Fragmentos do Livro de Urântia
(Parte XVII)

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

A Humanidade esta basicamente dividida em três classes: 1ª) os de mente subnormal. São aqueles que não exercem um poder normal de vontade; aqueles que não tomam decisões normais. Ainda assim, a justiça e a misericórdia lhes são estendidas nas lutas pela vida desta esfera; 2ª) o tipo médio, o tipo de mente humana normal. Esta classe é subdividida em sete classes, de acordo com o seu 'status de realização' dentro dos círculos de progresso humano e de desenvolvimento espiritual; e 3ª) os de mente supranormal. São aqueles dotados de grande poder de decisão e de potencial indubitável de realização espiritual; são homens e mulheres que, mais ou menos, gozam de algum contato com os seus Ajustadores residentes.

 

Vós começais com a vossa mente, de investidura mortal, no sétimo círculo, e avançais internamente na tarefa de autocompreensão, autoconquista e automestria, e, círculo a círculo, vós avançais até que (se a morte natural não terminar a vossa carreira e transferir as vossas lutas para os mundos das mansões) ireis alcançar o primeiro ou o círculo mais interno de relativo contato e comunhão com o Ajustador residente.

 

Todo o esquema universal da evolução, em todos os níveis experienciais é uma questão de conversão de potencialidades em factualidades; e esta transmutação está vinculada aos domínios da potência do espaço, da potência da mente e da potência do espírito.

 

 

Transmutação

 

 

O método por meio do qual as possibilidades do cosmo são trazidas à existência factual varia de nível para nível; no finito, é a evolução experiencial; no absonito, a factualização experiencial. A infinitude existencial é, de fato, não-condicionada na sua total-inclusividade, e esta inclusividade total, mesma, deve forçosamente englobar até a possibilidade para a experiência evolucionária finita. A possibilidade para este crescimento experiencial torna-se uma factualidade no universo por meio das relações de triodidade que se impingem ao Supremo, e que passam a fazer parte dele.

 

O cosmo absoluto existe, conceitualmente, sem limitações; definir a extensão e a natureza dessa realidade primordial é atribuir qualificações à ilimitabilidade e atenuar o conceito puro de eternidade. A idéia do eterno ilimitado e do ilimitado eterno é não-condicionada, ou seja, não é definida em extensão – é absoluta de fato. Nenhuma língua de Urântia, seja do passado, seja do presente, seja do futuro, é adequada para expressar a atualidade da ilimitabilidade ou a ilimitabilidade da atualidade. O homem uma criatura limitada em um cosmo ilimitado deve se contentar com reflexões distorcidas e conceitos pouco nítidos desta existência ilimitada, sem fronteiras, sem começo nem fim, cuja compreensão fica de fato muito além da capacidade de sua compreensão.

 

A Unidade se transforma (ou se desdobra) em dualidade, em triunidade e em diversidade, permanecendo – sempre e imutável como Unidade Inqualificável e sem quaisquer condicionamentos.

 

 

 

 

A ilimitabilidade, de um lado, é Unidade; de outro, é diversidade sem-fim ou limite.

 

A dinâmica do cosmo tem a ver com a transferência contínua que se dá em sua sempre e desde sempre atualidade, da potencialidade para a factualidade. Em teoria, pode haver um final para esta metamorfose, mas, de fato, isto é impossível, já que o potencial e o factual estão ambos dentro do circuito do e no EU SOU, e esta identificação torna impossível, para sempre, colocar um limite na progressão ilimitada do desenvolvimento ilimitado do universo. O que quer que seja identificado com o EU SOU não pode nunca ter um fim na sua progressão, já que a factualidade dos potenciais do EU SOU é absoluta, e a potencialidadade dos factuais do EU SOU também é absoluta. Os factuais estarão sempre abrindo novas vias para a realização dos potenciais, até então impossíveis, e cada decisão humana não apenas factualiza uma nova realidade, na experiência humana, como também abre uma nova capacidade de crescimento humano. De um ponto de vista prático, os filósofos do universo chegaram à conclusão de que não existe uma coisa como um fim.

 

Há uma interdependência entre todas as forças e personalidades em todo o universo dos universos.1

 

 


 

 

O Grande Universo não é apenas uma existência material de grandeza física, de sublimidade espiritual e de magnitude intelectual; é também um organismo vivo magnífico e sensível.2vida real pulsando em todo o mecanismo da vasta manifestação do vibrante cosmo. Este organismo vivo é penetrado por circuitos de inteligência, do mesmo modo que o corpo humano é atravessado por uma malha de rotas de sensações neurológicas. Este universo físico é permeado por canais de energia que ativam efetivamente a matéria, do mesmo modo que o corpo humano é nutrido e energizado pela distribuição circulatória dos produtos assimiláveis portadores da energia de nutrição. O vasto universo pode ser comparado aos delicados sistemas de controle bioquímico do mecanismo humano.

 

 

O impulso do homem para a perfeição e o seu esforço para se aproximar do Deus de sua compreensão criam no cosmo vivo uma tensão genuína de Divindade, que pode ser resolvida apenas pela evolução das personalidades-almas; é isto exatamente o que acontece na experiência de cada criatura mortal individual.

 

As partes e os indivíduos do Grande Universo evoluem como um reflexo da evolução total do Todo-sempre-um, ao mesmo tempo em que, por sua vez, o Todo-sempre-um é o total sintético acumulativo de toda a evolução do Grande Universo. Do ponto de vista do mortal, ambos são recíprocos, evolucionários e experienciais.

 

Existência    Crescimento     Ascensão.

 

A grande luta desta idade do universo é entre o potencial e o factual – a busca da factualização de tudo o que ainda não chegou a ter expressão.

 

O que o ser-no-mundo leva consigo, como posse da personalidade, são as conseqüências do caráter da experiência de haver usado os circuitos da mente e do espírito do Grande Universo durante a sua ascensão. Quando o ser-no-mundo decide, e quando emprega esta decisão na ação, tem uma experiência, e os significados e os valores desta experiência são, para sempre, uma parte do seu caráter eterno, em todos os níveis, do limitado ao ilimitado. O caráter cosmicamente moral e divinamente espiritual representa a mais importante das decisões pessoais acumulado pela criatura, e que foi iluminado pela adoração sincera e glorificado pelo amor inteligente e consumado no Serviço fraterno.

 

 

 

 

O Cósmico não tem preferências por pessoas; Ele trata a todos como indivíduos cósmicos.3

 

A distinção vital entre as primeiras causas e as segundas causas é que as primeiras causas geram efeitos originais que são livres de herança de qualquer fator derivado de qualquer causação antecedente. As causas secundárias produzem efeitos que, invariavelmente, demonstram herança de outra causação precedente.4

 

Toda volição é relativa. A volição encontra limitações constitutivas de toda personalidade que exerce o poder da escolha. O homem não pode escolher além do âmbito daquilo que é escolhível. Ele não pode, por exemplo, escolher ser outra coisa além de um ser humano, excetuando-se o fato que ele pode se tornar mais do que um homem. Ele pode escolher embarcar na viagem da ascensão no universo; mas isto se dá porque acontece que a escolha humana e a Vontade Divina in Corde são coincidentes neste ponto.

 

 

Só podemos escolher o que é escolhível!

 

 

Na vida mortal, os caminhos para condutas diferentes estão continuamente se abrindo e se fechando, e, nos tempos em que a escolha é possível, a personalidade humana está constantemente decidindo entre as muitas linhas de ação. A volição temporal está ligada ao tempo e deve aguardar o passar do tempo para ter a oportunidade de expressão. Na volição espiritual, já se começa a experimentar a liberação das amarras do tempo, tendo realizado uma escapada parcial da seqüência do tempo, e isto acontece porque a volição espiritual está se auto-identificando com a vontade do nosso Deus Interno.

 

O pecado no espaço-condicionado-ao-tempo claramente dá prova da liberdade temporal – e até mesmo da licença – da vontade humana limitada. O pecado retrata a imaturidade confundida pela liberdade da vontade relativamente soberana da personalidade, por deixar de perceber as obrigações supremas e os deveres da cidadania cósmica... A iniqüidade, nos domínios finitos, revela a realidade transitória de toda individualidade não identificada com o Deus Interior em seu Coração. Apenas quando uma criatura se torna identificada com seu Deus Interior poderá se tornar verdadeiramente real nos universos. Seja como for, a personalidade-alma determina seu próprio destino.

 

Quando um ser-no-mundo se livra dos grilhões do medo, à medida que, com as suas máquinas, ele une continentes e oceanos, gerações e séculos, por meio dos seus registros, ele deve substituir cada restrição transcendida por uma nova restrição voluntariamente assumida, de acordo com os ditames morais da sua visão humana em expansão. Estas restrições auto-impostas são, ao mesmo tempo, os mais poderosos e os mais tênues de todos os fatores da civilização humana – os conceitos de justiça e os ideais de irmandade. O homem qualifica-se mesmo para usar as vestes restritivas que lhe trazem a misericórdia, quando ele ousa amar os seus semelhantes,5 quando ele realiza o começo da fraternidade espiritual, e quando, categoricamente, elege dar aos seus irmãos o mesmo tratamento que ele próprio gostaria de receber.

 

O que o homem chama de providência é, muito freqüentemente, o produto da sua própria imaginação, da justaposição fortuita das circunstâncias do acaso.6

 

À medida que a Humanidade progride no desenvolvimento planetário, observa-se: 1º) a ampliação da visão do homem – o entendimento crescente do mundo no qual ele vive; a sua capacidade ampliada de compreensão dos fatos materiais do tempo, as idéias significativas do pensamento e os ideais valiosos de discernimento espiritual. Portanto, enquanto os homens tiverem como padrão de medida apenas o escalão da natureza física das coisas, eles não poderão nunca esperar encontrar a unidade no tempo e do espaço; 2°) o controle crescente de mestria do homem – a acumulação gradual do conhecimento das leis do mundo material e os propósitos da existência espiritual e, como corolário, a possibilidade da coordenação filosófica destas duas realidades; e 3°) a integração do homem ao universo – o crescimento do discernimento humano mais o aumento da realização experiencial humana trazem maior harmonia e mais liberdade.

 

Jesus não veio a este mundo durante uma idade de decadência espiritual. Na época do seu nascimento, Urântia estava passando por um renascimento do pensamento e da vivência religiosos como não havia conhecido em toda a sua história anterior pós-Adâmica nem conheceria em qualquer era, desde então. Nada como a civilização da época de Jesus foi visto no Ocidente, antes ou depois daquela época.

 

A civilização européia foi unificada e coordenada sob uma extraordinária influência tríplice: 1ª) o sistema político-social dos romanos; 2ª) a língua e a cultura gregas – em uma certa medida, também a Filosofia Grega; e 3ª) a influência, de veloz expansão, da religião e dos ensinamentos morais judeus.

 

Nos tempos de Jesus, as religiões do Ocidente incluíam:

1. Os cultos pagãos. Estes eram uma combinação da mitologia helênica e latina, de patriotismo e de tradição.

2. O culto ao imperador. Esta deificação do homem como símbolo do Estado era muito seriamente ressentida pelos judeus e pelos primeiros cristãos, e desembocou diretamente nas perseguições amargas a ambas as igrejas pelo Governo Romano.

3. A astrologia. Esta pseudo ciência da Babilônia se desenvolveu como uma religião por todo o Império Greco-Romano. Mesmo o homem do século XX ainda não se libertou totalmente desta crença supersticiosa.

4. As religiões dos mistérios. Neste mundo de tanta fome espiritual, uma enchente de cultos misteriosos irrompeu: eram religiões novas e estranhas do Levante que seduziam a gente comum e que prometiam a salvação individual. Estas religiões rapidamente se tornaram as crenças aceitas pelas classes mais baixas do mundo greco-romano. E fizeram muito para preparar o caminho para a disseminação rápida dos ensinamentos vastamente superiores do Cristianismo, que apresentavam às pessoas inteligentes um conceito majestoso da Deidade associado a uma teologia excitante e uma oferta generosa de salvação de todos, incluindo os homens comuns ignorantes, mas espiritualmente famintos, daqueles dias. As religiões dos mistérios marcaram o fim das crenças nacionais e resultaram no nascimento dos inúmeros cultos pessoais. Os mistérios eram muitos, mas eram todos caracterizados por: 1°) Alguma lenda mítica, um mistério – daí o seu nome. Em geral, esse mistério dizia respeito à história da vida, à morte e à ressurreição de algum deus, como ilustrado nos ensinamentos do Mitraísmo, que, durante um certo tempo, foi contemporâneo e competidor do culto cristão crescente de Paulo; 2°) Os mistérios eram não nacionais e inter-raciais. Eram pessoais e fraternais, dando surgimento a irmandades religiosas e a inúmeras sociedades secretas; 3°) Os mistérios eram, nos seus serviços, caracterizados por cerimônias elaboradas de Iniciação e por Sacramentos espetaculares de adoração. Os seus ritos e rituais secretos algumas vezes eram horríveis e revoltantes; e 4°) Não importando a natureza das suas cerimônias nem o grau dos seus excessos, esses mistérios invariavelmente prometiam a salvação aos seus devotos, a libertação do mal, a sobrevivência depois da morte e uma vida duradoura em reinos abençoados além deste mundo de tristezas e de escravidão.

 

Paulo, em um esforço de aproveitar a adesão ampla dos tipos melhores das religiões dos mistérios, fez certas adaptações dos ensinamentos de Jesus, de modo a torná-los mais aceitáveis para um número maior de convertidos em potencial. E assim: 1°) Paulo ensinou uma redenção moral, uma salvação ética. O Cristianismo abriu o caminho de uma nova vida e proclamou um novo ideal. Paulo abandonou os ritos mágicos e as cerimônias de encantamento; 2°) O Cristianismo apresentava uma religião que atacava o problema humano com soluções finais, pois não apenas oferecia a salvação da tristeza e mesmo da morte, mas também prometia a libertação do pecado, seguida da graça de um caráter reto de qualidades de sobrevivência eterna; e 3°) O Cristianismo, como Paulo o pregava, fundava-se em um fato histórico: a auto-outorga de Micael, o Filho de Deus, doando-se à Humanidade. A religião judaica e, subseqüentemente, os ensinamentos de Jesus e, mais tarde, o Cristianismo em evolução, de Paulo, foram as primeiras religiões européias a colocar uma mão na moral e outra na ética, insistindo em que os religiosos dessem alguma atenção a ambas.

 

O Evangelho de Jesus, como foi incorporado no culto do Cristianismo da Antióquia de Paulo, tornou-se um amálgama dos ensinamentos seguintes:

1. O raciocínio filosófico dos prosélitos gregos do Judaísmo, incluindo alguns dos seus conceitos da vida eterna.

2. Os atraentes ensinamentos dos cultos dos mistérios que prevaleciam, especialmente as doutrinas mitraicas da redenção, da expiação e da salvação, por meio do sacrifício feito a algum deus.

3. A robusta moralidade da religião judaica estabelecida.

 

Os registros do Novo Testamento tiveram a sua origem nas circunstâncias seguintes:

1. O Evangelho segundo Marcos. João Marcos escreveu o primeiro registro (excetuando-se as notas de André), o mais breve e o mais simples, da vida de Jesus. Ele apresentou o Mestre como um ministro, como um homem entre os homens. Embora Marcos fosse um jovem, evoluindo em meio às muitas cenas que ele retrata, o seu registro é, na realidade, o Evangelho segundo Simão Pedro. Inicialmente, ele fora mais ligado a Pedro, e, mais tarde, a Paulo. Marcos escreveu esse registro estimulado por Pedro e por um pedido sincero da igreja de Roma. Sabendo quão consistentemente o Mestre havia se recusado a escrever os seus ensinamentos, quando na Terra e na carne, Marcos, como os apóstolos e outros discípulos importantes, hesitava em colocá-los por escrito. Pedro, porém, sentiu que a igreja de Roma requisitava a assistência dessa narrativa por escrito, e Marcos consentiu em prepará-la. Ele fez muitas notas antes de Pedro morrer, no ano 67 d.C., e de acordo com as linhas gerais, aprovadas por Pedro e pela igreja em Roma, ele começou a escrevê-los logo depois da morte de Pedro. O Evangelho ficou pronto lá pelo final do ano 68 d.C. Marcos escreveu-o inteiramente de memória e a partir das memórias de Pedro. Este registro, desde então, tem sido alterado consideravelmente; inúmeras passagens foram retiradas e algumas, mais tarde, foram acrescentadas, com a finalidade de repor o último quinto do evangelho original, que foi perdido do primeiro manuscrito antes de haver sido jamais copiado. Este registro, feito por Marcos, em conjunção com as anotações de André e as de Mateus, foi a base escrita de todas as narrativas subseqüentes dos Evangelhos que procuraram retratar a vida e os ensinamentos de Jesus.

2. O Evangelho de Mateus. O chamado Evangelho segundo Mateus é o registro da vida do Mestre que foi escrito para a edificação dos cristãos judeus. O autor deste registro procura continuamente mostrar que, na vida de Jesus, muito do que ele fez foi para que 'pudesse ser cumprido aquilo que foi dito pelo profeta'. O Evangelho de Mateus retrata Jesus como um filho de Davi, apresentando-O como se houvesse tido um grande respeito pela lei judaica e pelos profetas. O apóstolo Mateus não escreveu este evangelho. Foi escrito por Isador, um dos seus discípulos, que teve, no seu trabalho, a ajuda não apenas da lembrança pessoal de Mateus desses acontecimentos, mas também um certo registro que este último havia feito sobre as palavras de Jesus, exatamente depois da sua crucificação. Este registro de Mateus foi escrito em aramaico; Isador escreveu-o em grego. Não houve a intenção de enganar, ao se creditar a obra a Mateus. Era costume, naqueles dias, que os discípulos prestassem assim homenagem aos seus mestres. O registro original de Mateus foi editado e recebeu aditamentos no ano 40 d.C., pouco antes de ele haver deixado Jerusalém para entrar em pregação evangelizadora. Era um registro particular, havendo a última cópia sido destruída pelo incêndio em um monastério sírio, no ano 416 d.C. Isador escapou de Jerusalém no ano 70 d.C., depois da invasão da cidade pelos exércitos de Tito, levando consigo para Pela uma cópia das notas de Mateus. No ano 71, enquanto vivia em Pela, Isador escreveu o Evangelho segundo Mateus. Ele também tinha consigo os primeiros quatro quintos da narrativa de Marcos.

3. O Evangelho segundo Lucas. Lucas, o médico da Antióquia em Pisídia, era um gentio convertido por Paulo, e ele escreveu uma história totalmente diferente da vida do Mestre. Ele começou a seguir Paulo e a aprender sobre a vida e os ensinamentos de Jesus no ano 47 d.C. Lucas preserva muito da 'graça do Senhor Jesus Cristo' no seu registro, pois ele reuniu esses fatos de Paulo e de outros. Lucas apresenta o Mestre como 'o amigo de publicanos e de pecadores'. Ele transformou em evangelho muitas das suas anotações somente depois da morte de Paulo. Lucas escreveu-o no ano 82 d.C., em Acáia. Ele planejou três livros tratando da história de Cristo e da cristandade, mas morreu no ano 90 d.C. pouco antes de terminar o segundo desses trabalhos, os 'Atos dos Apóstolos'. Para material de compilação desse Evangelho, Lucas primeiro usou da história da vida de Jesus, como Paulo a relatara a ele. O Evangelho de Lucas é, portanto, de algum modo, o Evangelho segundo Paulo. Lucas, no entanto, tinha outras fontes de informação. Ele não apenas entrevistou dezenas de testemunhas oculares dos inúmeros episódios da vida de Jesus, que ele registrou, mas também ele tinha consigo uma cópia do Evangelho de Marcos, isto é, os primeiros quatro quintos da narrativa de Isador, e um breve registro feito no ano 78 d.C., em Antióquia por um crente chamado Cedes. Lucas também possuía uma cópia mutilada e muito modificada de algumas notas que supostamente teriam sido feitas pelo apóstolo André.

4. O Evangelho de João. O Evangelho segundo João relata grande parte do trabalho de Jesus na Judéia e perto de Jerusalém que não consta em outros registros. Este é o assim chamado Evangelho segundo João, o filho de Zebedeu, e embora João não o haja escrito, ele o inspirou. Desde a primeira vez que foi escrito, foi editado várias vezes, de modo a fazê-lo parecer ter sido escrito pelo próprio João. Quando este registro foi feito, João estava de posse dos outros Evangelhos, e viu que muita coisa havia sido omitida; e, desse modo, no ano 101 d.C., ele encorajou o seu discípulo, Natam, um judeu grego de Cesaréia, a começar a escrevê-lo. João forneceu o seu material de memória, e sugeriu que ele se baseasse nas referências feitas nos três registros já existentes. João nada tinha que houvesse sido escrito por ele próprio. A epístola conhecida como 'Primeira de João' foi escrita pelo próprio João, como uma carta de apresentação para o trabalho que Natam executara sob a sua direção. Estes registros, imperfeitos como eram, foram suficientes para mudar o curso da História de Urântia por quase dois mil anos!

 

 

Continua...

 

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Notas:

1. Tudo está associado.

2. Tudo, sem exceção, é vida da Santa Vida.

3. Na realidade, o Cósmico não exibe qualquer tipo de preferência pelo que quer que seja.

4. Confesso que relutei em acrescentar este fragmento a este estudo, o que não quer dizer que eu concorde, integralmente e sem reservas, com todos os outros que selecionei. Mas este, particularmente, me incomoda profundamente porque me passa a idéia de que possa existir alguma forma de privilégio (com letra p minúscula) no universo. Não há. Agora, Privilégio (com letra P maiúscula), sim, há, derivado tão-somente do mérito. E mérito não brota do nada; para ser alcançado é necessário trabalho e pertinácia, causações antecedentes e entrechoques educativos. Ora, para se admitir que as primeiras causas geram efeitos originais que são livres de herança de qualquer fator derivado de qualquer causação antecedente, é necessário que se admita que existam coisas no Universo que não se relacionem com outras coisas ou que, privilegiadamente (com letra p minúscula), não sofram influências de outras coisas (ainda que – quem sabe? – possam influir outras coisas). Bem, se tudo está relacionado, então tudo, sem exceção, é causal e, ao mesmo tempo, sofre, com mais ou menos intensidade, os efeitos dos entrechoques produzidos por outras causas. Nada está livre de herança, nada existe sem se inter-relacionar, nada pode se sobrepor à Lei Cósmica. Nem Deus, se Ele existe! E se Deus existe, a Sua onipotência não implica o poder para o não-factível, como está admitido no próprio livro de Urântia!

 

Tudo está inter-relacionado!

 

5. Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, pela sua origem ou pela sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender. E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta. (Nelson Mandela).

6. Será que existe acaso? Ou não cai um fio de cabelo que...

 

Páginas da Internet consultadas:

http://commons.wikimedia.org/
wiki/File:Translational_motion.gif

http://commons.wikimedia.org/
wiki/File:Gaz_molecules.gif

 

Fundo musical:

Prelude nº 9 (Johann Sebastian Bach)

Fonte:

http://www.karaokenet.com.br/karaoke2/midisclassicos.htm

 

Direitos autorais:

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