dedicação
da personalidade (a devoção,
com todo o Coração,
de fazer a Vontade do Deus de seu Coração) e na adoração
(a busca sincera dos valores universais e divinos).
As
três realidades básicas da Mente do Cosmo são: 1ª)
reconhecimento matemático ou lógico da uniformidade da causação
física; 2ª) aquiescência, pela razão, da obrigação
de se conduzir moralmente; e 3ª) entendimento-fé da adoração
fraterna e consciente do Deus de seu Coração aliado ao serviço
amoroso à Humanidade.
Se
o homem mortal não tem êxito em sobreviver à morte natural,
os valores espirituais reais da sua experiência humana sobrevivem como
uma parte desta própria experiência. Os valores da personalidade
deste ser não-sobrevivente subsistem como um fator na personalidade
do Ser Supremo, que está em permanente factualização.
Estas qualidades da personalidade, que sobrevivem, ficam despojadas de identidade,
mas não dos valores experienciais acumulados durante a vida mortal
na carne. E assim, a identidade da personalidade que e quando sobrevive, o
faz por meio da sobrevivência da personalidade-alma no seio da própria
Alma Cósmica.
Na
autoconsciência humana, quatro compreensões da factualidade do
universo são inerentes e latentes: a busca do conhecimento (a lógica
da ciência), a busca dos valores morais (o senso do dever), a busca
dos valores espirituais (a experiência mística ou religiosa interior)
e a busca dos valores da personalidade (a capacidade de reconhecer a realidade
inalienável e incorruptível de Deus em seu Coração
e a compreensão simultânea da sua relação fraternal
com as personalidades dos seres irmanados).
Em
uma missão de auto-outorga mortal, um Filho do Paraíso sempre
nasce de mulher e cresce como uma criança masculina, como o fez Jesus,
em Urântia. Estes Filhos do Serviço Supremo passam pela infância
e pela juventude, até a maturidade, exatamente como o faz um ser humano.
Sob todos os aspectos, eles se tornam como os mortais, da raça na qual
nasceram. Do ponto de vista material, estes Filhos humano-divinos vivem vidas
comuns, com uma única exceção: eles não geram
nenhuma progênie nos mundos da sua permanência; esta é
uma restrição universal imposta a todas as ordens de Filhos
do Paraíso que fazem esta autodoação de outorga. Assim
como Jesus trabalhou no vosso mundo, como um filho de carpinteiro, também
outros Filhos do Paraíso trabalham em vários afazeres, nos seus
planetas de outorga. Vós, dificilmente, conseguiríeis localizar
alguma vocação que não tenha sido seguida por algum Filho
do Paraíso, no curso da sua auto-outorga, em algum dos planetas evolucionários
do tempo. Quando um Filho auto-outorgado tem, sob a sua mestria, a experiência
da vida, como um mortal, e quando ele houver alcançado a perfeição
na sintonia com o seu Ajustador residente, então, ele começa
aquela parte da sua missão planetária destinada a iluminar as
mentes e inspirar as almas dos seus irmãos na carne. Como mestres,
estes Filhos se devotam exclusivamente à iluminação espiritual
das raças mortais, nos mundos da sua permanência.
A
outorga – a doação de si próprio –
é uma necessidade
planetária e do universo; e a morte física nada mais é
do que uma parte necessária em uma missão de auto-outorga.
Os
Mensageiros Solitários não são designados para servir
permanentemente a quaisquer personalidades celestes individuais ou a grupos
de personalidades celestes. Eles atuam sempre em missões definidas;
e, durante o seu serviço, trabalham sob a supervisão imediata
daqueles que dirigem os reinos das suas missões. Entre eles próprios,
não há nem organização, nem governo de qualquer
espécie; eles são Mensageiros Solitários... Há
quase 7.690 trilhões de Mensageiros Solitários operando dentro
das fronteiras de Orvônton; e isto é menos do que um sétimo
do seu número total.... Os Mensageiros Solitários são
o mais elevado tipo de personalidade, perfeita e confidencial disponível
em todos os reinos para a transmissão rápida de mensagens urgentes
e importantes, quando não é indicado nem conveniente utilizar,
seja um serviço de transmissão, seja o mecanismo da refletividade.
Eles servem em missões de uma variedade infinda, ajudando os seres
espirituais e materiais dos reinos, particularmente quando o elemento tempo
está envolvido. De todas as ordens designadas para os serviços,
nos domínios dos superuniversos, eles são os seres personalizados
mais elevados e mais versáteis que mais podem vir a desafiar o tempo
e o espaço.
A velocidade limite, para a maioria
dos seres que não são transportados por serafins, é de
299.790 quilômetros do vosso mundo, por segundo, do vosso tempo.2
As criaturas intermediárias e algumas outras podem atingir, e freqüentemente
atingem, o dobro dessa velocidade, ou seja, a de 599.580 quilômetros
por segundo. Já os serafins e outros seres podem cruzar o espaço
à velocidade de 899.370 quilômetros por segundo, ou seja, três
vezes mais.3
Nos
mundos das mansões, depois que o alcance da vossa visão estiver
ampliado e depois que estiverdes livres das correntes das comparações
materiais, vós podereis começar a compreender o significado
daquelas realidades que o olho não pode ver nem o ouvido escutar, e
que nunca fizeram parte dos conceitos das mentes humanas... Vós não
tereis para sempre um alcance tão limitado de visão nem de compreensão
espiritual... Os Guias dos Graduados ocupam-se em pilotar os peregrinos do
tempo pelos sete circuitos dos mundos de Havona. O Guia que te saudar, na
tua chegada ao mundo de recepção do circuito externo de Havona,
permanecerá contigo durante toda a tua carreira nos circuitos celestes.
Embora tu vás te associar com um número incontável de
outras personalidades durante a tua permanência neste bilhão
de mundos, o teu Guia dos Graduados seguirá contigo até o fim
da tua progressão em Havona, e testemunhará a tua entrada no
sono terminal do tempo – o sono do trânsito da eternidade para
a meta no Paraíso –
onde, ao acordares,
serás saudado pelo Companheiro do Paraíso designado para te
dar as boas-vindas e, talvez, para permanecer contigo até que te inicies
como membro do Corpo Mortal de Finalidade... Os Guias dos Graduados nunca
deixam os mundos de Havona; eles se dedicam ao serviço dos peregrinos
graduados do tempo e do espaço. E vós ireis, em algum tempo,
encontrar esses seres nobres face a face, se não rejeitardes o plano
certo e todo-perfeccionado que está destinado a efetivar a vossa sobrevivência
e ascensão.
Nós
adoramos a Deus, primeiro porque Ele é; e, então, porque Ele
é em nós; e, definitiva e finalmente, porque nós somos
Nele.
Continua...
______
Notas:
1.
As Nuvens de Magalhães são duas galáxias anãs
irregulares satélites da nossa Galáxia. Ambas são visíveis
a olho nu e apenas no Hemisfério Sul e os mais antigos registros visuais
datam de 964 a.C. pelo astrônomo persa Al Sufi. Na Europa, foi durante
a circum-navegação realizada por Fernão de Magalhães
que foram observadas as nuvens, levando à nomenclatura de Nuvens de
Magalhães. As
duas galáxias, a Grande Nuvem de Magalhães e a Pequena Nuvem
de Magalhães fazem parte do chamado Grupo Local, que abrange também
a nossa Galáxia, e que contém um total de 37 objetos conhecidos,
distribuídos numa extensão de aproximadamente 4 milhões
de anos-luz e cujo centro está localizado entre a Via Láctea
e a grande galáxia espiral de Andrômeda (M31 ou NGC 224). A Grande
Nuvem de Magalhães está localizada a aproximadamente 160.000
anos-luz, e a Pequena Nuvem de Magalhães está localizada à
aproximadamente 200.000 anos-luz. Até 1994, a Grande Nuvem era considerada
o objeto extragalático mais próximo, quando foi descoberta a
galáxia anã elíptica de Sagitário a cerca de 70.000
anos-luz. Evidências sugerem que a Pequena e a Grande Nuvem de Magalhães,
como viajam próximas, foram muito distorcidas por interações
de marés com a Via Láctea; filamentos de hidrogênio neutro
conectam-nas à Via Láctea e entre si, e ambas parecem galáxias
espirais barradas. Entretanto, sua atração gravitacional afetou
nossa galáxia também causando distorções em partes
periféricas do disco galáctico. Além de sua estrutura
diferenciada e pequena massa, as duas galáxias diferem de nossa galáxia
em dois aspectos principais. Primeiro, elas são abundantes em gás
- uma fração relativamente maior de sua massa é composta
por hidrogênio e hélio, comparando-na com a Via Láctea.
Segundo, elas também são mais pobres em metais do que a Via
Láctea: as estrelas mais jovens na Grande e na Pequena Nuvem de Magalhães
têm metalicidades de 0.5 a 0.25 vezes a do Sol, respectivamente. Ambas
são notáveis por suas nebulosas e populações de
estrelas jovens, mas como na nossa própria galáxia as suas estrelas
vão das mais jovens às mais velhas, indicando um longo histórico
de formação estelar. A Grande Nuvem de Magalhães abrigou
uma supernova (SN 1987A), uma das mais brilhantes e próximas já
observadas.
2.
A velocidade da luz no vácuo, simbolizada pela letra c (do latim celeritas,
velocidade ou rapidez), é definida como 299.792.458 metros por segundo,
aproximadamente 300.000 quilômetros por segundo. De acordo com a moderna
Física teórica, toda radiação eletromagnética,
incluindo a luz visível, se propaga (ou se move) no vácuo à
uma velocidade constante, chamada de velocidade da luz, que é uma constante
da Física, representada por c. É também a velocidade
de propagação da atração gravitacional, na Teoria
Geral da Relatividade. A luz do Sol demora aproximadamente 8 minutos a chegar
à Terra.
3.
Mas
há Mensageiros Solitários que, segundo um Conselheiro Divino
de Uversa, podem alcançar velocidades de até 1.346.169.220.000
quilômetros por segundo do tempo urantiano.
Páginas
da Internet consultadas:
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Velocidade_da_luz
http://tek-tips.com/viewthread.
cfm?qid=1543700&page=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Nuvens_de_Magalh%C3%A3es
Fundo
musical:
Prelude
nº 9 (Johann Sebastian Bach)
Fonte:
http://www.karaokenet.com.br/karaoke2/midisclassicos.htm
Direitos
autorais:
As
animações, as fotografias digitais e as mídias digitais
que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente
a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos
de copyright
são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem
me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se
você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que
seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar
imediatamente.