FRAGMENTOS DAS REFLEXÕES
ESOTÉRICO-INICIÁTICAS DE
SERGE RAYNAUD DE LA FERRIÈRE

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

Música de fundo: Burbujas de Amor
(Juan Luis Guerra)
Fonte:
http://www.musicasmaq.com.br/

 

Serge Raynaud de la Ferrière

 Serge Raynaud de la Ferrière

Mahatma Chandra Bala Guruji

Fundador de la Gran Fraternidad Universal (GFU)
Fundador de la Agrupación Mundial de Cosmobiología
Fundador de la Federación Internacional de Sociedades Científicas
Instructor Mundial de la Nueva Era del Aquarius

Fonte: http://aquarius-studiesenter.no/2003/yogaskole/raynaud.htm
(Acesso em 18/12/2003)

 

 

       Serge Raynaud de la Ferrière (1916-1962) foi o Fundador de uma organização à qual denominou Ordem de Aquarius, veículo, segundo afirmação do próprio Fundador, da Grande Fraternidade Universal (GFU), e que existe há milhares de anos, mas só em 18 de Janeiro de 1948 deu-se a conhecer aberta e publicamente, instalando a Sede Central da Instituição na Cidade de Caracas (Venezuela), de tal sorte a divulgar, dentro de limites, seus milenares ensinamentos. A GFU elabora sua estrutura teórica e seu conteúdo para estes tempos com base nos princípios que foram entregues, segundo a GFU, a La Ferrière pelo Mestre Sun Wu Kung, proveniente dos Colégios Iniciáticos do Tibete, e que atuou como o preceptor do Mestre Serge Raynaud de la Ferrière.

 

À esquerda, Serge Raynaud de la Ferrière.
À direita, SUN WU KUNG.
Ao centro, David Ferriz Olivares

 

       O website abaixo oferece as seguintes informações:
http://www.maestre.org/que_es_G.F.U._pg.htm

       A G.F.U. é, antes de mais nada, um movimento Iniciático para a reeducação da Humanidade e, portanto, suas bases são determinadas por uma Assembléia de Sábios. A G.F.U. é uma Instituição cultural de tipo mundial e, por conseguinte, seus membros (no sentido individual ou coletivo) podem sustentar diversas concepções, inclusive pertencer a outras organizações. Por outro lado, a G.F.U. é um termo genérico que engloba no seu seio numerosos movimentos (várias organizações trabalham em coordenação com a G.F.U., inclusive algumas associações se amalgamaram por completo). Além disso, a Instituição conta com um corpo missonal: a Ordem de Aquarius, na qual se formam seus verdadeiros membros.
 
       A GRANDE FRATERNIDADE UNIVERSAL (G. F. U.) ... é uma organização civil e cultural que tem como objetivo reunir a Ciência, a Arte e a Religião para um aperfeiçoamento intelectual e uma reeducação espiritual, mediante a fusão de todas as seitas, associações, sociedades humanitárias, filosóficas, científicas, artísticas, esotéricas, religiosas e iniciáticas. As metas desta Instituição se resumem como segue: unir em um todo as pessoas, seja quais forem suas crenças, nacionalidades, sexo e condições, para que lutem pela supremacia do Espírito, e que estejam de acordo para instaurar no mundo a Paz no coração de todos os homens, a fim de realizar uma Fraternidade Universal, representada atualmente por mais de cento e cinqüenta movimentos diversos, amalgamados sob o nome de GRANDE FRATERNIDADE UNIVERSAL.
 
       A GRANDE FRATERNIDADE UNIVERSAL está atualmente inscrita na ONU como uma Organização Não-Governamental. Esteve inscrita também no registro de organizações da UNESCO colaborando com seus programas educativos. Não é uma organização sectária ou política. Seus 22 Estatutos Universais estão legalmente depositados em cada um dos países onde trabalha. Atua no bem-estar social com: escolas para crianças, campanhas de alfabetização, creches, bibliotecas, atenção aos presos, ligas femininas de assistência social, clubes desportivos ecológicos (infantis e para adultos), atos recreativos, teatrais, artísticos, grupos de apoio a flagelados, colônias para idealistas, colégios iniciáticos, santuários para místicos, templos para meditação, ensinamentos sobre religiões comparadas, ciências, arte, filosofía, metafísica, esoterismo, psicologia etc. Celebramos atualmente o ano 56 da fundação (18 de janeiro de 1948) trabalhando mundialmente pela união dos povos através da Sabedoria, da Tolerância e da Paz.


       Por inspiração do Fundador, a instalação da Fraternidade coincidiu astrologicamente com o início da Era de Aquarius, e, segundo Ferrière, simbolicamente, já se começam a observar as características próprias deste signo do Zodíaco: fraternidade, elevação, espiritualidade, movimentos universais e tentativas de aproximação em grande escala1.

       Para La Ferrière, a mudança da Era Pisciana para a Era Aquariana, não ocorreu em 5 de Fevereiro de 1962, como pensa Raymond Bernard. Os critérios adotados por Serge Raynaud de la Ferrière são diferentes, e, por isso, o fim do signo de Pisces deu-se em 1948. Neste particular, acompanha-se Raymond Bernard e se admite 5 de Fevereiro de 1962 como a data do início da Era de Aquarius. Deve-se ressaltar que, o que importou para os fins desta pesquisa, são os aspectos esotéricos, simbólicos e numéricos veiculados publicamente pela GFU, que possam estar em sintonia com os princípios filosóficos, cabalísticos, teodiceicos e espiritualistas examinados nos trabalhos anteriores e divulgados neste site. Quando informações novas surgiram, foram incluídas no sentido de se tentar complementar os assuntos que nas reflexões anteriores havia sido discutido. Obviamente, não se esgotou o pensamento de Ferrière, e este texto não tem a finalidade de contraditar ou de apoiar o pensamento do autor. Trata-se de uma mera pesquisa bibliográfica.

       Inicialmente, entretanto, é deveras ilustrativo examinar como Ferrière associou os números ao surgimento da percepção dos signos zodiacais. Sintetizando o que a Tradição sempre conheceu [que o Universo ou Macrocosmo e o(s) ser(es) ou microcosmo(s) estão interligados e são interdependentes] com as pesquisas de Lavezzeri, anunciou: o coração de um ser humano, com saúde cosmicamente equilibrada pulsa 72 (setenta e duas) vezes por minuto; e 72 anos é o tempo que o Sol leva para se deslocar 1 (um) grau através do firmamento. Portanto, ao se deslocar 360 (trezentos e sessenta) graus, o Sol empenha nessa jornada 360 x 72 = 25920 anos (vinte e cinco mil novecentos e vinte anos). Por outro lado, a cada respiração o coração bate 4 (quatro) vezes, e o número de batimentos cardíacos e de respirações por minuto correspondem, aproximadamente, às 4 estações do ano e aos 18 (dezoito) anos da nutação do eixo da Terra sob a influência da Lua. Em 24 (vinte e quatro) horas - um dia - o ser respira 25920 (vinte e cinco mil novecentas e vinte) vezes, ou seja, 18 x 60 x 24 = 25920. Este número equivale ao Grande Ciclo de Precessão Equinocial (número de anos das grandes eras precessionais), ao final do qual as constelações completam seu passeio zodiacal (o Grande Ciclo de Precessão Equinocial também pode ser obtido multiplicando-se 180 por 122, ou seja: 180 x 144 = 25920). Assim, cada signo manifesta-se por 2160 (dois mil cento e sessenta) anos, ou seja, 25920 ÷ 12 = 2160. A Era de Aquarius vem inaugurar um novo ciclo com características diferentes da Era anterior.2

     Contudo, afirma La Ferrière em uma de suas cartas circulares Como Calculam os Aquarianos a Posição do Universo na Era de Aquarius (retirado de:
http://www.soa.edu/articulos03.htm):

     São muitos os que parecem esquecer duas coisas primordiais (...) É verdade que o fenômeno da precessão equinocial TOTAL requer 25.920 anos. Por outro lado, não é completamente exato que cada ‘Era’ seja um lapso de tempo igual a 2.160 anos (...) Não é de nenhuma maneira seguro que estejamos em 1958 ou 1959 (já que nosso calendário foi ‘cortado’ em várias ocasiões) e, ademais, não se sabe exatamente o momento a partir do qual os cristãos começaram a contar o tempo, já que tudo foi organizado vários anos depois da morte de Cristo Jesus (...).

     O Zodíaco é uma ronda SIMBÓLICA de 12 signos, cada um com 30 graus simbólicos; enquanto a eclíptica (não confundi-la com o equador celeste) é uma linha que passa dentro das constelações principais, as quais, de nenhuma maneira, são iguais entre si.

    Assim, temos a Astrologia tradicional, que considera que o Sol recorre (...) sempre segundo a ‘simbologia’, à razão de mais ou menos um grau por dia. Enquanto a Astronomia, ela se ocupa preferentemente do estudo das constelações (e não dos signos zodiacais). Assim, no que concerne à precessão dos equinócios (movimento aparente do Sol que recorre em sentido inverso ao do Zodíaco – a eclíptica – à razão de um grau a cada 72 anos), devemos saber que cada constelação não tem 30 graus exatamente cada uma, e que, assim, as Eras duram algumas delas mais, outras menos de 2.160 anos (...).

     Por exemplo, se levamos em conta CIENTIFICAMENTE, as posições exatas (segundo a precessão dos equinócios – ou seja, um grau a cada 72 anos), devemos corrigir que Áries não se situa entre 21 de março a 20 de abril; Touro não está compreendido entre 21 de abril e 21 de maio etc... senão, que há que mudar essas datas e estabelecer assim: Áries, 17 de abril; Touro, 14 de maio; Gêmeos, 20 de junho; Câncer, 19 de julho; Leão, 9 de agosto, Virgem, 15 de setembro; Libra, 29 de outubro, Escorpião, 23 de novembro; Ofiucus, 28 de novembro; Sagitário, 17 de dezembro; Capricórnio, 18 de janeiro; Aquário, 14 de fevereiro; Peixes, 21 de março (...) Tiramos, em seguida, uma lição, que é a de que assim se pode verificar que as constelações têm tamanhos irregulares entre si (Áries, 27 graus; Touro, 37 graus; Gêmeos, 29 graus etc.) (...)

       Acrescentando alguns conhecimentos veiculados pela Doutrina Secreta não abordados por Ferrière (pelo menos em As Grandes Mensagens), ao se multiplicar o valor numérico do Grande Ciclo de Precessão Equinocial por 12 x 109, obtém-se o valor 311 040 000 000 000, que equivale ao número de anos da Grande Noite de Absorção em Brahman. Durante o curso da evolução cíclica, só haverá repouso no seio das Trevas Desconhecidas, que, em realidade, são a Verdadeira LLUZ, para aqueles que se acercarem do limiar do Paranirvana. Todos foram chamados e todos estão eleitos para esta ULTIMÍSSIMA CEIA do DIA SÊ CONOSCO. Este é o significado oculto dos 144000 eleitos! Pois 144000/360 = 400, Valor Athbash da letra ALeF, é, concomitantemente, Valor Aritmológico da letra TaV. Mas para alcançar e ultrapassar o ANEL NÃO PASSARÁS, é insubstituivelmente necessário haver renúncia, serviço, mérito, ascensão, reintegração e comunhão. Três mil ciclos de existência deverão, no mínimo, ser cumpridos, para que o retorno ao Absoluto possa se verificar. Nesta ascensão-reintegração, o ser está, permanentemente, sujeito às duas Leis Fundamentais que reciclam cada mônada, e permeiam todo o Universo: Lei da Necessidade e Lei da Reciprocidade. Tudo deve ser compreendido e tudo deve ser compensado. Nesse sentido, salvação, prêmio e castigo são entendimentos hipotéticos vulgares e teologicamente absurdos e distorcidos de uma compreensão categórica atual e iniciática da ordem e do sistema universais. Reduzindo-se tudo isso à mais singela simplicidade, todas as mônadas haverão de, no tempo, dançar na LLUZ. A dor de querer ou de não querer... Bem, esse é o livre-arbítrio. O livre-arbítrio, inclusive, pode levar o ente a MORRER. Então, a opção entre VIVER e MORRER é exclusivamente pessoal.

       Antes de seguir com esta pesquisa deseja-se parafrasear Francis Bacon: um pouco de esoterismo afasta o buscador da Verdade; um pouco mais, aproxima-o e o conduz à Iluminação. Por isso, no que concerne a esse campo particular da humana especulação, é preciso ter o máximo de precaução. Falsos profetas, falsos deuses, falsos esoterismos e falsas fraternidades pululam aqui e ali pelos quatro cantos da Terra. Ao neófito, uma recomendação: Cuidado! Observa-se, hodiernamente, uma desenfreada proliferação de livros sobre Ocultismo, Cabala, Numerologia, Astrologia etc., bem como o aparecimento de religiões, sociedades e fraternidades, cuja meta, geralmente, é apenas o lucro auferido ilicitamente pela adesão de buscadores bem-intencionados, todavia desavisados quanto à honradez e à autenticidade dessas propostas. Ás vezes, são manifestações esquizofrênicas que atraem esquizofrênicos. Esses comentários não se dirigem, em absoluto, a Serge Raynaud de la Ferrière nem à GFU, e, muito menos à Ordem de Aquarius, que oferecem, com seus ensinamentos, uma opção e uma alternativa de estudo para aqueles que desejarem conhecê-los. Eu não julgo nada, nem sou, por príncípio, anti-coisa-nenhuma. Cada um deverá chegar às suas próprias conclusões quanto a este movimento e quanto a todos os outros existentes neste Planeta. A pesquisa é difícil e, muitas vezes, infrutífera. Então... Só o Mestre-Deus-Interior poderá ensinar. Outros pontos a considerar são a laicização inconseqüente e a exoterização progressiva e inconsistente, nas quais mergulharam (e vêm mergulhando assustadoramente) as religiões tradicionais. Este milênio nasceu produzindo mais um deus à disposição dos interessados: o deus-guerra-para-suplício-da-Humanidade. Daí a pululação de fraternidades, organizações místicas, ONGs etc. Sob determinada ótica, isto é muito bom. Esse deus-infernal + o deus-neoliberalsimo, que tanto sofrimento têm causado à Humanidade, serão dissolvidos.

 

O Ente e seu Mestre-Deus-Interior

Simbolismo: O Ente e seu Mestre-Deus-Interior
 

       Voltando a Serge Raynaud de la Ferrière, recordou o Pensador que antes da Era de Aquarius, três Eras sucederam-se com características peculiares. Por 2160 anos Taurus prevaleceu, e o que representou esse período foi o Boi Apis. São símbolos desse Ciclo o Egito e a Caldéia. Em Creta e na Assíria as religiões predominantes deixaram registrado com emblemas esse tempo da história da Humanidade. Os 2160 anos que se seguiram compuseram o signo de Aries. O emblema da Deidade dessa Era foi o carneiro e sacrifícios eram oferecidos à Divindade. Em Aries, portanto, o Bezerro de Ouro foi substituído pelo Velocino de Ouro. Tomarás - disse o Eterno - sangue de Carneiro e óleo de ungir e farás aspersão sobre Aarão e sobre suas vestes, e sobre seus filhos e sobre suas vestes. Mas no signo de Piscis a religião sofreu nova transformação. Tertuliano, Santo Agostinho e São Jerônimo empregaram a palavra Peixe para designar o Avatar da nova Era. Ferrière observou que, surpreendentemente, o peixe é amiúde, representado por um Solha, cujo nome em latim é ‘Lucius’, ou seja, Luz. Os primeiros cristãos reconheciam-se entre eles desenhando um peixe, e usavam a expressão THEOU UIOS SOTER, para referir-se a Jesus Cristo, Deus Filho Salvador. Usando as iniciais dessas três palavras, precedidas das letras I e X, iniciais de IESOUS XRISTOS, compõe-se a palavra IXTUS, que significa PEIXE, vocábulo que foi durante algum tempo designativo de Jesus e emblema dos cristãos. (Esta concepção é puramente teológica. Ninguém salva ninguém de nada. Se salvação existe, só o próprio ente poderá salvar-se de si mesmo. E mais: precisamos parar de dar importância ao fato de Jesus ter ou não ter existido. Se foi uma criação mental do Hierofante Paulo ou não, isto é absolutamente irrelevante. Precisamos, sim, realizar conscientemente o Cristo Cósmico em nossos corações.). Em aditamento a essas considerações, Ferrière lembrou que foram encontrados diversos jarros, lâmpadas, pias de água benta, chafarizes e gárgulas de catedrais com a figura do peixe sagrado representando o Salvador.3 Há ainda a recordar a pesca milagrosa dos 153 (cento e cinqüenta e três) peixes (João, XXI, 11), os 2 (dois) peixes (que simbolizam o signo zodiacal de Piscis) e as 12 (doze) cestas (Mateus, XIV, 20), representativas do próprio Zodíaco. E, em sânscrito, Jesus é denominado Samudra-Pala (Filho do Oceano), indicando que era identificado com a Era Pisciana.

 

Ixtus

 

Ixtus

 

       Sobre a palavra CHRISTUS Ferrière ensinou que este título é geralmente dado a Jesus, como Buddha é dado a Siddharta Gautama. A palavra Cristo tem o seguinte significado:


       ...‘plano ou estado’ e este nível Crístico testemunha a presença de um raio do Espírito Universal, que vem iluminar, inspirar e fortalecer a Chispa Divina, que mora no interior de todo o ser humano. O Logos Universal encarna sob forma humana, como há 2000 anos se manifestou na carne do pequeno Emanuel, que tomou o nome de Jhesu no dia de sua Iniciação...4
 

      É evidente que este conceito esboçado por La Ferriére não condiz exatamente com a Tradição, desde sempre una e idêntica a si mesma. Hermes, o três vezes grande, João, o Batista e outros além de Jesus alcançaram a Iniciação Crística. CHRISTUS é o Logos Solar Central representado simbolicamente pelo Sol físico. É este Logos Solar Central que foi 'adorado' pelos Incas, Nahuas, Maias e Egípcios. Isto se resume a: CHRISTUS em meu interior. Meritocraticamente.

 

Pedra do Sol
Pedra do Sol - Pedra basáltica (rocha vulcânica) esculpida,
com peso aproximado de 25 toneladas e diâmetro de 3,6 metros

 

       E como as palavras INICIAÇÃO e INICIADO têm sido utilizadas, lamentavelmente, nos mais variados e equivocados contextos, transcrevem-se abaixo duas definições (a primeira retirada do Manual Rosacruz, e a segunda de As Grandes Mensagens) para esclarecer o significado que se intentou emprestar a esses vocábulos nesta pesquisa, e ampliar o que havia sido apresentado no estudo do Martinismo:


       Iniciação – Rito, cerimônia ou processo pelo qual ao indivíduo é apresentado conhecimento especial. As antigas iniciações nos mistérios objetivavam revelar, em forma dramática, uma gnose ou sabedoria secreta, ao candidato. Essas iniciações, geralmente, eram divididas em quatro partes; cada uma delas consistia de um rito solene. As iniciações Rosacruzes são dessa natureza.5


       O verdadeiro INICIADO é aquele que há tempos se inclina aos problemas mais simples da vida, meditando tanto sobre as pequenas quanto sobre as grandes coisas, e compreendeu, finalmente, que tudo na matéria é somente ilusão e que só o espírito pode evoluir. Por sua vida de busca e de humildade, merece o título de ‘Justo’. Tendo-se inclinado às questões mais abstratas, compreendeu o sentido delas. As manifestações das religiões, as concepções, não têm para ele senão um valor documental: as GRANDES VERDADES são imutáveis e, tendo alcançado os Arcanos Maiores, tem poderes dos quais não abusa e os emprega, quando muito, para o alívio de seu próximo; alívio que se traduz em ensinamento, em luzes que oferece, germens que se depositam no cérebro dos que duvidam; aos que sofrem, tanto espiritual quanto fisicamente, traz, enfim, um remédio efetivo, sem esperança de benefício ou de qualquer interesse. É um MESTRE graças a seus conhecimentos do esoterismo, graças a seu saber do qual não se orgulha; é um ‘Justo’ por sua vida de exemplo, de humildade, e de fraternidade. É o INICIADO tal como deve ser concebido e o único que tem valor na escala da elevação.6 (Maiúsculas e grifos meus).

 

       Dilatando um pouco o conceito de Era, cada uma guarda as peculiaridades das que a precederam, e se estende, segundo Raymond Bernard, por trinta graus, ou seja, três partes de dez graus cada uma. Assim, cada Era subdivide-se em aproximadamente três períodos de 720 (setecentos e vinte) anos, e cada grau possui 72 (setenta e dois) anos. Nesse sentido, cada Era é formada por um grande triângulo com 720 anos de lado, e cada grau forma um pequeno triângulo de 24 (vinte e quatro) anos de lado. Cada Era é, na realidade, a síntese das precedentes em um Nível ou Plano Superior. De certa forma pode-se então compreender como são possíveis - ou como foram possíveis - a previsão e a realização de profecias, em particular as de Malaquias e as de Nostradamus. Estas nada mais são do que a percepção e a compreensão de dois pontos do grande e/ou do pequeno triângulo. Estas percepções conduzem à intuição de cada lado dos triângulos. Duas observações rapidamente devem ser acrescentadas: a) o cumprimento das profecias autênticas não pode ser anulado, mas, certamente, seus efeitos podem ser amenizados e até transmutados pelo AMOR, pela MISERICÓRDIA e pela COMPREENSÃO (os astros inclinam mas não obrigam); e b) quanto a Nostradamus, segundo Raymond Bernard, este não é o nome de um homem, mas de uma ASSEMBLÉIA DE ALTOS INICIADOS.

       O mais elevado, até o presente, de todos os INICIADOS que visitaram este Planeta, segundo a tradição histórica e iniciática, foi Jesus. Entretanto, não incorrerá em erro aquele que admitir que seu Iniciador(?), hierarquicamente, estaria em um Plano Superior de conhecimento Espiritual e Místico. Mas, se considerarmos que neste Plano TODOS SÃO UM... Assim, no momento em que a pomba branca desceu e pousou sobre a cabeça do homem e foi Ele proclamado o Logos Vivente, tornou-se efetivamente O Mestre entre os Mestres. E pela frase Este é Jhesu, o Cristo; levanta-Te, tornou-se Jesus, o AMeN do Mundo. Presumir, por outro lado, que o Avatar da Era Pisciana tenha sido o Filho Dileto e Exclusivo de Deus ou o próprio Deus encarnado (como segunda Pessoa da Trindade), é um equívoco tão absurdo, quanto crer na salvação ou condenação eternas. O conceito de SALVAÇÃO é de outra ordem, e só há um Deus no Universo, sentido, construído e realizado pelos Rosacruzes em seus Corações. Aliás, quando Akhnaton instalou o Monoteísmo, apenas retransmitiu a Lei Eterna.

       Nesse sentido, a GFU e a Ordem de Aquarius entendem que a manifestação de Deus é tríplice, mas em outro sentido, operando pela Vida, pela Forma e pelo Pensamento, que têm suas equivalências na teologia católica (Pai, Filho e Espírito Santo), na filosofia hindu (Sat, Chit, Ananda), na teoria sefirótica hebraica (KeTheR, ChoKMaH, BINaH), na teologia chinesa (Tei, Yang, Yin), entre outras. Mas, no Universo, há tão-somente um único Deus. O PRIMEIRO UM: a NATUREZA NATURANTE UNIVERSAL que pode e deve ser realizada interiormente — in corde — por todos os seres.

       Nos ensinamentos da GFU, há o entendimento de que a manifestação do ser encarnado neste plano segue um ritmo universal invariável: gérmen, desenvolvimento, nascimento, maturidade, decadência, morte, renascimento7. Esta é uma Lei Cósmica (Lei da Necessidade ou Doutrina Palingenética) que não permite adulterações, supressões ou quaisquer outras interpretações, que não sejam exatamente o que a Lei explicita. Nesse particular, como em muitos outros, concordam todas as Fraternidades Esotéricas. O cumprimento dessa Lei insubstituível e imutável faz-se segundo a UNIDADE, que harmoniza tanto as idéias quanto a matéria universal. Essa UNIDADE - que é aquilo que é entendido como Deus - é um Princípio Universal Eterno e Ativo. E nessa linha de especulação, metafraseando La Ferrière, pode-se argumentar: em qualquer tempo não podem coexistir harmoniosamente dois Princípios Constitutivos do Universo. Se houvesse, pois, dois Princípios, ou seriam diferentes, ou seriam iguais. Se fossem diferentes, anular-se-iam mutuamente; se fossem iguais, seriam idênticos como se um só houvesse. A multiplicação e a proliferação de deuses é produto da humana ignorância. Hoje, no mundo associaram-se em um consórcio de brutalidades e de cobiças o deus-dinheiro com o deus-guerra. A Unidade é. É Aquilo que é. E por ser Aquilo que é, sempre foi, será e não pode não ser. Na inexistente eternidade sempre será. Assim, simplesmente é.8 O que não pode ser confundido é a existência do Primeiro UM com a manifestação do Segundo UM. Os Planos são interligados, mas nossa compreensão das Altas Esferas é em certo sentido limitada, e, em outro, impossível.

       Há, portanto, um só Princípio que opera no Ser, e esse mesmo Princípio opera e rege todos os mundos, havendo uma só Causa Universal sempre presente e atuante. Por isso, o ser humano deve viver integrado e de acordo com o Universo, jamais contra ele. E viver com o Universo significa viver Nele, integrá-Lo e com Ee procurar harmonizar-se, sempre avançando em sua compreensão. Os princípios e ensinamentos Rosacruzes postulam que dois triângulos eqüiláteros entrelaçados simbolizam o Macro e o Microcosmo. Ferrière ofereceu uma simbologia mais complexa, mas não menos importante e esotérica, ao numerar o Emblema (Estrela de David) de forma diferente:

 

Estrela de David

Figura 1: Numeração da Estrela de David Segundo Ferrière


       Observa-se, nessa numeração proposta por Ferrière, que a soma dos números que se encontram em oposição, é igual a 9 (nove), e dele (Emblema) pode ser extraído um número conhecido como Número Mágico ou Número da Eterna Evolução do Cosmo Ilimitado: 142857, cujo significado hermético é, sucintamente, o que segue (como se mostrou em outros trabalhos, 22/7 = 3, 142857 142857 142857...):

1 : Princípio Universal – Deus, o Absoluto, o Primeiro Um, a Causa sem Causa.
4 : Os Quatro Elementos: Fogo, Ar, Água, Terra.
2 : Cifra da divisão. Representa, também a dualidade universal.
8 : Multiplicação por divisão celular (2 x 4). A matéria da qual o ser se origina.
5 : A cifra do ser, cujo simbolismo aparece na estrela de cinco pontas. Pentáculo.
7 : Simboliza a morte (A Foice). O sete também indica a renovação celular dos tecidos, a manifestação dos mundos em sete planos (Divino, Monádico, Espiritual, Afetivo, Mental, Astral e Físico) e, como indica a Estrela de Sete Pontas (septenário), as sete maneiras de como o espírito move a matéria (mens agitat molem), quais sejam: Solar, Lunar, Mercurial, Venusiana, Marciana, Jupiteriana e Saturniana. Os filósofos da antiga Índia admitiam, também, a existência de sete planos, a saber: físico, astral, mental, búdico, nirvânico, paranirvânico e mahaparanirvânico. O sete pode simbolizar também, segundo Aristóteles, as virtudes éticas correspondentes à parte apetitiva da alma, quais sejam: coragem, temperança, liberalidade, magnanimidade, mansidão, franqueza e justiça. Ao se multiplicar o Número Mágico por 2, 3, 4, 5 e 6, obtêm-se os números com as mesmas cifras que os constituem e na mesma ordem. A única exceção é quando se o multiplica por 7, pois se encontra 999999. O número 9 é a cifra da semente, da semeadura e do renascimento, que requer nove meses9. Mas quando se o multiplica por 8 ou por 9, obtém-se, respectivamente, 1142856 e 1285713. Refletindo-se...

       A Tábua de Esmeralda, já examinada em outro texto, também foi objeto de reflexão de La Ferrière, que a considerou o Arcano mais profundo e a chave-mestra de toda a Alta Ciência. Recordou o Filósofo, que muito mais do que uma simples e obscura Fórmula Alquímica, o que de fato é, encerra ensinamentos que só podem ser desvendados lenta e ascensionalmente pelo buscador, ao percorrer os diversos graus da vereda iniciática. Além dos Rosacruzes, dos Martinistas e de Ferrière, todos os estudantes da Tradição à ela dedicaram (e dedicam) profundas reflexões, como foi o caso, por exemplo, de Papus e de Éliphas Lèvi.

       Ferrière, elucubrando incessantemente sobre as questões herméticas, entendeu que a Trindade Cósmica integra três planos inseparáveis; MUNDO ARQUETÍPICO, MACROCOSMO (NATUREZA) E MICROCOSMO (SER HUMANO). Estes são, para a Ordem de Aquarius e para a GFU, os três princípios constituintes do Universo, ou seja, do Absoluto manifestam-se três atributos. A trindade está, portanto, presente em todas as coisas, e no ser humano manifesta-se, particularmente, como Triunidade: corpo físico, corpo astral e corpo psíquico. A TRIUNIDADE HUMANA, segundo o Pensador, pode ser exemplificada pelo sentimento do amor. O desejo é próprio do corpo material (amor físico); a atração está relacionada ao corpo astral (amor sentimental); e a simpatia (amor cerebral) é uma característica do corpo psíquico. O simbolismo numérico aparece, também, muito marcadamente no emblema da Ordem de Aquarius, ao lado do obscuro Axioma Zoroastriano: SABER, QUERER, OUSAR, CALAR. Não se pode deixar de comentar nesta oportunidade, que, sob um entendimento mais esotérico, deve-se considerar o ser como sétuplo, ou seja, um Triângulo superposto a um Quadrado.

 

Emblema da Ordem de Aquarius

Figura 2: Emblema da Ordem de Aquarius


       O Axioma pode ter várias explicações, de acordo com o que estiver sendo estudado, ou seja, há um progressivo aprofundamento esotérico na sua compreensão. Talvez, uma das mais interessantes revelações desta Máxima, seja a que se refere à progressão espiritual do homem, que começa com o nascimento do espírito (propulsão de energia) até a fusão no Grande-Todo. Os quatro últimos degraus desta peregrinação ascensional são os da ordem da Sentença, conforme foi há milênios compreendido. Ferrière propugnou também que o Axioma está intimamente relacionado com os quatro elementos, com as quatro grandes etnias (amarela, negra, vermelha e branca) e com os quatro signos fixos do Zodíaco, que são: Taurus, Leo, Scorpius e Aquarius. Há outras relações, entretanto, que não foram explicitadas pelo autor. O cálice no centro do círculo é uma ânfora, sobre a qual está inscrito o símbolo alquímico representativo da transmutação.10 Com relação às quatro etnias, Ferrière desvela um segredo pouco conhecido, mas de profundo significado iniciático. Consultando o Diagrama reproduzido da obra As Grandes Mensagens, pode-se entender a explicação do autor.

 

Diagrama 1: Vista Cinética da Evolução das Quatro Raças


       No diagrama vemos o sentido da evolução das civilizações, isto é, a Raça Amarela, na sua velhice, vai cair no esquecimento (até uma nova regeneração); os mais avançados conhecimentos esotéricos estavam no Tibet, que vai ceder seu lugar ao novo Pólo Magnético de Espiritualidade. Este trânsito do Saber, conservado nos Santuários da Ásia, para os Colégios de Iniciação do Ocidente, é algo assim como a Sabedoria do Guru que é dada ao discípulo. A Raça Branca vai, pois, tomar o lugar de máxima plenitude, já que se acha em pleno desenvolvimento para isso. A raça descendente dos Peles Vermelhas e dos Índios da América, atualmente em sua fase representativa do Verão, vai chegar ao Outono e tomará o lugar da Raça Branca, chegada ao Inverno neste símbolo; e a Raça Negra, agora muito jovem, cederá seu lugar à Raça Amarela... Naturalmente, isto se produz em períodos muito grandes, pois se trata de ciclos devidos aos movimentos estelares...11

 

      Pode-se aduzir, da obra de Ferrière, que a Tradição teve como principais focos de transmissão a Lemúria, a Atlântida, a África, a Ásia e a Europa. Reconhece-se que essas considerações (como outras constantes dos textos apresentados neste Website) estão em aberto. São, todavia, apresentadas para enfatizar os motivos que suscitaram a elaboração deste Website, e também porque a ciência oficial tem demonstrado, nestes últimos vinte e cinco anos, que há mais verdade e coerência nas ciências ditas esotéricas do que se admitia no começo do século XX. 1962...! 2034...! 2106...! ... A animação abaixo mostra melhor o que anteriormente foi explicado.

 

 

       Talvez, ao se refletir sobre os meios de expressão escrita dessas quatro etnias, observar-se-á uma transformação que está acorde com uma Lei Geral. As grandes civilizações dos continentes desaparecidos escreviam de baixo para cima, da mesma forma que elevavam suas orações à(s) Divindade(s); em oposição há o tipo chinês de escrita, ou seja, de cima para baixo; a escrita semítica passando para o sentido horizontal orienta-se da direita para a esquerda; e, por último, há a escrita da esquerda para a direita. Desses modos de expressão progressivos, os três últimos ainda se manifestam. Todavia há vestígios da escrita primitiva que se denomina adâmica ou vattan.

       Ferrière transmitiu também, que todo número possui um valor visível e um valor invisível (esotérico). O valor invisível, ou Valor Secreto do Número (VSN), é a soma acumulada, a partir da unidade, até o alcançamento do valor visível do número em questão. Assim, o Valor Secreto de 6 (seis) é 21 (vinte e um), porque: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 = 21. A fórmula (que é uma variação da fórmula da soma dos termos de uma progressão aritmética) que permite obter o Valor Secreto de um Número é:
VSN = N(N + 1) ÷ 2, na qual N é o valor visível do número.12

       Nesse sentido, O VALOR SECRETO DO NÚMERO 1 É UM, e, assim, a UNIDADE É. O número 1 é o único número cujos valores, Visível e Secreto, se equivalem. O Valor Secreto de 4 (quatro) é 10 (dez), e assim os quatro elementos (Fogo, Ar, Água e Terra) estão acordes com a TETRACTYS PITAGÓRICA.

 

TETRACTYS PITAGÓRICA

TETRACTYS PITAGÓRICA

       Quando se resumiu o pensamento de Pitágoras, afirmou-se que, num sentido, 10 (dez) era considerado como perfeito. Agora, pode-se acrescentar também, que qualquer número pode ser reduzido pela soma dos algarismos que o compõem, que é outra forma simbólico-cabalística de se examinar a questão para um fim específico. O Valor Secreto de 6 é 21, porque 6(6 + 1) ÷ 2 = 21, ou porque 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 = 21. Mas, 6 também equivale a 3, porque 21 é, por adição, (2 + 1) = 3. E, ainda, por duas operações distintas há uma equivalência com o número 9 (nove), pois 6 + 3 = 9, e 6 + 21 = 27, e 27 equivale a 9 porque 2 + 7 = 9.

 

7  —›  8  —›  9 ...


 

       O aprofundamento desse estudo, que já era conhecido da Escola Pitagórica, possibilita a realização de experiências no domínio da quarta dimensão, do hiperespaço e da projeção da consciência. KaBaLa...! Iniciação...!

       Voltando ao número 4, observa-se que seu Valor Secreto é 10, mas por adição é 1, ou seja, equivale à Unidade, e, por isso, foi por Pitágoras considerado perfeito. Por outro lado, se se calcula o Valor Secreto de 10, acha-se 55 (cinqüenta e cinco), que, por adição e posterior redução, é também igual a 1, ou seja:

 
10(10 + 1) ÷ 2  =  55  —›  5 + 5  =  10  —›  1


       E, quanto ao número 22, observa-se que seu Valor Secreto é 253, ou seja, 10, ou ainda, UM. Por outro lado, 22 —› 4: três quadrados sobre um triângulo —› CRIAÇÃO. PAI, MÃE E FILHO. Pitágoras. TETRACTYS SAGRADA.

       Se se toma, agora, por exemplo, a subdivisão do Zodíaco que possui 36 (trinta e seis) decanatos, seu Valor Secreto é 666 (seiscentos e sessenta e seis). Esse número, segundo consta no Livro da Revelação de São João (XIII, 18), é o número da besta, mas também é, por outro lado, como um símbolo cósmico, o número do homem, e a correlação histérica e irracional com qualquer personagem inimigo de DEUS desaparecem. O exemplo serve para reforçar o entendimento de que nada no Universo (ainda que sempre necessária enquanto coisa em manifestação) é absoluto, com exceção do próprio Absoluto, que é o que sempre foi, é e será. O Absoluto é o que é. Mas, cada ente pode caminhar nessa direção. Sob outra especulação, parece ter ficado evidente que os números nem sempre representam aquilo que aparentam. Chama-se atenção, novamente, para o número 666. Por adição e redução é equivalente a 9. Seu valor visível (36) simboliza a manifestação espiritual em conexão com idéias de divisão (3 + 6 = 9). (Consultar o trabalho 666 apresentado neste site).

       O hierograma de ADÃO encerra, conforme afirmou Papus, os mais profundos arcanos do Universo, e dele se podem extrair informações altamente clarificadoras. Em hebreu é escrito com as letras MeM, DaLeT e ALeF, ou seja, MDA. A soma das letras componentes do hierograma é 45 (40 + 4 + 1 = 45), que por adição é igual a 9 (4 + 5 = 9). Ao se adicionar a unidade específica à cifra analítica de ADÃO (nove), obtém-se 10 (dez); a análise encerra-se na síntese e o ciclo é conduzido ao seu ponto de partida. Dez (10) é a cifra correspondente ao IOD ETERNO, princípio e fim de tudo. Há, ainda, que ser observado que o Valor Secreto de 9 é 45 (quarenta e cinco), que por adição é 9. Já LILITh tem a soma de suas letras igual a 480 (quatrocentos e oitenta), ou seja, 30 + 10 + 30 + 10 + 400 = 480. A adição gera o 12, e a redução conduz ao 3. Tudo isto é simbólico; mas este simbolismo não se encerra em si mesmo, pois oculta Leis perenes do(s) Universo(s).

       Assim, muito sinteticamente, resumiu-se, analisou-se e, com alguns exemplos não constantes de sua obra, comentou-se o pensamento de Serge Raynaud de la Ferrière. Os números e suas relações com o Universo são uma constante em suas meditações, sempre em perseguição a um entendimento adequado e verdadeiro para a Vida Universal, que, a bem da verdade, são patrimônio da Humanidade. Se os homens deles se servirem de maneira altruística, generosa e fraterna produzirão o bem, imagem e semelhança do BEM; se não, haverá dor e constrangimento, choro e ranger de dentes. Mutatis mutandis, com a Filosofia e com a percepção da Divindade também ocorre o mesmo. Como disse Francis Bacon, Um pouco de filosofia nos afasta de Deus; um pouco mais nos faz voltar a Ele.

       Ultimando a revisitação do pensamento de Ferrière, reproduz-se um QUADRADO HIPERMÁGICO, extraído de As Grandes Mensagens, que por conservar sua operação mágica nas colunas, nas linhas, nas diagonais, bem como com a soma de qualquer quadrado contido no próprio quadro (soma igual a trinta e quatro) é denominado diabólico.13

 

4
5
16
9
14
11
2
7
1
8
13
12
15
10
3
6

Figura 3: Quadrado Diabólico


       Os quadros (ou quadrados) mágicos sempre foram utilizados para ocultar Leis Herméticas, cujos valores são secretos. As agremiações fraternais e as Ordens Iniciáticas proporcionam aos seus confrades e membros o estudo da matemática secreta desde os graus iniciais. Diversos quadros (ou quadrados) mágicos podem ser elaborados para os mais variados fins. Edouard Barbette elaborou um quadrado matemático com os 1024 (mil e vinte e quatro) primeiros números (210). O Quadrado Diabólico ainda permite, sem alteração de suas propriedades, que uma coluna que se ache à direita seja deslocada para a esquerda, e que uma linha que esteja em baixo seja transportada para cima, e vice-versa. Observa-se, ainda, que a soma total dos números deste quadrado é 136 (cento e trinta e seis), Valor Secreto do número 16 (dezesseis). E há 86 (oitenta e seis) maneiras de se obter o número 34 no Quadrado Diabólico acima reproduzido. Um exame mais aprofundado de todos estes números proporcionará revelações interessantíssimas. Observe-se, ainda, que a adição de 86 produz o número 14 (duplo 7), e que sua redução mostra o 5 – o PENTÁCULO. O próprio número 136 se reduz à UNIDADE.

       É conhecido, no âmbito da Tradição, que um dos sistemas básicos para representar os números, era (e é) a através da correlação entre letras e números. A inscrição FRANCORVM TVRBIS SICVLVS FERT FVNERA VESPER exemplifica essa asserção. Ao se retirarem as letras equivalentes aos algarismos romanos e somá-las na ordem numeral decrescente, aparece o número MCCLVVVVVVII, ou seja, 1282 (mil duzentos e oitenta e dois), que foi a data das Vésperas Sicilianas. A explicação que se segue (muito provavelmente retirada do Dictionnaire de L'Académie Française, 6ª edição, 1835, página 1:318) é de David Ferriz Olivares, alto oficial da Ordem de Aquarius: Matança geral dos franceses que ocorreu na Sicília em 1282, sob o governo de Carlos de Anjou, irmão de São Luís. Na segunda-feira de Páscoa, no momento em que todos os sinos tocavam as Vésperas, os sicilianos rebelaram-se e mataram todos os franceses que se encontravam na Ilha.14

       E, assim, a Tradição se perpetua. Quer seja nas lojas ou nos templos, quer seja ao serem comentadas, aqui e ali, semelhanças e coincidências que o não-iniciado desconhece, mas que, também auxiliam a manter acesa a chama da vela eterna. O Patinho Feio, O Profeta, A Terra Oca, Branca de Neve e os Sete Anões, O Irmão do Terceiro Grau, Ali Babá e os Quarenta Ladrões, Zanoni, Adonai, Uma Aventura na Mansão dos Adeptos Rosacruzes, Horizonte Perdido, Alice no País das Maravilhas, Cidade do Sol, Viagem ao Centro do Sol, A Raça Futura são exemplos de obras que têm auxiliado a perpetuar a Tradição. As brincadeiras infantis, os jogos, as parábolas etc. também cumprem este insubstituível papel.

       Que terá pretendido ocultar São João no Livro da Revelação, Capítulo XI, Versículos 2 e 3 com os números 42 (quarenta e dois) e 1260 (mil duzentos e sessenta)? 42 meses equivalem a três anos e meio. Se considerarmos o mês como tendo trinta dias, 42 e 1260 se equivalem. São João, ou quem escreveu o Evangelho Joanita, certamente, não escolheu esses números ao léu, muito menos os colocou no Apocalipse irresponsavelmente. Não se pode esquecer de que o calendário egípcio (usado no Egito Antigo) era formado por 12 meses de 30 dias e 5 dias epagômenos que o completavam. E 360 ÷ 12 = 30! E 360 ÷ 30 = 12! Neste particular, os múltiplos e submúltiplos de 360 (que representa a décima parte de saros, ou seja, 3600 anos, ou 720 lustros) estão acordes com as antigas cronologias hinduístas e caldéias, segundo o sistema sexagesimal imbricado. Adverte-se que 360 x 72 = 25920. E da operação 25920 ÷ 1260 obtém-se 20,57 142857... E da operação 25920 ÷ 42 obtém-se 617, 142857... Já 360 ÷ 42 é igual a 8,57 142857... E ao se proceder à divisão de 360 por 1260 obtém-se 0, 2857 142857... Há ainda a considerar as divisões de 72 por 42 e por 1260. Observa-se que o repetidor 142857 aparece em todas essas operações, como aparecerá em outras divisões envolvendo múltiplos e submúltiplos desses números. SETE. E 42 ÷ 7 = 6 e 1260 ÷ 7 = 180!... 6 : 12 : : 180 : 360!... Outros números também aparecem no Apocalipse Joanino, e devem ser pesquisados e entendidos à luz de conhecimentos que não se limitem exclusivamente aos dogmas de qualquer religião instituída. Para decifrá-los é preciso ter acesso à chave que abre o cofre sacrossanto da Santa KaBaLa. O contrário é fé e ignorância. Trevas. Por isso, adverte-se, é preciso aprender, por exemplo, a meditar sobre o injustamente estigmatizado número 666. Sob um aspecto, simboliza a ignorância; sob outro, o OURO iniciático da SABEDORIA OCULTA. Tôdolos são aspectos pontuais de um mesmo TODO.

       Uma última informação colheu-se do pensamento de Papus que remete a reflexões numérico-cabalísticas interessantes. Estas são referentes, por exemplo, a dois(?) quadrados mágicos que podem ser elaborados com os 9 (nove) primeiros algarismos. O quadro da esquerda representa o Quadrado Mágico de Saturno; o da direita integra uma figura sintética, da qual fazem parte o triângulo e o círculo. Os dois quadros são de terceira ordem, e suas constantes específicas são iguais a 15 (quinze). Segundo a Tradição, o Anjo associado ao planeta Saturno é Cassiel, e seu dia é o Sábado. Seu perfume é o Enxofre. There are more things in heaven and earth, Horatio... E quinze é o Valor Secreto de 5. E o valor total de cada um dos dois quadrados é 45, que, por sua vez, é o Valor Secreto de 9. Há, ainda, as letras... E há, outrossim, outros quadrados.

 

4
9
2
 
6
1
8
3
5
7
 
7
5
3
8
1
6
 
2
9
4

Figura 4: Quadrados Mágicos


       Mais uma vez observa-se a infinidade de aplicações que os números podem oferecer. Na contemporaneidade, o exemplo mais evidente materializa-se na ciência computacional, já oferecendo à Humanidade ilimitadas possibilidades. Ilimitadas possibilidades oferece também a Tradição e, por exemplo, toda a obra de Serge Raynaud de la Ferrière. E as reflexões esotéricas gráficas dos iniciados de todos os tempos só têm feito reafirmar o princípio máximo da KaBaLa: Ele é um acima de três, três estão acima de sete, sete estão acima de doze, e todos estão ligados.

       Encerra-se este item com as palavras de São Paulo na sua Primeira Epístola aos Coríntios, Capítulo II, Versículos 7 e 8 (Corinto era famosa pelo comércio e pela vida imoralíssima de seus habitantes): ... pregamos a sabedoria de Deus no mistério... a qual nenhum dos príncipes deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, nunca teriam crucificado o Senhor da glória. Acrescentando: crucificaram-No, mas não O mataram. De uma certa forma Ele está em todos os seres. IN CORDE.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS


       Ao se encerrar esta pesquisa parece ter ficado irrecusavelmente patente que as fronteiras ainda existentes entre a Filosofia, a Ciência, a KaBaLa, a(s) Teodicéia(s), a Alquimia e a Tradição Arcaica são tão-somente produto da ignorância, da vaidade, do preconceito, enfim, da irracionalidade própria da Humanidade. Ao findar o necessário período negativo que caracterizou a Era Zodiacal de Peixes e se iniciar o ciclo positivo de Aquarius, uma mathesis universalis (já em germinação) iluminará os caminhos do ser, que perceberá que não se basta a si próprio (e, em certo aspecto, se basta a si próprio) e que não está (mas, de certa forma, está) sozinho no Universo. O sono de dois mil anos está acabando, e os primeiros espreguiçamentos de um refúlgido despertar já se fazem observar. Lamentavelmente, guerras, desencontros emocionais, mais-valias, fome, conflitos, doenças, dor, equívocos e outros males paralelos fazem parte da ignorância descontrolada individual e global, oriundas do grande choque que sempre ocorre ao término de um ciclo e começo de outro. No futuro distante - não tão distante - esses embates serão menos intensos e de outra natureza, pois de outra natureza será o ser e sua compreensão sobre si mesmo, sobre todos os seus irmãos (minerais, vegetais, animais e os presumidamente seus iguais) e sobre o Cósmico e suas Leis Eternas, Incriadas, Irredutíveis, Soberanas, Harmônicas e conducentes ao LESTE. IN CORDE.

       E é por tudo isso (e por muitas outras coisas mais) que o INICIADO VERDADEIRO É MODESTO QUANTO AO CONHECIMENTO QUE POSSUI. Não ostenta seus atos filantrópicos; tem por normas básicas de conduta a bondade, a caridade e a humildade; e se esmera para alcançar, manter e aperfeiçoar seu caráter. Sabe fundamentalmente que ele está no outro, como reconhece que o(s) outro(s) está(ão) nele. E que todos estão inalienavelmente no Todo. Tudo é UM, pois só há uma LEI que rege os mundos Natural, Humano e Divino.

 

TUDO É UM


 
 
       Finalmente, cabe salientar que se reconhece que algumas das afirmações que se fizeram em alguns trabalhos publicados neste site, e outras que, eventualmente, aparecerão no futuro, poderão ser consideradas aporias. Todavia, se está absolutamente cônscio de que cada um (e todos) na medida exata de seu esforço, de sua vontade e de seu merecimento, poderá confirmar a maioria – senão a totalidade – dos pontos fundamentais destes trabalhos. Nada está vedado. E o privilégio de que alguns poucos possam possuir relativamente a algum conhecimento específico (e para compreender, primeiro é preciso esquecer e depois recordar), deve ser entendido como PRIVILÉGIO CONQUISTADO pela vontade de superar suas limitações pessoais, pelo esforço em vencer as dificuldades de suas humanas condições, pelo reconhecimento de que, EXCLUSIVAMENTE, não se bastam a si, pela compreensão de que são células do Grande Corpo Universal, e pelo mérito de suas condutas perante a vida, que envolve trabalho contínuo, reflexão permanente e serviço ininterrupto. Ainda que nada seja proibido e que tudo esteja disponível a todos, a conquista de um conhecimento mais elevado é intransferível e privilégio exclusivo daqueles que decidiram PEREGRINAR NA SENDA ILUMINADA DA SABEDORIA CÓSMICA.

      Todavia, discordar das especulações apresentadas e por apresentar, é um apanágio da razão. Aliás, ninguém deve acreditar em nada simplesmente porque a coisa parece ser honesta. É necessário investigar. Tudo. Como, por exemplo, Louise B. de Raynaud, esposa de La Ferrière, fez editar um livro – Los Falsos Maestros (publicado em Caracas em 1991) – desmascarando, de modo detalhado, o "Profeta da Nova Era", isto é, seu próprio marido. Eu não julgo. Divulgo aquilo que considero importante. Uma frase – e mesmo uma palavra pode mudar definitivamente a vida de uma pessoa. Espero que seja sempre para o BEM. A cada um cabe, se for conveniente, pesquisar mais aprofundadamente os temas que publico.

 

       
      No dia seguinte, pôs-se a caminho, cingindo as espáduas com uma faixa vermelho-sangue sobre o avental branco e quatro rosas vermelhas no chapéu.


       No tempo próprio, o casamento místico-alquímico do Prometido e da Prometida haverá incontestavelmente de se realizar. Então, que a LUZ (ROUA ELOHIM AOUR) se faça em cada personalidade-alma vivente. AUM MANI PADME HUM. A Prometida é, em última instância, o Mestre-Deus Interno que habita em todos os seres do Universo.

 

AUM  MANI ... PADME  HUM
AUM RAH MAH HUM


 

AUM

 

TOLERÂNCIA
VERDADE
PAZ


 

DADOS SOBRE O AUTOR

Mestre em Educação, UFRJ, 1980. Doutor em Filosofia, UGF, 1988. Professor Adjunto IV (aposentado) do CEFET-RJ. Consultor em Administração Escolar. Presidente do Comitê Editorial da Revista Tecnologia & Cultura do CEFET-RJ. Professor de Metodologia da Ciência e da Pesquisa Científica e Coordenador Acadêmico do Instituto de Desenvolvimento Humano - IDHGE.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. As Grandes Mensagens, Serge Raynaud de la Ferrière, São Paulo: Editora Parma Ltda., p. 53.
2. Ibid., p. 42.
3 Ibid., p. 52. Éliphas Lèvi ensinou que o peixe simboliza a vida física em seu primeiro elemento – a água.
4. Ibid., pp. 452 e 453.
5. Op. cit., p. 211.
6. As Grandes Mensagens, p. 58. No Fedro – obra que resume a filosofia platônica – está escrito: aquele que não foi [iniciado]... não se alça com ardor para o além, para a beleza em si mesma.
7. Ibid., p. 69. Platão, no Fedro, refere-se a este conceito como Lei de Adrástea (Adrástea era, na mitologia, a personificação do inevitável – Regra Necessária).
8. Ibid., p. 68. O significado exclusivo desta unidade é numérico e também aparece em todas as religiões monoteístas, como, por exemplo, no Judaísmo. Em Isaías XL, 18 lê-se: A quem, pois, fareis semelhante a Deus? Ou com quem O comparareis?
9. Ibid., p. 157.
10. Ibid., p. 287. Fulcanelli nas conclusões da obra O Mistério das Catedrais, p. 204, baseado no axioma de Zoroastro (Scire. Potere. Audere. Tacere.) advertiu: Pelo exercício... CALAR-SE.
11. Ibid., pp. 284 e 285. Ciclicamente, 4 (quatro) raças dominaram o mundo. A referência temporal é o Grande Ciclo de Precessão Equinocial ou Grande Ano de Platão, isto é: 25920 anos. Cada uma das raças citadas predominou por aproximadamente meio Ano de Platão, ou seja, 12960 anos. Certamente outras raças com diversas sub-raças existiram e desapareceram.
12. Ibid., p. 427.
13. Ibid., p. 444.
14. Ibid., p. 225. Mas a malignidade também tem seus aderentes e seus profetas. Discordar da dogmática teológica católica, uma coisa; enxovalhar todos os Sucessores de Pedro, outra. Isto é inaceitável. Somando-se os valores numéricos das letras, em latim, do título papal inexistente mas perversamente engendrado VICARIVS FILII DEI obtém-se equivocadamente segundo os maledicentes detratores o número 666: (5 + 1 + 100 + 1 + 5 + 1 + 50 + 1 + 1 + 500 +1). Ora, 666 não se refere a um cargo hierárquico, nem a um homem singular qualquer. É o número do homem – de todo e qualquer ser humano – enquanto besta idólatra atuando no Plano da Concretização (Plano Terra), submetido inconscientemente (às vezes conscientemente) às tentações luciféricas e arimânicas que comprometem seu Corpo Astral, e, por extensão, sua própria vida. Há ainda a considerar que IV na palavra VICARIVS é igual a 4, produzindo, então, 664.(Consultar o trabalho publicado neste site sob o título 666). Mas, que não se esqueça jamais: A IGREJA JOANITA EXISTE E É ATUANTE.

 

WEBSITES CONSULTADOS

http://www.soa.edu/articulos.htm

http://www.plexoft.com/DTF/Sator.html

http://www.geocities.com/findeciclo/ps15mom1.htm

http://www._chato_na_estrada_.weblogger.terra.com.
br/200308__chato_na_estrada__arquivo.htm

http://128.121.163.149/literatura_pg.htm

http://angolohermes.interfree.it/Sermoneta/Valvisciolo.html

http://digilander.libero.it/epiur/valvisciolo.htm

http://www.seekitaly.com/tourism_italy
/lazio/sermoneta_valvisciolo.html

http://www.sergeraynauddelaferriere.net/

http://www.maestre.org/english.htm

http://members.tripod.com/escepticos_gfu/srfv.htm

http://personal.redestb.es/ais.old/fitxes7.htm

http://infosec.tripod.com/

 

ANEXO I

O PEREGRINO
(ALQUIMIA E MISTICISMO, Alexander Roob, p. 694,
Johann Valentin Andreä, Die Alchemieshce Hochzeit von Christian Rosenkreutz, 1616)

No dia seguinte ao convite, o peregrino põe-se a caminho cingindo as espáduas com uma faixa vermelho-sangue sobre o avental branco e quatro rosas vermelhas no chapéu.

 

O PEREGRINO



ANEXO II

O QUADRADO SATOR
CICLOS CÓSMICOS DA HUMANIDADE

MANRIQUE MIGUEL MOM (†)
Fonte:

http://www.geocities.com/findeciclo/ps15mom1.htm

Acesso: 30/12/2003

       Desde 1750 se realizam escavações em Pompéia. Numa delas, feita há mais de 60 anos, foi encontrada uma estranha inscrição datada, com certeza, da época destruição da Cidade, no ano de 79 d.C., e que os arquitetos cristãos reproduziram profusamente mais tarde em diversos monumentos da Itália e da França — na Igreja de Pievi Iersagui, perto de Cremona, no castelo de Carnac, sobre a Baía de Quiberam (Morhiban, Bretanha, zona famosa por seus monumentos megalíticos, dolmens e menires estranhamente alinhados) e no templo de Saint-Laurent de Rochemaure. Da mesma forma, e além de outros lugares, a inscrição foi descoberta em ruínas romanas situadas em Cirencester (Inglaterra), 55 quilômetros a noroeste de Bristol, e em Doura Europos, antiga cidade síria sobre a margem direita do Eufrates, onde atualmente se eleva a localidade de Qalat es Salihiya, uns 440 quilômetros a Nor–nordeste de Damasco. Apelidada o quadrado mágico – ou, com mais propriedade, de QUADRADO SATOR – a inscrição se apresenta na seguinte forma:


S  A  T  O  R
A  R  E  P  O

T  E  E  T
O  P  E  R  A
R  O  T  A  S


       Este palíndromo latino é, com toda segurança, uma inscrição paleocristã. De fato, as vinte e cinco letras que o formam permitem escrever – sem repetições – duas vezes a palavra PATERNOSTER, e duas vezes também as letras A e O, o alfa e o ômega – o Princípio e o Fim – que relata o Livro da Revelação do Apóstolo João (IV, 21.6), tal como se pode comprovar a seguir:

 

P
A
A
T
O
E
R
P
A
T
E
R
N
O
S
T
E
R
O
S
O
T
A
E
R


       O vocábulo SATOR, na tradução que melhor responde à mensagem do palíndromo, significa criador; AREPO carece de sentido em latim, porém devemos assinalar que é o inverso de OPERA; TENET, nas acepções que podem interessar, significa manter, ocupar, dirigir, governar; OPERA nos indica os sentidos de ato, trabalho, obra, ou processo; ROTAS pode ser roda, círculo, ciclo, ou também disco do Sol.

       Na nossa opinião – eliminando transitoriamente AREPO – o palíndromo deve ser interpretado assim: O Criador governa os processos cíclicos…, e o realiza com AREPO, ou seja, com trabalho, ato ou processo (OPERA) inverso do que executa com outro ou outros fins. Desta maneira, obtemos provisoriamente o seguinte resultado parcial: O Criador governa os processos cíclicos com um trabalho inverso… (SATOR – AREPO – TENET – OPERA – ROTAS).

       Porém todo palíndromo se caracteriza por ser lido igual de cima para baixo e ao contrário, ou da esquerda para a direita e reciprocamente. Em conseqüência, se o palíndromo SATOR se lê de cima para baixo e, de imediato, de baixo para cima, sempre à partir da esquerda, tal como se escreve e se lê em latim, encontramos a chave na mensagem do palíndromo, já que se é certo que SATOR – AREPO – TENET – OPERA – ROTAS significa O Criador governa os processos cíclicos com um trabalho inverso, não é menos certo do que ROTAS – OPERA – TENET – AREPO – SATOR expressa sem a mais leve dúvida que o Sol se ocupa dos trabalhos inversos do Criador. Ambas as leituras são absoluta e necessariamente complementares para decifrar a mensagem colocada no palíndromo. Porém, às vezes, confirmam o desconhecimento – ainda existente nos tempos imediatamente anteriores e posteriores ao início da Era Cristã – dos descobrimentos de Aristarco de Samos (de 310-230 a.C.) referentes à rotação da Terra sobre seu eixo polar e em torno ao Sol (heliocentrismo), e os de Hiparco de Rodas (cerca de 150 a.C.), relacionados com o fenômeno astronômico da precessão dos equinócios, que constitui uma das resultantes dos diversos movimentos simultâneos e combinados que, pelos efeitos gravitacionais conjuntos do Sol, da Lua, e de outros corpos celestes, nosso Planeta – e sua órbita – realizam em torno ao Sol. O desconhecido autor do palíndromo SATOR – aferrado ainda ao geocentrismo anterior a Aristarco de Samos, e desconhecendo, sem dúvida, os descobrimentos de Hiparco de Rodas, atribuiu diretamente ao Sol a função de executor dos trabalhos inversos do Criador, ou seja, dos efeitos emergentes da precessão dos equinócios, os quais regulam Nolens Volens o ritmo e a duração dos ciclos cósmicos da Humanidade. De fato, para o Hemisfério Norte, o equinócio da primavera marca o ponto no qual a Terra, em seu movimento anual de translação ao redor do Sol, passa do semiplano eclíptico austral para seu homólogo boreal, ponto que é variável, pois anualmente se desloca em sentido retrógrado ao longo de sua órbita sobre a eclíptica. Esta retrogradação ou precessão é de 50,27 segundos de arco por ano trópico (365,242 dias solares médios), o que implica, de forma quase que exata, em uma variação de 1º de arco em 72 anos, 30º em 2.160 anos, e 360º na quantidade de 25.920 anos, lapso este, último durante o qual uma hipotética projeção do ponto vernal (do latim, primavera) sobre a coroa de constelações zodiacais efetuaria uma volta completa, para regressar, aproximadamente, ao ponto de partida. Ademais, em tal ciclo precessional de 25.920 anos, as estrelas polares Norte e Sul se modificam várias vezes, sem que se repitam no lapso indicado. O período cíclico–cósmico que com maior freqüência aparece em quase todas as grandes tradições, não é o da precessão dos equinócios, mas sua metade. É o período que corresponde, notoriamente, àquele denominado GRANDE ANO pelos povos hiperbóreos, caldeus, persas pré-islâmicos, gregos e atlantes, avaliado em 12.960 anos. Fontes de origem hindu e caldéia – entre outras – assinalam em 5 (cinco), ou seja, o mesmo número dos elementos do mundo sensível (éter, ar, fogo, água, terra), a quantidade de grandes anos, incluindo nosso atual ciclo cósmico, o que dá um total de 64.800 anos a contar desde o seu já longínquo começo, até que culmine em um crepúsculo final, para reiniciar-se um novo ciclo da cadeia de mundos. OBSERVAÇÃO: A imagem do Quadrado de SATOR abaixo foi obtida do website:
http://www.palavrascruzadas.com/historia/ancestrais/sator/quadrado.html

 

QUADRADO DE SATOR


 

O QUADRADO SATOR DE CIRENCESTER
(Descoberto na Grã-Bretanha em 1868)

 

QUADRADO SATOR DE CIRENCESTER

 

       Curiosamente - informa o autor Sérgio Barcellos Ximenes - o quadrado apresenta uma mudança na disposição das linhas. Há uma inversão de 4 palavras: de SATOR-AREPO para ROTAS-OPERA nas duas linhas iniciais; e de OPERA-ROTAS para AREPO-SATOR nas linhas finais. A palavra central (TENET) permanece inalterada. Foi a primeira descoberta daquela que passaria a ser conhecida como a segunda versão do Quadrado SATOR. Essa alternância de sentido também se verificou em outros quadrados descobertos a partir de 1925.


R  O  T  A  S
O  P  E  R  A

T  E  E  T
A  R  E  P  O
S  A  T  O  R


       Outra possibilidade para a disposição do PATER NOSTER é apresentada abaixo:

 

A
P
A
T
E
R
A
P
A
T
E
R
N
O
S
T
E
R
O
O
S
T
E
R
O
 


O QUADRADO SATOR DE MANCHESTER

(Uma inscrição descuidada em um vaso (ânfora) descoberto em 1978 em um sítio arqueológico da cidade britânica de Manchester na versão iniciada com a palavra ROTAS).

 

QUADRADO SATOR DE MANCHESTER

 

O QUADRADO SATOR DE VALVISCIOLO

         Este Quadrado circular foi descoberto na região italiana de Sermoneta na Abadia de Valvisciolo, no lado ocidental do claustro.
 

QUADRADO SATOR DE VALVISCIOLO

 

Abadia de Valvisciolo

Abadia de Valvisciolo (Século VIII)

 

REPRODUÇÃO DO QUADRADO DE VALVISCIOLO

 

QUADRADO DE VALVISCIOLO

 

       Há evidências suficientes que demonstram que o QUADRADO DE SATOR tem origem não-religiosa, ou melhor, não-teológica. Entretanto os teólogos católicos insistem em ligá-lo ao Catolicismo contrariando os ditames da razão. Para encerrar definitivamente este trabalho, serão feitos alguns comentários sobre a letra N, que aparece, justamente, no centro do QUADRADO e no centro do PATERNOSTER. N (NUN) é a 14ª letra do alfabeto hebraico. Envolve ocultamente, portanto, dois setes. Seus valores externo, pleno, oculto e athbash são, respectivamente, 50, 106, 56 e 9. A soma desses valores é 221, que, teosoficamente, equivale a 5, valor externo de HE, quinta letra do alfabeto hebraico e que aparece duas vezes no SANTO NOME. Cinqüenta expressa a TOTALIDADE e está intimamente ligado à UNIDADE. O nome do Primeiro Adão – HADM – corresponde à energia da QÜINQUAGÉSIMA PORTA, isto é: 5 + 1 + 4 + 40. Os próprios nomes de NOÉ e JONAS estão estruturados em conformidade com a letra N (NUN). Homólogo de ZaIN e de AIN, o NUN FINAL tem valor aritmológico (externo) igual a 700 (setecentos). No nível das centenas, HADM alcança o nível cósmico de sua realização. Mas, para isso, necessita descer ao fundo do seu inferno pessoal para poder conhecer seu aspecto divino. NUN, por outro lado é equivalente a 5-6-5, isto é, EVE. A soma das doze letras involutivas do Arqueômetro é 565, que representa a VIDA ABSOLUTA. As sete letras evolutivas do mesmo Arqueômetro dão como soma 469 = 19 = 10, que representa o IOD (I). Esta letra, segundo Saint-Yves D’Alveydre, colocada na frente da involução – que não se deve somar – produz o NOME IEVE, e significa: EU, A VIDA ABSOLUTA. EU SOU A VIDA ABSOLUTA. A letra central N é, em D’ US, a POTÊNCIA que preside todo CENTRO LUMINOSO E SOLARIZADO. Por último, não se pode esquecer de que a desinência NI = IEVE = EVEI, porque NI = NUN–I, que dependendo da operação teosófico-cabalística pode valer 17, 26, 60, 116 etc. Por isso, ALI, ALI, LMH ShBHhTh-NI! SIGNIFICA: D’US MEU, D’US MEU, COMO ME GLORIFICASTE!

 

*  *  *  *  *  *

ANEXO III

PARA NÃO PERDER A OPORTUNIDADE

 

QUANDO ISTO IRÁ ACABAR?

 

Miséria

 

Miséria

 

Miséria