LAICIDADE E ESPIRITUALIDADE
(Só a Sabedoria Libertará)

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Recentemente, a Ordem Rosacruz AMORC divulgou na Revista O Rosacruz, nº 302, Primavera, 2017, o artigo Laicidade e Espiritualidade, de autoria do Imperator Christian Bernard. Para sua consideração e reflexão, transcrevo a seguir (com alguns pequenos ajustes de tradução) os 12 pontos com os quais o Imperator conclui o seu pensamento e encerra o tema.

 

 

Imperator Christian Bernard

 

 

I

 

Se o fundamentalismo religioso é condenável, o fundamentalismo laico também o é na mesma medida, pois, ele é igualmente um vetor de intolerância, de discriminação e de opressão.

 

II

 

Nenhuma lei ou prescrição civil devem impedir quem quer que seja de viver livremente sua fé, contanto que o faça respeitando as leis públicas e seus concidadãos.

 

III

 

Toda religião é respeitável naquilo que oferece de melhor aos seus fiéis para que vivam pacificamente sua fé, e para que contribuam positivamente para o conviver.

 

IV

 

A espiritualidade não se limita à religiosidade, no sentido de que é absolutamente possível que uma pessoa seja espiritualista sem pertencer a nenhuma religião ou sem seguir qualquer credo religioso.

 

V

 

Nenhuma religião [ou fraternidade místico-iniciática] detém o monopólio da fé ou da verdade; nenhuma religião [ou fraternidade místico-iniciática] está destinada a exercer qualquer tipo de hegemonia sobre a Humanidade.

 

VI

 

O melhor serviço que um fiel pode fazer por sua religião é condenar abertamente qualquer comportamento fundamentalista ou fanático que venha a ser perpetrado em seu nome. Não o fazer redunda em afiançar e apoiar aquilo que a religiosidade pode produzir de pior.

 

VII

 

É verdade que, no decurso das eras, as religiões causaram oposições, conflitos e guerras. As políticas, no entanto, causaram muito mais. Contudo, é nas diversas literaturas religiosas e místicas que são encontrados mais apelos à fraternidade e à paz.

 

VIII

 

Por mais paradoxal que possa parecer, a sociedade civil deve encorajar o diálogo inter-religioso, de modo que aqueles que crêem, que são igualmente cidadãos, privilegiem, entre si, a tolerância e mesmo a benevolência.

 

IX

 

Uma vez que é impossível provar a existência ou a inexistência de Deus, as pessoas que crêem devem respeitar os ateus, da mesma forma que os ateus devem respeitar os que crêem.

 

X

 

Ainda que a política e a religião constituam dois âmbitos distintos e separados, a exemplo da razão e da fé, não se deve pô-las em oposição, mas, antes, aplicá-las conjuntamente a serviço do bem comum.

 

XI

 

Todo ser-humano-aí-no-mundo possui uma personalidade-alma, de modo que a espiritualidade é parte integrante da sua natureza, constituindo, para si, uma necessidade vital que nem o ateísmo nem o materialismo podem satisfazer.

 

XII

 

Se, por um lado, a laicidade é uma necessidade para evitar qualquer tipo de desvio teocrático da sociedade, por outro, a espiritualidade deve ser uma fonte de inspiração para todos os cidadãos-aí-no-mundo, sejam governantes, sejam governados.

 

 

 

 

 

 

Preconceituoso, eu achava

que o meu Deus

era o melhor de todos

e que o Deus dos outros

era o pior de todos.

 

Fanático, eu achava

que a minha religião

era a melhor de todas

e que a religião dos outros

era a pior de todas.

 

Intolerante, eu achava

que só meu Deus

Illuminava e salvava

e que o Deus dos outros

toldava e condenava.

 

Intransigente, eu achava

que só a minha religião

ensinava e libertava

e que a religião dos outros

desensinava e obliterava.

 

Eu demorei eras,

mas, enfim, compreendi

que não pode haver

Deus melhor nem pior

nem religião pior ou melhor.

 

Como disse o Tibetano,

só há uma Escola,

e todas as escolas terrestres,

sem exceção,

estão vinculados a uma Unidade Subjetiva Básica.

 

O que isto significa?

Significa que,

no desde-sempre Multiverso,

tudo foi-é-será Um,

e que todos nós fomos-somos-seremos Um!

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

Love Theme From Romeo and Juliet (A Time for Us)
Composição: Nino Rota (arranjo de
Henry Mancini)
Interpretação: André Rieu

Fonte:

http://pere-ros.com/choice/1281222315.
1194450922-andre-rieu-a-time-for-us

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.rosicrucian.org/

http://www.skeptical-science.com/

http://rebloggy.com/

https://giphy.com/gifs/religion-GAYEF3qbgfuus

 

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