2006: LÍBANO

 

 

Por que não é assim?

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Recebi o e-mail abaixo, repasso e comento ao final.

 

----- Original Message -----
From: Suad Moussallem
To: ____________
Sent: Tuesday, August 01, 2006 10:14 AM
Subject: Pedido de Paz

 


Sou libanesa de nascimento e vivo no Brasil há mais de 40 anos. Semelhante às outras vezes nas quais o Líbano foi praça de guerra, assisto à destruição da minha Terra e da minha gente com o coração impregnado de tristeza, a mente tentando encontrar uma explicação que justifique, os olhos sem querer ver tamanha dor e tamanho sofrimento e um terrível sentimento de impotência.

Quando terminou a guerra civil libanesa, que durou praticamente 20 anos e esgotou tanto os recursos materiais quanto o ânimo dos libaneses, pensei: Graças a Deus! Acho que nunca mais vão querer participar de qualquer guerra, por mais grave que seja o motivo e/ou a agressão.

Feliz, assisti à reconstrução do Líbano num trabalho admirável liderado por Hariri (assassinado recentemente). O que antes era um amontoado de escombros transformou-se em lindas construções, praças, avenidas, viadutos e pontes. Um novo e moderno aeroporto para recepcionar os mais de um milhão de turistas que todos os anos invadem pacífica e alegremente esse País nos meses do verão libanês (junho, julho e agosto), para visitar os familiares, para conhecer uma das mais antigas culturas do mundo e para deleitar os olhos com a fantástica natureza que mistura praias de águas verdes e cristalinas a montanhas altíssimas e planícies verdejantes plantadas de fruteiras e grãos. Tudo isso em uma pequenina faixa de terra de 10.500 km², aproximadamente ¼ do território do Estado do Espírito Santo, um dos menores do Brasil. Quem visita o Líbano quer sempre voltar porque encontra lá, além de tudo isso, algo muito raro e precioso nos dias de hoje: acolhimento humano, carinho, hospitalidade, alegria e disponibilidade para tornar a sua estada no País a mais feliz. A satisfação do visitante, independentemente de quem seja, parente ou não, enche o coração do libanês de orgulho e alegria.

Para essa temporada de verão que começou em Junho (coincidência... junto com os bombardeios...) estavam sendo esperadas um milhão e setecentas mil pessoas, cujas passagens aéreas já tinham sido compradas e suas vagas de hotel reservadas. Para um País que tem apenas três milhões e oitocentos mil habitantes fixos, cuja maior fonte de renda é o turismo, é fácil perceber a importância dessa legião de turistas para a sua economia.

Infelizmente, porém, o que chegou do céu para o Líbano, nessa temporada, não foram os aviões abarrotados de turistas, para quem eles exibiriam orgulhosos o seu País totalmente reconstruído e lindo, mas muitas bombas com um enorme poder de destruição. Essas conseguiram, em 18 dias, arrasar praticamente tudo que foi feito durante anos e matar, até agora, mais de seiscentos libaneses, em sua absoluta maioria crianças, velhos, mulheres e homens pacíficos, sem qualquer poder de decisão nas políticas adotadas por qualquer país. Pessoas comuns como eu e você.

O mais grave, porém, é que nada nem ninguém, nem os pedidos de líderes de nações e da ONU, nem manifestações populares em muitas partes do mundo, nem o fato desse massacre do indefeso povo libanês estar sendo comparado ao feito por Hitler aos judeus, ciganos e outros povos na Segunda Grande Guerra, nem os sentimentos de revolta e rejeição a Israel que isso vem despertando em milhões de pessoas no mundo inteiro, ao assistirem pela TV os horrores dessa carnificina, conseguiu sensibilizar o governo de Israel no sentido de cessar o bombardeio e sentar à mesa de negociações. O Primeiro-ministro israelense, ao conceder uma entrevista ontem aos meios de comunicação trazia no seu semblante uma imagem de absoluta tranqüilidade e até uma certa descontração (satisfação?!) e declarou que só vai parar quando ganhar a guerra.

Ganhar de quem? Qual guerra? O povo libanês não declarou guerra a Israel. Quem está sendo morto e bombardeado é o povo libanês, que não tem como se defender da agressão, pois não tem armas nem é um exército. É o mesmo que um adulto saudável lutar contra uma criança desarmada. Tenho até medo de pensar nisso, mas tudo me leva a crer que, para ele, ganhar a "guerra" só pode significar, simplesmente, dizimar todo esse povo.

Seguindo aquela filosofia de cada um fazer a sua parte e após ter participado de passeatas e atos públicos em prol da paz, decidi escrever esta mensagem e enviá-la a todos de quem tenho o e-mail, conhecidos ou não, para que os que forem favoráveis à paz repassem a seus contatos, quaisquer que sejam, pessoas de qualquer cor, raça ou nacionalidade, inclusive, ou principalmente, israelenses (porque acredito piamente que a ação dos líderes muitas vezes é o inverso do desejo do povo) para formarmos um exército de pacifistas clamando pelo fim dessa desumanidade inevitavelmente exibida pela mídia em forma de espetáculo de horror.

Se você também está com o estômago embrulhado e considera justo e necessário o imediato cessar fogo e a volta da paz no Líbano, encaminhe essa mensagem na íntegra para seus contatos e mande um e-mail para a embaixada de Israel com cópia para:

paxnomundo@gmail.com

O objetivo da cópia é termos uma idéia de quantos somos, os que estão convictos de que a violência de uma guerra ou a força do ódio são incapazes de gerar soluções positivas e duradouras e sim mais e mais problemas; que somente a tolerância, assim como a convivência e a aceitação dos diferentes, pode trazer a paz para a Humanidade.

Paz para Todos! Suad Moussallem

 

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Modelo de e-mail para a embaixada de Israel:

Parem o massacre do povo libanês.

Nada justifica esse genocídio.

E-mail da Embaixada israelense em Brasília:

consulardept@brasilia.mfa.gov.il

 

 

 

Meu Comentário

 

 

 

 

Fundo musical:

Fantasia Árabe

Fonte:

http://www.classicalguitarmidi.com/s-z.html