Fragmentos
do Livro de Urântia
(Parte XIX)
Rodolfo
Domenico Pizzinga
Jesus
— o Gentio Ariano
(Pintura Original do Dr. Harvey Spencer Lewis)
Fonte: AMORC
Jesus
viveu a sua vida terrena em Urântia, não para estabelecer
um exemplo pessoal de vida mortal para os homens e mulheres deste
mundo; mas, antes, para criar um ideal espiritual elevado e inspirador
para todos os seres em todos os universos.
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Máximas,
citações de algumas escrituras e ensinamentos espirituais atribuídos
a Jesus – exemplo de um Caminho novo e vivo para o homem até
o Deus de seu Coração; Ponte Mística do parcial ao divinal,
do terrenal ao celestial, do temporal ao eternal:
—
A maioria dos seres humanos é
como um menininho perdido. Eles passam grande parte do seu tempo chorando
de medo e sofrendo de tristeza, quando, na verdade, eles estão a uma
curta distância da salvação e da segurança, a uma
curta distância de casa. E todos aqueles que sabem o caminho da verdade
e que gozam da segurança de conhecer a Deus deveriam considerar um
privilégio, não um dever, poder oferecer orientação
aos seus semelhantes nos esforços que eles fazem para encontrar as
satisfações da vida. Pois não sentimos nós uma
alegria suprema neste serviço de devolver a criança à
sua mãe? Assim, aqueles que conduzem os homens a Deus, experimentaram
a satisfação suprema de servir aos homens.
—
A minha missão é viver
uma vida nesta geração e para todas as gerações.
Em
uma visita ao norte da Itália (sobre a impossibilidade de ensinar a
um certo homem sobre Deus que não desejava saber de Deus): —
Aquele
homem não estava com fome da verdade. Ele não estava descontente
consigo próprio, e não estava pronto para pedir ajuda; os olhos
da sua mente não estavam abertos para receber a LLuz para a sua personalidade-alma.
Aquele homem não estava maduro para a colheita da salvação;
deve lhe ser dado mais tempo para que as provações e as dificuldades
da vida o preparem para receber a sabedoria e o conhecimento superior. Se
pudéssemos tê-lo vivendo conosco, poderíamos, através
das nossas vidas, mostrar a ele o Pai no céu, e assim ele ficaria tão
atraído pelas nossas vidas, que seria forçado a indagar sobre
o nosso Pai. Tu não podes revelar Deus àqueles que não
O procuram; tu não podes conduzir almas relutantes às alegrias
da salvação. É preciso que as experiências da vida
proporcionem a fome da verdade, e o homem deve estar desejando já conhecer
a Deus, em resultado do contato com as vidas daqueles que conhecem o Pai Divino,
antes que outro homem chegue a poder ser útil em o conduzir ao Pai
no céu. Se conhecemos a Deus, o nosso trabalho real na Terra é
viver de um modo tal que permita ao Pai se revelar nas nossas vidas a fim
de que, assim, pelo nosso exemplo, todas as pessoas que buscam a Deus vejam
o Pai e peçam a nossa ajuda para melhor conhecerem sobre o Deus que,
desta maneira, se expressa nas nossas vidas.
Sobre
o Senhor Buddha: —O
vosso Buddha foi muito melhor do que é o vosso Budismo. Buddha
foi um grande homem, e, mesmo, um profeta para o seu povo; mas ele foi um
profeta órfão. Com isto eu quero dizer que Ele perdeu de vista,
muito cedo, o seu Pai espiritual, o Pai do céu. A experiência
dele foi trágica. Ele tentou viver e ensinar como um mensageiro de
Deus, mas sem Deus. Buddha
guiou a sua nave de salvação diretamente até o porto
da salvação, até a entrada do ancoradouro da salvação
para os mortais, e, por causa de planos errados de navegação,
a boa nave ficou encalhada, à deriva. E, lá, tem permanecido
durante muitas gerações; imóvel e quase que desesperadamente
encalhada. E, muitos, entre os do vosso povo têm permanecido assim,
durante todos estes anos. Eles vivem a uma curta distância das águas
seguras do repouso, mas se recusam a entrar porque a nobre embarcação
do bom Buddha
teve a má sorte de encalhar no fundo, do lado de fora do porto. E o
povo budista nunca irá entrar nesse porto, a menos que abandone filosoficamente
a embarcação do seu profeta e se apodere do seu nobre espírito.
Tivesse o povo permanecido fiel ao espírito de Buddha,
e vós teríeis já há muito entrado no vosso porto
de tranqüilidade espiritual, de descanso da alma e segurança de
salvação. Buddha
conhecia Deus em espírito, mas evidentemente não teve êxito
em descobri-Lo na mente; os judeus descobriram Deus na mente, mas não
tiveram êxito em conhecê-lo em espírito. Hoje, os budistas
se debatem em uma filosofia sem Deus, enquanto o meu povo está deploravelmente
escravizado ao medo de um Deus, sem uma filosofia salvadora de vida e de liberdade.
Os budistas têm uma filosofia sem um Deus; os judeus têm um Deus
mas estão primariamente sem uma filosofia de vida ligada a este Deus.
Buddha,
por não ter tido êxito em conceber uma visão de Deus,
como espírito e como Pai, não teve êxito também
ao prover o seu ensinamento com a energia moral e o poder espiritual impulsor
que uma religião deve possuir, se quiser mudar uma raça e elevar
uma nação.
—
As religiões dos homens levam
grandes períodos de tempo para crescer, enquanto as revelações
de Deus reluzem sobre a Terra, nas vidas dos homens que revelam a Deus para
os seus semelhantes.
—
Embora
os seres humanos difiram, sob muitos aspectos, uns dos outros, perante Deus
e no mundo espiritual, todos os mortais estão em pé de igualdade.
Há apenas dois grupos de mortais aos olhos de Deus: aqueles que desejam
cumprir a Sua vontade e aqueles que não querem isso. E, quando o universo
olha para um mundo habitado, do mesmo modo ele discerne duas grandes classes:
aqueles que sabem de Deus e aqueles não sabem. Aqueles que não
podem conhecer a Deus são reconhecidos entre os animais de qualquer
reino. A Humanidade pode ser dividida, apropriadamente, em muitas classes,
de acordo com diferentes qualificações, segundo o modo de vê-la,
fisicamente, mentalmente, socialmente, vocacionalmente ou moralmente; mas
estas diferentes classes de mortais, ao aparecerem diante do tribunal de julgamento
de Deus, estão em pé de igualdade; Deus, verdadeiramente, não
faz acepção de pessoas. Embora vós não possais
escapar do reconhecimento segundo as diferentes habilidades e os dons humanos,
nas questões intelectuais, sociais e morais, não deveis fazer
nenhuma destas diferenciações na irmandade espiritual dos homens
quando reunidos para a adoração na presença de Deus.
Comentário
sobre um jovem rude que intimidava brutalmente um outro menor do que ele:
— A ministração da misericórdia é sempre
o trabalho do indivíduo; mas a justiça da punição
é função social, governamental ou dos grupos que administram
o universo. Como indivíduo, sou obrigado a mostrar misericórdia;
eu devia livrar o garoto atacado, e com toda a firmeza eu posso empregar a
força necessária para conter o agressor. E isto foi exatamente
o que eu fiz. Eu realizei a libertação do menino atacado; este
foi o fim da ministração da misericórdia. E, então,
à força, eu detive o agressor por um período de tempo
suficiente para permitir que a parte mais fraca na disputa escapasse; após
o que, eu me retirei do caso. E não continuei, não fiz o julgamento
do agressor, não
repassei o seu motivo, não
julguei o que motivou o seu ataque ao seu companheiro e não assumi
executar a punição que a minha mente podia ditar como compensação
justa pelo erro dele. A misericórdia pode ser pródiga, mas a
justiça deve ser precisa. Não podes discernir que não
há duas pessoas que provavelmente concordem quanto à punição
que deveria satisfazer as exigências da justiça? Um imporia quarenta
chicotadas, o outro vinte, enquanto um terceiro iria aconselhar, talvez, o
confinamento como uma justa punição. Não vês que,
neste mundo, estas responsabilidades ou deveriam ficar com o grupo ou deveriam
ser administradas pelos representantes escolhidos do grupo? No universo, o
julgamento é entregue àqueles que conhecem plenamente os antecedentes
de todos os erros bem como as suas motivações. Na sociedade
civilizada e em um universo organizado, a administração da justiça
pressupõe aplicar uma sentença justa em conseqüência
de um julgamento equânime; e estas prerrogativas são dadas aos
grupos jurídicos dos mundos e aos administradores todo-cientes dos
universos mais elevados de toda criação.
—
Estou absolutamente seguro e convencido
de que todo o universo é amigável comigo. Esta é a verdade
todo-poderosa na qual eu insisto em acreditar, com uma confiança de
todo o Coração, a despeito de todas as aparências em contrário.
—
Meu irmão, lembra de que o homem
não tem autoridade de direito sobre a mulher, a menos que a mulher
tenha de propósito e voluntariamente dado a ele essa autoridade. A
tua mulher se propôs a viver contigo, a te ajudar a lutar nas batalhas
da vida e a assumir a parte maior na carga de ter e de criar os vossos filhos.
E, em troca deste serviço especial, é mais do que justo que
ela receba de ti aquela proteção especial que o homem pode dar
à mulher, como uma parceira que deve carregar, suportar e nutrir os
filhos. O cuidado e a consideração amorosos que um homem deseja
dar à sua esposa e aos seus filhos são a medida da realização
daquele homem, nos níveis mais elevados da autoconsciência criativa
e espiritual. Por acaso sabes que os homens e as mulheres são parceiros
de Deus? Por acaso sabes que os homens e as mulheres cooperam para criar seres
que crescem e que possuem, por si próprios, o potencial de ter personalidades-almas
imortais? O Pai no céu trata o Espírito Materno, que é
a Mãe dos filhos no universo, como igual a Si próprio. Compartilhar
a tua vida e tudo que se relaciona a ela em termos de igualdade com a mãe
que tão plenamente compartilha contigo a experiência divina de
reproduzir aos dois, na vida dos vossos filhos, é ser semelhante a
Deus. Se apenas puderes amar os teus filhos como Deus te ama, tu amarás
e acariciarás a tua esposa como o Pai no céu honra e exalta
o Espírito Infinito – a mãe de todos os filhos espirituais
de um universo vastíssimo.
—
Dentro de todas as mentes humanas vive
um Espírito Divino – a dádiva do Pai no céu. Este
Espírito do Bem sempre se esforça para nos ajudar a encontrar
Deus e para nos guiar até Deus. Mas também dentro dos mortais
há muitas tendências naturais físicas que o Criador colocou
neles para servir ao bem-estar individual e da raça. Assim, muitas
vezes, os homens e as mulheres se tornam confusos nos seus esforços
para compreender a si próprios e para lutar contra as dificuldades
múltiplas para ganhar a vida em um mundo tão amplamente dominado
pelo egoísmo e pelo pecado. Eu percebo, meu irmão, que nenhuma
destas duas mulheres prostitutas são voluntariamente pecaminosas. Posso
ver, nos seus rostos, que elas passaram por muitas tristezas e que sofreram
muito nas mãos de um destino aparentemente cruel; mas elas não
escolheram deliberada e intencionalmente esta espécie de vida. Elas
se renderam, desencorajadas e de um modo que beira o desespero, à pressão
do momento, e aceitaram estes meios repugnantes de ganhar a vida como o que
de melhor encontraram para sair de uma situação que lhes parecia
desesperadora. Algumas pessoas são realmente perversas de coração,
e escolhem deliberadamente fazer coisas más; no entanto, quando olho
para estes rostos inundados de lágrimas, não vejo nada de mal
ou de perverso. Meu Pai no céu já as perdoou. Agora, todas vós,
vinde comigo até a casa de um amigo, onde encontraremos recolhimento
e faremos planos para a vida nova e melhor que temos diante de nós.
—
Dá o leite da verdade àqueles
que são ainda bebês na percepção espiritual. Na
tua ministração de vida e de amor, serve o alimento espiritual
de uma forma atraente e adequada à capacidade de receptividade de cada
um entre aqueles que te fazem perguntas.
—
Dá
a César as coisas que são de César e a Deus as coisas
que são de Deus. O serviço sincero a Deus e o serviço
leal a César não entram em conflito, a menos que César
tenha a presunção de arrogar a si uma homenagem que só
pode ser pretendida pela Deidade. A lealdade a Deus, para aqueles que chegarem
a conhecê-Lo, transformá-los-á a todos nos mais leais
e fiéis na sua devoção a um imperador condigno.
Ao
fervoroso líder do culto mitraico, Jesus disse: —
Fazes bem em buscar uma religião de salvação eterna;
mas tu te enganas ao buscar uma verdade assim gloriosa entre os mistérios
tecidos pelos homens e nas filosofias humanas. Acaso não sabes que
o mistério da salvação eterna reside na tua própria
personalidade-alma? Não sabes que Deus no céu enviou o Seu Espírito
para viver dentro de ti, e que este Espírito guiará a todos
os mortais amantes da verdade e que servem a Deus, na saída desta vida
e pelos portais da morte até as alturas eternas da LLuz, onde Deus
espera receber os Seus filhos? E nunca te esqueças: tu que conheces
a Deus, serás o filho de Deus se, verdadeiramente, aspirares a ser
como Ele.
Ao instrutor epicurista, Jesus disse:
— Fazes bem em escolher o melhor e em apreciares o que é bom.
Mas estarás tu sendo sábio ao deixares de discernir as coisas
maiores da vida mortal, aquelas coisas que estão incorporadas aos reinos
espirituais e que surgem da compreensão da presença de Deus
no Coração humano? A grande coisa em toda a experiência
humana é a tomada de consciência de que tu conheces o Deus cujo
espírito vive dentro de ti e que procura te conduzir avante na jornada
longa e sem-fim, até alcançares a presença pessoal do
nosso Pai comum, o Deus de toda a criação, o Senhor dos universos.
Ao
empreiteiro e construtor grego, Jesus disse:
— Meu amigo, enquanto constróis as estruturas materiais para
os homens, desenvolve um caráter espiritual à semelhança
do Espírito Divino dentro da tua personalidade-alma. Não deixes
a tua realização como construtor temporal se sobrepor à
tua realização como filho espiritual do Reino do céu.
Enquanto constróis as mansões do tempo para os outros, não
negligencies de assegurar, para ti próprio, o teu direito às
Mansões da Eternidade. E lembra-te sempre: há uma cidadela cujas
fundações são corretas e verdadeiras, e cujo construtor
e criador é Deus.
Ao
juiz romano, Jesus disse: — Ao julgares os homens, lembra-te
de que tu mesmo, algum dia, irás a julgamento perante o Tribunal dos
Governantes de um universo. Julga com justiça e com misericórdia
mesmo, pois tu mesmo, algum dia, irás aguardar pela consideração
misericordiosa das mãos do Árbitro Supremo. Julga como tu serias
julgado sob circunstâncias semelhantes, sendo assim guiado pelo espírito
da lei bem como pela sua letra. E, do mesmo modo que concederes uma justiça
dominada pela equanimidade, à luz da necessidade daqueles que forem
trazidos diante de ti, do mesmo modo terás o direito de esperar uma
justiça temperada pela misericórdia quando, um dia, te colocares
perante o Juiz de toda a Terra.
À
proprietária da estalagem grega, Jesus disse:
— Ministra a tua hospitalidade como alguém que entretém
os filhos do Altíssimo. Eleva a monotonia da tua lida diária
aos níveis elevados das belas-artes, por intermédio da compreensão
cada vez maior de que tu ministras Deus às pessoas em quem Ele reside,
por meio do espírito Dele que desceu para viver dentro dos Corações
dos homens; e busca, com isto, transformar as mentes e guiar as personalidades-almas
dessas pessoas até o conhecimento do Pai do Paraíso, Pai de
todas essas dádivas outorgadas do Espírito Divino.
Ao
mercador chinês, Jesus recomendou:
— Adora apenas a Deus, que é o verdadeiro ancestral do teu espírito.
Lembra-te que o espírito do Pai vive sempre dentro de ti e sempre orienta
a tua personalidade-alma na direção do céu. Se tu seguires
as orientações inconscientes deste Espírito Imortal,
estejas certo de continuar no caminho elevado de encontrar Deus. E quando
tu alcançares o Pai no céu, será porque, ao procurá-Lo,
tu te tornaste mais e mais como Ele. E então adeus, Chang, mas apenas
por uma estação, pois nos encontraremos de novo nos mundos da
LLuz, onde o Pai das almas espirituais providenciou muitos deliciosos pontos
de parada para aqueles a quem o Paraíso espera.
Ao
viajante, vindo da Bretanha, Jesus disse: —
Meu irmão, percebo que buscas a verdade e, pois, sugiro que penses
na possibilidade de que o espírito do Pai de toda a verdade possa residir
dentro de ti. Por acaso já tentaste sinceramente conversar com o Espírito
que reside em tua própria personalidade-alma? Uma tal coisa é
de fato difícil e muito raramente leva a consciência ao êxito;
mas toda tentativa sincera, da mente material, de se comunicar com o seu Espírito
residente, sempre alcança algum êxito, não obstante a
maioria destas magníficas experiências humanas deva permanecer
como um registro supraconsciente nas personalidades-almas destes mortais cientes
de Deus.
Ao
garoto em fuga, Jesus disse:
— Lembra-te de que há duas coisas das quais tu não podes
fugir: de Deus e de ti próprio. Para onde quer que possas ir, levarás
contigo a ti próprio e ao Espírito do Pai celeste que vive dentro
do teu Coração. Meu filho, pára de tentar enganar a ti
próprio; tem coragem de encarar os fatos da vida, apóia-te firmemente
na segurança da filiação a Deus e na certeza da Vida
Eterna, como eu te ensinei. Deste dia em diante, sejas, de fato, um homem,
um homem determinado a encarar a vida com bravura e com inteligência.
Ao
criminoso condenado, no último momento, Jesus disse:
— Meu irmão, tu caíste no caminho do mal. Tu te perdeste
do teu caminho, e te emaranhaste nas malhas do crime. Conversando contigo,
eu bem sei que não planejaste fazer as coisas que acabaram por te custar
a tua vida temporal. Mas tu fizeste este mal, e os teus semelhantes te julgaram
culpado determinando que morresses. Tu não podes, e nem eu, negar ao
Estado este direito de se autodefender da maneira que for da sua própria
escolha. Parece não haver nenhum meio humano de escapares da penalidade
pelos teus malfeitos. Os teus semelhantes devem te julgar pelo que fizeste,
mas há um Juiz a quem tu podes apelar, pedindo que te perdoe, e que
irá te julgar segundo os teus reais motivos e pelo melhor da tua intenção.
Não temas encontrar o julgamento de Deus, se o teu arrependimento é
genuíno e a tua fé sincera. O fato de que o teu erro traz, em
si, a pena de morte imposta pelo homem, não prejudica a possibilidade
que tem a tua personalidade-alma de obter a justiça e de desfrutar
da misericórdia perante as cortes celestes.
—
As qualidades de um homem lhe valem o seu lugar
e o levam até os grandes homens. A personalidade-alma é aquela
parte do homem que reflete o Eu, que discerne a verdade, que percebe a parte
espiritual do homem e que, para sempre, eleva o ser humano acima do nível
do mundo animal. A autoconsciência, em si e por si mesma, não
é a personalidade-alma. A consciência moral é a verdadeira
auto-realização humana e constitui o fundamento da personalidade-alma
humana, e a personalidade-alma é aquela parte do homem que representa
o valor de sobrevivência potencial para a experiência humana.
A escolha moral e a realização espiritual, a capacidade de conhecer
a Deus e o impulso de ser igual a Ele são as características
da personalidade-alma. A personalidade-alma do homem não pode existir
sem o pensamento moral e a atividade espiritual. Uma personalidade-alma estagnada
é uma personalidade-alma moribunda. Mas a personalidade-alma do homem
é distinta do Espírito Divino que reside dentro da mente. O
Espírito Divino chega simultaneamente com a primeira atividade moral
da mente humana, e é esta a ocasião do nascimento da personalidade-alma.
A salvação ou a perda de uma personalidade-alma tem a ver com
o fato de a consciência moral alcançar ou não o 'status'
de sobrevivência, por intermédio da aliança eterna com
a dotação espiritual imortal associada a ela. A salvação
é a espiritualização, na auto-realização
da consciência moral. Por meio da espiritualização a consciência
moral se torna possuidora do valor de sobrevivência. Todas as formas
de conflitos da personalidade-alma consistem na falta de harmonia entre a
autoconsciência moral, ou espiritual, e a autoconsciência puramente
intelectual. A personalidade-alma humana, quando amadurecida, enobrecida e
espiritualizada, aproxima-se do 'status' celeste, no sentido em que chega
bem próximo de ser uma entidade que está entre o material e
o espiritual, entre o eu material e o Espírito Divino. A personalidade-alma
em evolução, de um ser humano, é difícil de descrever
e mais difícil ainda de ser comprovada porque não se a constata
pelos métodos seja da investigação material, seja por
provas espirituais. A ciência material não pode demonstrar a
existência de uma personalidade-alma nem o pode uma comprovação
puramente espiritual. Não obstante, o fracasso tanto da ciência
material quanto dos padrões espirituais em constatar a existência
da personalidade-alma humana, todo mortal moralmente consciente conhece a
existência da sua personalidade-alma como uma experiência pessoal
real e factual.
—
Meu filho, eu já lhe contei
muito sobre a mente do homem e o Espírito Divino que vive nela, mas
agora eu enfatizarei que a autoconsciência é como uma realidade.
Se qualquer animal pudesse se tornar autoconsciente, ele se transformaria
em um homem primitivo. A realização da autoconsciência
resulta de uma coordenação de funções entre a
energia impessoal e a mente que recebe o Espírito, e é esse
fenômeno que garante a dádiva de um ponto focal absoluto para
a personalidade-alma humana: o Espírito do Pai no céu. As idéias
não são simplesmente um registro das sensações;
as idéias são as sensações mais as interpretações
reflexivas do eu pessoal. E o Eu é mais do que a soma das sensações
de um ser. Uma individualidade que evolui começa a se manifestar como
algo que se aproxima da Unidade e esta Unidade surge da presença residente
de uma parte da Unidade Absoluta que ativa espiritualmente esta mente autoconsciente
de origem animal. Nenhum mero animal poderia possuir, por si, a consciência
do tempo. Os animais possuem uma coordenação fisiológica
entre o reconhecimento e as sensações associadas e a memória
correspondente; mas nenhum experimenta um reconhecimento significativo da
sensação nem demonstra uma associação propositada
destas experiências físicas combinadas, tal como se manifestam
nas conclusões das interpretações humanas inteligentes
e reflexivas. E o fato da sua existência autoconsciente, associado à
realidade desta experiência espiritual subseqüente, faz do homem
um filho potencial do universo e prenuncia que ele alcançará
finalmente a Unidade Suprema do universo. O Eu humano não é
meramente uma soma de estados sucessivos de consciência. Sem o funcionamento
efetivo de uma consciência que seleciona e associa, não existiria
unidade suficiente a garantir a sua designação como uma individualidade.
Não sendo unificada, esta mente dificilmente poderia atingir os níveis
de consciência do 'status' humano. Se as associações de
consciência fossem meramente um acidente, as mentes de todos os homens,
então, exibiriam associações descontroladas e feitas
ao acaso, próprias mesmo de certas fases da loucura mental. Uma mente
humana, edificada apenas com a consciência das sensações
físicas, não poderia jamais alcançar níveis espirituais;
uma espécie assim de mente material seria totalmente desprovida do
sentido dos valores morais e estaria sem uma direção espiritual
dominante, que é tão essencial para a realização
da unidade harmônica da personalidade-alma no tempo, e que é
inseparável da sobrevivência da personalidade-alma na eternidade.
A mente humana começa muito cedo a manifestar qualidades supramateriais;
o intelecto humano verdadeiramente reflexivo não é de todo tolhido
pelos limites do tempo. Os indivíduos diferem pelas suas atuações
na vida, e isto indica não apenas as dotações variáveis
de hereditariedade e as influências diferentes do meio ambiente, mas,
também, o grau de unificação com o Espírito residente
do Pai, que pode ter sido alcançado pelo Eu, na medida da identificação
de um com o outro. A mente humana não suporta bem o conflito da submissão
dupla. É uma tensão muito severa para a personalidade-alma se
submeter à experiência do esforço de servir tanto ao bem
quanto ao mal. A mente supremamente feliz e unificada de um modo eficiente
é aquela dedicada integralmente a fazer a vontade do Pai nos céus.
Os conflitos não resolvidos destroem a unidade e podem culminar na
ruptura da mente. Todavia, a característica de sobrevivência
de uma personalidade-alma não é fomentada por uma tentativa
de assegurar a paz à mente a qualquer custo, rendendo-se às
aspirações nobres e fazendo concessões aos ideais espirituais;
esta paz é conseguida, antes, pela firme afirmação do
triunfo daquilo que é verdadeiro; e tal vitória é alcançada
vencendo o mal com a poderosa força do bem.
—
A paz esteja convosco, e que a benção
do Pai no céu possa estar sempre convosco.
—
Que a vontade do meu Pai no Paraíso
seja feita.
—
Vós ireis adorar o Senhor vosso
Deus e a Ele apenas devereis servir.
—
Vós devíeis aprender
a procurar o Segredo do Novo Reino nos vossos próprios Corações
e não nas montanhas. O que vós estáveis procurando sempre
esteve presente nas vossas personalidades-almas.
—
Eu vim apenas para cumprir a vontade
do Pai celeste.
—
Meu Pai: eu Te agradeço por
estes pequenos que já crêem, apesar das suas dúvidas.
E por causa deles eu me coloquei à parte, para fazer a Tua Vontade.
E, agora, que eles possam aprender a ser um, assim como Tu e eu somos Um.
—
Sê paciente, Simão. Progride.
Não estaremos nunca prontos demais, quando o Pai chamar.
Sobre
os vários grupos religiosos e os partidos políticos da Palestina,
Jesus comentou: — Estamos procurando conquistar todos eles,
mas não pertencemos a nenhum deles.
—
Eu vim para proclamar o estabelecimento
do Reino do Pai. E este Reino deverá incluir as personalidades-almas
adoradoras dos judeus e dos gentios, do rico e do pobre, dos livres e dos
escravos; pois o meu Pai não tem preferência por ninguém,
o Seu amor e a Sua misericórdia estendem-se a todos. O Pai dos céus
envia o Seu Espírito para residir nas mentes dos homens e, quando eu
tiver acabado o meu trabalho na Terra, do mesmo modo, o Espírito da
Verdade será efundido sobre toda a carne. E o Espírito do meu
Pai e o Espírito da Verdade estabelecer-vos-ão no Reino vindouro
da compreensão espiritual e da retidão divina. O meu Reino não
é deste mundo. O Filho do Homem não conduzirá exércitos
à batalha para estabelecer um trono de poder nem um reino de glória
temporal. Quando o meu Reino houver chegado, vós conhecereis o Filho
do Homem como o Príncipe da Paz – a revelação do
Pai eterno. Os filhos deste mundo lutam pelo estabelecimento e pela ampliação
dos reinos deste mundo, mas os meus discípulos entrarão no Reino
do céu por meio das suas decisões morais e pelas suas vitórias
espirituais; e, uma vez que tenham eles entrado, encontrarão a alegria,
a retidão e a Vida Eterna. Aqueles que primeiro buscarem entrar no
Reino começando assim a lutar por uma nobreza de caráter, como
a do meu Pai, e possuirão logo tudo o mais que for necessário.
E eu vos digo, com toda a sinceridade: a menos que busqueis a entrada no Reino,
com a fé e a dependência confiante de uma criança pequena,
não sereis admitidos de modo nenhum. Não sejais enganados por
aqueles que vêm dizendo que aqui é o reino ou que ali está
o reino, pois o Reino do meu Pai não concerne às coisas visíveis
e materiais. E este Reino está convosco, mesmo agora, pois, onde o
Espírito de Deus ensina e guia a personalidade-alma do homem, na realidade,
aí está o Reino do céu. E este Reino de Deus é
a retidão, a paz e a alegria no Espírito Santo. João,
de fato, vos batizou, como um símbolo do arrependimento e para a remissão
dos vossos pecados, mas, quando entrardes no Reino do céu, vós
sereis batizados pelo Espírito Santo. No Reino do meu Pai não
haverá nem judeus nem gentios, apenas aqueles que buscam a perfeição
pelo Serviço, pois eu declaro que aquele que quer ser grande no Reino
do meu Pai deve primeiro se transformar em um Servidor de todos. Se vós
quereis servir aos vossos semelhantes, vós deveis assentar-vos comigo,
no meu Reino, do mesmo modo que eu, servindo à semelhança da
criatura, irei assentar-me dentro em pouco com o meu Pai no Reino Dele. Este
novo Reino é como uma semente crescendo em bom solo em um campo. Não
dá imediatamente os seus frutos. Há um intervalo de tempo entre
o estabelecimento do Reino, na personalidade-alma do homem e a hora em que
o Reino amadurece, dando os plenos frutos da retidão duradoura e da
salvação eterna. E este Reino que eu vos proclamo não
é um reino de poder e de abundância. O Reino do céu não
é uma questão de comida e de bebida, mas, antes, uma vida de
retidão progressiva e de júbilo crescente no Serviço
que se perfecciona do meu Pai que está nos céus. Pois o Pai
disse dos seus filhos do mundo: ‘É da minha vontade que eles
sejam finalmente perfeitos, como eu mesmo sou perfeito’. Eu vim para
pregar as alegres novas do Reino. Eu não vim para acrescentar nada
às cargas pesadas daqueles que gostariam de entrar neste Reino. Eu
proclamo um caminho novo e melhor, e aqueles que estiverem capacitados para
entrar no Reino vindouro desfrutarão todos do descanso divino. E não
importa o que vos custará em termos das coisas deste mundo, não
importa o preço que ireis pagar neste mundo para entrar no Reino Celeste,
vós recebereis muitas vezes mais em júbilo e progresso espiritual
e na vida eterna nas idades que virão. A entrada no Reino do Pai não
depende de exércitos que marchem, nem de que os reinos deste mundo
mudem, nem de que se quebre o jugo sobre os aprisionados. O Reino Celeste
está ao alcance da mão e, todos os que lá entrarem encontrarão
abundante liberdade e uma salvação cheia de júbilo. Este
Reino é domínio do Eterno. Aqueles que entrarem no Reino ascenderão
até o meu Pai, e irão certamente alcançar a mão
direita da Sua glória no Paraíso. E todos que entrarem no Reino
do céu tornar-se-ão filhos de Deus e, nas idades que virão,
irão ascender ao Pai. E eu não vim para chamar aqueles que seriam
os justos, mas os pecadores e todos aqueles que têm fome e sede de retidão
da perfeição divina. João veio pregando o arrependimento
para vos preparar para o Reino; agora venho eu proclamar a fé, a dádiva
de Deus, como o preço da entrada no Reino do céu. Se apenas
acreditardes que o meu Pai vos ama com um amor infinito, então vós
estareis no Reino de Deus.
—
Eu vim não para chamar os retos,
mas os pecadores.
—
Falai apenas daquilo que ouvistes de
mim; não façais discurso sobre rumores.
—
Felizes sejam os pobres em espírito,
os humildes, pois deles são os tesouros do Reino do céu. Felizes
sejam aqueles que têm fome e sede de retidão, pois serão
saciados. Felizes sejam os mansos, pois herdarão a Terra. Felizes sejam
os puros de Coração, pois verão a Deus. Felizes sejam
aqueles que pranteiam, pois serão confortados. Felizes sejam os que
choram, pois receberão o Espírito do júbilo. Felizes
sejam os misericordiosos, pois eles receberão a misericórdia.
Felizes sejam os pacificadores, pois serão chamados de filhos de Deus.
Felizes os que forem perseguidos em nome da retidão, pois deles é
o Reino do céu. Sede felizes quando os homens vos insultarem e vos
perseguirem e contra vós lançarem falsamente todas as formas
de mal. Jubilai em plena alegria, pois grande é a vossa recompensa
nos céus. Meus irmãos, eu vos envio, pois, ao mundo, e vós
sois o sal da Terra, sal com sabor de salvação. Contudo, se
este sal perder o sabor, com o que é que se salgará? E de nada
servirá mais, a menos que seja para ser jogado fora e pisoteado pelos
homens. Vós sois a Luz do mundo. Uma cidade plantada em uma colina
não pode ser escondida. E os homens não acendem uma vela para
escondê-la, mas em um candeeiro; e ela dá a luz a todos que estão
na casa. Que a vossa Luz brilhe, assim, perante os homens, para que eles possam
ver as vossas boas obras e para que sejam levados a glorificar o vosso Pai
que está nos céus. Eu vos envio ao mundo para que representeis
a mim e para que sejais os embaixadores do Reino do meu Pai; e, quando sairdes
para proclamar as boas-novas, confiai no Pai de quem sois mensageiros. Não
resistais à injustiça com a força; não coloqueis
a vossa confiança no braço da carne. Se o vosso semelhante bater
na vossa face direita, dai-lhe também a outra. Estai dispostos a sofrer
de injustiças mais do que fazer cumprir a lei entre vós. Na
bondade e na misericórdia, ministrai a todos os que estão na
infelicidade e na necessidade.
—
E eu vos digo: Amai os vossos inimigos,
fazei o bem àqueles que vos odeiam. Abençoai àqueles
que vos amaldiçoam, e orai por aqueles que se servem de vós
com desprezo. E tratai aos homens, do mesmo modo que acreditais que eu os
trataria. O vosso Pai nos céus faz o Sol brilhar sobre os maus tanto
quanto sobre os bons; do mesmo modo Ele envia a chuva ao justo e ao injusto.
Vós sois os filhos de Deus, e mesmo ainda mais; sois agora os embaixadores
do Reino do meu Pai. Sede misericordiosos, como Deus é misericordioso,
e, no futuro eterno do Reino, vós sereis perfeitos, como o vosso Pai
celeste é perfeito. Vós tendes a missão de salvar os
homens, não de julgá-los. Ao final da vossa vida terrena, todos
vós deveis esperar misericórdia; e, pois, peço-vos que,
durante a vossa vida mortal, demonstreis misericórdia para com todos
os vossos irmãos na carne. Não cometais o erro de tentar tirar
um cisco do olho do vosso irmão, quando há uma trave dentro
dos vossos próprios olhos. Tendo primeiro retirado a trave do vosso
próprio olho, vós podeis ver melhor para tirar o cisco do olho
do irmão. Discerni a verdade com clareza; vivei a vida da retidão
com destemor. E assim sereis meus os apóstolos e os embaixadores do
meu Pai. Vós ouvistes o que foi dito: ‘Se um cego guia outro
cego, ambos cairão no buraco’. Se quiserdes guiar os outros ao
Reino, deveis vós próprios caminhar na LLuz clara da Verdade
Viva. Para com todos os assuntos do Reino eu vos exorto a demonstrar um julgamento
justo e uma sabedoria aguçada. Não apresenteis aos cães
aquilo que é sagrado; nem jogueis as vossas pérolas aos porcos,
pois eles pisarão nas vossas gemas e voltar-se-ão contra vós.
Eu vos previno contra os falsos profetas que virão a vós em
peles de ovelhas, enquanto por dentro eles são como lobos devoradores.
Pelos frutos vós os reconhecereis. Os homens colhem uvas dos espinheiros
ou figos dos cardos? E ainda assim, toda boa árvore dá bons
frutos, mas a árvore corrupta dá um fruto malévolo. Uma
boa árvore não pode produzir frutos maus nem uma árvore
corrupta pode produzir bons frutos. Toda árvore que não dá
bons frutos em breve é derrubada e jogada ao fogo. Para se ganhar entrada
no Reino do céu, é o motivo que conta. Meu Pai olha dentro dos
Corações dos homens e os julga pelas suas aspirações
interiores e pelas suas intenções sinceras. No grande dia de
julgamento do Reino, muitos dirão a mim: ‘Nós não
professamos em vosso nome e pelo vosso nome não fizemos obras maravilhosas?’
Contudo, serei obrigado a dizer-lhes: ‘Nunca vos conheci; afastai-vos
de mim, vós que sois falsos instrutores’. E todo aquele que ouve
esta instrução e sinceramente executa a sua missão de
me representar diante dos homens, do mesmo modo como eu representei o meu
Pai para vós, terá uma entrada ampla no meu Serviço e
no Reino do Pai Celeste.
—
Fazei as vossas boas ações
em segredo; quando derdes esmolas, que a vossa mão esquerda não
saiba o que faz a mão direita. E então, quando orardes, permanecei
separados e a sós, e não useis de repetições vãs
nem de frases sem sentido. Lembrai-vos sempre de que o Pai sabe o que vós
necessitais, antes mesmo de pedirdes a Ele. E não vos entregueis a
jejuns, mantendo uma figura triste, para serdes vistos pelos homens. Não
deveis armazenar para vós próprios tesouros nesta Terra, mas,
pelos vossos serviços altruístas, armazenai para vós
próprios tesouros no céu, pois onde estiverem os vossos tesouros,
lá também estarão os vossos Corações.
—
A lâmpada do corpo é o
olho. Portanto, se o vosso olho é generoso, o vosso corpo inteiro estará
cheio de Luz. Mas, se o vosso olho é egoísta, o corpo inteiro
será preenchido por trevas. Se a própria luz que está
em vós estiver voltada para as trevas, grandes serão essas trevas!
—
Nenhum homem pode servir a dois mestres.
Vós não podeis adorar sinceramente a Deus de todo o Coração,
e, ao mesmo tempo, servir à cobiça. Tendo agora vos alistado,
sem reservas, no Trabalho do Reino, não tenhais ansiedades pelas vossas
vidas; e muito menos deveis vos preocupar com o que ireis comer ou com o que
ireis beber, e nem mesmo com os vossos corpos, nem com a roupa que devereis
usar. Vós já aprendestes que mãos dispostas e Corações
honestos nunca terão fome. E agora, quando vos preparardes para devotar
todas as vossas energias ao Trabalho do Reino, podeis estar seguros de que
o Pai não irá se esquecer das vossas necessidades. Primeiro,
buscai o Reino de Deus e, quando tiverdes encontrado a vossa entrada Nele,
todas as coisas que vos forem necessárias virão por acréscimo.
Não sejais, portanto, indevidamente ansiosos com o amanhã. Devemos
preocupar-nos com o que é suficiente para o dia.
—
A felicidade de um homem não
reside na abundância das suas posses materiais. De que serve a um homem
ganhar todo o mundo e perder a sua própria alma?
—
Mais abençoado é dar
do que receber.
—
O trabalhador vale o próprio
salário.
—
Por quanto tempo vou tolerar-vos! Vós
sempre insistis em tomar literalmente tudo o que eu ensino. Quando eu vos
pedi que vos tornásseis crianças pequenas como preço
para a entrada no Reino, eu me referi não à facilidade de serdes
enganados, não à mera tendência para acreditar, não
à rapidez para confiar em estranhos agradáveis. O que desejei
que vós captásseis, com a ilustração, foi a relação
pai-filho. Vós sois as crianças, e é no Reino do vosso
Pai que buscais entrar. E, se presente está aquele afeto natural entre
toda a criança normal e o seu pai, que assegura um entendimento e uma
relação de amor, ela para sempre exclui qualquer necessidade
de barganhar pelo amor e pela misericórdia do Pai. E o evangelho que
vós ireis pregar tem a ver com uma salvação que vem da
realização pela confiança desta mesma relação
eterna entre Pai e filho.
—
O Reino do Céu – 'in Corde'
– consiste em três elementos essenciais: primeiro, o reconhecimento
do fato da soberania de um Deus Interior; segundo, a convicção
na verdade da unidade de filiação a este Deus; e terceiro, a
confiança na eficácia do supremo desejo humano de sempre se
esforçar por fazer a Vontade deste Deus – de ser, enfim, como
o seu Deus Interior. E, para todos os seres-no-mundo, esta é a boa-nova:
pelo reconhecimento, pela convicção e pela confiança
todos podem, pelo mérito, adquirir os elementos essenciais e necessários
à Ascensão Universal.1
Ascensão Universal