LEMBRANÇAS

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

Do meu tempo de menino,

da França, foi o primo hino1

que me ensinaram a cantar.

 

 

Do meu tempo de rapaz,

com as garotas fui um ás,

mas muito padeci e chorei.

 

 

Do meu tempo mais idoso,

fui um tiquinho voluptuoso,

o que saudades não me traz.

 

 

Deste tempo de agora,

todos os dias faço a hora

 

 

Do tempo que virá após,

não me afligirão mais os nós,

que por insciência fabriquei.

 

 

Do meu Tempo-Pequenino,

embora ainda muito menino,

à AMORC minha gratidão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Na realidade, é bem provável que eu esteja enganado quanto a ter sido o Hino da França o primeiro que aprendi. Não sei! Mas fiz todo o meu curso primário no Curso Infantil, na Travessa Santa Leocádia, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Mas, o que tenho certeza é que a segunda língua do colégio era o francês (cantava-se La Marseillaise, após o Hino Nacional Brasileiro, todas as quartas-feiras, que era o dia de ensaio da bandinha do colégio). E por que era assim? Porque este excelente colégio (tanto no aspecto escolar quanto no de formação moral) funcionava em um casarão de três andares, bem no meio da ladeira da Travessa Santa Leocádia, e era dirigido, com mão de ferro e com muita competência, pela Dona Eva Levy, que era francesa. Terminado o primário, os alunos não tinham qualquer dificuldade em ingressar no admissão dos grandes colégios da época. Lá, no Curso Infantil, professora não era chamada de tia, e duas das professoras que eu tive e das quais me lembro até hoje foram a Dona América e a Dona Maria José (a Mademoiselle). Bem, naquela época era comum, no final do ano, haver uma grande festa, na qual os melhores alunos eram premiados com medalhas. Meio nostálgico, mas sem qualquer vaidade, eu me lembro que, lá em um determinado ano, eu ganhei uma medalha por ter passado de ano com a melhor nota em francês entre todos os alunos do colégio. Isto, na realidade, não é propriamente uma vantagem. Há um duplo motivo para este episódio: 1º) sempre gostei muito de francês; e 2º) todos nós nos cagávamos de medo da Dona Eva, que era uma senhora severíssima. Mas foi bom. Toda a base moral que hoje me sustenta veio do que aprendi no Curso Infantil e do que me ensinou a minha mãe. Minha eterna gratidão à minha querida mãe, à Dona Eva e às quatro excelentes professoras que tive no primário, que, por seu turno, tiveram que ter uma superlativa paciência comigo, pois eu era tremendo. Bem, aí embaixo é uma fotografia de uma festa junina da minha turma em mil novecentos e lá se vão mais de cinqüenta anos de muita fumaça. Fizemos juntos os quatro anos do primário e também a Primeira Comunhão; depois, cada um seguiu seu caminho. Eu, claro, sou o garoto da seta, e alguns dos meus coleguinhas eram a Lizzie Murtinho, o Tito Henrique, a Cordélia, o Luiz Sérgio, a Elizabeth, o Edmundo, a Maria Alice, o Francisquinho e o Eduardinho, entre outros. Naquela época, eu ainda tinha uma basta cabeleira! Oh!, quantas saudades – muitas saudades! – eu tenho dos meus cabelos e dos meus coleguinhas!

 

 

Curso Infantil

 

 

Fundo musical:

Caruso
Compositor: Lucio Dalla
Intérprete: Andrea Boccelli

Fonte:

http://www.euvoceamusicaeotempo.mus.br/
principal.htm

 

Dica:

Para ouvir Luciano Pavarotti e Lucio Dalla cantando Caruso (gravado em 1.992), visite a Página da Internet:

http://mais.uol.com.br/view/dzloozfoy2nb/caruso
--lucio-dalla-e-pavarotti-040260C8A94307