Recentemente,
em 20 de maio de 2.010, recebi de C. A. Marcier, a quem agradeço,
um e-mail contendo um arquivo Portable Document Format
do Livro de Urântia, que, entre 1928 e 1934, se diz ter sido
entregue a um grupo de setenta pessoas, em Chicago, Illinois.
O
Livro de Urântia é uma obra literária composta
por 197 documentos escritos em inglês arcaico. Foi traduzida para
diversos idiomas, inclusive para o português, e tem servido como base
teológico-ideológica de alguns movimentos religiosos e filosóficos.
Em
uma parte do Livro de Urântia, está escrito: Estes
trinta e um documentos, que descrevem a natureza da Deidade, a realidade
do Paraíso, a organização e o funcionamento do Universo
Central e dos superuniversos, as personalidades do Grande Universo e o alto
destino dos mortais evolucionários, foram auspiciados, formulados
e colocados em inglês por uma alta comissão constituída
por vinte e quatro administradores de Orvônton, todos
atuando de acordo
com um mandato emitido pelos Anciães dos Dias de Uversa, que especifica
que deveríamos fazer isto em Urântia, 606 de Satânia,
em Norlatiadeque de Nébadon, no ano de 1934 d.C.
A
obra faz referência ao fato de ter sido compilada por um corpo de
seres supra-humanos das mais diversas Ordens, e fornece uma surpreendente
perspectiva das origens, da história e do destino dos seres-no-mundo,
constituindo-se, segundo seus desconhecidos autores, de uma nova e mais
recente revelação educativa para a Humanidade.
A
identidade dos autores materiais do livro é desconhecida e nunca
foi reclamada, existindo, por este motivo, muitas especulações
a respeito da sua edição e da sua autenticidade. O próprio
livro explica e admite que assim foi produzido para que nenhum ser humano
possa ser proclamado profeta ou, de alguma forma, admirado por tal obra
literária.
Embora
seja uma fonte de inspiração e de conhecimento para muitos
líderes religiosos e instituições estabelecidas, religiosas
ou não, não surgiu, até hoje, uma religião formal
de seus ensinamentos. Grupos de estudo, fundações e sociedades
continuam despontando, pois o livro inspira debates e investigações
em todos aqueles que tomam conhecimento de seu conteúdo. O próprio
livro aconselha a que não seja instituída uma religião
com base no seu conteúdo, advertindo que uma religião, qualquer
que seja e se for o caso, deve ser pessoal.
Uma
rápida consideração acerca do Livro de Urântia
é que os 197 documentos que compõem a obra, escritos, como
aludido acima, em inglês arcaico, são designados como a Quinta
Revelação Epocal para nosso Planeta – Urântia.
Na introdução da obra, há a seguinte explicação:
O
vosso mundo, Urântia, é um entre muitos planetas similares
habitados, que compreendem o universo local de Nebadon. Este universo, juntamente
com criações semelhantes, constitui o superuniverso de Orvonton,
de cuja capital, Uversa, provém a nossa comissão. Orvonton
é um dos sete superuniversos evolucionários, do tempo e do
espaço, que circundam a criação de perfeição
divina, sem princípio nem fim: o universo central de Havona. No coração
deste universo central e eterno está a Ilha do Paraíso, sempre
imóvel – centro geográfico da infinitude e morada do
Deus eterno.
As
cinco Revelações epocais são:
1ª
Revelação: Dalamatia (há 500.000 anos).
2ª
Revelação: Adão e Eva (há 37.848 anos).
3ª
Revelação: Melquisedeque (em 1980 a.C.).
4ª
Revelação: Jesus (7 a.C.)
5ª
Revelação: Livro de Urântia (entre 1928 e 1934
d.C.).
Como
a obra é gigantesca (possui 2.097 páginas; o arquivo em .pdf
do Livro de Urântia que recebi tem 6.004 kb) e não sei
se todos a conhecem, resolvi, à medida que fui lendo, garimpar alguns
fragmentos (ligeiramente editados, quando considerei necessário, para
que haja um melhor entendimento da mensagem, pois a obra foi escrita em estilo
circular, ainda que esta sistemática circularidade tenda sempre para
apresentar conclusões) para serem divulgados, e que, talvez, possam
se constituir em mais um auxílio reflexivo para todos nós em
nossa Peregrinação libertadora rumo à Santa e Eterna
LLuz.
Mas, como sempre advirto, o melhor é ler o livro – isto é,
ler o original, que existe traduzido para o português – pois,
particularmente neste estudo, que acabou se tornando bastante limitado, não
sei se os fragmentos que selecionei são os mais importantes ou os mais
adequados para todos. Nas edições de alguns fragmentos –
que, conforme afirmei, considerei necessário fazer para facilitar o
entendimento do leitor – o conteúdo da obra não foi, de
nenhuma forma e em nenhum aspecto, adulterado, ainda que, por exemplo, em
certas passagens, eu tenha preferido usar a expressão heideggeriana
ser-no-mundo, e, quando coube, Deus de meu (seu) Coração.
Penso que isto seria escusado dizer, mas...
Previno
e tenho que reconhecer, todavia, que esta monumental obra – tal qual,
por exemplo, a Doutrina Secreta, de Madame Blavatsky, também
monumental – é extremamente difícil de ser apreendida
em sua intestinidade, pois, como está admitido no próprio Livro
de Urântia, é, por exemplo, impossível de ser concertadamente
transmitida a linguagem dos conceitos de Divindade e de eternidade por meio
dos símbolos de uma língua e com os conceitos finitos e limitados
da mente mortal, ainda que, nesta mesma mente mortal, humana, resida um fragmento-lembrança
de Deus (in Corde),
e que, na personalidade-alma humana permaneça o Espírito da
(inalcançável in
totum) Verdade, e ainda que, também, todas as forças
espirituais conspirem no sentido de tornar os seres-no-mundo capazes
de captar a atualidade dos valores espirituais e de compreender a filosofia
dos significados do Universo, rumo à Liberdade (relativa) e à
realização consciente do Deus de cada Coração.
Não esqueçamos, porém, que, em uma espécie de
via não-panteísta de mão e contramão, Homo
est Deus tanto quanto Deus
Homo est, que, em outras palavras,
está admitido em uma passagem do próprio Livro de Urântia:
Nós adoramos a Deus, primeiro porque Ele é; e, então,
porque Ele é em nós; e, definitiva e finalmente, porque nós
somos Nele. Mas o esforço
de compreensão-libertação depende só de nós
– do ainda Homo que, por muito trabalho e mérito,
se transmutará em Deus.
Seja como for, é preciso muito fôlego e paciência redobrada
para desenredar o Livro de Urântia. Eu, que tenho fôlego
de sete gatosJó e
paciência de Jósete gatos,
muitas coisas não entendi. Fazer o quê? Desistir? Jamais! Quanto
a tudo isto, meu primeiro lema é: morro, mas não desisto! Meu
segundo lema é: divulgar tudo que puder ser divulgado. Já as
minhas loucuras excepcionais, que possam fazer endoidecer, guardo só
para mim.
Comecei
este estudo no dia 20 de maio de 2.010. O estudo foi concluído em 15
de junho de 2010, às 3 h 07 min.
Página
da Internet consultada:
http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Livro_de_Ur%C3%A2ntia
Fundo
musical:
Prelude nº 9 (Johann Sebastian Bach)
Fonte:
http://www.karaokenet.com.br/karaoke2/midisclassicos.htm