Rodolfo Domenico Pizzinga
&
Miguel Torga1

 

 

 

Este soneto é uma séria brincadeira (ou uma brincadeira séria) que escrevi em parceria com o poeta, ficcionista e ensaísta Miguel Torga (Trás-os-Montes, 1907–Coimbra, 1995). Por isso, esteja onde estiver, ele é co-autor no poema, o que é uma furtada honra para mim. Obrigado Miguel.

 

Miguel Torga
Miguel Torga

 

 

Uma força que não a razão2

A queimar o que resta da inocência3

Da minha exausta e dolorosa consciência.4

 

 

Nenhum tormento mais, nenhuma imagem.5

Eu estou pronto para a Viagem.6

Foi vencida a dolente indolência!

 

 

O Lázaro sou eu aqui sentado7

— A LLuz a me mostrar a face pecadora;8

Lázaro já de pé, não mais deitado,

A viver uma Nova Vida encantadora.

 

 

LLuz-Liberdade gloriosa, enfim,

Acabastes por matar a minha fome!

Ó LLuz-Liberdade! Sempre estivestes em mim!

Santificado seja o Vosso Nome.9

 

 

 

 

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Notas

1. De seu nome completo Adolfo Correia da Rocha, adotou o pseudônimo de Miguel Torga porque: Eu sou quem sou. Torga é uma planta transmontana, urze campestre, cor de vinho, com as raízes muito agarradas e duras, metidas entre as rochas. Assim como eu sou duro e tenho raízes em rochas duras, rígidas, Miguel Torga é um nome ibérico, característico da nossa Península...

2. Fronteira, Miguel Torga.

3. Amor, Miguel Torga.

4. Amor, Miguel Torga.

5. A Morte, Miguel Torga.

6. A Morte, Miguel Torga.

7. O Lázaro, Miguel Torga.

8. Segunda Lamentação, Miguel Torga.

9. Liberdade, Miguel Torga. (— Liberdade, que estais em mim,/Santificado seja o vosso nome.)

 

Música de fundo:
A Casa (Toquinho e Vinicius)

Fonte:
http://www.cifrantiga.hpg.ig.com.br/Crono3/midis.htm

 

Websites Consultados

http://www.bragancanet.pt/filustres/torga.html

http://www.vidaslusofonas.pt/miguel_torga.htm