Fragmentos do Livro de Urântia
(Parte XI)

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Sólon

Sólon, Legislador de Atenas
(Merry-Joseph Blondel, 1781-1853)


 

 

O Estado é uma evolução útil da civilização; ele representa o ganho líquido que a sociedade retira das devastações e dos sofrimentos das guerras. Até mesmo a arte política do estadista é meramente uma técnica acumulada para ajustar a disputa competitiva de forças entre as tribos e as nações em luta. O Estado moderno é a instituição que sobreviveu na longa luta pelo poder grupal. O poder maior finalmente prevaleceu, e gerou uma criação de fato – o Estado – e, junto, o mito moral da obrigação absoluta de o cidadão viver e morrer pelo Estado. Mas o Estado não tem uma gênese divina; nem mesmo é um produto da ação humana volitiva intencional. É uma instituição puramente evolucionária, e a sua origem foi totalmente automática.

 

A Democracia, enquanto um ideal, é um produto da civilização, não da evolução. Ide devagar! Escolhei com cuidado! Pois os perigos da Democracia são:

1. A glorificação da mediocridade.

2. A escolha de governantes vis e ignorantes.

3. O fracasso em reconhecer os fatos fundamentais da evolução social.

4. O perigo do sufrágio universal nas mãos de maiorias pouco instruídas e indolentes.

5. A escravidão à opinião pública; a maioria nem sempre está certa.

 

Há dez passos, ou estágios, na evolução de uma forma de Governo representativo que seja prática e eficiente. Estes passos são:

1. A liberdade da pessoa. A escravidão, a servidão e todas as formas de sujeição humana devem desaparecer.

2. A liberdade da mente. A menos que um povo livre esteja bem instruído – preparado para pensar inteligentemente e para planejar com sabedoria – a liberdade, em geral, causa mais mal do que bem.1

3. O âmbito da lei. A liberdade pode ser desfrutada apenas quando as vontades e os caprichos dos governantes humanos são substituídos pelos atos do legislativo, de acordo com a lei fundamental aceita.

4. A liberdade de discurso. Um Governo representativo é inconcebível sem liberdade para todas as formas de expressão, para as aspirações e as opiniões humanas.

5. A segurança da propriedade. Nenhum Governo pode resistir muito, se deixar de proporcionar o direito ao desfrute da propriedade pessoal de alguma forma. O homem anseia pelo direito de usar, controlar, dar, vender, alugar e legar a sua propriedade pessoal.

6. O direito de petição. O Governo representativo assume o compromisso de ouvir o que os cidadãos reivindicam e solicitam. O privilégio de petição é inerente à cidadania livre.

7. O direito de governar. Não é suficiente ser ouvido; o poder de reivindicar deve progredir até à administração factual do Governo.

8. O sufrágio universal. O Governo representativo pressupõe um eleitorado inteligente, eficiente e universal.2 O caráter desse Governo será determinado sempre pelo caráter e pelo calibre daqueles que o compõem. À medida que a civilização progride, o sufrágio, ainda que permanecendo universal, para ambos os sexos, deverá ser efetivamente modificado, reagrupado e diferenciado de outros modos.

9. O controle dos servidores públicos. Nenhum Governo civil será útil e eficiente, a menos que os cidadãos possuam e façam uso de técnicas sábias para conduzir e controlar os cargos e os funcionários.

10. Uma representação inteligente e treinada. A sobrevivência da Democracia depende de um Governo representativo que tenha êxito; e isto é condicionado à prática de eleger aos postos públicos apenas indivíduos tecnicamente treinados, que sejam intelectualmente competentes, socialmente leais e moralmente adequados. Apenas com estas precauções pode o Governo do povo, pelo povo e para o povo3 ser preservado.

 

O Estado ideal funciona sob a força de três impulsos poderosos coordenados: 1°) lealdade ao amor, que advém da realização da irmandade humana; 2°) patriotismo inteligente, baseado em ideais sábios; e 3°) discernimento cósmico, interpretado em termos de fatos, de necessidades e de metas planetárias.

 

O 'status' da civilização, em qualquer nível, é fielmente retratado pelo calibre dos cidadãos que se apresentam voluntariamente para aceitar as responsabilidades do Estado.

 

A Economia, a sociedade e o Governo devem evoluir, se querem permanecer. As condições estáticas, em um mundo evolucionário, indicam decadência; apenas perduram aquelas instituições que se movem para a frente, junto com a corrente evolucionária. O programa progressivo de uma civilização em expansão abrange:

1. A preservação das liberdades individuais.

2. A proteção do lar.

3. A promoção da segurança econômica.

4. A prevenção das doenças.

5. A educação compulsória.

6. O emprego compulsório.

7. Uma utilização proveitosa do lazer.

8. Os cuidados pelos desventurados.

9. O aperfeiçoamento da raça.

10. A promoção da ciência e da arte.

11. A promoção da Filosofia – da Sabedoria.

12. A ampliação do discernimento cósmico – da espiritualidade.

 

O idealismo não poderá sobreviver nunca, em um planeta em evolução, se os idealistas de cada geração permitirem a si próprios ser exterminados pelas ordens mais vis da Humanidade. E aqui está o grande teste do idealismo: pode uma sociedade avançada manter aquela prontidão militar que a torna protegida contra todos os ataques dos seus vizinhos, amantes da guerra, sem cair na tentação de empregar esta força militar em operações ofensivas contra outros povos, com propósitos de ganho egoísta ou de engrandecimento nacional? A sobrevivência nacional demanda a prontidão, e só o idealismo espiritual pode impedir que a prontidão seja prostituída pela sua transformação, em agressão. Apenas o amor e a irmandade podem impedir que os fortes oprimam os fracos.

 

A Economia atual, motivada pelos lucros, está condenada, a menos que a motivação do lucro possa ser acrescida da motivação de servir. A competição impiedosa, baseada em interesses egoístas e de horizontes estreitos, é terminantemente destrutiva, até mesmo daquelas coisas que busca manter. A motivação exclusiva do lucro individualista é incompatível com os ideais cristãos – e mais incompatível ainda com os ensinamentos de Jesus, o Cristo... Os urantianos devem ter a visão de uma nova sociedade cultural bem mais elevada. A educação saltará para novos níveis de valor, quando ultrapassar o sistema da Economia baseado puramente na motivação do lucro. A educação tem sido, por muito tempo, regionalista, militarista, exaltadora do ego e buscadora do sucesso; ela deve finalmente ser aberta para o mundo, tornar-se idealista, auto-realizadora e abrangente do ponto de vista cósmico.

 

Em um Estado ideal, a educação continua durante a vida e, algumas vezes, a Filosofia torna-se a principal busca dos seus cidadãos. Os cidadãos do Estado ideal buscam a Sabedoria como uma ampliação do seu discernimento dos significados nas relações humanas, das significações da realidade, da nobreza dos valores, das metas da vida e das glórias do destino cósmico.

 

A educação é a ocupação maior da vida. Deve continuar durante toda a vida e de um modo tal que a Humanidade possa gradualmente experimentar os níveis ascendentes da sabedoria mortal, que são: conhecimento das coisas, compreensão dos significados e apreciação dos valores.

 

 

 

 

A evolução do Estado requer progresso, de nível para nível, do seguinte modo:

1. criação de um Governo tríplice com as ramificações de um poder executivo, de um legislativo e de um judiciário.

2. liberdade para as atividades sociais, políticas e religiosas.

3. abolição de todas as formas de escravidão e de servidão humanas.

4. capacidade dos cidadãos de controlar a arrecadação de impostos.

5. estabelecimento da educação universal – o aprendizado, abrangendo do berço ao túmulo.

6. ajustamento entre o Governo local e o Governo nacional.

7. estímulo à ciência e ao controle das doenças.

8. devido reconhecimento da igualdade dos sexos e do funcionamento coordenado de homens e mulheres no lar, na escola e na igreja; e com o serviço especializado das mulheres, na indústria e no Governo.

9. eliminação da escravidão do trabalho, por meio da invenção da máquina e pela subseqüente mestria sobre a idade da máquina.

10. conquista dos dialetos – o triunfo de uma língua universal.

11. fim da guerra – o julgamento internacional das diferenças nacionais e raciais, por intermédio das cortes continentais das nações, a que presidirá um supremo tribunal planetário, automaticamente recrutado, dos chefes que, periodicamente, se aposentam nas cortes continentais. As cortes continentais têm autoridade executiva; a corte mundial é consultivo-moral.

12. tendência mundial da busca da Sabedoria – a exaltação da Filosofia. A evolução de uma Religião Mundial será o indício da entrada do planeta nas fases iniciais do seu estabelecimento em LLuz e Vida.

 

O nosso universo não foi criado na perfeição. A perfeição é a nossa meta eterna, não a nossa origem.

 

No universo em evolução, de perfeição relativa e de imperfeição, devemos nos rejubilar de que sejam possíveis o desacordo e o desentendimento, pois são as evidências do fato e do ato da personalidade no universo. E, se a nossa criação é uma existência dominada pela personalidade, nós podemos estar seguros das possibilidades da sobrevivência da personalidade, do seu avanço e da sua realização; podemos estar confiantes no crescimento da personalidade, na experiência e na aventura da personalidade. Quão glorioso é este universo, que é pessoal e que é progressivo, e não meramente mecânico, nem mesmo passivamente perfeito!

 

É o povo que faz uma civilização; a civilização não faz o povo.

 

A Ásia é o berço da raça humana. Foi em uma península do sul desse continente, que agora é o Afeganistão, que foi fundado um centro primitivo de cultura, que subsistiu por mais de meio milhão de anos.

 

A evolução pode ser retardada, mas não pode ser detida.

 

A civilização, agora se desenvolvendo em Urântia, nasceu e se baseou nos fatores seguintes: 1°) Circunstâncias naturais. A Natureza e a extensão da civilização material é, em grande medida, determinada pelos recursos naturais disponíveis. O clima, as condições meteorológicas e as numerosas condições físicas são fatores na evolução da cultura; 2°) Bens capitais. A cultura nunca se desenvolve sob condições de pobreza; o lazer é essencial ao progresso da civilização. O caráter individual, de valor moral e espiritual, pode ser adquirido na ausência da riqueza material, mas uma civilização cultural apenas deriva das condições de prosperidade material que fomentam o lazer combinando-o com a ambição; 3°) Conhecimento científico. Os aspectos materiais da civilização devem sempre aguardar a acumulação de dados científicos. Depois da descoberta do arco, da flecha e da utilização da força animal, muito tempo passou até que o homem aprendesse a aproveitar o vento e a água, vindo em seguida o emprego do vapor e da eletricidade. Lentamente, contudo, as ferramentas da civilização se aprimoraram. A tecelagem, a cerâmica, a domesticação dos animais e a metalurgia foram seguidas pela idade da escrita e da imprensa; 4°) Recursos humanos. A força de trabalho do homem é indispensável à disseminação da civilização. Em condições de igualdade, um povo numeroso dominará a civilização de uma raça menos numerosa. E daí, uma nação que fracassa no crescimento da sua população impede, até certo ponto, a plena realização do destino nacional, mas há um ponto a partir do qual um crescimento maior da população se torna suicida. A multiplicação até números além da proporção ótima homem-terra normal tem de significar ou um rebaixamento nos padrões de vida ou uma expansão imediata das fronteiras territoriais, por meio da penetração pacífica, da conquista militar ou da ocupação forçada; 5°) Eficácia dos recursos materiais. Muitas coisas dependem da sabedoria na utilização dos recursos naturais, do conhecimento científico, dos bens de capital e dos potenciais humanos. O fator principal na civilização primitiva foi a força exercida pelos senhores sociais sábios; o homem primitivo tinha a civilização literalmente imposta a ele pelos seus contemporâneos superiores. As minorias bem organizadas e superiores têm governado amplamente este mundo. O poder da força não gera o direito, mas a força gera tudo o que tem acontecido, e, na história, tudo o que é. Só recentemente Urântia alcançou o ponto em que a sociedade está disposta a debater a ética do poder e do direito; 6°) Eficácia do idioma. A disseminação da civilização deve resultar da língua. As línguas vivas e em crescimento asseguram a expansão do pensamento e do planejamento civilizados. Durante as idades iniciais, avanços importantes foram feitos na língua. Hoje, há uma grande necessidade de maiores desenvolvimentos lingüísticos para facilitar a expressão do pensamento que evolui; 7°) Eficácia dos equipamentos mecânicos. O progresso da civilização está relacionado diretamente ao desenvolvimento e à posse de equipamentos, máquinas e canais de distribuição. Os equipamentos aperfeiçoados e as máquinas engenhosas e eficientes determinam a sobrevivência dos grupos que competem na arena da civilização em avanço; 8°) Caráter da vanguarda que porta o archote. A herança social capacita o homem a ficar de pé nos ombros de todos aqueles que o precederam e que contribuíram com algo para a soma da cultura e do conhecimento. Nesta tarefa de passar o archote cultural para a próxima geração, o lar será sempre a instituição básica. Em seguida, vêm a vida social e os jogos, com a escola vindo por último, sendo igualmente indispensável, entretanto, em uma sociedade complexa e altamente organizada; 9°) Ideais raciais. Os ideais de uma geração esculpem os canais do destino da posteridade imediata. A qualidade da vanguarda social, porta-archotes, determinará se a civilização irá para a frente ou se para trás. Os lares, as igrejas e as escolas de uma geração predeterminam a tendência do caráter da geração subseqüente. O impulso moral e espiritual de uma raça, ou de uma nação, determina amplamente a velocidade cultural desta civilização; 10°) Coordenação dos especialistas. A civilização tem avançado enormemente devido a uma divisão inicial do trabalho e devido ao seu posterior corolário, o da especialização. A civilização agora depende da coordenação eficaz dos especialistas. À medida que a sociedade se expande, deve ser encontrado algum método de reagrupar os vários especialistas; 11°) Mecanismos para encontrar os empregos. A próxima idade, do desenvolvimento social, estará incorporada a uma cooperatividade e a uma coordenação melhores e mais efetivas da especialização sempre crescente e em expansão. E como o trabalho se diversifica cada vez mais, algumas técnicas para encaminhar os indivíduos ao emprego adequado devem ser delineadas. O maquinário não é a única causa do desemprego em meio aos povos civilizados de Urântia. A complexidade econômica e o aumento constante da especialização industrial e profissional aumentam os problemas de colocação do trabalhador; 12°) Disposição de cooperar. Um dos grandes obstáculos ao progresso da sociedade humana é o conflito entre os interesses e o bem-estar dos grupos humanos maiores e mais socializados e o das associações humanas menores, de mente opositora e associal, para não mencionar os indivíduos isolados e de mentalidade anti-social. Nenhuma civilização nacional perdura, a menos que os seus métodos educacionais e os seus ideais religiosos inspirem um tipo elevado de patriotismo inteligente e de devoção nacional. Sem esta espécie de patriotismo inteligente e de solidariedade cultural, todas as nações tendem a se desintegrar devido aos ciúmes provincianos e aos interesses egoístas locais. Para que a civilização mundial seja mantida, depende-se de que os seres humanos aprendam a viver juntos, em paz e fraternidade. Sem uma coordenação eficiente, a civilização industrial fica submetida às ameaças dos perigos da ultra-especialização: a monotonia, a limitação e a propensão para a provocação de desconfiança e de ciúme; 13°) Liderança eficiente e sábia. Na civilização, muito, muitíssimo mesmo, depende de um espírito entusiasta e que constitua uma liderança poderosa. Dez homens são de pouco mais valia do que um só para levantar um grande peso, a menos que eles o levantem juntos – todos ao mesmo tempo. E tal trabalho de equipe – a cooperação social – depende de uma liderança. As civilizações culturais do passado e do presente têm-se baseado na cooperação inteligente dos cidadãos para com líderes sábios e progressistas; e até que o homem evolua até níveis mais elevados, a civilização continuará a depender de uma liderança sábia e vigorosa; 14°) Mudanças sociais. A sociedade não é uma instituição divina; é um fenômeno da evolução progressiva. E o progresso da civilização é sempre retardado quando os seus líderes são lentos em fazer as mudanças na organização social, mudanças que são essenciais para que seja acompanhado o ritmo dos desenvolvimentos científicos da época. Por tudo isto, as coisas não devem ser desprezadas apenas porque sejam velhas, nem uma idéia deveria ser incondicionalmente adotada apenas porque é original e nova; e 15°) Prevenção do colapso na transição. A sociedade é fruto de idades após idades de tentativa e de erro; é aquilo que sobreviveu aos ajustes e reajustes seletivos, nos estágios sucessivos da longa elevação da Humanidade, desde os níveis animais até os níveis humanos, em todo o Planeta. O grande perigo para qualquer civilização – em qualquer momento – é a ameaça de colapso, durante a época de transição dos métodos estabelecidos do passado para os procedimentos novos e melhores do futuro, os quais, todavia, não estão ainda testados. A liderança é vital para o progresso. A sabedoria, o discernimento interior e a previsão são indispensáveis para que as nações perdurem. A civilização só está realmente em perigo quando a liderança capaz começa a desaparecer. E a quantidade dessa liderança sábia nunca excedeu a um por cento da população... Agora, todavia, a sociedade humana está saltando para a frente sob a força do 'momentum' acumulado de todas as idades pelas quais a civilização tem lutado.

 

 

 

 

Há muito, a religião tem sido uma barreira efetiva contra a exogamia; muitos ensinamentos religiosos têm proscrito o casamento fora da fé. Geralmente, a mulher tem favorecido a prática da endogamia; o homem, a da exogamia... Seja como for, hoje, não há raças puras no mundo. Os povos evolucionários primitivos e originais de cor têm apenas duas raças representativas que perduram neste mundo: o homem amarelo e o homem negro. E, mesmo estas duas raças estão muito misturadas aos extintos povos de cor. Por outro lado, ao mesmo tempo em que a chamada raça branca predominantemente descende do antigo homem azul, ela é mais ou menos misturada com todas as outras raças, tanto quanto o é o homem vermelho das Américas... A combinação das raças contribui grandemente para o surgimento súbito de novas características; e, se tal hibridação4 advém da união de linhagens superiores, então, estas novas características também terão traços superiores... Enquanto as raças atuais estiverem tão sobrecarregadas de linhagens inferiores e degeneradas, a mesclagem das raças, em uma escala ampla, há de ser altamente prejudicial; mas a maior parte das objeções a tais experimentos repousa nos preconceitos sociais e culturais mais do que em análises biológicas. Mesmo entre as linhagens inferiores, os híbridos geralmente representam um aperfeiçoamento dos seus ancestrais. A hibridação colabora para o aprimoramento das raças, devido ao papel dos genes dominantes. A mesclagem inter-racial aumenta a probabilidade de que um número maior dos genes dominantes desejáveis esteja presente no resultado híbrido... Afinal, o verdadeiro perigo para a espécie humana deverá estar na multiplicação sem restrições das linhagens inferiores e degeneradas dos vários povos civilizados, mais do que qualquer perigo suposto, preconceituoso e retrógrado advindo de misturas raciais em si.

 

 

 

 

O sexo tem sido um civilizador não reconhecido e insuspeito, pois o impulso do sexual, automática e inequivocamente, obriga o homem a pensar e, finalmente, leva-o a amar.

 

Em qualquer religião, o simbolismo pode ser bom ou mau, na mesma medida em que o símbolo substitui ou não a idéia original adorada. E o simbolismo não deve ser confundido com a idolatria direta, na qual o objeto material é direta e factualmente adorado.

 

Quando o impulso da adoração está disciplinado e é dirigido pela Sabedoria – o pensamento meditativo e interiormente experiencial – então o ser-no-mundo começa a desenvolver 'in Corde' a Verdadeira Religião, fazendo que se afaste da adoração da Natureza e dos objetos naturais, para se voltar exclusivamente para o Deus de seu Coração.

 

A morte sempre foi (e continua sendo) o choque supremo para o homem em evolução, ou seja, a combinação mais desconcertante de acaso e de mistério. Assim, não era a santidade da vida (e continua não sendo) que sempre fomentou efetivamente a religião, mas, sim, muito freqüentemente o impacto da morte inspirado pelo medo do desconhecido.

 

A evolução pode ser lenta, mas é infalivelmente e inexoravelmente eficiente e eficaz.

 

 

 

 

Continua...

 

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Notas:

1. Aqui, muito, muito cuidado! Entre outros, este é o raciocínio justificador que dá origem às ditaduras e aos Governos despóticos. E esta coisa de que o povão não está preparado para votar é uma imbecilidade hipotética. Como alguém poderá se preparar para o que quer que seja, se não errar, se não treinar? Por exemplo: para alguém se tornar um cirurgião, teve que fazer sua primeira operação. Seja como for, hoje, um dos maiores perigos para a Democracia é o veículo que mais deveria promovê-la: a televisão.

2. O Governo representativo pressupõe um eleitorado inteligente, eficiente e universal? Ora, aqui discordo frontalmente desta posição. Primeiro: mais do que simples inteligência (o que é inteligência?) deverá haver sensibilidade intuitiva. Na história da Humanidade, razão e inteligência nunca foram requisitos sempre e indiscutivelmente confiáveis. Por exemplo: antes de o senhor George Walker Bush ser eleito, eu pressenti que ele haveria de ser, como foi, o pior presidente americano de todos os tempos. Quanto ao senhor Barack Hussein Obama II, eu nunca tive a menor dúvida de que ele seria eleito o 44º Presidente dos Estados Unidos da América. E, no Brasil, eu pressagiei que o Governo do senhor Fernando Affonso Collor de Mello, independentemente dos motivos que levariam ao seu impeachment, não daria certo. Como não deu. Mas, como sensibilidade intuitiva não se compra em supermercado, então, se e quando a cultura as crenças, os comportamentos, os valores, as instituições e as regras morais que permeiam e identificam uma sociedade – melhorar, for aperfeiçoada e se livrar de todo e qualquer preconceito, talvez as escolhas possam se tornar mais concertadas. Não poderá haver verdadeira liberdade (de escolha) sem cultura. Do Livro de Urântia, retirei este fragmento: O Estado duradouro é fundamentado na cultura, dominado pelos ideais e motivado pelo serviço. O propósito da educação deve ser adquirir habilidade, buscar a sabedoria, realizar a individualidade e alcançar os valores espirituais. Segundo: não adianta nada algo ser eficiente se não for eficaz. Terceiro: o direito ao sufrágio precisa ser e deve ser universal em uma Democracia; mas o conjunto de pessoas que têm o Privilégio de manifestar este direito jamais poderá ser universal. Os encarcerados, os exilados e quem apresenta debilidade mental, por exemplo, não podem sufragar.

 

 

 

3. Discurso de Gettysburg proferido pelo 16° Presidente dos Estados Unidos da América – Abraham Lincoln (12 de fevereiro de 1809 –15 de abril de 1865) – em 19 de novembro de 1863, no Cemitério Militar de Gettysburg: Há 87 anos, os nossos pais deram origem neste continente a uma nova Nação, concebida na Liberdade e consagrada ao princípio de que todos os homens nascem iguais. Encontramo-nos atualmente empenhados em uma grande guerra civil, pondo à prova se esta Nação – ou qualquer outra Nação assim concebida e consagrada poderá perdurar. Eis-nos em um grande campo de batalha desta guerra. Eis-nos reunidos para dedicar uma parte deste campo ao derradeiro repouso daqueles que, aqui, deram a sua vida para que esta Nação possa sobreviver. É perfeitamente conveniente e justo que o façamos. Mas, numa visão mais ampla, não podemos dedicar, não podemos consagrar, não podemos santificar este local. Os valentes homens, vivos e mortos, que aqui combateram já o consagraram, muito além do que nós jamais poderíamos acrescentar ou diminuir com os nossos fracos poderes. O mundo muito pouco atentará e muito pouco recordará o que aqui dissermos, mas não poderá jamais esquecer o que eles aqui fizeram. Cumpre-nos, antes, a nós os vivos, nos dedicarmos, hoje, à obra inacabada até este ponto tão insignemente adiantada pelos que aqui combateram. Também, cumpre-nos, a nós aqui presentes, nos dedicarmos à importante tarefa que temos pela frente – que estes mortos veneráveis nos inspirem maior devoção à causa pela qual deram a última medida transbordante de devoção – de solenemente admitirmos que estes homens não morreram em vão, e que esta Nação, com a graça de Deus, venha gerar uma nova Liberdade. E que o Governo do povo, pelo povo e para o povo jamais desaparecerá da face da Terra. (Grifo meu).

4. Ou hibridização.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.annemini.com/?cat=104

http://www.fflch.usp.br/
dh/heros/pcastro/grecia/1975/04.htm

 

Fundo musical:

Prelude nº 9 (Johann Sebastian Bach)

Fonte:

http://www.karaokenet.com.br/karaoke2/midisclassicos.htm

 

Direitos autorais:

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