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Nota:
1. Na
realidade, é bem provável que eu esteja enganado quanto a
ter sido o Hino da França o primeiro que aprendi. Não sei!
Mas fiz todo o meu curso primário no Curso Infantil, na Travessa
Santa Leocádia, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Mas, o que tenho
certeza é que a segunda língua do colégio era o francês
(cantava-se La Marseillaise, após o Hino Nacional Brasileiro,
todas as quartas-feiras, que era o dia de ensaio da bandinha do
colégio). E por que era assim? Porque este excelente colégio
(tanto no aspecto escolar quanto no de formação moral) funcionava
em um casarão de três andares, bem no meio da ladeira da Travessa
Santa Leocádia, e era dirigido, com mão de ferro e com muita
competência, pela Dona Eva Levy, que era francesa. Terminado o primário,
os alunos não tinham qualquer dificuldade em ingressar no admissão
dos grandes colégios da época. Lá, no Curso Infantil,
professora não era chamada de tia, e duas das professoras que eu
tive e das quais me lembro até hoje foram a Dona América e
a Dona Maria José (a Mademoiselle). Bem, naquela época
era comum, no final do ano, haver uma grande festa, na qual os melhores
alunos eram premiados com medalhas. Meio nostálgico, mas sem qualquer
vaidade, eu me lembro que, lá em um determinado ano, eu ganhei uma
medalha por ter passado de ano com a melhor nota em francês entre
todos os alunos do colégio. Isto, na realidade, não é
propriamente uma vantagem. Há um duplo motivo para este episódio:
1º) sempre gostei muito de francês; e 2º) todos nós
nos cagávamos de medo da Dona Eva, que era uma senhora severíssima.
Mas foi bom. Toda a base moral que hoje me sustenta veio do que aprendi
no Curso Infantil e do que me ensinou a minha mãe. Minha eterna gratidão
à minha querida mãe, à Dona Eva e às quatro
excelentes professoras que tive no primário, que, por seu turno,
tiveram que ter uma superlativa paciência comigo, pois eu era tremendo.
Bem, aí embaixo é uma fotografia de uma festa junina da minha
turma em mil novecentos e lá se vão mais de cinqüenta
anos de muita fumaça. Fizemos juntos os quatro anos do primário
e também a Primeira Comunhão; depois, cada um seguiu seu caminho.
Eu, claro, sou o garoto da seta, e alguns dos meus coleguinhas eram a Lizzie
Murtinho, o Tito Henrique, a Cordélia, o Luiz Sérgio, a Elizabeth,
o Edmundo, a Maria Alice, o Francisquinho e o Eduardinho, entre outros.
Naquela época, eu ainda tinha uma basta cabeleira! Oh!, quantas saudades
– muitas saudades! – eu tenho dos meus cabelos e dos meus coleguinhas!