Fragmentos do Livro de Urântia
(Parte XX)

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

Tem sido indicado a vós esperar pela vinda do Reino de Deus; agora eu estou anunciando que este Reino, há muito esperado, está próximo e à mão, e até mesmo que já está aqui e em meio a nós. Em todo reino deve haver um rei assentado no seu trono e decretando as leis desse reino. E assim vós desenvolvestes um conceito do Reino do céu como um governo glorificado do povo judeu sobre todos os povos da Terra, com um Messias assentado no trono de Davi e, desse local de poder miraculoso, promulgando as leis para todo o mundo. Mas, meus filhos, não vedes com os olhos da fé e não ouvis com o ouvido do espírito. Eu declaro que o Reino do céu é a realização e o reconhecimento do Governo de Deus dentro dos Corações dos homens. É bem verdade, há um Rei neste Reino, e este Rei é o meu Pai e vosso Pai. De fato, nós somos os seus súditos leais, mas, transcendendo de longe a este fato está a verdade transformadora de que nós somos os seus filhos. Na minha vida tal verdade está se tornando manifestada para todos. O nosso Pai também se assenta em um trono, mas não um trono feito pelas mãos. O trono do Infinito é a eterna morada do Pai no céu dos céus; Ele completa todas as coisas e proclama as Suas Leis de universos a universos. E o Pai também governa dentro dos corações dos Seus filhos na Terra pelo espírito que Ele enviou para viver dentro das almas dos homens mortais. Quando fordes súditos desse Reino, de fato ouvireis a lei do Soberano do Universo; mas quando, por causa do Evangelho do Reino que eu vim declarar, vós vos descobrirdes pela fé, como filhos, não mais vos vereis como criaturas súditas da lei de um rei Todo-Poderoso, mas vos vereis como filhos privilegiados de um Pai divino e amantíssimo. Em verdade, em verdade, eu vos digo: enquanto a vontade do Pai for como uma lei, para vós, difícil será estar no Reino. Mas quando a vontade do Pai se tornar verdadeiramente a vossa vontade, então estareis de fato no Reino, porque o Reino ter-se-á tornado assim uma experiência estabelecida dentro de vós. Enquanto a Vontade de Deus for a vossa Lei, vós permanecereis como nobres súditos escravos; mas quando vós acreditardes neste novo evangelho da filiação divina, a vontade do meu Pai torna-se a Vossa vontade, e vós, então, sereis elevados à alta posição de filhos livres de Deus, filhos liberados do Reino.

 

Não é sábio que o dono da festa participe das complicações com a família dos seus convidados; um pai sábio nunca toma partido nas pequenas rixas entre os seus próprios filhos.

 

Tiago, Tiago, quando foi que eu ensinei a vós que devêsseis ver tudo do mesmo modo? Eu vim ao mundo para proclamar a liberdade espiritual, com o fito de que os mortais pudessem ter o poder de viver vidas individuais de originalidade e de liberdade, diante de Deus. Eu não desejo que a harmonia social e a paz fraterna sejam compradas com o sacrifício da livre personalidade e da originalidade espiritual. O que eu vos peço, meus apóstolos, é a unidade espiritual – e isto vós podeis experimentar na alegria da vossa dedicação unida a fazer de todo o Coração a Vontade do meu Pai no céu. Vós não tendes que ver de um modo igual, nem tendes de sentir do mesmo modo, nem mesmo pensar da mesma maneira, para serdes espiritualmente iguais. A unidade espiritual deriva da consciência de que cada um de vós é residido, e crescentemente dominado, pela dádiva espiritual do Pai Celeste. A vossa harmonia apostólica deve crescer do fato de que a esperança espiritual de todos vós é idêntica pela origem, pela natureza e pelo destino. Deste modo, vós podeis experienciar uma unidade perfeccionada de propósito espiritual e de compreensão espiritual que nasce, sim, da consciência comum da identidade dos vossos espíritos residentes vindos do Paraíso; e vós podeis desfrutar de toda esta profunda unidade espiritual, mesmo diante da maior diversidade entre as vossas atitudes individuais de pensamento intelectual, de sentimentos, de temperamento e de conduta social. As vossas personalidades podem ser diversas de um modo animador e marcadamente diferentes enquanto as vossas naturezas espirituais e os vossos frutos espirituais, de adoração divina e de amor fraterno podem ser tão unificados, que todos aqueles que contemplarem as vossas vidas irão certamente tomar conhecimento dessa identidade de espírito e dessa unidade de alma. Eles irão reconhecer que vós estivestes comigo e que, por meio desse fato e de um modo aceitável, aprendestes como fazer a Vontade do Pai no céu. Vós podeis alcançar a unidade, no serviço de Deus, até mesmo quando estiverdes prestando tal serviço segundo a técnica dos vossos próprios dons de mente, corpo e alma. A vossa unidade espiritual implica duas coisas que sempre se harmonizarão nas vidas dos crentes individuais. A primeira: vós estais possuídos por um motivo comum para uma vida de serviço; todos vós desejais fazer, acima de qualquer coisa, a Vontade do Pai no céu. E a segunda: todos vós tendes uma meta comum de existência; todos vós tendes o propósito de encontrar o Pai nos céus para, por meio disto, demonstrardes ao universo que vos tornastes como Ele.

 

 

 

 

De fato, João batizou com a água; mas, quando entrardes no Reino do céu, vós sereis batizados com o Espírito.

 

Um dia, vós conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará.1

 

O medo é o maior escravizador do homem e o orgulho a sua grande fraqueza.

 

Quanto à minha mensagem e aos ensinamentos dados aos meus discípulos, vós deveríeis julgá-los pelos seus frutos. Se proclamarmos a vós as Verdades do Espírito, o Espírito testemunhará dentro dos vossos Corações que a nossa mensagem é genuína. A respeito do Reino e sobre a vossa convicção e a aceitação que o Pai Celeste tem de vós, eu pergunto-vos, dentre vós, qual o pai que, sendo um pai digno e de bom coração, manteria o seu filho ansioso ou na expectativa quanto ao 'status' dele na família ou quanto à segurança do seu lugar no afeto do Coração do seu pai? Acaso vós, que sois pais terrenos, tendes prazer em torturar os vossos filhos com a incerteza sobre a constância do amor que os vossos corações humanos mantêm por eles? O vosso Pai no céu também não deixa os Seus filhos do Espírito, pela fé, na incerteza duvidosa quanto à posição deles no Reino. Se recebeis a Deus como o vosso Pai, então, de fato e de verdade sois os filhos de Deus. E se sois filhos, então estareis seguros na vossa posição e quanto a tudo o que diz respeito à filiação eterna e divina. Se vós acreditardes nas minhas palavras, conseqüentemente vós acreditais Nele que me enviou e, acreditando assim no Pai, vós vos estais certificando do vosso 'status' como cidadãos celestes. Se fizerdes a Vontade do Pai no céu, nunca ireis fracassar na realização da Vida Eterna de progresso no Reino Divino. O Espírito Supremo irá testemunhar junto aos vossos espíritos que vós sois verdadeiramente filhos de Deus. E se sois filhos de Deus, então nascestes do Espírito de Deus; e todo aquele que houver nascido do Espírito tem em si próprio o poder de superar qualquer dúvida; e esta vitória, que supera toda a incerteza, é a vitória da vossa própria fé. Disse o profeta Isaías, falando desses tempos: ‘Quando o Espírito do alto é vertido sobre nós, então o trabalho da retidão se transforma em paz, em silêncio e, para sempre, em convicção’. E, para todos aqueles que verdadeiramente crêem neste Evangelho, eu me transformarei na garantia de que serão recebidos nas misericórdias eternas e na Vida, que perdurará para sempre, do Reino do meu Pai. E então, vós, que ouvis esta mensagem e que credes neste Evangelho do Reino, sois os filhos de Deus, e vós tendes a vida eterna; e a evidência, para todo o mundo, de que nascestes do Espírito é que vós amais uns aos outros com sinceridade.

 

A menos que um homem tenha nascido do Alto, ele não pode ver o Reino de Deus. A menos que um homem nasça do Espírito, ele não pode entrar no Reino de Deus. Aquele que nasce da carne é carne; mas aquele que nasce do Espírito é Espírito. Quando sopra o vento, tu escutas o farfalhar das folhas, mas não podes ver o vento – nem de onde vem, nem para onde vai – e assim é com todos os nascidos do Espírito. Com os olhos da carne, podes te aperceber das manifestações do Espírito, mas não podes discernir de fato o Espírito.

 

O Espírito do Pai no céu já reside em ti. Se quiseres ser conduzido por esse Espírito vindo do Alto, tu irás, muito em breve, começar a ver com os Olhos do Espírito, e, então, por meio da escolha sincera, serás guiado pelo Espírito, nascerás no Espírito, desde que o teu propósito de viver seja o de fazer a vontade do teu Pai que está no céu.2 E, assim, tendo nascido no Espírito e estando feliz no Reino de Deus, tu começarás a colher na tua vida diária os frutos abundantes do Espírito.

 

Uma verdadeira família baseia-se nos sete fatos seguintes: 1º) O fato da existência. As relações da Natureza e os fenômenos da semelhança mortal estão ligados na família: os filhos herdam alguns traços dos pais. Os filhos têm origem nos pais; a existência da personalidade depende de um ato dos pais. A relação entre o pai e o filho é inerente em toda a Natureza e pertence a todas as existências vivas; 2º) A segurança e o prazer. Os verdadeiros pais têm um grande prazer em prover as necessidades dos filhos. Muitos pais, não contentes em suprir meramente as necessidades dos seus filhos, gostam também de prover os seus prazeres; 3º) A educação e a instrução. Os pais sábios planejam cuidadosamente a educação e a instrução adequada dos seus filhos e filhas. Quando jovens, eles são preparados para as responsabilidades maiores da vida; 4º) A disciplina e as restrições. Os pais previdentes também cuidam da disciplina necessária, da orientação, da correção e, algumas vezes, das restrições a serem feitas à sua progênie imatura; 5º) O companheirismo e a lealdade. O pai afetuoso mantém um relacionamento íntimo e amoroso com os filhos. O seu ouvido fica sempre aberto aos seus pedidos; ele está sempre pronto a compartilhar das provações deles e a ajudá-los nas dificuldades. O pai está supremamente interessado no bem-estar progressivo da sua progênie; 6º) O amor e a misericórdia. Um pai compassivo perdoa livremente; os pais não conservam memórias vingativas contra os seus filhos. Os pais não são como juízes, nem como inimigos, nem como credores. As verdadeiras famílias são construídas na tolerância, na paciência e no perdão [compreensão]; e 7º) A provisão para o futuro. Os pais temporais gostam de deixar uma herança para os seus filhos. A família continua de uma geração para a outra. A morte apenas põe fim a uma geração para marcar o começo de outra. A morte termina com a vida de um indivíduo, mas não necessariamente com a vida da família.

 

Em verdade, em verdade, digo a vós, que aquele que conquista o controle sobre o próprio ego é maior do que aquele que conquista uma cidade. A automestria é a medida da natureza moral do homem, e é indicadora do seu desenvolvimento espiritual. Vós jejuastes e orastes, segundo a velha ordem; e como novas criaturas que sois, no renascimento pelo Espírito, vos é ensinado a acreditar e a rejubilar. No Reino do Pai, vós deveis transformar-vos em novas criaturas; as velhas coisas devem passar. Observai, pois eu vos mostro como todas as coisas devem se tornar novas. E, pelo amor que tendes uns pelos outros, vós deveis convencer o mundo de que passastes da escravidão à liberdade, da morte para a Vida Eterna. Segundo o velho caminho, vós buscais suprimir, obedecer e vos colocar em conformidade com as regras do viver; pelo novo caminho vós sois primeiro transformados, na vossa personalidade-alma interior, pelo Espírito da Verdade e sois fortalecidos por ele, com a renovação espiritual constante da vossa mente e, assim, sereis dotados com o poder de atuar do modo certo, rejubilante e cumprindo, com graça e aceitação, a vontade perfeita de Deus. Não vos esqueçais de que é a vossa fé pessoal nas promessas imensamente grandes e preciosas de Deus, o que assegura que vos tornareis participantes da natureza divina. Assim, pela vossa fé e pela transformação do Espírito, vós vos tornais na realidade os templos de Deus; e o Espírito Dele, de fato, reside dentro de vós. Se, então, o Espírito reside em vós, não mais sois escravos da carne, mas sois, sim, filhos livres e libertos do Espírito. A nova Lei do Espírito proporciona-vos a liberdade do autocontrole e da automestria, em substituição à velha lei do medo, da escravidão e da prisão ao ego, na auto-renúncia. Quantas vezes, após haverdes feito o mal, vós pensastes em atribuir os vossos atos à influência do maligno, quando, em realidade, fostes levados pelas vossas próprias tendências naturais? E o profeta Jeremias não vos disse, há muito tempo, que o coração humano engana, acima de todas as coisas, e que é, algumas vezes, até mesmo desesperadamente perverso? Quão fácil para vós é que sejais enganados, e que, por isto, caiais em medos tolos, em concupiscências diversas e nos prazeres escravizantes da malícia, da inveja e mesmo do ódio vingativo! A salvação se dá por meio da regeneração do Espírito, e não pelos atos de retidão na carne. Vós vos justificais pela fé, e pela graça sois admitidos à comunhão entre irmãos, e não pelo medo e pela renúncia da carne; embora os filhos do Pai, nascidos do Espírito, sejam sempre e cada vez mais os mestres sobre o próprio ego e tudo o que é pertinente aos desejos da carne. Quando souberdes que sois salvos pela fé, vós estareis na paz real de Deus. E tudo o que vier no caminho desta paz celeste está destinado a ser santificado no serviço eterno dos filhos, sempre em avanço, do Deus eterno. Doravante, não é um dever, mas é como um alto Privilégio que, ao buscardes a perfeição no amor do Pai, vos limpeis de todos os males da mente e do corpo. A vossa filiação tem o seu fundamento na fé, e deveis permanecer insensíveis ao medo. O vosso júbilo nasce da confiança na Palavra Divina e, conseqüentemente, não sereis levados a duvidar da realidade do amor e da misericórdia do Pai. É a bondade mesma de Deus que conduz os homens ao arrependimento verdadeiro e genuíno. O vosso segredo da mestria e do controle sobre o ego está ligado à vossa fé no Espírito Residente, que sempre trabalha por amor. Mesmo esta fé salvadora que tendes, não a tendes por vós próprios; é também uma dádiva de Deus. E, se sois filhos desta fé viva, não sois mais escravos do vosso ego, pois sois, antes, os Mestres triunfantes de vós próprios – sois os filhos libertados de Deus. Se, pois, sois nascidos do Espírito, então, meus filhos, estais para sempre libertados das correntes autoconscientes de uma vida de auto-renúncia e de vigilância sobre os desejos da carne, e sereis transladados para o Reino rejubilante do Espírito, do qual espontaneamente vós mostrareis os frutos, vindos do Espírito, na vossa vida diária; e os frutos do Espírito são, em essência, o tipo mais elevado de autocontrole agradável e enobrecedor; são o auge mesmo da realização terrestre para os mortais – a verdadeira mestria sobre vós próprios.

 

Meus irmãos: deveis aprender o valor do descanso e a eficácia do relaxamento. Deveis compreender que o melhor método de resolver certos problemas emaranhados é o de abandoná-los por algum tempo. Então, quando voltardes refrescados do descanso ou da adoração, estareis aptos a atacar os vossos problemas com uma cabeça mais clara e com a mão mais firme, para não mencionar o Coração que estará mais resoluto. De novo, muitas vezes vereis que o problema terá o seu tamanho e as suas proporções encolhidas, durante o tempo em que estivestes descansando a vossa mente e o vosso corpo.

 

Todos os que beberem da água da Terra terão sede novamente; mas quem beber da Água do Espírito vivo nunca mais terá sede. Esta Água da Vida tornar-se-á dentro dele como um poço de água fresca, jorrando até a Vida Eterna.

 

A tua salvação não vem de saberes como os outros deveriam adorar, nem onde; mas vem de receberes no teu próprio Coração a Água da Vida.

 

 

 

Pai-nosso que estais no céu:

Santificado seja o vosso Santo Nome.

Venha a nós o vosso Reino, e que a Vossa Vontade seja feita tanto na Terra como no céu.

Dai-nos neste dia o pão nosso de amanhã.

Refrescai as nossas personalidades-almas com a Água da Vida.

E perdoai-nos de todas as nossas dívidas como nós perdoamos também aos nossos devedores.

Salvai-nos da tentação e livrai-nos do mal.

E fazei-nos sempre mais perfeitos, como Vós o sois.

 

 

 

Pai-nosso, em Quem consistem todos os reinos do universo:

Que o Teu Santo Nome seja exaltado e Todo-glorioso seja o Teu caráter.

A Tua presença nos engloba e a Tua glória se manifesta de modo imperfeito, por nosso intermédio, mas, no Alto, é mostrada em perfeição.

Dá-nos, neste dia, as forças vivificadoras da LLuz.

E não nos deixes errar pelos desvios malignos da nossa imaginação.

Pois Teu é o Residente glorioso – o poder eterno.

E nossa é a dádiva eterna do amor infinito do Teu Filho.

Assim seja, na verdade eterna.

 

 

 

Pai-nosso criador, que estás no centro do universo:

Outorga a nós a Tua natureza e dá-nos o Teu caráter.

Faze de nós os Teus filhos e filhas, por meio da graça.

Que o Teu Santo Nome seja glorificado por meio da nossa eterna realização.

Dá o Teu Espírito Ajustador e Controlador para viver e residir dentro de nós.

E que possamos fazer a Tua Vontade nesta esfera, como os anjos cumprem os Teus comandos na LLuz.

Sustenta-nos, neste dia, no nosso progresso dentro do caminho da verdade.

Livra-nos da inércia, do mal e de todas as transgressões pecaminosas.

Sê paciente conosco, assim como nós mostramos bondade e amor com os nossos semelhantes.

Derrama o Espírito da Tua misericórdia nos nossos Corações de criaturas.

Conduze-nos pela Tua própria mão, passo a passo, nos labirintos incertos da vida.

E, quando vier o nosso fim, recebe os nossos espíritos fiéis no Teu próprio seio.

E que seja assim feito o Teu desejo; não o nosso.

 

 

 

Pai-nosso celeste, perfeito e reto:

Guia e dirige a nossa jornada deste dia.

Santifica os nossos passos e coordena os nossos pensamentos.

Conduze-nos sempre nos caminhos do progresso eterno.

Sacia-nos de Sabedoria até a plenitude do poder e revitaliza-nos com a Tua energia infinita.

Inspira-nos com a consciência divina da presença e da orientação das hostes seráficas.

Guia-nos sempre para cima, na Senda da LLuz.

Inocenta-nos plenamente no dia do grande julgamento.

Faze-nos à Tua semelhança, na glória eterna.

E recebe-nos, no alto, para o Teu Serviço perpétuo.

 

 

 

Pai-nosso, que Te manténs em mistério:

Revela-nos o Teu caráter santo.

Faz, neste dia, com que os Teus filhos na Terra vejam o caminho, a LLuz e a verdade.

Mostra-nos a direção do progresso eterno e dá-nos vontade para caminhar dentro dele.

Estabelece, dentro de nós, a Tua soberania divina e concede-nos o domínio pleno do ego.

Não nos deixe enveredar pelos caminhos das trevas e da morte;

Conduze-nos eternamente nas Águas da Vida.

Ouve esta nossa prece, por amor da Tua própria causa.

Contenta-te em fazer-nos cada vez mais semelhantes a Ti.

E afinal, pelo Filho Divino, recebe-nos nos Teus braços eternos.

E assim, seja feita a Tua vontade, não a nossa.

 

 

 

Glorioso Pai e Gloriosa Mãe, unificados em um Progenitor Único:

Leais gostaríamos de ser à Vossa natureza divina.

Que viva de novo em nós a Vossa Pessoa por meio da dádiva e do outorgamento do Vosso Espírito Divino.

Que nesta esfera e em nós, que só imperfeitamente imita a Vós, nos seja mostrada a perfeição e a majestade do Alto.

A cada dia, dai-nos a Vossa doce ministração de fraternidade e conduzi-nos, a todo momento, na direção do Serviço ao Amor.

Sede sempre e firmemente paciente conosco assim como nós somos pacientes com os nossos filhos.

Dai-nos a Sabedoria Divina de fazer todas as coisas bem.

Dai-nos o amor infinito, que é a graça de toda a criatura, e concedei-nos a Vossa paciência e a Vossa bondade amorosa.

Que a nossa caridade possa envolver os fracos deste reino.

E, quando a nossa carreira acabar, fazei dela uma honra ao Vosso Santo Nome, um prazer para o Vosso Espírito de bondade e uma satisfação para aqueles que ajudaram a nossa personalidade-alma, não como desejamos nós, Pai de Amor, mas assim como Vós desejardes, para o eterno bem dos vossos filhos mortais.

Que assim possa ser.

 

 

 

Ó Fonte nossa Toda-fiel e Centro nosso Todo-Poderoso:

Reverenciado e Santo seja o Nome do vosso Filho tão cheio de graça.

As Vossas bondades e as Vossas bênçãos têm descido sobre nós Dando-nos poder para fazer a Vossa Vontade e para executar a Vossa ordem.

Dai-nos, a cada momento, a sustentação da Árvore da Vida.

A cada dia, refrescai-nos, com as Águas da Vida do Vosso Rio.

A cada passo, conduzi-nos para fora das trevas e para a LLuz Divina.

Renovai as nossas mentes, por meio das transformações do Espírito Residente.

E, quando o fim mortal finalmente vier sobre nós, recebei-nos junto a Vós e enviai-nos à eternidade.

Coroai-nos com os atributos celestes do serviço fecundo e nós glorificaremos o Pai, o Filho e a Santa Influência.

E que assim seja, em um universo sem-fim.

 

 

 

Pai-nosso que habitas em locais secretos do universo:

Honrado seja o Teu Santo Nome, reverenciada seja a Tua misericórdia e respeitado seja o Teu julgamento.

Que o Sol da retidão brilhe sobre nós ao meio-dia enquanto nós Te suplicamos que guies os nossos passos incertos sob o crepúsculo.

Conduze-nos com a Tua mão nos caminhos da Tua escolha, e quando o caminho for duro e as horas forem de trevas, não nos abandones.

Não nos esqueças, assim como nós muitas vezes Te esquecemos e Te negligenciamos.

Mas sê misericordioso e ama-nos como nós Te desejamos amar.

Do Alto, olha-nos com bondade e perdoa-nos com misericórdia como nós perdoamos, com justiça, àqueles que nos magoam e que nos ofendem.

E possam o amor, a devoção e o dom do Filho excelso tornar disponível a Vida Eterna, com a Tua misericórdia sem-fim e com o Teu amor.

Que o Deus dos universos possa nos conceder a medida plena do Seu Espírito, e dar-nos a graça de nos submetermos à condução deste Espírito.

Pela ministração de amor das Tuas devotadas hostes seráficas, que possa o Filho guiar-nos até o fim da idade.

Faze-nos sempre, e cada vez mais, semelhantes a Ti.

E, quando do nosso fim, recebe-nos no abraço eterno do Paraíso.

Assim seja, em nome do Filho a nós enviado, e para a honra e glória de Ti, Pai Supremo.

 

 

O ódio é a sombra do medo; a vingança é a máscara da covardia.

 

A prece que é incompatível com as leis conhecidas e estabelecidas de Deus é uma abominação para as Deidades do Paraíso.3

 

O mal é a transgressão inconsciente ou não intencional da Lei Divina, a Vontade do Pai. O mal é, do mesmo modo, a medida da imperfeição da obediência à Vontade do Pai. O pecado é a transgressão consciente, consabida e deliberada da Lei Divina, a Vontade do Pai. O pecado é a medida da falta de vontade de se ser conduzido divinamente e dirigido espiritualmente. A iniqüidade é a transgressão voluntária, determinada e persistente da Lei Divina, a Vontade do Pai. A iniqüidade é a medida da rejeição continuada do plano de amor do Pai para a sobrevivência da personalidade-alma e da ministração misericordiosa de salvação do Filho. Por natureza, antes do renascimento do Espírito, o homem mortal fica sujeito a tendências inerentes para o mal, mas tais imperfeições naturais de comportamento não são pecado, nem iniqüidade. O homem mortal está apenas começando a sua longa ascensão até a perfeição do Pai no Paraíso. Ser imperfeito ou parcial, por limitação dos dons naturais, não é pecaminoso. O homem está de fato sujeito ao mal, mas ele não é, em nenhum sentido, um filho do maligno, a menos que ele tenha consciente e deliberadamente escolhido os caminhos do pecado e da vida da iniqüidade. O mal é inerente à ordem natural deste mundo, mas o pecado é uma atitude de rebelião consciente que foi trazida a este mundo por aqueles que caíram da LLuz Espiritual entrando em trevas espessas. Os homens são, de fato, maus por natureza, mas não são necessariamente pecadores. O novo nascimento – o Batismo do Espírito – é essencial para a libertação do mal e é necessário para a entrada no Reino do céu, mas nada disto trai o fato de o homem ser filho de Deus. E esta inerente presença, em potencial, do mal, não significa que o homem esteja, de um modo misterioso, apartado do Pai que está no céu, de uma maneira tal, que deva, como se fora um estranho e um forasteiro, ou um filho adotado, buscar a adoção legal do Pai, de algum modo. Todas estas noções nascem, em primeiro lugar, do entendimento errado do Pai e, em segundo lugar, da ignorância da origem, da natureza e do destino do homem. Os gregos e outros povos ensinaram que o homem descende da melhor perfeição, tendo caído diretamente no olvido ou destruição; eu vim para mostrar que, com a entrada no Reino, o homem está ascendendo certa e seguramente até Deus e à perfeição divina. Qualquer ser que, de alguma maneira, não alcança os ideais divinos e espirituais da Vontade do Pai eterno é potencialmente mau, mas tais seres não são, em nenhum sentido, pecadores, e menos ainda iníquos. ‘Aqueles que têm o Espírito de Deus de fato são filhos de Deus’. Conquanto haja uma parte material do pai humano no filho natural, há uma parte espiritual do Pai Celeste em todos os filhos.

 

A presença do mal, por si só, é um teste suficiente para a ascensão do homem; já o pecado não é essencial à sobrevivência.

 

De uma vez por todas, sede libertados da superstição de que Deus aflige o homem a comando daquele que é o maligno.

 

A ira é uma manifestação material que, de um modo geral, representa a medida do fracasso da natureza espiritual em conquistar o controle das naturezas intelectual e física combinadas. A ira indica falta de amor fraterno, tolerante, que se soma à falta de auto-respeito e de autocontrole. A ira exaure a saúde, degrada a mente e limita a atuação do Espírito que instrui a personalidade-alma do homem. 'A raiva mata o homem tolo.' 'O homem se dilacera na própria cólera.' 'Aquele que tem a raiva lenta é de grande compreensão'; 'aquele que se irrita logo exalta a loucura.' Vós todos sabeis que 'uma resposta suave afasta a cólera', e que 'palavras pesadas estimulam a raiva.' 'A prudência protela a cólera', enquanto 'aquele que não tem nenhum controle sobre o seu próprio ego é como uma cidade sem defesa e sem muros.' 'A ira é cruel e a raiva é ultrajante.' 'Os homens irados põem fogo na discussão, enquanto os furiosos multiplicam as suas transgressões.' 'Não sejais apressados em espírito, pois a ira repousa no seio dos tolos.' Deixa o teu Coração ser dominado pelo amor, para que o teu Espírito-guia tenha pouco trabalho em te libertar da tendência de dar vazão àquelas explosões de fúria animal, que são incompatíveis com a posição de filiação divina.

 

Um Coração contente causa o bem tanto quanto um medicamento.

 

No Reino do céu, que eu vim proclamar, não há um rei poderoso no alto; este Reino é uma família divina. O centro e a cabeça, universalmente reconhecidos e adorados incondicionalmente, desta vasta irmandade de seres inteligentes é o meu Pai e o vosso Pai. Eu sou o seu Filho, e vós também sois filhos Dele. E, portanto, é eternamente verdadeiro que todos vós e eu somos irmãos, no domínio celeste, e isto é ainda mais verdadeiro, já que nós nos tornamos irmãos na carne, nesta vida terrena.

 

Deixai que a vossa humildade tenha uma origem espiritual e que não seja uma exibição ilusória do sentimento autoconsciente de superioridade.

 

Os trajetos das estrelas no céu absolutamente nada têm a ver com os acontecimentos da vida humana na Terra. A Astronomia é uma busca própria da ciência, mas a Astrologia é uma massa de erros supersticiosos que não tem nenhum lugar no Evangelho do Reino.

 

O exame dos órgãos internos de um animal morto há pouco nada pode revelar sobre o tempo, sobre os acontecimentos futuros nem sobre os resultados vindouros das questões humanas.

 

Os espíritos dos mortos não voltam para se comunicar com as suas famílias nem com os antigos amigos entre os vivos.

 

Os encantos e as relíquias são impotentes para curar a doença, para proteger contra os desastres ou a influência de maus espíritos; a crença de que todo esse material influencie o mundo espiritual nada é senão uma superstição grosseira.

 

Tirar a sorte, embora possa ser uma forma conveniente de decidir sobre dificuldades menores, não é um método indicado para desvelar a Vontade Divina. As conseqüências resultam sendo uma questão de acaso material. O único meio de comunhão com o mundo espiritual está contido na dotação do Espírito à Humanidade, o Espírito Residente do Pai, junto com o Espírito efusionado do Filho e a influência onipresente do Espírito Infinito.

 

A adivinhação, a bruxaria e a feitiçaria são superstições de mentes ignorantes, como o são também as ilusões da magia. A crença em números mágicos, em presságios de boa sorte e nos arautos da má sorte, é tudo uma pura e infundada superstição.

 

A interpretação dos sonhos é um sistema ignorante de especulação fantástica amplamente supersticioso e sem base. O Evangelho do Reino nada deve ter em comum com os sacerdotes-adivinhos da religião primitiva.

 

Os espíritos do bem ou do mal não podem residir em símbolos materiais de argila, de madeira ou de metal; os ídolos nada mais são do que o material de que são feitos.

 

As práticas dos magos, dos bruxos e dos feiticeiros derivaram das superstições dos egípcios, dos assírios, dos babilônios e dos antigos cananeus. Os amuletos e todas as espécies de encantamentos são inúteis tanto para ganhar a proteção dos bons espíritos, quanto para proteger dos supostos espíritos maus.

 

 

 

 

Continua...

 

 

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Notas:

1. A liberdade é tão relativa quanto as verdades relativas que vamos compreendendo. E assim, da mesma forma que jamais conheceremos a Verdade in totum, jamais seremos completamente livres, ainda que a liberdade seja a mais importante categoria a ser conquistada pelo ser-no-mundo.

2. Creio que devo dizer, agora, já quase no final deste estudo, que o Céu referido por Jesus em diversas passagens de seus ensinamentos é um desconhecido ponto situado no alto de nossa cabeça – o Céu pessoal de cada um de nós. Então, devemos compreender que o Pai que está no céu está em nós, desde sempre, no alto de nossa cabeça. Portanto, há duas amalgamações (ou fusões místico-espirituais) preliminares a serem efetivadas como Primeira Unidade em nossa Peregrinação Ascensional: 1ª) amalgamação do ser-no-mundo peregrinante com o Deus de seu Coração – que resulta no Homo est Deus; e 2ª) amalgamação do realizado Homo est Deus com o Pai Celeste (em nós) – que completa o terceiro ponto deste Triângulo Alquímico. E, se salvação há, esta é a única salvação. Seja como for, temos que fazer a coisa porque ninguém irá fazê-la por nós!

 

 

3. Quando meteremos na cabeça que as ilusões e as hipoteticidades são inúteis?

 

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://sinaisdefumaca.zip.net/
arch2006-11-01_2006-11-30.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Ficheiro:Wundt_illusion.svg

 

Fundo musical:

Prelude nº 9 (Johann Sebastian Bach)

Fonte:

http://www.karaokenet.com.br/karaoke2/midisclassicos.htm

 

Direitos autorais:

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