Fragmentos
do Livro de Urântia
(Parte XI)
Rodolfo
Domenico Pizzinga
Sólon,
Legislador de Atenas
(Merry-Joseph Blondel, 1781-1853)
O
Estado é uma evolução útil da civilização;
ele representa o ganho líquido que a sociedade retira das devastações
e dos sofrimentos das guerras. Até mesmo a arte política do
estadista é meramente uma técnica acumulada para ajustar a disputa
competitiva de forças entre as tribos e as nações em
luta. O Estado moderno
é a instituição que sobreviveu na longa luta pelo poder
grupal. O poder maior finalmente prevaleceu, e gerou uma criação
de fato – o Estado
– e, junto, o mito moral da obrigação absoluta de
o cidadão viver e morrer pelo Estado.
Mas o Estado
não tem uma gênese divina; nem mesmo é um produto da ação
humana volitiva intencional. É uma instituição puramente
evolucionária, e a sua origem foi totalmente automática.
A
Democracia, enquanto um ideal, é um produto da civilização,
não da evolução. Ide devagar! Escolhei com cuidado! Pois
os perigos da Democracia
são:
1. A glorificação da mediocridade.
2. A escolha de governantes vis e ignorantes.
3. O fracasso em reconhecer os fatos fundamentais da evolução
social.
4. O perigo do sufrágio universal nas mãos de maiorias pouco
instruídas e indolentes.
5. A escravidão à opinião pública; a maioria nem
sempre está certa.
Há
dez passos, ou estágios, na evolução de uma forma de
Governo representativo que seja prática e eficiente. Estes passos são:
1. A liberdade da pessoa. A escravidão, a servidão e
todas as formas de sujeição humana devem desaparecer.
2. A liberdade da mente. A menos que um povo livre esteja bem instruído
– preparado para pensar inteligentemente e para planejar com sabedoria
– a liberdade, em geral, causa mais mal do que bem.1
3. O âmbito da lei. A liberdade pode ser desfrutada apenas quando
as vontades e os caprichos dos governantes humanos são substituídos
pelos atos do legislativo, de acordo com a lei fundamental aceita.
4. A liberdade de discurso. Um Governo representativo é inconcebível
sem liberdade para todas as formas de expressão, para as aspirações
e as opiniões humanas.
5. A segurança da propriedade. Nenhum Governo pode resistir
muito, se deixar de proporcionar o direito ao desfrute da propriedade pessoal
de alguma forma. O homem anseia pelo direito de usar, controlar, dar, vender,
alugar e legar a sua propriedade pessoal.
6. O direito de petição. O Governo representativo assume
o compromisso de ouvir o que os cidadãos reivindicam e solicitam. O
privilégio de petição é inerente à cidadania
livre.
7. O direito de governar. Não é suficiente ser ouvido;
o poder de reivindicar deve progredir até à administração
factual do Governo.
8. O sufrágio universal. O Governo
representativo pressupõe um eleitorado inteligente, eficiente e universal.2
O caráter desse Governo será determinado sempre pelo caráter
e pelo calibre daqueles que o compõem. À medida que a civilização
progride, o sufrágio, ainda que permanecendo universal, para ambos
os sexos, deverá ser efetivamente modificado, reagrupado e diferenciado
de outros modos.
9. O controle dos servidores públicos. Nenhum Governo civil
será útil e eficiente, a menos que os cidadãos possuam
e façam uso de técnicas sábias para conduzir e controlar
os cargos e os funcionários.
10. Uma representação inteligente e treinada. A sobrevivência
da Democracia depende de um Governo representativo que tenha êxito;
e isto é condicionado à prática de eleger aos postos
públicos apenas indivíduos tecnicamente treinados, que sejam
intelectualmente competentes, socialmente leais e moralmente adequados. Apenas
com estas precauções pode o Governo do povo, pelo povo e para
o povo3
ser preservado.
O
Estado ideal funciona sob a força de três impulsos poderosos
coordenados: 1°) lealdade ao amor, que advém da realização
da irmandade humana; 2°)
patriotismo inteligente, baseado em ideais sábios; e 3°)
discernimento cósmico, interpretado em termos de fatos, de necessidades
e de metas planetárias.
O
'status' da civilização, em qualquer nível, é
fielmente retratado pelo calibre dos cidadãos que se apresentam voluntariamente
para aceitar as responsabilidades do Estado.
A Economia, a sociedade e o Governo
devem evoluir, se querem permanecer. As condições estáticas,
em um mundo evolucionário, indicam decadência; apenas perduram
aquelas instituições que se movem para a frente, junto com a
corrente evolucionária. O programa progressivo de uma civilização
em expansão abrange:
1. A preservação das liberdades individuais.
2. A proteção do lar.
3. A promoção da segurança econômica.
4. A prevenção das doenças.
5. A educação compulsória.
6. O emprego compulsório.
7. Uma utilização proveitosa do lazer.
8. Os cuidados pelos desventurados.
9. O aperfeiçoamento da raça.
10. A promoção da ciência e da arte.
11. A promoção da Filosofia – da Sabedoria.
12. A ampliação do discernimento cósmico – da espiritualidade.
O idealismo não poderá
sobreviver nunca, em um planeta em evolução, se os idealistas
de cada geração permitirem a si próprios ser exterminados
pelas ordens mais vis da Humanidade. E aqui está o grande teste do
idealismo: pode uma sociedade avançada manter aquela prontidão
militar que a torna protegida contra todos os ataques dos seus vizinhos, amantes
da guerra, sem cair na tentação de empregar esta força
militar em operações ofensivas contra outros povos, com propósitos
de ganho egoísta ou de engrandecimento nacional? A sobrevivência
nacional demanda a prontidão, e só o idealismo espiritual pode
impedir que a prontidão seja prostituída pela sua transformação,
em agressão. Apenas o amor e a irmandade podem impedir que os fortes
oprimam os fracos.
A
Economia atual, motivada pelos lucros, está condenada, a menos que
a motivação do lucro possa ser acrescida da motivação
de servir. A competição impiedosa, baseada em interesses egoístas
e de horizontes estreitos, é terminantemente destrutiva, até
mesmo daquelas coisas que busca manter. A motivação exclusiva
do lucro individualista é incompatível com os ideais cristãos
– e mais incompatível ainda com os ensinamentos de Jesus, o Cristo...
Os urantianos devem ter a visão de uma nova sociedade cultural bem
mais elevada. A educação saltará para novos níveis
de valor, quando ultrapassar o sistema da Economia baseado puramente na motivação
do lucro. A educação tem sido, por muito tempo, regionalista,
militarista, exaltadora do ego e buscadora do sucesso; ela deve finalmente
ser aberta para o mundo, tornar-se idealista, auto-realizadora e abrangente
do ponto de vista cósmico.
Em
um Estado ideal, a educação continua durante a vida e, algumas
vezes, a Filosofia torna-se a principal busca dos seus cidadãos. Os
cidadãos do Estado ideal
buscam a Sabedoria
como uma ampliação do seu discernimento dos significados nas
relações humanas, das significações da realidade,
da nobreza dos valores, das metas da vida e das glórias do destino
cósmico.
A
educação é a ocupação maior
da vida. Deve continuar durante toda a vida e de um modo tal que a Humanidade
possa gradualmente experimentar os níveis ascendentes da sabedoria
mortal, que são: conhecimento das coisas, compreensão dos significados
e apreciação dos valores.
A
evolução do Estado requer progresso, de nível
para nível, do seguinte modo:
1. criação de um Governo tríplice com as ramificações
de um poder executivo, de um legislativo e de um judiciário.
2. liberdade para as atividades sociais, políticas e religiosas.
3.
abolição de todas as formas de escravidão e de servidão
humanas.
4. capacidade dos cidadãos de controlar a arrecadação
de impostos.
5. estabelecimento da educação universal – o aprendizado,
abrangendo do berço ao túmulo.
6. ajustamento entre o Governo local e o Governo nacional.
7. estímulo à ciência e ao controle das doenças.
8. devido reconhecimento da igualdade dos sexos e do funcionamento coordenado
de homens e mulheres no lar, na escola e na igreja; e com o serviço
especializado das mulheres, na indústria e no Governo.
9. eliminação da escravidão do trabalho, por meio da
invenção da máquina e pela subseqüente mestria sobre
a idade da máquina.
10. conquista dos dialetos – o triunfo de uma língua universal.
11. fim da guerra – o julgamento internacional das diferenças
nacionais e raciais, por intermédio das cortes continentais das nações,
a que presidirá um supremo tribunal planetário, automaticamente
recrutado, dos chefes que, periodicamente, se aposentam nas cortes continentais.
As cortes continentais têm autoridade executiva; a corte mundial é
consultivo-moral.
12. tendência mundial da busca da Sabedoria – a exaltação
da Filosofia. A evolução de uma Religião Mundial será
o indício da entrada do planeta nas fases iniciais do seu estabelecimento
em LLuz e Vida.
O
nosso universo não foi criado na perfeição. A perfeição
é a nossa meta eterna, não a nossa origem.
No
universo em evolução, de perfeição relativa e
de imperfeição, devemos nos rejubilar de que sejam possíveis
o desacordo e o desentendimento, pois são as evidências do fato
e do ato da personalidade no universo. E, se a nossa criação
é uma existência dominada pela personalidade, nós podemos
estar seguros das possibilidades da sobrevivência da personalidade,
do seu avanço e da sua realização; podemos estar confiantes
no crescimento da personalidade, na experiência e na aventura da personalidade.
Quão glorioso é este universo, que é pessoal e que é
progressivo, e não meramente mecânico, nem mesmo passivamente
perfeito!
É
o povo que faz uma civilização; a civilização
não faz o povo.
A
Ásia é o berço da raça humana. Foi em uma península
do sul desse continente, que agora é o Afeganistão, que foi
fundado um centro primitivo de cultura, que subsistiu por mais de meio milhão
de anos.
A
evolução pode ser retardada, mas não pode ser detida.
A
civilização, agora se desenvolvendo em Urântia, nasceu
e se baseou nos fatores seguintes: 1°) Circunstâncias naturais.
A Natureza e a extensão da civilização material é,
em grande medida, determinada pelos recursos naturais disponíveis.
O clima, as condições meteorológicas e as numerosas condições
físicas são fatores na evolução da cultura; 2°)
Bens capitais. A cultura nunca se desenvolve sob condições
de pobreza; o lazer é essencial ao progresso da civilização.
O caráter individual, de valor moral e espiritual, pode ser adquirido
na ausência da riqueza material, mas uma civilização cultural
apenas deriva das condições de prosperidade material que fomentam
o lazer combinando-o com a ambição; 3°)
Conhecimento científico. Os aspectos
materiais da civilização devem sempre aguardar a acumulação
de dados científicos. Depois da descoberta do arco, da flecha e da
utilização da força animal, muito tempo passou até
que o homem aprendesse a aproveitar o vento e a água, vindo em seguida
o emprego do vapor e da eletricidade. Lentamente, contudo, as ferramentas
da civilização se aprimoraram. A tecelagem, a cerâmica,
a domesticação dos animais e a metalurgia foram seguidas pela
idade da escrita e da imprensa; 4°)
Recursos humanos. A força de trabalho do homem é
indispensável à disseminação da civilização.
Em condições de igualdade, um povo numeroso dominará
a civilização de uma raça menos numerosa. E daí,
uma nação que fracassa no crescimento da sua população
impede, até certo ponto, a plena realização do destino
nacional, mas há um ponto a partir do qual um crescimento maior da
população se torna suicida. A multiplicação até
números além da proporção ótima homem-terra
normal tem de significar ou um rebaixamento nos padrões de vida ou
uma expansão imediata das fronteiras territoriais, por meio da penetração
pacífica, da conquista militar ou da ocupação forçada;
5°)
Eficácia dos recursos materiais. Muitas coisas dependem
da sabedoria na utilização dos recursos naturais, do conhecimento
científico, dos bens de capital e dos potenciais humanos. O fator principal
na civilização primitiva foi a força exercida pelos senhores
sociais sábios; o homem primitivo tinha a civilização
literalmente imposta a ele pelos seus contemporâneos superiores. As
minorias bem organizadas e superiores têm governado amplamente este
mundo. O poder da força não gera o direito, mas a força
gera tudo o que tem acontecido, e,
na história,
tudo o que é. Só recentemente Urântia alcançou
o ponto em que a sociedade está disposta a debater a ética do
poder e do direito; 6°)
Eficácia do idioma. A disseminação da civilização
deve resultar da língua. As línguas vivas e em crescimento asseguram
a expansão do pensamento e do planejamento civilizados. Durante as
idades iniciais, avanços importantes foram feitos na língua.
Hoje, há uma grande necessidade de maiores desenvolvimentos lingüísticos
para facilitar a expressão do pensamento que evolui; 7°)
Eficácia dos equipamentos mecânicos. O progresso da civilização
está relacionado diretamente ao desenvolvimento e à posse de
equipamentos, máquinas e canais de distribuição. Os equipamentos
aperfeiçoados e as máquinas engenhosas e eficientes determinam
a sobrevivência dos grupos que competem na arena da civilização
em avanço; 8°)
Caráter da vanguarda que porta o archote. A herança social
capacita o homem a ficar de pé nos ombros de todos aqueles que o precederam
e que contribuíram com algo para a soma da cultura e do conhecimento.
Nesta tarefa de passar o archote cultural para a próxima geração,
o lar será sempre a instituição básica. Em seguida,
vêm a vida social e os jogos, com a escola vindo por último,
sendo igualmente indispensável, entretanto, em uma sociedade complexa
e altamente organizada; 9°)
Ideais raciais. Os ideais de uma geração esculpem os
canais do destino da posteridade imediata. A qualidade da vanguarda social,
porta-archotes, determinará se a civilização irá
para a frente ou se para trás. Os lares, as igrejas e as escolas de
uma geração predeterminam a tendência do caráter
da geração subseqüente. O impulso moral e espiritual de
uma raça, ou de uma nação, determina amplamente a velocidade
cultural desta civilização; 10°)
Coordenação dos especialistas. A civilização
tem avançado enormemente devido a uma divisão inicial do trabalho
e devido ao seu posterior corolário, o da especialização.
A civilização agora depende da coordenação eficaz
dos especialistas. À medida que a sociedade se expande, deve ser encontrado
algum método de reagrupar os vários especialistas; 11°)
Mecanismos para encontrar os empregos. A próxima idade,
do desenvolvimento social, estará incorporada a uma cooperatividade
e a uma coordenação melhores e mais efetivas da especialização
sempre crescente e em expansão. E como o trabalho se diversifica cada
vez mais, algumas técnicas para encaminhar os indivíduos ao
emprego adequado devem ser delineadas. O maquinário não é
a única causa do desemprego em meio aos povos civilizados de Urântia.
A complexidade econômica e o aumento constante da especialização
industrial e profissional aumentam os problemas de colocação
do trabalhador; 12°)
Disposição de cooperar. Um dos grandes obstáculos
ao progresso da sociedade humana é o conflito entre os interesses e
o bem-estar dos grupos humanos maiores e mais socializados e o das associações
humanas menores, de mente opositora e associal, para não mencionar
os indivíduos isolados e de mentalidade anti-social. Nenhuma civilização
nacional perdura, a menos que os seus métodos educacionais e os seus
ideais religiosos inspirem um tipo elevado de patriotismo inteligente e de
devoção nacional. Sem esta espécie de patriotismo inteligente
e de solidariedade cultural, todas as nações tendem a se desintegrar
devido aos ciúmes provincianos e aos interesses egoístas locais.
Para que a civilização mundial seja mantida, depende-se de que
os seres humanos aprendam a viver juntos, em paz e fraternidade. Sem uma coordenação
eficiente, a civilização industrial fica submetida às
ameaças dos perigos da ultra-especialização: a monotonia,
a limitação e a propensão para a provocação
de desconfiança e de ciúme; 13°)
Liderança eficiente e sábia. Na civilização,
muito, muitíssimo mesmo, depende de um espírito entusiasta e
que constitua uma liderança poderosa. Dez homens são de pouco
mais valia do que um só para levantar um grande peso, a menos que eles
o levantem juntos – todos ao mesmo tempo. E tal trabalho de equipe –
a cooperação social – depende de uma liderança.
As civilizações culturais do passado e do presente têm-se
baseado na cooperação inteligente dos cidadãos para com
líderes sábios e progressistas; e até que o homem evolua
até níveis mais elevados, a civilização continuará
a depender de uma liderança sábia e vigorosa; 14°)
Mudanças sociais. A sociedade não é uma instituição
divina; é um fenômeno da evolução progressiva.
E o progresso da civilização é sempre retardado quando
os seus líderes são lentos em fazer as mudanças na organização
social, mudanças
que são
essenciais para que
seja acompanhado o ritmo dos desenvolvimentos científicos da época.
Por tudo isto, as coisas não devem ser desprezadas apenas porque sejam
velhas, nem uma idéia deveria ser incondicionalmente adotada apenas
porque é original e nova; e 15°)
Prevenção do colapso na transição. A sociedade
é fruto de idades após idades de tentativa e de erro; é
aquilo que sobreviveu aos ajustes e reajustes seletivos, nos estágios
sucessivos da longa elevação da Humanidade, desde os níveis
animais até os níveis humanos, em todo o Planeta. O grande perigo
para qualquer civilização – em qualquer momento –
é a ameaça de colapso, durante a época de transição
dos métodos estabelecidos do passado para os procedimentos novos e
melhores do futuro, os quais, todavia, não estão ainda testados.
A liderança é vital para o progresso. A sabedoria, o discernimento
interior e a previsão são indispensáveis para que as
nações perdurem. A civilização só está
realmente em perigo quando a liderança capaz começa a desaparecer.
E a quantidade dessa liderança sábia nunca excedeu a um por
cento da população... Agora, todavia, a sociedade humana está
saltando para a frente sob a força do 'momentum' acumulado de todas
as idades pelas quais a civilização tem lutado.
Há
muito, a religião tem sido uma barreira efetiva contra a exogamia;
muitos ensinamentos religiosos têm proscrito o casamento fora da fé.
Geralmente, a
mulher tem
favorecido a prática da endogamia; o homem, a da exogamia... Seja como
for, hoje, não há raças puras no mundo. Os povos evolucionários
primitivos e originais de cor têm apenas duas raças representativas
que perduram neste mundo: o homem amarelo e o homem negro. E, mesmo estas
duas raças estão muito misturadas aos extintos povos de cor.
Por outro lado, ao mesmo tempo em que a chamada raça branca predominantemente
descende do antigo
homem azul, ela é mais ou menos misturada com todas as outras raças,
tanto quanto o é o homem vermelho das Américas... A combinação
das raças contribui grandemente para o surgimento súbito de
novas características; e, se tal hibridação4
advém da união de linhagens superiores, então, estas
novas características também terão traços superiores...
Enquanto as raças atuais estiverem tão sobrecarregadas de linhagens
inferiores e degeneradas, a mesclagem das raças, em uma escala ampla,
há de ser altamente prejudicial; mas a maior parte das objeções
a tais experimentos repousa nos preconceitos sociais e culturais mais do que
em análises biológicas. Mesmo entre as linhagens inferiores,
os híbridos geralmente representam um aperfeiçoamento dos seus
ancestrais. A hibridação colabora para o aprimoramento das raças,
devido ao papel dos genes dominantes. A mesclagem inter-racial aumenta a probabilidade
de que um número maior dos genes dominantes desejáveis esteja
presente no resultado híbrido... Afinal, o verdadeiro perigo para a
espécie humana deverá estar na multiplicação sem
restrições das linhagens inferiores e degeneradas dos vários
povos civilizados, mais do que qualquer perigo suposto, preconceituoso e retrógrado
advindo de misturas raciais em si.
O
sexo tem sido um civilizador não reconhecido e insuspeito, pois o impulso
do sexual, automática e inequivocamente, obriga o homem a pensar e,
finalmente, leva-o a amar.
Em
qualquer religião, o simbolismo pode ser bom ou mau, na mesma medida
em que o símbolo substitui ou não a idéia original adorada.
E o simbolismo não deve ser confundido com a idolatria direta, na qual
o objeto material é direta e factualmente adorado.
Quando
o impulso da adoração está disciplinado e é dirigido
pela Sabedoria – o pensamento meditativo e interiormente experiencial
– então o ser-no-mundo começa a desenvolver 'in Corde'
a Verdadeira Religião, fazendo que se afaste da adoração
da Natureza e dos objetos naturais, para se voltar exclusivamente para o Deus
de seu Coração.
A morte sempre foi (e continua sendo)
o choque supremo para o homem em evolução, ou seja, a combinação
mais desconcertante de acaso e de mistério. Assim, não era a
santidade da vida (e continua não
sendo) que sempre fomentou efetivamente
a religião, mas, sim, muito freqüentemente
o impacto da morte inspirado pelo medo do desconhecido.
A
evolução pode ser lenta, mas é infalivelmente
e inexoravelmente eficiente e eficaz.
Continua...
______
Notas:
1.
Aqui, muito, muito cuidado! Entre outros, este é o raciocínio
justificador que dá origem às ditaduras e aos Governos despóticos.
E esta coisa de que o povão não está preparado para votar
é uma imbecilidade hipotética. Como alguém poderá
se preparar para o que quer que seja, se não errar, se não treinar?
Por exemplo: para alguém se tornar um cirurgião, teve que fazer
sua primeira operação. Seja como for, hoje, um dos maiores perigos
para a Democracia é o veículo que mais deveria promovê-la:
a televisão.
2.
O
Governo
representativo pressupõe um eleitorado inteligente, eficiente e universal?
Ora, aqui discordo frontalmente desta posição. Primeiro: mais
do que simples inteligência (o que é inteligência?)
deverá haver sensibilidade intuitiva. Na história da Humanidade,
razão e inteligência nunca foram requisitos sempre e indiscutivelmente
confiáveis. Por exemplo: antes de o senhor George Walker Bush ser
eleito, eu pressenti que ele haveria de ser, como foi, o pior presidente americano
de todos os tempos. Quanto ao senhor Barack Hussein Obama II, eu nunca tive
a menor dúvida de que ele seria eleito o 44º Presidente dos Estados
Unidos da América. E, no Brasil, eu pressagiei que o Governo do senhor
Fernando Affonso Collor de Mello, independentemente dos motivos que levariam
ao seu impeachment,
não daria certo. Como não deu. Mas, como sensibilidade
intuitiva não se
compra em supermercado, então, se e quando a cultura –
as crenças, os comportamentos, os valores, as instituições
e as regras morais que permeiam e identificam uma sociedade – melhorar,
for aperfeiçoada e se livrar de todo e qualquer preconceito, talvez
as escolhas possam se tornar mais concertadas. Não poderá haver
verdadeira liberdade (de escolha) sem cultura. Do Livro de Urântia,
retirei este fragmento: O
Estado duradouro é fundamentado na cultura, dominado pelos ideais e
motivado pelo serviço. O propósito da educação
deve ser adquirir habilidade, buscar a sabedoria, realizar a individualidade
e alcançar os valores espirituais. Segundo: não
adianta nada algo ser eficiente se não for eficaz. Terceiro: o
direito ao sufrágio precisa ser e
deve ser universal
em uma Democracia; mas o conjunto de pessoas que têm o Privilégio
de manifestar este direito jamais poderá ser universal. Os encarcerados,
os exilados e quem apresenta debilidade mental, por exemplo, não podem
sufragar.
3.
Discurso de Gettysburg proferido pelo 16° Presidente dos Estados Unidos
da América – Abraham Lincoln (12 de fevereiro de 1809 –15
de abril de 1865) – em 19 de novembro de 1863, no Cemitério Militar
de Gettysburg: Há
87 anos, os nossos pais deram origem neste continente a uma nova Nação,
concebida na Liberdade e consagrada ao princípio de que todos os homens
nascem iguais. Encontramo-nos
atualmente empenhados em uma grande guerra civil, pondo à prova se
esta Nação – ou qualquer outra Nação assim
concebida e consagrada –
poderá perdurar. Eis-nos em um grande
campo de batalha desta guerra. Eis-nos reunidos para dedicar uma parte deste
campo ao derradeiro repouso daqueles que, aqui, deram a sua vida para que
esta Nação possa sobreviver. É perfeitamente conveniente
e justo que o façamos. Mas, numa visão mais ampla, não
podemos dedicar, não podemos consagrar, não podemos santificar
este local. Os valentes homens, vivos e mortos, que aqui combateram já
o consagraram, muito além do que nós jamais poderíamos
acrescentar ou diminuir com os nossos fracos poderes. O mundo muito pouco
atentará e muito pouco recordará o que aqui dissermos, mas não
poderá jamais esquecer o que eles aqui fizeram. Cumpre-nos, antes,
a nós os vivos, nos dedicarmos, hoje, à obra inacabada até
este ponto tão insignemente adiantada pelos que aqui combateram. Também,
cumpre-nos, a nós aqui presentes, nos dedicarmos à importante
tarefa que temos pela frente – que estes mortos veneráveis nos
inspirem maior devoção à causa pela qual deram a última
medida transbordante de devoção – de solenemente admitirmos
que estes homens não morreram em vão, e que esta Nação,
com a graça de Deus, venha gerar uma nova Liberdade. E que o Governo
do povo, pelo povo e para o povo jamais desaparecerá da face da
Terra.
(Grifo meu).
4.
Ou hibridização.
Páginas
da Internet consultadas:
http://www.annemini.com/?cat=104
http://www.fflch.usp.br/
dh/heros/pcastro/grecia/1975/04.htm
Fundo
musical:
Prelude
nº 9 (Johann Sebastian Bach)
Fonte:
http://www.karaokenet.com.br/karaoke2/midisclassicos.htm
Direitos
autorais:
As
animações, as fotografias digitais e as mídias digitais
que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente
a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos
de copyright
são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem
me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se
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