Fragmentos
do Livro de Urântia
(Parte XVI)
Rodolfo
Domenico Pizzinga
Os
planetas evolucionários são as esferas da origem humana –
os mundos iniciais da carreira mortal ascendente.
A
personalidade-alma, em princípio, é um dom potencialmente eterno.
Ela se destina a funcionar em inúmeros níveis e em situações
sucessivas no universo, que variam do finito e limitado mais baixo ao mais
alto absonito, indo mesmo aos limites do Absoluto. A personalidade, assim,
atua em três Planos Cósmicos ou em três fases do universo:
1ª) Estado de posição. A personalidade-alma
funciona com igual eficiência, seja no universo local, seja no superuniverso,
seja no universo central; 2ª) Estado de significação.
A personalidade-alma
atua efetivamente nos níveis do finito e do absonito, impingindo-se
mesmo sobre o absoluto; e 3ª)
Estado de valor. A personalidade-alma
pode se realizar experiencialmente nos reinos progressivos material, moroncial
e espiritual.
A
personalidade-alma
dos mortais de Urântia tem uma potencialidade de sete dimensões
de auto-expressão ou de realização pessoal. Destes fenômenos
dimensionais, três são compreensíveis-realizáveis
no nível finito, três no nível absonito e um no nível
absoluto. Em níveis subabsolutos, esta sétima dimensão
(ou a da totalidade) é experienciável como o fato da personalidade.
Esta suprema dimensão é um absoluto associável e, ainda
que não infinito, é dimensionalmente um potencial que permite
uma penetração subinfinita do Absoluto.
As
dimensões finitas da personalidade-alma
têm a ver com as dimensões cósmicas do comprimento, da
profundidade e da largura. O comprimento corresponde ao significado; a profundidade
significa valor; e a largura abrange o discernimento interior – a capacidade
de experimentar uma consciência indubitável da atualidade cósmica
decodificada como realidade.
A
personalidade-alma
não pode atuar bem em isolamento. O homem é inatamente uma criatura
social; ele é dominado pela aspiração de pertencer. E
é literalmente verdade que 'nenhum homem vive para si próprio'.
O conceito da personalidade-alma,
com o sentido do todo da criatura viva e em funcionamento, significa muito
mais do que a integração das relações; significa
a unificação de todos os fatores de realidade, bem como a coordenação
das relações. As relações existem entre dois objetos,
mas três ou mais objetos formam e explicitam um sistema; e este sistema
é muito mais do que apenas uma relação ampliada ou tornada
complexa. Esta diferenciação é vital porque, em um sistema
cósmico, os membros individuais não estão tão-só
conectados uns com os outros, mas estão em uma relação
com o Todo e mediante a unicidade do Todo.
Unicidade
do Todo
A
personalidade-alma
é a unificadora de todos os fatores relacionados às atualidades
cósmicas.
Não
devemos nos esquecer de que no estudo do Eu...
1°) os sistemas físicos são subordinados.
2°)
os sistemas intelectuais são coordenantes.
3°)
a personalidade-alma é supra-ordenante.
4°)
a Força Espiritual residente é potencialmente diretiva.
Tudo
o que é não espiritual na experiência humana, à
exceção da personalidade-alma, é um meio para um fim.
Toda relação verdadeira do homem mortal com outras pessoas –
humanas ou divinas – é um fim em si mesma. E um tal companheirismo
com a nossa Deidade Interior é a meta eterna da ascensão no
universo. Qualquer coisa diferente disto é ilusão.
A consciência não pode
ser explicada – e a consciência de si menos ainda –
por qualquer teoria de associação eletrônica mecanicista
ou por fenômenos materialistas de energia.
O pensar rende-se à Sabedoria,
e a Sabedoria se dissolve na Adoração Illuminada, Illuminante
e Reflexiva.
Construir
uma filosofia do universo na base exclusiva do materialismo é ignorar
o fato de que todas as coisas materiais são inicialmente concebidas
como reais na experiência da consciência humana. O observador
não pode ser a coisa observada; a avaliação demanda algum
grau de transcendência em relação à coisa que está
sendo avaliada.
No tempo – que
é Tempo e não é tempo –
o pensar conduz à Sabedoria, e a Sabedoria leva à Adoração;
na eternidade, a Adoração conduz à Sabedoria, e a Sabedoria
se manifesta na finalidade do pensamento.
A personalidade-alma, tanto a humana
quanto a supra-humana, é caracterizada por uma qualidade cósmica
inerente, que pode ser chamada 'a evolução da predominância',
que é a expansão do controle tanto de si mesma quanto do seu
ambiente.
Uma personalidade-alma ascendente,
de origem humana, passa por duas grandes fases de predominância volitiva
sobre o Eu e no universo: 1ª)
a experiência pré-finalitora ou buscadora de uma fusão
mística com o Deus Interior, que é a experiência de compreensão
e de aumento da auto-realização místico-espiritual, por
meio de uma técnica de expansão da identidade e da sua factualização,
juntamente com a solução relativa, mas ascensional, do problema
cósmico e a conseqüente mestria sobre o universo; 2ª) a experiência
pós-finalitora ou alquímico-amalgamadora com o Deus Interior,
que é a experiência da expansão criadora da compreensão-realização
de si próprio por meio desta experiência singular, para as inteligências
buscadoras e que realizaram a fusão com o seu Deus Interior.
Em
geral, os urantianos reconhecem apenas uma espécie de morte: a cessação
física das energias da vida. No entanto, no que concerne à sobrevivência
da personalidade-alma, há realmente três tipos de morte: 1°)
a morte espiritual (da alma). Se e quando o homem mortal finalmente
rejeitar a sobrevivência, quando ele houver sido pronunciado espiritualmente
insolvente, moroncialmente em bancarrota, na opinião conjunta do Ajustador
e do Serafim sobrevivente, quando este conselho coordenado houver sido registrado
em Uversa e após os Censores e os seus colaboradores de reflexão
haverem verificado estas conclusões, então os governantes de
Orvônton ordenam a imediata liberação do Monitor residente.
Todavia, esta liberação do Ajustador de nenhum modo afeta os
deveres do Serafim pessoal (ou grupal) ligado àquele indivíduo
abandonado pelo Ajustador. Esta espécie de morte é final no
seu significado, a despeito de uma temporária continuação
das energias de vida dos mecanismos físicos e mentais. Do ponto de
vista cósmico, o mortal já está morto; a vida em continuação
indica meramente a persistência do impulso material das energias cósmicas;
2º) a morte intelectual (da mente). Quando os circuitos vitais
do ministério ajudante mais elevado são interrompidos, por meio
de aberrações do intelecto ou por causa de uma destruição
parcial do mecanismo do cérebro, e se estas condições
ultrapassarem certo ponto crítico de irreparabilidade, o Ajustador
residente é imediatamente liberado e pode partir para Divínington.1
Nos registros do universo, uma personalidade-alma mortal é considerada
como tendo encontrado a morte quando os circuitos mentais essenciais da vontade-ação
humana tiverem sido destruídos. E, novamente, isto é morte,
a despeito da continuação de funções do mecanismo
vivo do corpo físico. O corpo, sem a mente volitiva, não mais
é humano; no entanto, de acordo com a escolha anterior desta vontade
humana, a personalidade-alma de tal indivíduo pode sobreviver; e 3°)
a morte física (do corpo e da mente). Quando a morte colhe um
ser humano, o Ajustador permanece na cidadela da mente até que cesse
a sua função como mecanismo inteligente; mais ou menos no momento
em que as energias mensuráveis do cérebro cessam as suas pulsações
vitais rítmicas. Em seguida a esta dissolução, o Ajustador
deixa a mente em desvanecimento, de um modo tão pouco cerimonioso quanto,
anos antes, dera entrada nela, seguindo logo para Divínington por via
de Uversa.
Com
a morte (ou transição), o Ajustador do Pensamento perde temporariamente
a personalidade, mas não a identidade; o sujeito humano temporariamente
perde a identidade, mas não a personalidade; nos mundos das mansões,
ambos se reúnem em uma manifestação eterna. Um Ajustador
que tenha partido da Terra nunca retorna como o ser de sua residência
anterior; nunca a personalidade se manifesta sem a vontade humana; e nunca
um ser humano, separado do seu Ajustador, depois da morte, manifesta identidade
ativa ou de qualquer maneira estabelece comunicação com os seres
vivos da Terra. Estas personalidades-almas, separadas dos seus Ajustadores,
permanecem, total e absolutamente, inconscientes durante o longo ou curto
sono da morte. Não pode haver nenhuma exibição, de nenhuma
espécie de personalidade-alma, nem existir nenhuma capacidade para
entrar em comunicação com outras personalidades-almas, até
depois de se completar a sobrevivência. Àqueles que vão
para os mundos das mansões não lhes é permitido enviar
mensagens de volta aos seus seres queridos. Em todos os universos é
proibido tal comunicação durante o período de uma dispensação
corrente.
A identidade do ser-no-mundo (a sua
Impressão Digital Cósmica) é uma condição
de vida-tempo no universo; mas ela é real e efetiva apenas na medida
em que a personalidade-alma escolhe conscientemente se tornar um fenômeno
de continuidade no universo. Por isto, a diferença essencial entre
o homem e um sistema de energia é que o sistema de energia deve continuar
– não tem escolha; mas o homem tem a possibilidade de determinar
volitivamente o seu próprio destino. Por isto também, somos
responsáveis pelo nosso livre-arbítrio, e conseqüentemente,
somos responsáveis por tudo.2
Todas
as criaturas de vontade devem experienciar uma verdadeira oportunidade de
fazer a sua escolha final, que seja autoconsciente e que não deixe
dúvidas. Os Juízes Soberanos dos universos não prejudicarão
nem retrogradarão qualquer ser com o 'status' de personalidade-alma
(ou qualquer outro), que não haja final, cabal e plenamente feito a
escolha eterna. À personalidade-alma do homem serão dadas todas
as oportunidades – amplas e plenas –
de revelar a sua verdadeira intenção e o seu propósito
real.
Do
mesmo modo que uma borboleta emerge do estágio de lagarta, assim irão
emergir as verdadeiras personalidades-almas dos seres humanos nos mundos das
mansões, pela primeira vez reveladas livres das suas vestes de carne
material. A carreira moroncial no universo local tem a ver com a elevação
contínua do mecanismo da personalidade, do nível moroncial inicial
de existência da personalidade-alma até o nível moroncial
final da espiritualidade progressiva. (Grifo
meu).
Até
um certo ponto, o surgimento da forma-corpo material é uma resposta
ao caráter da identidade da personalidade-alma; o corpo físico
reflete, em um determinado grau, algo da natureza inerente da
personalidade-alma.
E, assim, mais ainda o faz a forma moroncial. Na vida física, os mortais
podem ser belos por fora, ainda que sejam pouco amáveis por dentro;
na vida moroncial, e de forma crescente, nos seus níveis mais elevados,
a forma da
personalidade-alma
variará diretamente de acordo com a natureza do Ser Interior. No nível
espiritual, a forma externa e a natureza interna começam a se aproximar
de uma completa identificação, e isto se dá de forma
cada vez mais perfeita nos níveis espirituais mais elevados... A volição
da criatura não pode existir sem a mente, mas ela perdura, a despeito
da perda do intelecto material. Durante os tempos imediatamente seguintes
à sobrevivência, a personalidade-alma ascendente é, em
grande medida, guiada pelos padrões de caráter herdados da vida
humana e pela ação da nota moroncial que começa a surgir.
E estes guias para a conduta em mansônia3
funcionam aceitavelmente nos estágios iniciais da vida moroncial e
até que a vontade moroncial emerja como uma expressão volitiva
plenamente desenvolvida da personalidade-alma ascendente.
A
mente moroncial deve evoluir pelo contato direto com a Mente Cósmica.
A
personalidade-alma com valor de sobrevivência reflete fielmente tanto
as ações e as motivações qualitativas quanto as
quantitativas do intelecto material, que foi o assento anterior da identidade
do Eu. Na escolha da verdade, da beleza e da bondade, a mente mortal entra
na sua carreira pré-moroncial, no universo, sob a tutela dos sete espíritos
ajudantes da mente, unificados sob a direção do espírito
da sabedoria. Subseqüentemente, ao completar os sete círculos
da realização pré-moroncial, a superimposição
do dom da mente moroncial sobre a mente ajudante inicia a carreira pré-espiritual
ou moroncial da progressão no universo local.
Nos
mundos evolucionários, a individualidade do Eu é material; é
uma coisa no universo e, como tal, está sujeita às leis da existência
material. É um fato no tempo, e é sensível às
vicissitudes dele. As decisões de sobrevivência devem
ser formuladas neste momento. No estado moroncial, o Eu se torna
uma nova realidade do universo, mais duradoura, por assim dizer; e o seu crescimento
contínuo está baseado na sua crescente sintonia com os circuitos
mentais e espirituais dos universos. As decisões de sobrevivência
estão agora sendo confirmadas. Quando o Eu atinge o nível
espiritual, ter-se-á tornado um valor seguro no universo; e esse novo
valor funda-se no fato de que as decisões de sobrevivência
foram tomadas, fato este que foi confirmado pela fusão eterna
com o Ajustador do Pensamento. E, tendo chegado ao 'status' do valor verdadeiro
no universo, a criatura se torna liberada, em potencial, para a busca do valor
mais elevado do universo – a compreensão/realização
e a fusão com o seu Deus Interior.
Verdade
é, sim, que vós, mortais, sois de origem terrena animal; a vossa
estrutura é realmente pó. Contudo, se realmente desejardes,
se o quiserdes realmente, certamente a herança das idades será
vossa, e ireis, algum dia, Servir aos universos no vosso verdadeiro caráter,
na qualidade de Homens-deuses conscientes e unificados.
Continua...
______
Notas:
1.
Segundo o Livro de Urântia, Divínington é a esfera
dos Monitores em órbita do Paraíso.
2.
O livre-arbítrio
constitui a grande oportunidade do homem e a sua responsabilidade cósmica
suprema.
3.
Segundo o Livro de Urântia, Mansonia é o nome dado a
cada um dos sete satélites que orbitam o mundo número um dos
56 mundos que circundam Jerusém, a Esfera-sede de Satânia. Estes
sete satélites, Mansonia número um, número dois etc.
são os mundos de mansão devotados à cultura transicional
de mortais ascendentes. Consulta também à experiência
ou à carreira do mundo de mansão.
Páginas
da Internet consultadas:
http://www.elub.com.br/dicionario/letram.htm
http://johntcooksey.com/
http://www.truthbook.com/index.cfm?linkID=293
Páginas
da Internet consultadas:
http://www.its.caltech.edu/~atomic/
snowcrystals/photos/photos.htm
http://br.olhares.com/
construindo_o_amor_foto1725911.html
Fundo
musical:
Prelude
nº 9 (Johann Sebastian Bach)
Fonte:
http://www.karaokenet.com.br/karaoke2/midisclassicos.htm
Direitos
autorais:
As
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que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente
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