Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

Lâmpadas1 Illuminem

os cruéis e os preconceituosos!

Lâmpadas Illuminem

os injuriantes e os contumeliosos!

 

 

Lâmpadas Illuminem

os cobiçosos e os 'diamantófilos'!

Lâmpadas Illuminem

os avaros e os 'sobrevaliófilos'!

 

 

Lâmpadas Illuminem

os conluiadores e os filhos-da-puta!

Lâmpadas Illuminem

os ferozes e os que são à bruta!

 

 

Lâmpadas Illuminem

os iconoclastas e os blasfematórios!

Lâmpadas Illuminem

os açuladores e os provocatórios!

 

 

Lâmpadas Illuminem

os absolutistas e os autocratas!

Lâmpadas Illuminem

os argentaristas e os plutocratas!

 

 

 

 

 

 

Todo mal

haverá de ser compensado

choroso elevado ao quadrado!

 

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Em a Nova Atlântida (New Atlantis) – projeto enciclopedista de uma república de sábios utópica que incorporou os novos avanços da época na ciência e na espiritualidade – o político, filósofo, ensaísta inglês e fundador da ciência moderna Francis Bacon (Londres, 22 de janeiro de 1561 – Londres, 9 de abril de 1626) utilizou simbolicamente os números para descrever as atribuições e encargos da Casa de Salomão ou Colégio da Obra dos Seis Dias da Ilha de Bensalem, um santuário de Sabedoria estruturado sobre o mais perfeito e harmônico esoterismo – o qual deveria estabelecer o imperium hominis (império do homem) – e composto de 12 Mercadores da Luz, 3 Depredadores, 3 Homens do Mistério, 3 Pioneiros ou Mineiros, 3 Compiladores, 3 Doadores ou Benfeitores, 3 Lâmpadas, 3 Inoculadores e 3 Intérpretes da Natureza. Os habitantes da Nova Atlântida, segundo Bacon, atingiram, utopicamente, a Perfeita Ciência, a Perfeita Ordem Social e a Perfeita Via para a Regeneração Espiritual. Esta, entretanto, é a utopia de todo Rosacruz, e como Bacon foi Alquimista e Imperator dos Rosacruzes do século XVII... Na Casa de Salomão, cujo exército de pesquisadores era formado por 36 membros, número que simboliza o Sol, os Três Lâmpadas (que me inspiraram a escrever este poema) tinham a incumbência de orientar novos experimentos de maior iluminação ou de maior importância. No prefácio à Grande Restauração (Instauratio Magna), Bacon adverte: Que os homens considerem quais são os verdadeiros fins do conhecimento e que não o procurem nem pelo prazer da mente, nem pelo contentamento, nem pela conquista de superioridade face a outros, nem por proveito, fama, poder ou qualquer outra dessas coisas inferiores, mas para benefício e uso da vida, e que o aperfeiçoem e dirijam com caridade. Todavia, adverte em Distributio Operis: 1º) o homem não é senão o escravo e o intérprete da Natureza; e 2º) a Natureza não pode ser comandada senão por quem lhe obedece. Mas para que isto possa acontecer, falsas noções (falsos ídolos) deverão ser transmutados. Este pensamento (Teoria dos Idola) está resumido no Novum Organum: 1º) Idola Tribus (Ídolos da Tribo) que ocorrem por conta das deficiências do próprio espírito humano e se revelam pela facilidade com que generalizamos com base nos casos favoráveis, omitindo os desfavoráveis, sendo assim chamados porque são inerentes à natureza humana, à própria tribo ou raça humana; 2º) Idola Specus (Ídolos da Caverna) que resultam da própria educação e da pressão dos costumes; 3º) Idola Fori (Ídolos da Vida Pública) que estão vinculados à linguagem e decorrem do mau uso que dela fazemos; e 4º) Idola Theatri (Ídolos da Autoridade) que decorrem da irrestrita subordinação à autoridade (via argumentos ab absurdo, ad hominem, ad ignorantiam, a fortiori, baculino, de autoridade etc.)

 

 

Francis Bacon

Francis Bacon

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Francis_Bacon_(fil%C3%B3sofo)

http://www.educ.fc.ul.pt/hyper/
enc/cap3p4/en-bacon.htm

http://liviagm.blogspot.com/
2008/01/pra-quem-o-natal.html