Fragmentos do Livro de Urântia
(Parte III)

 

Rodolfo Domenico Pizzinga


 

 

Espiritualmente, o homem deve ser transladado1 muitas vezes, antes que possa atingir um plano que lhe permita ter um descortínio espiritual tal que o capacite a ver, ao menos, um dos Sete Espíritos Mestres.

 

 

 

 

Os mortais dos reinos do tempo e do espaço podem diferir muito pelas suas capacidades inatas e pelos seus dons intelectuais, podem desfrutar de ambientes excepcionalmente favoráveis ao avanço social e ao progresso moral ou podem, ainda, padecer da falta de qualquer ajuda humana à cultura e a supostos avanços nas artes da civilização; no entanto, as possibilidades de progresso espiritual, na carreira ascensional, são iguais para todos. Graus crescentes de discernimento espiritual e dos significados cósmicos são conquistados de um modo inteiramente independente de todas as diferenças sociomorais entre os ambientes materiais diversificados dos mundos evolucionários... Conquanto os mortais de Urântia, em particular, possam diferir pelos seus dons e oportunidades intelectuais, sociais, econômicas e até mesmo morais, a dotação espiritual, para e de todos, é uniforme e única. Todos desfrutam da mesma presença divina, e todos são igualmente privilegiados em poder buscar a comunhão pessoal íntima com esse Espírito Residente de Origem Divina. Da mesma forma, todos podem igualmente optar por aceitar a liderança espiritual uniforme dos Monitores Misteriosos.

 

O homem é espiritualmente residido por um Ajustador do Pensamento, que tem sobrevivência eterna. Se a mente humana for sincera e espiritualmente motivada, se a alma humana deseja conhecer o Deus de seu Coração e se tornar semelhante a Ele, se quiser honestamente fazer a Vontade de seu Pai Interior, não existe influência negativa alguma, de privação mortal, nem poder ativo positivo possível que, possa impedir que esta alma, divinamente motivada, ascenda com segurança...

 

A ascensão é uma parte do circuito dos Sete Superuniversos, e, embora, por inúmeras vezes, gireis ao redor dele, vós podereis esperar, em espírito e em 'status', estar sempre girando para dentro. Vós podeis confiar que sereis transladados de esfera em esfera, dos circuitos exteriores cada vez mais para o Centro Interior, e não duvideis, algum dia vós estareis diante da presença divina e central e O vereis, figurativamente falando, face a Face. É tão-só uma questão de atingir níveis espirituais reais e verdadeiros; e estes níveis espirituais são alcançáveis por qualquer ser que tenha sido residido por um Monitor Misterioso e que se tenha, subseqüentemente, fusionado eternamente com esse Ajustador do Pensamento. (Grifos meus).

 

 

 

 

O Pai Interior não se oculta espiritualmente, mas tantas das Suas criaturas têm escondido a si próprias nas brumas das suas próprias decisões obstinadas, que em um dado momento se encontram separadas da comunhão com o Seu Espírito..., pela escolha dos seus próprios caminhos desviados e pela indulgência na auto-afirmação das suas mentes intolerantes e de suas naturezas não-espirituais.

 

O destino final do homem não está selado, enquanto ele não houver perdido o poder de escolher ouvir e seguir a Vontade do seu Pai Interior. Já o destino eterno do homem fica assegurado quando a fusão com o Ajustador proclama ao universo que tal ser ascendente efetuou a escolha final e irrevogável de viver a vontade do Pai Interior.2

 

À medida que progredis na vossa harmonização com os guiamentos espirituais do Ajustador do Pensamento, podeis ter a esperança e a certeza de discernir mais completamente a presença e o poder transformador de outras influências espirituais que vos cercam, mas que não atuam como uma parte integrante de vós... À proporção que a existência da personalidade-alma, fruto da criação-transmutação conjunta da mente e do Ajustador, vai se tornando cada vez mais firme, surge também uma nova fase da consciência, que ela passa a ter, de ser capaz de experienciar a presença e de reconhecer os guiamentos e outras atividades supramateriais dos Monitores Misteriosos... Toda a experiência de comunhão com o Ajustador é tal, que envolve triplamente um 'status' moral, uma motivação mental e uma experiência espiritual. A auto-realização deste feito é limitada principalmente, ainda que não exclusivamente, aos domínios de consciência da personalidade-alma, mas as provas se produzem e abundam na manifestação dos frutos do espírito, nas vidas daqueles que contatam esse Espírito Interior.

 

 

 

 

O crescimento espiritual da personalidade-alma acontece de um modo inteiramente independente da autoconsciência intelectual.

 

A moralidade das religiões evolucionárias impulsiona os homens na busca de Deus, por meio do poder da motivação do medo. As Religiões de Revelação atraem os homens para a busca de um Deus de amor, porque eles anseiam por ser como Ele. Mas o ato religioso não é meramente um sentimento passivo, de dependência absoluta e de certeza de sobrevivência; é uma experiência viva e dinâmica de alcançar a divindade, baseando-se no serviço à Humanidade. O serviço grande e imediato da verdadeira religião é o estabelecimento, na experiência humana, de uma unidade duradoura, de uma paz perdurável e de uma segurança profunda. O indivíduo verdadeiramente Religioso busca identificar o Eu com o universo, e, assim, dedica as atividades desse Eu-unificado ao serviço da família universal de seres companheiros, humanos e supra-humanos... Todavia, o homem não tem de ser religioso contra a sua vontade!

 

A sobrevivência ad æternum da personalidade-alma depende inteiramente das escolhas feitas pela mente mortal, cujas decisões determinam o potencial de sobrevivência desta mesma personalidade-alma. Mas, nenhum outro ser, força ou agência, em toda a amplidão do universo dos universos, pode interferir, em qualquer grau, na soberania absoluta do livre-arbítrio do ente mortal, enquanto ele opera nos domínios da escolha, no que concerne ao destino eterno da sua personalidade-alma. A soberania da vontade humana é um Decreto Universal, e este Decreto é absoluto e irrevogável.3

 

 

 

Nenhuma criatura pode ser forçada à Aventura Eterna; o Portal da Eternidade abre-se apenas em resposta à escolha feita pelo ser-no-mundo em absoluto livre-arbítrio...

 

A atualidade una da eternidade, para as mentes dos seres-no-mundo limitadas pelo tempo, só pode ser percebida por meio de simbologias de pensamento; e as relações da eternidade, com estes mesmos seres-no-mundo, podem ser apreciadas por intermédio de uma seqüência temporal.

 

A antigravidade pode anular a gravidade, em uma moldura local; ela age assim pelo exercício de uma força de presença equivalente. Ela opera apenas com referência à gravidade material, e não é uma ação da mente. O fenômeno da aparente resistência à gravidade em um giroscópio é uma boa ilustração do efeito da antigravidade, mas de nenhum valor para ilustrar a causa da antigravidade.

 

 

Giroscópio

 

 

Em Urântia, a mente é um compromisso entre a Essência da Perfeição do Pensamento e a mentalidade em evolução da natureza humana ainda imatura... O plano universal para a evolução intelectual é sublime em perfeição, mas vós, urantianos, permanecereis ainda muito distantes dessa meta divina enquanto ainda estiverdes atuando nos tabernáculos da carne. A mente é verdadeiramente de origem Divina e tem um destino Divino; mas as vossas mentes mortais não têm ainda a Dignidade Divina... Muito freqüentemente, talvez até em demasia, frustrais as vossas mentes pela insinceridade, e as deformais pelas intenções incorretas; vós as sujeitais ao medo animal e as distorceis pela ansiedade inútil.

 

A justiça é o pensamento coletivo da retidão. A misericórdia é a sua expressão pessoal... A mente mortal pode pensar em mil e uma coisas – eventos físicos catastróficos, acidentes espantosos, desastres horríveis, doenças dolorosas e calamidades mundiais – e perguntar se tais ocorrências estão correlacionadas com algum tipo de manobra desconhecida do funcionamento provável do Ser Supremo. Francamente, não sabemos; não estamos realmente certos. Todavia, à medida que o tempo passa, o que é observável é que todas estas situações difíceis e mais ou menos misteriosas trabalham sempre para o bem-estar e o progresso dos universos.4

 

Todo o espaço respira, contraindo e expandindo alternadamente. Esta respiração afeta tanto a extensão horizontal do espaço preenchido quanto a extensão vertical do espaço não-preenchido... À medida que os universos da extensão horizontal do espaço preenchido se expandem, os reservatórios de extensão vertical do espaço não-preenchido se contraem, e vice-versa... Há uma confluência entre o espaço preenchido e o espaço não-preenchido... Ambos os tipos de espaço confluem, através dos canais de transmutação de regulagem, onde se operam as mudanças que fazem com que o espaço preenchível se torne não-preenchível e vice-versa, nos ciclos de contração e de expansão do cosmo... Os ciclos da respiração do espaço, em cada fase, duram um pouco mais do que um bilhão dos anos de Urântia. Durante uma fase, os universos se expandem; durante a seguinte, eles se contraem. Atualmente, o espaço preenchido se aproxima do ponto médio da fase de expansão, enquanto o espaço não-preenchido se aproxima do ponto médio da fase de contração... Por um bilhão de anos do tempo de Urântia, os reservatórios do espaço se contraem, enquanto o universo-mestre e as atividades de força, de todo o espaço horizontal, se expandem. Assim, um pouco mais do que dois bilhões de anos de Urântia são necessários para que se complete, por inteiro, o ciclo de expansão-contração... Todos os Sete Superuniversos participam do ciclo de dois bilhões de anos de respiração do espaço, junto com as regiões exteriores do Universo-mestre.

 

 

Respiração do Espaço
(animação meramente pictórica)

 

 

A atração inescapável da gravidade sustenta, efetivamente, todos os mundos de todos os universos de todo o espaço... A gravidade é como um colar onipotente, ao qual se encontram atrelados os sóis abrasadores, as estrelas brilhantes e as esferas rotativas... A atração da gravidade central opera nos circuitos intermináveis dos níveis elípticos do espaço do universo-mestre. Todas as formas conhecidas de realidade cósmica têm a curvatura das idades, a trajetória do círculo e o arco de oscilação da grande elipse... O espaço não reage à gravidade, mas age como um equilibrador da gravidade. Sem o amortecedor, que é o espaço, uma ação explosiva sacudiria os corpos espaciais circundantes. O espaço preenchido também exerce uma influência antigravitacional sobre a gravidade física ou linear; o espaço pode, praticamente, neutralizar tal ação da gravidade, ainda que não possa retardá-la. A gravidade absoluta é a gravidade do Paraíso. A gravidade local ou linear pertence ao estágio elétrico da energia ou da matéria, e opera no universo central, nos superuniversos, nos universos exteriores ou onde quer que tenha havido alguma materialização adequada.

 

As inúmeras formas de força cósmica, de energia física, de potência no universo e de várias materializações revelam três etapas gerais, a saber: 1ª) Etapas de Pré-Gravidade (Força) – este é o primeiro passo na individualização da potência espacial, nas formas de pré-energia da força cósmica. Este estado é análogo ao conceito da carga-força primordial de espaço, algumas vezes chamada de energia pura ou de segregata; 2ª) Etapas Gravitacionais (Energia) esta modificação na carga-força do espaço assinala o aparecimento de sistemas de energia sensíveis ao impulso da gravidade do Paraíso. Esta energia emergente é originalmente neutra, mas, em conseqüência de uma metamorfose posterior, mostrará ter as qualidades chamadas negativas e positivas. Designaremos esta etapa por ultimata; e 3ª) Etapas Pós-Gravitacionais (Potência no Universo) nesta etapa, a matéria-energia revela uma resposta ao controle da gravidade linear. No universo central, estes sistemas físicos são organizações tríplices, conhecidas como triata. Elas são os sistemas-mãe de superpotência das criações do tempo e do espaço. Os sistemas físicos dos superuniversos são mobilizados pelos Diretores de Potência do Universo e pelos seus colaboradores. Estas organizações materiais são duais em constituição e são conhecidas como gravita. Os corpos escuros de gravidade, que rodeiam Havona, não são nem triata nem gravita, e o seu poder de atração revela tanto formas de gravidade física linear como de gravidade absoluta.

 

O universo dos universos não é um plano infinito, não é um cubo sem limites e não é um círculo ilimitado; entretanto, certamente, tem dimensões. As leis da organização e da administração física provam conclusivamente que toda a vastíssima agregação de energia-força e de potência-matéria funciona, em última instância, como uma unidade de espaço, como um todo organizado e coordenado. O comportamento observável da criação material constitui evidência de um universo físico de limites definidos. A prova final de que o universo tanto é circular quanto é delimitado é proporcionada pelo fato de que todas as formas de energia básica sempre giram em torno da trajetória curva dos níveis espaciais do universo-mestre, em obediência à atração incessante e absoluta da gravidade do Paraíso.

 

Em um futuro não muito distante, novos telescópios revelarão aos olhos surpresos dos astrônomos urantianos nada menos do que 375 milhões de novas galáxias nas extensões remotas do espaço exterior. Ao mesmo tempo, esses telescópios mais poderosos revelarão que muitos dos universos-ilhas, que anteriormente se acreditava estarem no espaço exterior, são realmente uma parte do sistema galático de Orvônton. Os sete superuniversos estão ainda em crescimento; a periferia de cada um está se expandindo gradativamente; novas nebulosas estão constantemente sendo estabilizadas e organizadas; e algumas das nebulosas que os astrônomos urantianos consideram como extragaláticas estão, na verdade, na extremidade de Orvônton e viajam junto conosco... Se as nossas conjecturas estiverem corretas, o futuro sem-fim pode estar reservando para todos vós os mesmos espetáculos maravilhosos que o passado sem-fim havia reservado aos vossos veteranos e predecessores.5

 

As relações com o tempo não existem sem movimento no espaço; mas a consciência do tempo sim. A seqüencialidade pode levar à consciência do tempo, mesmo na ausência de movimento. A mente do homem é menos sujeita ao tempo do que ao espaço, por causa da natureza inerente da mente. Mesmo durante os dias da vida na carne na Terra, se bem que a mente do homem seja rigidamente sujeita ao espaço, a imaginação criativa do homem é relativamente liberta do tempo. Mas o tempo, em si mesmo, não é geneticamente uma qualidade da mente.

 

Há três níveis diferentes de conhecimento do tempo: 1º) o tempo percebido pela mente: a consciência da seqüência do movimento e a noção de duração; 2º) o tempo percebido pelo espírito o discernimento interior do movimento na direção de Deus e a consciência do movimento de ascensão a níveis crescentes de Divindade; e 3º) a personalidade cria um senso único de tempo, a partir do discernimento no sentido da realidade – mais uma consciência de presença e uma noção interior de duração.

 

Em toda a vossa contemplação dos fenômenos universais, assegurai-vos de estardes levando em consideração a inter-relação das energias físicas, intelectuais e espirituais, e de terdes na devida conta os fenômenos inesperados correspondentes à unificação delas, pela personalidade; assegurai-vos também de considerar os fenômenos imprevisíveis que resultam das ações e reações da Deidade experiencial e dos Absolutos.

 

O universo é altamente previsível, apenas no sentido quantitativo ou da medida da gravidade. Mesmo as forças físicas primais não reagem à gravidade linear, nem o fazem os significados mais elevados da mente, nem os verdadeiros valores espirituais das realidades universais últimas do universo. Qualitativamente, o universo não é altamente previsível, no que diz respeito a novas associações de forças, sejam físicas, sejam mentais, sejam espirituais, embora muitas dessas combinações de energias ou de forças se tornem parcialmente previsíveis, quando sujeitas à observação crítica. Quando a matéria, a mente e o espírito estão unificados pela personalidade da criatura, ficamos totalmente incapazes de predizer as decisões do livre-arbítrio de tal ser-no-mundo.

 

Gravidade Física: tendo formulado uma estimativa do somatório de toda a capacidade de gravidade física do Grande Universo, o corpo de pesquisadores da gravidade, em Uversa, efetuou laboriosamente uma comparação dessa estimativa com o total estimado da presença de gravidade absoluta ora em ação. Estes cálculos indicam que a ação total de gravidade no Grande Universo é uma parte muito pequena da atração de gravidade estimada do Paraíso, computada com base na resposta gravitacional de unidades físicas básicas de matéria do universo. Esses pesquisadores chegaram à conclusão espantosa de que o universo central e os sete superuniversos que o cercam estão, no presente, fazendo uso apenas de cerca de cinco por cento do funcionamento ativo da atração da gravidade absoluta do Paraíso. Em outras palavras: no presente momento, cerca de noventa e cinco por cento da ação de gravidade cósmica ativa da Ilha do Paraíso, computados nessa teoria da totalidade, estão empenhados em controlar os sistemas materiais que se situam além das fronteiras dos universos organizados atualmente. Todos esses cálculos se referem à gravidade absoluta; a gravidade linear é um fenômeno interativo, que pode ser computado apenas quando se conhece a gravidade verdadeira do Paraíso.

 

Gravidade Espiritual: pela mesma técnica de estimativa e de cálculo comparativo, os pesquisadores exploraram a capacidade de reação atual da gravidade espiritual e, com a cooperação dos Mensageiros Solitários e de outras personalidades do Espírito, chegaram a um valor para a soma da gravidade espiritual ativa, da Segunda Fonte e do Centro. E é bastante instrutivo notar que encontram por volta do mesmo valor para a presença real e funcional da gravidade espiritual, no Grande Universo, que eles postulam para o total presente da gravidade espiritual ativa. Em outras palavras: no momento presente, observa-se que praticamente toda a gravidade espiritual do Filho Eterno, computada nesta teoria com base nos totais, funciona no Grande Universo. Se os valores encontrados forem confiáveis, podemos concluir que os universos, ora em evolução, no espaço exterior, no momento presente, são totalmente não-espirituais. E, sendo verdade, isto poderia explicar, satisfatoriamente, por que os seres dotados de espírito possuem pouca ou nenhuma informação sobre essas vastas manifestações de energia, além do fato de saberem da sua existência física.

 

Gravidade Mental: pelos mesmos princípios de computação comparativa, os pesquisadores abordaram o problema da presença e da resposta à gravidade mental. A estimativa da unidade de mente foi conseguida pela média de três tipos de mentalidade material e de três tipos de mentalidade espiritual, se bem que o tipo de mente encontrada nos Diretores de Potência e nos seus colaboradores tenha comprovado ser um fator perturbador do esforço de chegar a uma unidade básica, para o cálculo da gravidade mental. Pouco havia que impedisse a estimativa da capacidade atual, da Terceira Fonte e do Centro, para a função da gravidade da mente, de acordo com essa teoria da totalidade. Embora, nesse caso, o que ficou constatado não seja tão conclusivo quanto o foram as estimativas para a gravidade física e a espiritual, considerando-se comparativamente, até que é tudo bastante instrutivo e intrigante mesmo. Os pesquisadores deduziram que cerca de oitenta e cinco por cento da reação de resposta de gravidade mental à atração intelectual do Agente Conjunto, têm a sua origem no Grande Universo existente. Isto sugere a possibilidade de que haja atividades mentais que estejam envolvidas com as atividades físicas observáveis ora em andamento nos domínios do espaço exterior. Embora esta estimativa esteja provavelmente muito longe de ser precisa, ela concorda, em princípio, com a nossa crença de que organizadores inteligentes de força estejam, no presente, dirigindo a evolução do universo nos níveis do espaço para além dos limites exteriores atuais do Grande Universo. Qualquer que seja a natureza dessa suposta inteligência, ela aparentemente não apresenta resposta de sensibilidade à gravidade do espírito.

 

Gravidade da Personalidade: não é calculável. Reconhecemos o seu circuito, mas não podemos medir realidades qualitativas ou quantitativas que sejam sensíveis a ela.

 

Todas as unidades de energia cósmica estão em rotação primária e, enquanto giram nas suas órbitas universais, estão empenhadas na execução da sua missão. Os universos do espaço e os seus sistemas e mundos componentes são, todos, esferas que giram, movendo-se ao longo dos intermináveis circuitos dos níveis espaciais do universo-mestre. Absolutamente nada é estacionário em todo o universo-mestre, exceto o centro mesmo de Havona, a eterna Ilha do Paraíso, o centro da gravidade.

 

Não há conflito entre as Leis do Infinito. Elas são todas perfeições de natureza infalível. Todas são atos inquestionáveis expressando decisões sem defeitos. A Lei Universal é a reação imutável de uma Mente Infinita, Perfeita e Divina.6

 

À medida que a mente de qualquer personalidade no universo se torna mais espiritual – mais semelhante ao Deus do seu Coração – ela passa a ser menos sensível à gravidade material. A realidade, medida pela sua sensibilidade de resposta à gravidade física, é a antítese da realidade, enquanto determinada pela qualidade do conteúdo espiritual. A ação da gravidade física é um determinante quantitativo da energia não-espiritual; a ação da gravidade espiritual é a medida qualitativa da energia vivente da Divindade [em nós].

 

Na evolução cósmica, a matéria torna-se uma sombra filosófica lançada pela mente, em presença da Luminosidade Espiritual do Esclarecimento Divino; mas isto não invalida a realidade da energia-matéria. A mente, a matéria e o espírito são igualmente reais, mas não têm o mesmo valor para a personalidade em sua busca para alcançar a Divindade. A consciência que se pode ter da Divindade é uma experiência espiritual progressiva.

 

Cada fase da experiência da personalidade, em cada nível sucessivo da progressão no universo, está cheia de pistas para a descoberta de realidades pessoais fascinantes. O verdadeiro destino do homem consiste na criação de novas metas espirituais e, então, em responder aos atrativos cósmicos dessas metas supernas, de valor não-material.

 

 

 

 

A matemática – uma ciência material é indispensável à conversa inteligente sobre os aspectos materiais do universo; mas tal conhecimento não é necessariamente uma parte da realização mais elevada da verdade nem da apreciação pessoal das realidades espirituais. Não apenas nos domínios da vida, mas até mesmo no mundo da energia física, a soma de duas ou mais coisas é, muitas vezes, algo mais do que ou algo diferente das previsíveis conseqüências aditivas simples de tais uniões. Toda a ciência da Matemática e todo o domínio da Filosofia, da Física ou da Química mais elevadas, não poderiam jamais predizer (ou saber) que a união de dois átomos de hidrogênio gasoso com um átomo gasoso de oxigênio resultaria em uma substância nova e qualitativamente superaditiva – a água líquida. O completo entendimento deste único fenômeno físico-químico deveria ser o suficiente para impedir o desenvolvimento da filosofia materialista e da cosmologia mecanicista.

 

 

Distribuição eletrônica na formação da água
(animação meramente pictórica)

 

 

Formação da água
(animação meramente pictórica)

 

 

A vossa religião está se tornando real porque está emergindo da escravidão, do medo e da prisão da superstição. A vossa Filosofia luta pela emancipação do dogma e da tradição. A vossa ciência está empenhada em uma disputa antiga entre a verdade e o erro, enquanto luta para se libertar da limitação da abstração, da escravidão da Matemática e da relativa cegueira do materialismo mecanicista.

 

O ser-no-mundo, mesmo ainda mortal, tem um Núcleo Espiritual. A mente é um sistema de energia pessoal que existe em torno de um Núcleo Espiritual Divino que funciona em um ambiente material. Esta relação viva entre a mente pessoal e o Espiritual Divino constitui, pois, o potencial da Personalidade Eterna no Universo. O problema verdadeiro, o desapontamento duradouro, a derrota séria ou a morte inescapável só poderão realmente advir se (e depois que) os conceitos egocêntricos tiverem tido a arrogância de deslocar totalmente o Poder Dominante do Núcleo Espiritual Central, destruindo, assim, o esquema cósmico de identidade da personalidade.

 

O fator determinante do diferencial da presença espiritual – mais ou menos manifestante, mais ou menos Illuminante sempre existiu e existe agora nos vossos próprios Corações e mentes. A maior ou menor manifestação desta presença espiritual depende da maneira como atua a vossa própria escolha nas decisões das vossas mentes e na determinação das vossas próprias vontades, sendo, portanto, inerente às reações do livre-arbítrio.

 

O universo perfeito e divino ocupa o centro de toda a criação; é o núcleo eterno em redor do qual giram as vastas criações do tempo e do espaço. O Paraíso é a gigantesca Ilha-núcleo de absoluta estabilidade e que permanece imóvel no coração mesmo do magnífico universo eterno. Esta família planetária central é chamada de Havona e está muito distante do universo local de Nébadon. Tem dimensões enormes, uma massa quase inacreditável e consiste em um bilhão de esferas de beleza inimaginável e de grandeza majestosa. No entanto, a verdadeira magnitude desta vasta criação está, realmente, bem além do alcance de compreensão da mente humana.

 

Da periferia do Paraíso até as fronteiras interiores dos sete superuniversos existem sete condições e os seguintes movimentos de espaços: 1º) as zonas quiescentes de espaço intermediário que chegam à periferia do Paraíso; 2º) a procissão em sentido horário dos três circuitos do Paraíso e dos sete circuitos de Havona, que é um universo espiritualmente perfeito e fisicamente estável; 3º) as zonas semiquietas de espaço que separam os circuitos de Havona dos corpos escuros de gravidade do universo central; 4º) o cinturão interno, que se move em sentido anti-horário, dos corpos escuros de gravidade; 5º) a segunda zona espacial única que divide as duas trajetórias no espaço dos corpos escuros de gravidade; 6º) o cinturão externo de corpos escuros de gravidade girando em sentido horário em torno do Paraíso; e 7º) uma terceira zona de espaço, uma zona de semiquietude, separando o cinturão externo dos corpos escuros de gravidade dos circuitos mais interiores dos sete superuniversos.

 

A decadência e a morte não são parte do ciclo de vida nos mundos de Havona. No universo central, as coisas viventes mais baixas submetem-se à transmutação da materialização. Elas mudam a forma e a manifestação, mas não se dissolvem pelo processo do declínio nem da morte celular.

 

Em Urântia, vós passais por uma prova curta, mas intensa, da vossa vida inicial de existência material. Nos mundos das mansões, e ascendendo no vosso sistema, na constelação e no universo local, vós atravessareis as fases moronciais de ascensão. Nos mundos de aprendizado do superuniverso, vós passareis pelos estágios da verdadeira progressão do espírito e sereis preparados para o trânsito final até Havona. Nos sete circuitos de Havona, a vossa realização é intelectual, espiritual e experiencial. E há uma tarefa definida a ser cumprida, em cada um dos mundos de cada um desses circuitos.

 

A monotonia é indicativa de imaturidade da imaginação criadora e de inatividade da coordenação intelectual com o dom espiritual. No momento em que um ascendente mortal começa a exploração dos mundos celestes, ele terá atingido a maturidade emocional, a maturidade intelectual e a maturidade social, senão a maturidade espiritual.

 

A morte é apenas o começo de uma interminável carreira de aventuras, uma vida sempiterna de antecipação, uma viagem eterna de descobertas... A curiosidade – espírito de investigação, ímpeto da descoberta, instinto de exploração – é uma parte do dom inato e divino das criaturas evolucionárias do espaço. Esses impulsos naturais não foram dados a vós meramente para serem frustrados e reprimidos. É bem verdade que esses impulsos ambiciosos devem freqüentemente ser restringidos, durante a vossa curta vida na Terra, e o desapontamento deve ser muitas vezes experienciado; mas eles estão para ser plenamente realizados e gloriosamente gratificados durante as longas eras que virão.

 

 

 

 

Continua...

 

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Notas:

1. Transladar, entre outros significados, tem o sentido de alterar-se, transformar-se. No caso deste excerto, em outras palavras, isto significa: espiritualmente, o homem precisará e deverá encarnar e desencarnar muitas vezes antes que possa... São as limitações a nós inerentes que dificilmente se separam da nossa personalidade finita e da nossa existência material que determinam o tempo, o lugar e as circunstâncias pelas quais poderemos realizar a meta (sem fim e sem limite) da jornada da ascensão...

2. Este é o sentido do apelo: Abba, meu Pai, tudo Te é possível. Transporta para longe de mim este cálice; mas, que se faça a Tua vontade e não a minha. (Evangelho de São Marcos, XIV, 36)

3. Quanto a isto, nossa responsabilidade cósmica é muito maior do que possamos imaginar, pois há uma afinidade – de espontaneidade divina entre todas as personalidades-alma. É por isto que, diversas vezes, tenho afirmado que, no limite, aquele que comete um assassinato está, em termos, se suicidando; e aquele que decide pôr termo à própria vida está, também em termos, cometendo um assassinato. Ainda que o livre-arbítrio seja um Decreto Universal absoluto e irrevogável e este mesmo livre-arbítrio possa realmente tudo, ele não deve poder tudo. Este tema me fez recordar Horácio, em Satiræ 1.1.106: Est modus in rebus, sunt certi denique fines, quos ultra citraque nequit consistere rectum. Em todas as coisas há um meio termo; existem, afinal, limites definidos, além ou aquém dos quais não se pode manter o bem.

4. Precisamos, todos nós, se quisermos nos libertar e ascender, definitivamente entender que o Universo e a não punem, não premiam e não têm preferências.

5. Quem tem medo 2.012?

6. Não há conflito entre as Leis do Infinito; o conflito está em nós porque ainda somos vaidosamente muito ignorantes.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://media.photobucket.com/image/
%2522spira.gif%2522/brittin11/spira.gif

http://www.gtronic.it/energiaingioco/
it/scienza/Robotica_ita.html

 

Fundo musical:

Prelude nº 9 (Johann Sebastian Bach)

Fonte:

http://www.karaokenet.com.br/karaoke2/midisclassicos.htm

 

Direitos autorais:

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